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Dezenove

Vamos de capítulo grande e muito amorzinho? E deixem o votinho aí para me alegrar! :3

Alexia olhou para as caixas ao seu redor e esboçou uma careta pouco graciosa. Teria muito trabalho para desempacotar tudo e arrumar o apartamento do seu modo. Era quinta-feira, e feriado municipal, então teria o dia livre para organizar o que precisava. Soltou o ar que prendia, e sentiu mãos masculinas a abraçarem por trás, causando uma sensação de eletricidade em sua pele. Era ele, seu Miguel, seu Mugui. Suspirou novamente e se deixou escorar no corpo que lhe envolvia.

— Finalmente. Acho que o Pedro está trazendo a última caixa que estava na casa da San. — Ela disse, virando-se para encontrar os olhos castanhos que a encaravam, expectantes. Logo, depositou um leve beijo nos lábios de Miguel, ainda sendo envolvida pelos braços dele. — Vai dar trabalho organizar tudo.

— Eu vou te ajudar, Lexi. E a Lira também. — Ele respondeu, vendo a garotinha voltar do quarto em que havia estado nos últimos minutos. Viraram-se ambos na direção dela, sendo agraciados com o sorriso empolgado da pequena.

— Lexi, aquele quarto é legal. Quando eu dormir aqui, posso ficar nele? — Lira perguntou, ansiosa, e a mais velha sorriu ao ver a empolgação da menina.

O apartamento escolhido por Alexia era pequeno, menor que as casas das irmãs, mas tinha dois quartos, e uma sala conjugada com a cozinha, além de um banheiro social estrategicamente colocado ao lado dos quartos. Era o suficiente para a morena, e agora, com o comentário de Lirhandzo, sabia que havia sido sábia em escolher um lugar com espaço suficiente para recebê-la.

— Claro, mini adulta, vamos decorar ele depois para ser seu quarto. — Alexia cedeu, recebendo um sorriso satisfeito em resposta.

— Viu, papai? Agora eu vou ter dois quartos. Um aqui e um lá atrás da padaria. — Dito isso, a menina saiu saltitante, voltando ao lugar que chamaria de seu a partir daquele momento.

— Lexi, não precisa fazer isso. Não precisa decorar o quarto para a Lira. — Miguel falou, assim que a filha saiu de seu campo de visão, coçando a nuca e encarando sua namorada.

— Mugui, você já devia ter entendido que eu não faço as coisas porque preciso, e sim porque quero. — Ela sorriu, parecendo inocente, depositou outro beijo nos lábios dele, ainda sentindo a tensão do moçambicano, e se afastou para ver as caixas colocadas ali na sala. — Eu amo a Lira, e agora que você e eu somos namorados, acho que passaremos mais tempo juntos, não? — Disse, abaixando-se para abrir uma das caixas.

— Todo o tempo possível. — Ele respondeu, colocando-se na frente dela outra vez, sendo separados apenas pela caixa entre eles. — Mas, por favor, Lexi, não mime minha filha, ela precisa saber do valor das coisas, e não achar que pode ter tudo o que quiser, quando quiser. Você pode decorar o quarto, mas promete que vai falar comigo antes de comprar alguma coisa para ela? Mesmo que ela te peça? — Pediu, e a morena assentiu, sabendo que ele tinha razão. Era a filha dele, e sendo o pai, ele tinha direito de decidir o que era melhor para ela. Não podia simplesmente escolher o que seria bom ou não fazer, sem antes o consultar.

— Mesmo quando ela fizer aquela cara do gato de botas pedindo algo? — Brincou, imitando a feição da menina, e Miguel riu, lembrando-se da expressão suplicante da pequena em mais de uma ocasião.

— Principalmente quando ela fizer essa cara. Não queremos te empobrecer logo agora, né? — Ele provocou, causando uma gargalhada na outra.

— Principalmente agora que sou uma mulher responsável com um apartamento para pagar as despesas e guardando dinheiro para comprar uma moto. — Ela tirou o vaso que estava na caixa e o colocou ao seu lado. — Ótimo, trouxe um vaso de flores que não tenho onde colocar. Esqueci que não teria mais mesa de centro. E mesa na cozinha. Nem armário — Completou, sentando-se de uma vez, resignada, pensando em quanto ainda teria de trabalhar naquele dia. — Resumindo, não tenho quase nada além de objetos que não terei onde guardar. — Suspirou, sustentando o rosto com as mãos.

Miguel estava feliz demais para se importar com esses detalhes. Saber que eram um casal, independente de como levariam aquele relacionamento, já era o suficiente para fazer seus níveis de serotonina subirem ao máximo. Sem levar em consideração a caixa que estava entre eles, o moçambicano esgueirou-se para alcançar o rosto de Alexia, e levando as mãos até seu pescoço, trouxe-a para si.

O beijo, inicialmente lento e leve, deu lugar a uma explosão de sensações que os fez intensificarem-no, ao ponto de Miguel tentar pular a caixa para se aferrar ainda mais à morena. No entanto, fracassou no intento, fazendo o conteúdo da caixa tombar, e quase cair sobre a namorada. Alexia puxou-o para o lado ao ouvir o estridente barulho, e começou a rir da frustrada tentativa dele. Rir não, gargalhar. A união dos distintos sons fez Lirhandzo correr até eles, preocupada, sem saber o que havia acontecido. O moçambicano sentiu o rosto esquentar ao ouvir a pergunta assustada da filha:

— Papai! Lexi! O que aconteceu? — A menina estava com olhos arregalados e olhava de um para o outro, parando seu olhar na caixa tombada, e nos objetos que saiam dela. Voltou a encarar o pai, que estava ao lado de Alexia, com a camisa amassada e o olhar envergonhado.

— Nada, Lira, eu só tropecei na caixa. — Miguel respondeu, e a morena ao seu lado teve de conter o riso, embora o brilho em seu olhar entregasse seu divertimento com a situação.

— Ah! — A pequena respondeu, ainda desconfiada, mas não teve tempo de reagir, pois, logo ouviram a porta ser aberta e duas pessoas entrarem.

Era Pedro e Alice. O ruivo estava com uma caixa nas mãos, e sua esposa carregava sacolas de algum fast food. Ao ver a irmã, a caçula percebeu como sua barriga já estava bem aparente. Era provável descobrirem o sexo dos bebês ainda naquele mês. A caçula se apoiou no namorado para se levantar, e foi até os dois, passando por Lirhandzo, que continuava parada no meio da sala.

— Vocês chegaram. — Disse, apontando o óbvio, e vendo a expressão debochada da irmã do meio. — Eu te ajudo, Lice, o que trouxe?

— Hambúrgueres. Eu sei que você não gosta tanto dessas coisas, mas hoje é um dia especial, então, vamos comemorar sua independência. — Disse a do meio, deixando as sacolas na mão da irmã, e levantando os braços como se estivesse comemorando. Logo, foi até Lira, e beijou suas bochechas. — E aí, Lira, gostou do novo apartamento da Ale?

Pedro deixou a caixa no chão, ao lado das outras, e foi até Miguel para o cumprimentar.

— Muito, tia Lice, a Lexi disse que o último quarto pode ser o meu e vai decorar. — A menina explicou com a devida empolgação de uma criança que ganha algo novo. — Vou ter dois quartos agora. — Completou.

— Uau! Isso é muito bom. — Alice respondeu, apertando as bochechas da menina, e indo à cozinha, parando pouco antes, vendo a bagunça no meio do piso, e a roupa amassada do moçambicano. Ela se virou para a irmã, que havia percebido seu olhar, e tinha uma expressão de fingida inocência no rosto. — Muito trabalho, né, Ale? — Provocou, e a outra sorriu, parecendo desentendida.

— Muito. — Concordou, levando as sacolas até a pia, e puxando a mais velha para a seguir.

Minutos depois, os cinco estavam sentados no chão da sala, comendo os hambúrgueres levados por Alice, e Lira estava sentada entre o pai e Alexia, entretida demais com seu sanduíche para prestar atenção à conversa dos adultos.

— Até agora nada da sua moto e celular, Miguel? — Pedro perguntou, enquanto comiam.

— Não, ainda não encontraram. Mas estou com o celular da Lira, e com o que ganhamos na padaria, vou adiar a reforma e comprar uma moto usada por enquanto. — Respondeu, e Alexia sentiu seu coração se apertar ao ver que alguns dos planos que ele tinha teriam de ser adiados. A vida não era muito justa, ele havia dito, e cada vez ela se convencia mais disso.

— Se quiser, posso te ajudar com um empréstimo para comprar a moto, e só acrescemos ao valor do investimento, para pagar quando estiver lucrando. E não vai precisar adiar seus planos. — Pedro sugeriu, e viu a esposa e cunhada direcionarem os olhares para si, emocionadas por sua sugestão.

— Não precisa, Pedro, vamos ficar bem. — Miguel respondeu, sem saber como reagir. A verdade é que não havia encontrado muitas pessoas que estivessem dispostas a ajudá-lo, e isso o fazia ser arisco ao ver alguém tentar se aproximar para o apoiar. Era estranho se acostumar com a indiferença a ponto de se surpreender com a bondade, mas essa era sua realidade.

— Mugui. — A morena ao seu lado murmurou, e segurou em sua mão, encarando-o, mostrando que poderia confiar naquela proposta. — Aceita. — Sussurrou, sem aumentar a voz.

— Ei, você é da família agora, e nossa regra é sempre apoiar a família. — Alice falou. — Você está ajudando a Ale, nós te ajudamos. É simples. — Continuou, e Miguel sentiu a veracidade das palavras da nova cunhada.

— Afinal, eu já ia contar que mais duas empresas querem encomendar seus produtos, e provavelmente você precisará de mais um funcionário no próximo mês. Então, vamos unir o útil ao agradável. Aumento o valor de investimento, e tenho certeza que o lucro será suficiente para o pagar. — O ruivo determinou, e o moçambicano assentiu, sentindo uma enorme gratidão pelo que faziam por si.

— Obrigado, Pedro. — Ele finalmente disse, aceitando a proposta, recebendo um sorriso empolgado de Alexia em resposta.

— Ale, vai passar o dia organizando tudo? — Alice perguntou, afastando a embalagem onde outrora estava seu hambúrguer.

— Sim, como hoje é feriado e o Mugui não está trabalhando, vamos aproveitar para deixar o mais organizado possível. Os puffs que encomendei para a sala vão chegar agora à tarde, e os poucos móveis virão amanhã. — A mais nova contou, limpando a boca com o guardanapo.

— Não te falei que seria uma boa ideia namorar o Miguel? — Brincou Alice. — Achou alguém para te ajudar a arrumar a bagunça da mudança, sem precisar pagar. — Alexia riu, e recebeu um olhar curioso do namorado.

— Sério, Lexi? Você só aceitou por que eu ia te ajudar a mudar? — Ele entrou no clima, provocando.

— Claro, eu precisava de ajuda e a Lice sugeriu isso. Sugestão perfeita, não acha? — Continuou a morena de olhos verdes. — O que? Acreditou que era por eu estar apaixonada? — Concluiu com um sorriso maligno, sem se atentar para a criança que estava entre eles.

— Você não está apaixonada pelo papai, Lexi? — Lirhandzo perguntou, encarando-a com uma expressão de decepção, e Alice se engasgou com o refrigerante que tomava ao ouvir a pergunta da nova sobrinha. Pedro começou a rir, e o novo casal fitou a garotinha com espanto, sem saber o que responder.

— Eu... eu... — A caçula gaguejou, e o cunhado começou a rir abertamente, vendo que não era o único a gaguejar em situações embaraçosas. — Me ajuda, Mugui. — Sussurrou para Miguel, que começava a se divertir com o embaraço dela.

— Eu quero saber a resposta, Lexi. — Murmurou ele de volta, recebendo um olhar fatal. — Lira, ela estava brincando. — Finalmente se pronunciou, e a menina suavizou seu olhar, deixando de escrutinar a morena ao seu lado.

— Isso está melhor do que eu pensava. — Alice sussurrou para Pedro, que estava ao seu lado, igualmente divertido com toda a situação.

— Imagina quando seus pais vierem? Vai ser icônico. — O ruivo lembrou, já imaginando como seria o jantar de apresentação.

— Eu esqueci de avisar a Ale. — Pigarreando, ela chamou a atenção da irmã, que recolhia os pacotes utilizados. — Ale, a mãe e o pai mandaram avisar que vão vir amanhã para conhecer seu namorado. — A caçula parou o que estava fazendo, e virou-se para a irmã com uma expressão de terror.

— Eles o quê? Ai meu Deus! Um jantar de apresentação não! — Vibrou, e Miguel a encarou em dúvida, sem entender o motivo de tamanho temor. — Mugui, eu vou fazer uma lista com as perguntas que eles vão te fazer. — A do meio começou a rir do desespero infundado da irmã.

— Você amava os jantares de apresentação, Ale, não sei porque está com tanto medo. — Provocou Alice.

— O de vocês, não o meu. Eu consegui enrolar quatro jantares, lembra? — Sim, a caçula tinha o dom de se esconder de cada jantar proposto para apresentar seus namorados. O único que havia sido apresentado era Caíque, e o resultado não fora de fato positivo.

— Ale, deixa a gente se divertir. E Miguel, não precisa ter medo, nossos pais são ótimos, isso é só drama da Alexia. — Confortou Alice, e o moçambicano entendeu que deveria sempre se lembrar que sua namorada era uma pessoa hiperbólica e com tendência ao drama. E ele simplesmente amava isso.

— Claro, eles são ótimos. Não posso te apavorar logo na primeira semana. — Disse a mais nova, voltando para perto dele.

Depois de comerem e ajudarem por algum tempo, Pedro e Alice, foram embora, não antes de Alice avisar que deixaria seu carro com a irmã até que ela pudesse comprar uma moto ou outro carro.

— Lice, tem certeza? Como vai para a escola? — Perguntou Alexia. Estavam na porta do apartamento, e Pedro já havia descido as escadas.

— Claro que tenho. Você me busca. E uso o carro do Panda quando ele não estiver trabalhando. Vai precisar mais que eu, até porque vão se ver mais. — Concluiu, apontando Miguel e Lira, que estavam na sala desempacotando outras caixas.

— Eu te amo, Lice. — A caçula confessou, abraçando a irmã, que logo se desvencilhou.

— Eu sei que ama, Ale. — Brincou. — Se precisar de alguma coisa, pode dizer. Se bem que agora não precisa mais de mim. — Depois de se despedir, a mais velha desceu as escadas com cuidado, resmungando. — Da próxima, escolha um apartamento em um prédio que tenha elevador. — Gritou, e a outra riu, pensando que era apenas um lance de degraus e que a irmã era tão dramática quanto ela.

O resto da tarde se passou entre limpar e colocar cada objeto em seu lugar. Miguel era um verdadeiro organizador, percebeu a morena, enquanto ele colocava com esmero cada livro na única estante que já havia chegado. Lira alternava entre organizar o que seria seu quarto com as poucas coisas que já estavam lá, e ir atrás de Alexia para contar algo interessante. Já anoitecia quando colocaram a TV no suporte da sala, encerrando a organização do ambiente.

— Acabamos! — Alexia gritou, chamando a atenção do namorado, que terminava de instalar a parabólica. A morena se jogou sobre o grande puff macio que havia chegado naquela tarde, e logo viu sua nova enteada correr até ela, e se jogar ao seu lado, quase a derrubando. A mais velha a acolheu, trazendo-a para si, e beijando seus cabelos. — Obrigada pela ajuda, mini adulta!

O moçambicano, que já havia se virado na direção delas, as encarava com o coração a transbordar ternura. Queria guardar para si aquela recordação das mulheres de sua vida. Alexia talvez não tivesse noção de quanto mexia com seu interior em cada gesto que mostrava o quão humana era.

— Vai ficar nos admirando até quando, Mugui? — A morena perguntou, com um sorriso malicioso, e ele afastou seus pensamentos, indo até elas. Lira estava feliz, parecia entender que agora eram família, e isso a tranquilizava, deixava-a sem medo de perder sua Lexi.

— Poderia ficar a noite toda. — Ele respondeu, aproximando-se e entregando o controle da TV para Alexia. Seus olhares se encontraram, e por alguns instantes, mudos, comunicaram-se, sentiram as emoções a aflorarem, e souberam que aquilo que tinham era especial demais para acabar. — Eu vou fazer o jantar para as duas mulheres da minha vida. — Concluiu, e a morena sentiu seu coração falhar mais de uma batida com o comentário.

Sabia que ambos eram intensos e sinceros demais para ficarem com jogos e cautela durante o namoro. E temia por isso. Temia pelo fim, pois a cada frase ouvida, sentia seu coração se abrir ainda mais para receber Miguel, como se ele estivesse adentrando em seu íntimo e tomando conta de um lugar antes não habitado por alguém. Lirhandzo já havia tomado o controle para ligar a TV e a morena aproveitou-se disso para seguir o namorado.

— Eu te ajudo. — Ela disse, erguendo os braços para que ele a levantasse. Logo, Lira se espalhou ainda mais no assento, fazendo com que os dois rissem de sua atitude.

— Pensei que estivesse cansada. — Miguel disse, assim que chegaram na cozinha.

— Eu estou, mas não posso te deixar ser perfeito demais. — Brincou ela, procurando os ingredientes para o jantar na parte debaixo do balcão que dividia a sala da cozinha.

— Então eu sou perfeito? — Provocou, esperando-a se levantar para a envolver com seus braços.

— Um pouco. — Ela respondeu, deixando o pacote de macarrão sobre o balcão, e enlaçando o pescoço dele.

— Só um pouco? — Continuou ele, com um sorriso que faz Alexia duvidar de sua própria sanidade por alguns instantes.

— Por que meu coração parece estar em uma escola de samba? — Ela murmurou, fazendo-o rir. — Devia ser proibido sorrir desse jeito. — Completou, os rostos próximos e os olhares conectados.

— Que jeito? — De novo o sorriso, os olhos a brilharem, e a respiração descompassada.

— Que seja! — Respondeu ela, puxando-o para si e o beijando com intensidade, esquecendo-se de qualquer cansaço e temor momentâneo.

— Vocês só vão ficar se beijando agora? — Lirhandzo perguntou, ainda na sala, olhando fixamente para o pai e Alexia, que se afastaram mutuamente, envergonhados e com as faces em chamas.

— Esqueci que a sala é conjugada. — Sussurrou a morena, e o namorado concordou, coçando a nuca outra vez. — Nós vamos fazer o jantar. — Completou, em voz alta para a menina ouvir, e deu tapinhas no ombro de Miguel, empurrando-o para o lado.

Pouco depois já estavam ambos, em perfeita sincronia, fazendo uma macarronada. Ele picava os temperos e salsichas, e ela fazia o molho. Conversavam sobre banalidades, e vez por outra, voltavam a se encarar, como se fosse o que conseguiam fazer com maior precisão.

— Lira quer que eu seja apaixonada por você, mas não que te beije. — Brincou Alexia, pegando a tigela que ele lhe entregava com tomates picados para despejar no molho. — A mente das crianças é muito lógica. — Completou sorrindo.

— E você está apaixonada por mim? — O moçambicano perguntou com picardia.

— Eu gosto de você. — Ele arqueou uma das sobrancelhas, e ela continuou. — Gosto muito de você.

— Mas não está apaixonada? — Tornou Miguel.

— Talvez esteja. Um pouco. — Respondeu, sem o encarar, experimentando o molho. — Isso está muito bom. — Mudou o assunto, e sentiu que era abraçada por trás.

— Só um pouco apaixonada? Estou mal nisso. — Provocou. — Porque eu já te amo. Muito. — A morena não teve certeza de seus batimentos cardíacos por mais que alguns segundos, e ficou estática, até sentir sua respiração voltar ao normal.

— O molho, Mugui. Vai queimar. — Ela disse, desvencilhando-se dele e sabendo que seu rosto mostraria seu desconcerto.

— Amo quando finge não ouvir o que eu digo. — Ele brincou, afastando-se e colocando as louças sujas sobre a pia.

— É muito estranho ouvir declarações, sendo que eu sempre era a primeira a dizer como me sentia. — Confessou Alexia, desligando o fogo e se virando para ele. — Eu não quero me precipitar outra vez, Mugui. Somos os dois muito intensos, e não quero que isso entre nós acabe e que nos machuque. — Seu olhar denotava sua preocupação. — Tenho tanto medo de estragar o que temos.

— Lexi, olha para mim. — Ela obedeceu, e encontrou os olhos castanhos a demonstrarem um carinho absurdo. — Isso não vai acabar. Você não vai estragar tudo. Lembra de quando nos conhecemos? — Ela assentiu e Miguel continuou. — Você disse que eu fugiria se fôssemos namorados por causa da sua intensidade. Mas, naquela noite, eu tive certeza que era isso que me atraia, seu jeito espontâneo e sem medo de dizer o que pensava. Quando te reencontrei e vi que você era real, não um fruto da minha imaginação, eu entendi que jamais conseguiria me afastar, nem que quisesse. — Ela sentiu seus olhos marejarem, e viu-se amparada pelos braços dele. — Não tenha pressa para dizer que ama, você pode levar o tempo que precisar, eu sempre vou estar aqui. Só me deixa cuidar de você e não me faça parar de dizer o quanto te amo. — Ela o abraçou, emocionada, sem forças para resistir ao que sentia, ao que se formava ali.

O restante da noite se passou entre declarações mudas e conversas amenas, seguidas pelos comentários ocasionais de Lirhandzo. Depois de comerem e lavarem toda a louça, deitaram os três sobre o carpete para assistir um filme infantil que passava na TV. Enquanto a menina prestava atenção, eles aproveitavam para se aproximarem ainda mais, olhando um para o outro mais do que para o filme que seguia. Quando já estava prestes a dar dez da noite, viram que Lirhandzo dormia sobre o carpete, calma, e Alexia pediu para ele a deixar com ela. Eles a levaram para o quarto da morena, o único já equipado com cama e guarda-roupas, e depois se despediram na porta.

— Aqui a chave do carro da Lice. — Ela disse, entregando-a para Miguel. — Amanhã vamos dormir até tarde, então não se preocupe em devolver cedo.

— Eu poderia pegar um moto-táxi, Lexi. — Justificou-se ele.

— Ai, Mugui, eu gosto muito de você, mas tem que parar de tentar sabotar a ajuda que recebe. — Ralhou ela.

— Vou aprender. — O outro respondeu com um sorriso, e esgueirou-se para a beijar. — Queria ficar mais, mas amanhã preciso colocar os pães para assar bem cedo. — Completou, passando os polegares pelo rosto sereno da morena, como se quisesse gravá-la em si.

— Eu sei, Mugui. Eu também queria que ficasse, mas sei que precisa ir. — Outro beijo. — E se prepare, amanhã vai ter que dizer ao meu pai quais suas intenções. — Ela disse, com uma expressão que imitava a de alguém bravo, o que arrancou um riso divertido de Miguel.

— São as melhores possíveis. — Ele respondeu, colocando os braços para trás, como se estivesse envergonhado, e Alexia gargalhou.

— Você disse isso uma vez e estava mentindo. — Brincou. — Até amanhã. — Falou, voltando a beijá-lo uma última vez, sem ter forças para se afastar.

Depois que ele finalmente conseguiu ir embora, Alexia voltou ao quarto, e encontrou Lirhandzo sentada na cama, sonolenta, a encará-la com curiosidade.

— Ei, já acordou, mini adulta? Pensei que ia dormir a noite toda. — Contou a mais velha, sentando-se ao lado dela.

— O papai foi embora? — Perguntou a menina, segurando o rosto com as mãos.

— Sim, acabou de ir. Você vai dormir comigo hoje, tudo bem? — A garotinha sorriu e a abraçou, mostrando sua felicidade.

— Lexi, posso te perguntar uma coisa? — Pediu Lira.

— Claro, mini adulta.

— Agora que você é namorada do meu pai, vai ser minha mãe? — A morena sentiu o coração a acelerar com a pergunta, e percebeu o quanto ansiava por aquele título, mesmo que de forma inconsciente.

— Você quer isso?

— Quero. — Respondeu a pequena, baixando o olhar, aparentemente envergonhada.

— Então, eu ficaria feliz em ser sua nova mãe. — Concordou Alexia, beijando a testa da menina, e afastando seu cabelo para a encarar melhor.

— Eu posso te chamar de mãe? Não precisa ser Lexi? — Os olhos da mais velha lacrimejaram com a sugestão, e ela abraçou a pequena com mais força, como se quisesse ter certeza daquela ligação que sentia.

— Isso me faria muito feliz, minha mini adulta. — Minha filha. Completou mentalmente, sentindo que algo muito grande e puro começava ali.

Eu não tô emocionada com a Lira não, né? Aproveitem que os próximos capítulos tem muita emoção e talvez mais alguma treta. 

E eu amo um casal! MuXi ou MiLexi? Estamos entre essas duas opções. Podem chamar como quiserem, porque eu só sei que os dois são incríveis juntos... <3 <3 

O que acharam do capítulo? Contem aí e me deixem mais feliz ainda. 

Por último, palpite sobre os gêneros dos bebês da Alice? E sugestão de nomes? 

Até quinta, alecrins. 

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