capítulo 02
Ella.
Preparei um café da manhã para a minha filha, estou terminando de arrumar a mesa quando a Luna apareceu segurando o seu ursinho de pelúcia, ela esfregou os olhos olhando com interesse todos os cantos da casa, sorri ao me aproximar dela.
—- Dormiu bem meu amor?
Ela me olhou com aqueles olhos incrivelmente azuis, impressionante como Luna se parece com o pai.
—- Dormir mamãe, onde nós estamos?
—- Você se lembra da tia Flora?
Ela balançou a cabeça afirmando que se lembrava.
—- Pois estamos na casa da tia Flora, vamos ficar na casa dela por um tempo. O que você acha, é como uma férias. — Ela sorriu
—-- Que bom! Estamos de férias então?
Sorri para ela
—- Sim meu coração estamos de férias.Mas agora que tal tomar um delicioso café da manhã com a mamãe.
Luna se sentou na cadeira e começou a comer panquecas e a beber um pouco de suco de laranja. Respirei fundo olhando para ela, em cinco anos aconteceram tantas coisas, ao descobrir que estava grávida pensei que estava tudo acabado, a faculdade o meu futuro, tudo, mas estava muito errada em relação a isso, ter a Luna me deu uma força que jamais pensei ter na minha vida, quando eu a vi pela primeira vez olhando para mim o meu coração se acelerou de uma forma que pensei não ser real afinal eu nunca senti um amor tão grande na minha vida, a minha tia me ajudou tanto, ela fechou a cafeteria por um mês para ficar comigo em Nova York. Mas depois ela teve que voltar, foi aí que eu senti na pele o que é ser mãe solteira e fazer faculdade, era muito difícil, minha tia me ajudou durante os primeiros seis meses, mas graças a Deus consegui um emprego de meio período na lanchonete da faculdade. Mas foi tão difícil quantas vezes eu fui para a faculdade com o coração na mão por deixá-la na creche, mas essa era a única escolha que eu tinha, afinal eu precisava trabalhar e estudar para dar um futuro melhor para a minha filha. Por várias vezes pensei em ir atrás do Aaron, afinal ele é o pai mas confesso que não consegui em nenhuma das vezes, tudo que ele me falou na última vez que nos vimos ainda está gravado na minha alma. Eu não conseguiria ser humilhada por ele novamente, e no fundo tinha medo dele tirar a minha filha de mim, eu não suportaria isso. Mas agora estou tão envergonhada por não ter procurado saber mais coisas sobre a minha tia, eu me sinto culpada porque sei que tive uma parcela de culpa no que está acontecendo com ela agora.
Depois de tomarmos café arrumei a Luna. Precisava ir ao banco, eu precisava tentar alguma coisa.
Às nove nós já estávamos na porta do banco. Ficamos esperando uns vinte minutos até sermos atendidas. Uma senhora de cabelos negros nos atendeu. Coloquei a Luna na cadeira do meu lado e dei a ela o meu celular para ir brincando enquanto eu conversava com a senhora.
Ele me olhou levantando uma sobrancelha como se me conhecesse.
—- Bom dia.
—- Bom dia. Eu gostaria de saber como está a hipoteca da cafeteria da minha tia.
—- Me desculpa, mas não posso dar informações sobre nossos clientes.
—- Eu sou a sobrinha dela, a minha tia é a Flora, ela tem um café há muitos anos no centro. Talvez você conheça.
Ele me observou novamente.
—- Eu te conheço, você é amiga da Vitória não é?
Sorri ao ouvir o nome da minha amiga que agora está trabalhando em Paris.
—- Sou sim. Você a conhece?
A senhora sorriu. —-- Eu sou a mãe de Vitória.
—- Me desculpa não a reconhecer.
—- Não precisa se desculpar por isso, afinal já se passaram cinco anos na é mesmo.
—- Sim.
—- Eu sei sobre a sua tia, ela está melhor?
— Ela está se recuperando.
—- Que bom. Mesmo você sendo sobrinha dela é contra as regras do banco eu te dar informações sobre a sua tia. mas eu posso te garantir que sim, a Flora fez a impotência do café a uns três anos atrás, mas ela não conseguiu quitar as parcelas e o banco pediu o imóvel.
Respirei fundo.
—- Não tem nada que podemos fazer?
—- A sua tia tentou mas não deu em nada, eu não sei se você percebeu mas a cidade mudou muito nesses cinco anos, temos muito mais prédios do que casas. Passamos por uma crise e muitas pessoas acabaram se mudando. Com isso a maior empresa de construção adquiriu os imóveis e demoliram para construir algo novo, provavelmente será essa empresa que comprará o café da sua tia.
—- Qual é o nome da empresa?
—- Talvez você possa ter ainda alguma relação com eles.
—- Porque?
—- Se eu não me engano você era namorada do filho deles a cinco anos atrás.
— A Empresa do pai do Aaron. — Falei baixo
—- Sim. praticamente toda a cidade pertence a eles agora. A única chance que você tem é conversar com eles e pedir mais um prazo.
—- Entendi, muito obrigada por me contar tudo isso, vou ver o que eu posso fazer. —- Falei me levantando.
—- Eu espero que você consiga, melhoras para a sua tia.
—- Obrigada! —- Segurei na mão da Luna e saímos.
—- Já terminamos mamãe?
Estou colocando ela na cadeirinha.
—- Ainda não meu amor, agora vamos visitar a sua tia no hospital. Ela está dodói .
Liguei o carro, porque tudo tem que terminar com o Aaron. Merda! Quando eu penso que posso resolver as coisas me vem essa, Eu posso ir até a empresa do pai dele. Pelo menos nas vezes que eu conversei com ele ele me pareceu ser uma boa pessoa, mas infelizmente isso envolve dinheiro e dinheiro muda as pessoas drasticamente.
Entrei no hospital e fui até a recepção. Desta vez foi uma outra enfermeira que me atendeu.
Quando chegamos no quarto vejo a minha tia deitada assistindo televisão. Ela quando nos vê sorri.
—- Luna! Você cresceu tanto minha princesa.
A minha filha se aproximou abraçando a minha tia.
—- Como você está hoje tia?
— Eu estou ótima, já falei para o médico me liberar, mas ele vai fazer isso só às uma da tarde. E você ? conseguiu descansar?
—- Dormir muito bem tia. —- Menti.
—- E a Luna? —- Ela perguntou curiosa.
—- A Luna é muito boa em dormir se deixar ela ficar até tarde.
Luna sorriu para mim.
As uma da tarde o médico apareceu para dar alta a minha tia, mas não antes de me falar para cuidar dela. Ele passou uns remédios e estávamos liberadas.
No carro estava silencioso demais. Acho que ela está desconfiada que eu saiba de tudo, por enquanto não vou falar nada para ela, afinal ela ainda está descansando, mas vou ter que conversar com ela depois.
Chegamos no apartamento, A Luna foi direto para a sala e colocou um desenho para assistir. Fui com a minha tia até o seu quarto. Ela se sentou na cama e ficou me encarando.
—- Eu preciso te falar uma coisa, tia, —- Ela não falou nada então prosseguir. —- Depois de amanhã eu vou voltar para Nova York. Eu vou pegar o restante das minhas coisas e da Luna e vamos morar aqui por enquanto.
—- Você vai largar tudo que tem em Nova York só porque eu passei mal Ella?
—-- Eu não tenho nada em Nova York que me prenda tia, e aqui eu tenho você, vou te ajudar em tudo que for preciso, aqui estarei com você.
—- Ella. Você não precisa fazer isso por mim.
Me aproximei me sentando do seu lado.
—- O meu arrependimento é não ter feito isso antes. E não adianta discutir, eu já tomei a minha decisão. Eu vou voltar a morar com você tia, e vou te ajudar em tudo que precisar.
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