Ella

O Aaron me observava atentamente, depois de um tempo balançou a cabeça.

—- Você é incrível Ella, uma mentirosa compulsiva isso sim.

Respirei fundo.

—- Ok Aaron, eu queria ter uma conversa educada com você, mas é impossível. 

—- E a culpa é de quem? —- Ele se aproximou novamente. —- Minha? —- Ele sorriu.

Balancei a cabeça.

—-- Não minha,por um momento pensei que você não fosse tão burro, para não vê a verdade na sua frente.

O rosto do Aaron tomou um tom avermelhado, ele veio em minha direção, por reflexo dei um passo para trás, mas isso não impediu dele me pressionar contra a parede. Sinto uma forte dor nas costas.

—- Você ficou doido é? Vai partir para a violência, não consegue conversar. No final você acabou virando um animal?!

A minha voz saiu muito alta. Ele me encarando, as suas mãos ainda estavam  em meu braço, me impedindo de me mover. E naquele momento eu realmente percebi, ele mudou, e muito, e infelizmente para pior. Respirei fundo.

—- Você! —- Ele apontou um dedo para o meu rosto. —- Você é a culpada, eu estava indo muito bem até você aparecer novamente, você é assim Ella aparece só para destruir o psicológico de qualquer um, foi assim no passado e está sendo assim agora. —- A sua respiração era irregular, o Aaron me encarando com muita raiva.

— Minha? A culpa é minha?  —- sorri não acreditando nas suas palavras.  —- Não, a culpa é sua, a culpa foi sua de não pôr um limite no seu relacionamento com a Sofia no passado, a culpa foi sua de não vê a verdade, e a culpa foi sua de me fazer esconder que estava grávida de você. —- Falei todo de uma vez, sentindo a minha garganta ardendo a cada palavra que eu falava.

—- A culpa foi minha!? De você ser uma mal caráter, a culpa foi minha de você esconder que eu tinha uma filha? —- Ele sorri não acreditando nas minhas palavras. — Eu gostaria de nunca ter te conhecido.

—- Saí de perto de mim Aaron. —- Os meus olhos ardiam sem parar, a minha garganta estava seca. —- Me debati tentando me soltar. Mas o Aaron não deixou, ele continuou me segurando com força.

—- Não gostou de ouvir a verdade? não é mesmo.

—- Me solta!

Mas ele continuou a me pressionar contra a parede, os seus olhos permaneceram olhando para o meu rosto, a minha respiração estava tão irregular, o meu peito subia e descia rapidamente.

Mas eu não estava preparada para o que vinha a seguir, Ele segurou o meu rosto e me beijou, por um momento eu não pude acreditar no que ele estava fazendo, me debati tentando me soltar, ele esmagava os seus lábios contra os meus com força. debate até conseguir me soltar, abaixei a cabeça tentando me recuperar do que tinha acabado de acontecer. As minhas mãos tremiam sem parar, o meu coração acelerado batia no peito em um ritmo anormal.

Ao levantar o rosto o vejo me encarando, por um momento o seu olhar era de arrependimento, mas depois mudou. O Aaron passa o dedo na boca devagar olhando para mim.

— Você continua com o mesmo gosto de antes — Sorri olhando atentamente para mim. 

O ódio dominou a minha visão, a única coisa que eu vejo é um vaso em uma pequena mesa do meu lado. Peguei o vaso com força lancei em sua direção, eu não sei se o Aaron por um momento não acreditou que eu lançaria, mas em um momento ele tinha um sorriso no seu rosto, no outro ele me encarava sem acreditar no que eu acabei de fazer, sangue escorria da sua cabeça.

O meu coração acelerou, ok eu lancei o vaso, mas no fundo eu não queria acertar, afinal eu não queria ser presa por agressão, ou tentativa de homicídio, afinal eu não sabia como isso ia terminar. Ele continuava me encarando, colocou a mão na cabeça e depois olhou, vendo que estava toda manchada de sangue. Ele me encarou novamente.

—- Você ficou maluca?!

As minhas mãos tremiam, eu não sabia o que fazer, o Aaron ficou pálido e se sentou, desesperada procurei alguma coisa para estancar o sangramento. fui até o banheiro e peguei uma toalha voltei para a sala e pressionei o sangramento.

—-- Você é doida Ella?! Não percebe que quase me matou,. —- Ele falou ficando mais pálido a cada momento.

—- A culpa é sua, pensei que tinha parado com a mania de beijar alguém a força, seu idiota. —- Ele abriu a boca para responder, mas logo a fechou fazendo uma cara de dor.

—- Precisamos ir ao hospital. —- Falei preocupada.

—-- Precisamos ir a uma delegacia, sua louca!

—- Duvido que você consiga chegar na delegacia sem desmaiar deste jeito. Imbecil!

A expressão do Aaron se fechou.

—- Onde está a chave do seu carro? —- Falei procurando em todos os lugares.

Ele me encarou com ódio.

—- Eu não preciso da sua ajuda.

Apertei com força a toalha na sua cabeça, neste momento ele gritou de dor, olhou para mim querendo me matar.

—- Então vai dirigir assim até o hospital?

Ele não respondeu.

—- Foi o que pensei.

Ele se levantou, continuei fazendo pressão no corte. O Aaron me entregou uma chave e com dificuldade saímos dali. Já na garagem do prédio o ajudei a sentar no banco da frente mesmo ele reclamando sem parar.

—- Você me paga por isso Ella. — Ele fazia pressão no sangramento enquanto eu dirigia até o hospital.

—- Parece que já está melhor, afinal já está me ameaçando, não é mesmo?

O Aaron ficou em silêncio até chegar no hospital.

Mesmo tentando ajudá-lo a sair do carro ele não deixou.

Ao chegar na recepção uma enfermeira nos atendeu, estou  ao seu lado em uma marca esperando o médico chegar, a todo momento o vejo me encarando como se não acreditasse no que eu fiz.

Eu desviei o olhar a todo momento, porque até eu não estava acreditando no que eu fiz.

O médico apareceu e cuidou do corte da sua cabeça, no final saímos do hospital uma hora depois. O Aaron do meu lado no carro com uma cara de merda, e cinco pontos na cabeça.

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