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Capítulo 1


"Estou acima das nuvens e passa tudo lento,
Os carros e suas luzes, eu sempre me perco,
Encontre suas asas antes que pegue fogo em tudo,
Olha de cima e diz: Desculpa, mundo,
E já que vim sem nada, agora eu quero tudo,
Só não vou embora antes de dizer: Desculpa, mundo"

(Nill - Camurça)


Acordei... De novo. Todos os dias têm sido uma grande roleta russa. Eu tento me manter forte mesmo quando as vozes vem me sufocar. 

Levantei-me da cama e me arrastei até o banheiro para a primeira água do dia...

"- Você vai tomar banho? Como se isso fosse te ajudar de alguma forma! Você sabe muito bem que não vai ficar mais bonita ou apresentável com isso, né?"

Ela acorda junto comigo e não para de falar... é tão desagradável e sufocante... Mesmo assim fiz um esforço, os corredores parecem uma longa caminhada até o banheiro. Assim que tiro a roupa me sento na privada, estou desanimada e não tenho forças para me manter de pé. Fiquei muito tempo ali vendo vídeos curtos para tentar ao menos não ouvir ela gritar na minha cabeça.

Quando passou quase uma hora eu entrei no box e comecei a me lavar, pode até não resolver o problema, mas no calor que faz no Rio de Janeiro com certeza essa água alivia alguma coisa. Coloquei minha skin de boa carioca que sou - Short e Top - e fui para a cozinha.

Comecei a colocar a água pra ferver enquanto lavava as louças que haviam ficado da noite anterior. Assim que a água ferveu eu fui ver o que tinha para comer junto com o cafezinho que eu estava passando no coador...

"-Você vai comer? Você nem se lembrou de tomar seus remédios. E vai comer pra que? Já está enorme de gorda... Por isso que seu ex ficava controlando sua alimentação, alguém tem que controlar já  que você não para de comer!!"

Respirei fundo, fui ao quarto pegar a bolsinha de remédios, separei, tomei e peguei apenas alguns biscoitos pra comer com o café. Me sentei na sala, no lado esquerdo do sofá - O meu lado favorito - fiquei comendo enquanto via qualquer vídeo do youtube para não precisar ouvir ela.

Assim que acabei pus a louça na pia e voltei para o quarto, escuro como sempre... O youtube continuou ligado, nem estava de fato prestando atenção no que estavam falando, eu só queria que isso parasse...

"- Ninguém nunca vai te querer, fala sério, por que alguém ficaria com você? Você só vive assim, doente, deprimida, não sai desse quarto pra nada, e quando sai é só pra comer, não pensa em mais nada, não faz mais nada, que droga de pessoa você é? E porque ainda insiste nisso? Se enxerga ninguém vai sentir sua falta, ninguém sente, olha seu celular, quantas mensagens tem? Acho que nenhuma né...

Eu não suporto isso, não suporto essa dor, essa angústia, ela me rasga que parece que alguém abriu meu peito com uma faca de cozinha e puxou meu coração com a mão pra fora. Eu me levanto somente para que as  lágrimas rolem para fora de mim... Está doendo muito, dói demais, eu coloco a mão no peito enquanto choro em prantos pedindo por favor para que ela pare, fico com as unhas cravadas em minha pele para não acabar me socando ou causando machucados piores... E ela só aumenta a frequência, aumenta a dor e fica cada vez pior. Depois de algumas horas desse inferno minha cabeça começou a explodir de tanta dor. Eu voltei a deitar e me esforcei o máximo que pude pra manter os olhos fechados, logo cochilei. 

Quando acordei já era hora do almoço, mas eu estava me sentindo dolorida e enjoada, não conseguia nem pensar na ideia de ter algo dentro do meu estômago. Eu abri a geladeira e peguei a travessa de doces que fiz no dia anterior para terminar de aprontar. Trabalhar vendendo doces é bom pois desestressa. Comecei a faze-los, transformando os pedaços em lindas bolinhas e colocando nas formas, enchendo o tabuleiro e logo em seguida na caixa de entrega. É uma coisa que eu amo fazer, nesse breve momento ela fica quieta... 

Depois de algumas horas trabalhando eu liguei para a moça que ia buscar os doces e fui me aprontar, apenas botei uma blusa por cima do top, joguei uma xuxinha no cabelo e fui até a estação levar os doces, nesse curto caminho ela volta... E claro, com muito mais força.

"-Agora é sua chance, olha quantos carro, ônibus e caminhões estão passando não rua... Não é possível que ainda tenha esperanças, sua mãe te abandonou, seu pai... Não preciso nem dizer. Sua avó morreu, seu ex foi ficar com outra, e os caras que te procuram é unicamente pra sexo! Você realmente quer continuar vivendo assim? Sua saúde tá um lixo, você não pode trabalhar, não consegue ir pra faculdade, seus amigos estão vivendo a vida deles enquanto você mal sai de casa para fazer suas entregas, está pálida e com os cabelos fracos... E nem pense em entrar em aplicativos de relacionamentos, ninguém vai querer conhecer alguém como você..."

Segui firme o meu caminho até chegar á estação, entreguei a caixa de doces pela grade e a moça sorriu agradecida, esse pequeno momento me dá uma certa felicidade. A estação é alta e em baixo tem os trens, obviamente que ela não perderia a oportunidade.

"Por que não vai agora? Olha pra baixo... Seria certeiro e sem dor!"

É claro que eu olho pra baixo, mas viro as costas e desço a estação. Ao pé da mesma tem um jornaleiro onde paro para comprar um maço de cigarros e fui caminhando enquanto ascendia o primeiro.

A noite passou passou voando, nem sei exatamente o que aconteceu, tem horas que isso acontece, passa tudo tão rápido que eu nem percebo...

Na hora de dormir eu percebo como consegui sobreviver mais um dia, ela não vai embora, mas mesmo assim eu consegui, mais um dia...

Pego meus remédios para tomar antes de dormir também e vou a cozinha beber um copo de água...

"-Poderia beber tudo, assim também seria indolor, eu te levaria voando em meus braços... E você minha linda, poderia finalmente descansar de tudo isso... Você não está cansada? Não sente a dor no peito e o peso nas costas?"

Eu estou cansada, talvez mais cansada do que eu jamais estive, sinto muita dor no peito e muito peso nas costas. Eu engulo meus remédios, somente o necessário. 

Apesar de tudo, do cansaço, da dor e do peso, a resposta pra depressão e pra morte é: Hoje não!


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Tags: #depressão