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Como tudo começou

Heyoon

— oi meu bem — sorrio dando um beijo em sua testa

— ontem eu estava dando uma organizada com a Savannah, é eu sei que se eu estivesse fazendo isso sozinha você me matava. — me sento na poltrona ao seu lado

— e eu achei aquele livro que você insistia em esconder de mim... mas claramente não escondeu o suficiente — solto um sorriso nasalado que sai mais como algo desesperado do quê da forma irônica que eu queria que saísse

— eu passei a noite em claro lendo ele e então resolvi vir aqui te contar as minhas partes favoritas — passo a mão pela capa um pouco empoeirada e então abro o livro na primeira página, o início de tudo.

Joshua

  I have loved you since we were 18

Long before we both thought the same thing

To be loved and to be in love
And all I can do is say

That these arms are made for holding you ❞

— Sinceramente, eu acho que pra mim já deu — digo colocando o último copo de dose que eu havia tomado sobre a mesa de centro da casa

— Você é claramente muito fraco com bebida, Josh. Você bebeu o quê ? 3 ou 4 doses ? — Sina ri sentada ao colo de Noah enquanto vira a sua 7ª dose. Ela ainda parecia claramente sóbria o quê era impressionante

— Para sua informação, foram 3 porém eu já estou me sentindo bem tonto, acho que vou tomar um ar — Digo me levantando com uma certa dificuldade pela visão turva

A verdade é que eu ainda aguentaria mais doses porém isso com certeza resultaria em um PT logo menos e eu não sou do tipo que curte cair de tão bêbado... pelo menos não hoje.

Passando pela multidão que estavam apertados na casa eu fui em direção a cozinha atrás de uma garrafinha de água antes de qualquer coisa, abri a grande caixa azul que estava cheia de gelo e bebidas caçando qualquer garrafa de água, eu sabia que teria aqui em algum lugar

— Hey garanhão, não está com os teus amigos, por quê ? — a voz que eu logo reconheço me pergunta assim que eu encontro a garrafa que eu tanto cacei

— Oi Brianna — sorrio sem jeito — ham... é... — passo uma mão sobre os meus cabelos — eu não estou me sentindo muito bem então tô indo tomar um ar

— Josh Beauchamp está indo tomar um ar ao invés de encher a cara com os amigos ? estamos evoluindo — ela ri claramente já alterada, agora não sei se era pelas bebidas ou por drogas, ou até mesmo pelos dois.

— É, acho que chega uma hora em que a gente começa a querer mais do quê álcool e festinhas — sorrio forçado — bom, eu vou indo Brianna foi bom te rever — digo rápido na tentativa de me livrar o quanto antes dela

— Ok, se quiser mais ainda além de álcool e festinhas... me liga — ela pisca um olho antes de sair

Brianna e eu já tivemos alguns " casinhos " mas nunca passou de nada além de " tô extremamente alcoolizado e seria legal uma transa sem compromisso agora "

Eu não tenho certeza do quê estava acontecendo comigo mas a quase um mês atrás eu perdi o interesse nisso tudo, comecei a ler livros clichês e isso começou a me parecer mais interessante do quê qualquer social ou qualquer rolo de 2 semanas com garotas

quando eu finalmente consigo sair pela porta de trás da casa que dava direto para a praia eu sinto a brisa gelada da maré batendo sobre o meu rosto o quê me faz soltar um longo suspiro de alívio

sem pensar duas vezes eu tiro os meus sapatos segurando-os em minhas mãos e desço do deck da casa já sentindo a areia macia em meus pés

eu ia caminhar em direção a casa mas percebo que tinha alguém ali sentada na areia sozinha observando o mar enquanto abraçava as suas próprias pernas

— com licença — digo e a menina me olha assustada provavelmente por não ter percebido a minha presença ali antes. Agora vendo mais de perto os seus olhos pareciam vermelhos e inchados e eu agradeço ao meu instinto de bondade por não ter passado reto e deixado ela aqui sozinha — eu não queria te assustar — digo nervoso

— não, tá tudo bem... — ela falava me olhando e dando um sorriso claramente forçado — posso ajudar ?

— acho que quem precisa de ajuda é você — tento parecer o menos psicopata possível, afinal eu sou um estranho que veio falar do nada com ela sozinha em uma praia no meio da noite — você está bem ?

— ah, tô sim foram só alguna problemas pessoais com a minha mãe... acho que nada que um estranho possa resolver, sem querer ser grossa claro — ela fala e volta a olhar pro mar

eu pensei muito em deixá-la ali sozinha mas algo em mim falou mais forte então eu me sentei ao seu lado, ela imediatamente se afastou um pouco e só então eu percebi que pareci um tanto invasivo agora

— eu não vou te machucar — digo como se fosse algo óbvio

— alguém que iria me machucar me diria a mesma coisa — ela fala e eu não consigo identificar se estava brincando ou não

— você estava na festa da Sina ? — ela pergunta e eu balanço a cabeça positivamente apoiando os meus braços na areia

— você a conhece ? — questiono

— sim, eu também deveria estar lá agora mas acho que ela me convidou por pena — a garota fala e eu continuo apenas prestando atenção — somos vizinhas agora e ela queria que eu me enturmasse mas digamos que eu não sou muito sociável e não estava muito na vibe

— você veio de onde ? — pergunto enquanto pego um pouco de areia e jogo de volta distraído

ela me olha por alguns instantes como quem me analisava ou procurava uma arma, não sei

— Inglaterra. — ela fala sem mais rodeios e confesso que foi uma boa resposta afinal a Inglaterra é enorme e eu não sou nenhum adivinha pra saber da onde especificamente

— E porque veio ? você não parece tão contente com a mudança — digo agora sentando com as pernas cruzadas e me virando pra ela

— Acho que pra um estranho eu tô te dando informações demais porém... — ela fala e eu dou de ombros, afinal ela me conta o quê ela quiser contar, não tô obrigando nada.

— Minha mãe saiu da reabilitação agora e merecia uma secunda chance — ela fala e eu sinto o fraquejar da sua voz, esse deve ser um assunto dolorido pra ela e eu não julgo.

— Os americanos são todos assim ? — ela me pergunta mudando de assunto repentinamente o quê só me confirma o pensamento anterior

— assim como ?

— de conversarem com estranhos sem  motivo algum. Você pode não ser um psicopata mas nada impedi que eu não seja uma — ela conclui e novamente eu não consigo identificar se está brincando ou não

— com certeza não, acho que talvez eu seja um pouco idiota por estar aqui agora mas você parecia sei lá... — eu não sabia a palavra certa para definir

— solitária ? depressiva ? com fome ? — quando eu ia contestar ela conclui — se for essa a impressão que eu passei está certinho porque é exatamente isso que eu tô no momento — ela sorri pela primeira vez naquela noite e eu sinto que está começando a se sentir mais confortável com a minha presença

— eu ia dizer que parecia triste e precisando de um abraço ou de uma boa dose de vodka e também que é perigoso ficar aqui sozinha esse horário então mesmo que eu não viesse falar com você provavelmente eu ficaria de olho do deck da casa — digo me virando para casa como se mostrasse qual o lugar que eu estava me referindo

— aí ia parecer ainda mais psicopata do quê você já tá parecendo — ela dá outro sorriso mas dessa vez sem mostrar os dentes

— bom, eu acho que vou voltar pra casa... já deu tempo o suficiente da minha mãe achar que eu curti muito a festa e fiz vários amigos — ela diz se levantando e então eu faço o mesmo logo em seguida

— você sabe que às chances de eu deixar você ir sozinha são praticamente nulas né ? — eu digo sincero

— não sei se é mais perigoso ir com você ou ir sozinha — ela fala tirando a areia de sua calça

— bom, a minha companhia não é opcional — digo indo em direção a saída da areia — e eu já disse que não sou um psicopata

— e eu já disse que se você fosse um você também me diria que não é — ela fala vindo atrás de mim

— ok, você pode me chamar de psicopata o resto do caminho e me agradecer quando chegar em casa em segurança — falo subindo na calçada e virando a direita

— isso SE eu chegar em casa — ela fala dando ênfase no " se " e eu reviro os olhos virando a esquerda e seguindo o caminho

— o espertalhão — ela me chama e eu viro pra ela

— eu já disse que eu não sou... — começo quando ela me interrompe

— minha casa é pro outro lado — ela fala arqueando uma sobrancelha e eu solto um " a " antes de seguir na mesma direção que ela

o resto do nosso caminho foi curto e silencioso até chegarmos no final da rua aonde a Sina morava e a tal menina parar em frente a uma casa com tijolos por fora e uma porta muito chique de madeira no centro

— de nada — digo dando um sorriso ladino

— eu só aceitei a sua companhia porque você têm cara de mongo, era só dar uma joelhada no seu pau e sair correndo, você claramente não conseguiria correr atrás de mim — ela fala enquanto destranca a porta e então ouço uma voz feminina vindo de dentro da casa

— filha ? — a voz parecia vinda do andar de cima ou algo assim pois estava bem distante

— bom... obrigada pela companhia, me deixou menos solitária. Foi bom falar com um estranho agora eu acredito não ser psicopata — ela fala e eu solto um sorriso colocando minhas mãos nos meus bolsos

— boa noite estranha — digo me virando para voltar pra casa da sina

— boa noite psicopata — ela diz e eu nego com a cabeça olhando pra trás vendo ela entrar e fechar a porta

só então eu sigo o meu caminho já ouvindo o som estrondoso vindo da casa da Sina, a festa ainda estava com tudo

Essa com certeza foi a noite mais aleatória de toda a minha vida

•••×•••

oi meus amores

eu tô bem animada pra essa short fic, não vou mentir

o quê vocês acharam do primeiro capítulo ?

•••×•••

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