Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XVII - Segredos das Artes das Trevas (Parte 2)


Afastei o cobertor e pendurei as pernas para fora da cama. O colchão ruiu baixinho e, por cima dos ombros, vi Loreynne resmungar e revirar-se. Eu solto o ar preso nos pulmões e piso o chão frígido com as pontas dos pés. Coloquei a tiara, e peguei a varinha e um espelho na gaveta do criado-mudo e os sapatos e a túnica que estavam na cômoda. Vesti-a por cima da camisola e segui até a porta. A maçaneta corrupiou lentamente, mas o trinco se recolheu num solavanco. As meninas, no entanto, nada pareceram incomodadas. Deviam estar demasiado cansadas depois de uma noite toda sem dormi. Escapuli para as escadas e subi-as até a sala de convivência. Os castiçais estavam apagados e as cortinas fechadas. A luz que se infiltravam através destas, porém, foram o suficiente para guiar-me até a saída.

Calceias sapatilhas e corri as escadas em espiral que me levariam para longe datorre. Antesde cada curva, apertava as costas na parede e checava o corredor com ominúsculo espelho que cabia na palma das mãos. Não havia a mínima fonte de luzno corredor dos retratos, então, mesmo que um pouco incerta, balancei a varinha.

Lumos!

Ossolados tilintavam no piso e eu tinha medo que isso chamasse pela atenção dealgum professor fazendo ronda por perto. Apressei-me até as escadariasque mudam, e atirei-me na passagem para as masmorras onde Tom me levara uma vez.Não sabia a exata localização ou mesmo como entrar, mas eu daria um jeito —qualquer um — de fazê-lo vir até mim.

Umbramido enfurecido veio a me deter, no saguão. O rosto se virou de supetão e avarinha trocou de mão para iluminar a passagem seguinte. Eu mordo o lábioinferior. Os olhos revezam os dois caminhos e, dando para trás, decido seguirpara a voz irritadiça.

Umaporção de degraus abaixo e deparo-me com o que presumo ser a sala de Poções. Aporta está razoavelmente aberta, mas nenhum archote estava aceso. Empurro-a comuma das mãos e a outra mete a varinha para dentro.

— Olá? — Mas não há ninguém aqui, tampouco, por perto.

Afasto-mee encontro-me perdida no corredor. Deste lado, mais à frente, há o Clube deDuelos, do outro, entretanto, o absoluto nada.

Cerroo punho, confusa de para onde seguir, quando um berro preenche o corredor. Oestômago premiu e eu estico a varinha nesta direção. Um estalido compulsivo meassusta, tendendo a se aproximar, e, trêmula, aperto-me na parede. Os olhos — noespelho — e a luz da varinha procuravam pela fonte, quando algo puxa o meu pé, derrubando-mede costas ao chão e partindo o espelho ao meio. Encolho o pescoço e aponto avarinha para frente. A luz reflete em uma porção de pedrinhas de sílex,que venho a identificar como olhos muito negros, e a criatura — que não consigodistinguir o que é — agarra-me pelo calcanhar com seu par de pinças, retirando-mede seu caminho.

A varinha driblou os meus dedos e se apagou, mas pude ouvir o tilintar das patas dacriatura escapulindo para longe. Tateio o chão a procura da varinha e, assimque a encontro, mais a frente, ouço um clamor absurdo que, prontamente,tirou-me do chão e colocou-me a correr. Eu reconheço essa voz. Era a voz do meu sonho

Na caligem,quase camuflado, posso ver uma silhueta em pé. A varinha na mão, apontada parao garoto no chão. Ele diz algo e parece soluçar em seguida. O braço se arqueia,ameaçador, e o garoto que está no chão se agita de medo.

NÃO FOI! — Bradou.

Expelliarmus! — Intervi, atingindo o garoto em pé, e este lançou-se para trás.

Avarinha ricocheteou pelo ar até as minhas mãos. Eu a aponto para o garotodebruçado ao chão, assim que o percebo alcançar sua varinha com o braço trêmuloque o sustenta — o outro, por sua vez, está ao redor do tronco —. O garotoatingido, aponto-o com a minha e basta agitá-la e acendê-la para me dar contade quem é.

— Rúbeo!

Opeito está agitado, mas não creio que o golpe o tenha ferido. Os olhos quasecobertos pelas grandes sobrancelhas estão chorando, empapando os cabelos e abarba desgrenhada. De quatro, porém, ilumino os olhos jabuticaba de TomRiddle. A sobrancelha sangrando goteja o chão. Os lábios estão roxeados e umpouco inchados, e os dentes estão trincados, mas não sei dizer se era de dor oude raiva. Ele vira o rosto.

*****

Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra, não há nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como rei das serpentes. Esta cobra, que pode alcançar um tamanho gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados pelos seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal, e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.


Estou sentada por cima da colcha, com as pernas encolhidas e os braços acorrentados ao redor delas. Os olhos águam o rosto sem cessar. Arfei quando o corpo protestou a falta de ar e suspirei, voltando a chorar. Meus ombros estremeceram de repente e eu funguei com dificuldade. Ao meu lado, o livro velho e amarelado de páginas emaranhadas e soltas — O ovo e a Criatura. A página aberta exibia como título "O Basilisco", mas eu não consigo mais ler. Refuto-o de todas as formas. Uma dor absurda ameaçando partir-me no peito.

Nenhuma noite jamais se arrastara tanto quanto essa, nem tampouco a Torre da Corvinal esteve tão cheia e, no entanto, tão silente. O céu estava estrelado, o lago negro estava azul como nunca e a lua buscara refúgio entre algumas poucas nuvens. Tudo isso, e nada mais era do que uma noite patife e atroz.

Eu queria gritar. A garganta formigava, o coração batia forte e uma excitação circulando veloz nos pulmões fazendo-os se encher de fôlego. Agarrei o lábio entre os dentes, entretanto e o engoli. O grito esgoelou-se dentro de mim e as lágrimas tornaram-se mais rápidas. Ouço passos às escadarias. Passos ligeiros que, quando próximos, tornam-se leves e cautelosos. Alguém bate à porta e não espera resposta para abri-la.

— Anne? — Chamou-me com sua voz esganiçada. Eu, porém, permaneci imóvel, olhando para a parte negrume do quarto, onde a penumbra da lua não conseguia tocar. — V-você não prefere ficar lá em cima com a gente?

Eu balanço a cabeça.

— Não é bom ficar sozinha. — Fungou. — Fiquemos todos juntos?

— Vá embora, Loreynne!

Ela arfou e respirou bem fundo. A cabeça assentiu, eu vi pela sombra do castiçal do corredor, e a porta se fechou ruidosamente devolvendo o quarto ao escuro.

Estiquei as pernas, bagunçando a cama e passei as mãos no rosto. Um segundo fora o suficiente para as lágrimas voltarem a embebê-lo. Com tamanha raiva, bati os dedos no livro e este deslizou para o chão e se fechou. Uma nuvem de poeira amarela esvoaçou e eu suspiro. Sentia-me traída. Uma fisga horrenda ardendo no meio do peito, enquanto eu me torturara questionando o porquê.

Seria assim, então? Mil anos e ainda estávamos fadados a viver o que nossos ancestrais nos impusera? O herdeiro iria livrar Hogwarts dos nascidos trouxas e vingar a expulsão de Slytherin. Eu, então, o que deveria fazer? Fugir para bem longe e aguardar para ser caçada? Morta? Eu arfo.

Aperto os punhos e sinto um gosto agro na boca. Se eu tivesse sido um pouco mais rápida, eu poderia impedi-lo? Se eu não tivesse deixado o Grande Salão, eu poderia impedi-lo? Se eu tivesse contado todas as minhas suspeitas ao professor Dippet, eu poderia impedi-lo? Se eu tivesse a chance de voltar atrás e fazer de novo, entretanto, eu conseguiria impedi-lo?

— Alguma voz do além, por favor, diga-me que sim! — Eu imploro ao silêncio, com medo de ele significar que não.


Deixei a cama apenas quando o sol se destacou no céu. As pernas formigavam recusando-se a me sustentar e tenho de apoiar-me às paredes e nos móveis para alcançar o banheiro. Lavei o rosto na água gelada e um longo suspiro me escapou. Os dedos agarram a pia e meu corpo tremelica de nervoso.

O espelho me encarou e senti-me envergonhada. Os olhos minúsculos marcados de escuro e o branco sumira dando lugar ao vermelho. Nem mesmo a íris parecia azul. Tornara-se negra como a cor de seus cabelos. Eu mordo o lábio e viro o rosto. Tom Riddle. Eu não quero vê-lo. Não quero pensar em seus cabelos negros, ou mesmo estar na mira de seus olhos devassos. Não consigo detestá-lo completamente e isto está me ruindo. Não consigo absolvê-lo, entretanto, e isto assola igualmente. Ele me machucou, ele mentiu — e tudo isso é perdoável. O ocorrido de ontem, porém, não era. Como poderia, afinal?

Liguei a torneira e tornei a lavar o rosto. As mãos trêmulas quase não conseguem reter a água. Estou desesperada de ódio. Não faço ideia de como as coisas serão de agora em diante, e só o que desejo é que tudo não passe de um terrível pesadelo.

Alguém bate à porta do quarto e eu suspiro antes de abrir. Era Guilia, desta vez. Olhos miúdos e ombros caídos. Ela pigarreia.

— Estamos indo para o café, Anne. — Informou. — Peter e Melissa não querem que fique aqui sozinha. Venha conosco?

Guilia esticou-me a mão e eu a aceito, seguindo-a pelas escadarias. As pernas bambas recusando-se a subir. Faço-o mesmo assim e encontro os demais ali, na área de convivência. Murchos como flores no inverno. Virando-me para o globo, porém, quase consigo imaginar Murta, sorridente, enquanto agarra-me para descer. Essa ilusão faz meu peito premir. Eu me viro imediatamente.

Cruzei os braços e tomei a frente. O sol espalha-se pelos corredores, alumiando com força as molduras de Hogwarts. Estamos muito silenciosos. Os solados são os únicos que não podem ser calados. Do outro lado do saguão, quando o alcançamos, próximos ao Grande Salão, Riddle e o restante dos Sonserinos. Meu peito se contorce como se fosse atingido por uma lâmina demasiado afiada e desvio meus olhos. O foco foge para qualquer parte onde ele não esteja. A contraponto, uma brisa abraçou-me; arrepiou-me com seu sopro frígido, seguido de uma sensação estranha que se instalou em meu corpo. Uma sensação de acorrentamento e eu o culpo instantaneamente. Refutou-me, porém, e adentrou o salão. Minhas sobrancelhas se franzem enquanto sigo-o com os olhos e eu não tenho controle sobre isto.

Meus alunos espalham-se pela única mesa ainda vazia. As costas curvadas e os olhos grudados na mesa. Loreynne agarra-me pelo pulso e me leva com ela. Os dedos magrelos e pálidos quase mascarando o roxo que ainda não desapareceu. Ela e Guilia se sentam e eu permaneço em pé. Na verdade, estou encarando Tom Riddle que, discretamente, pareceu-me sorrir. Eu cerro os dentes. Os olhos ameaçando voltar a chorar.

Guilia foi quem me lembrou de ocupar meu lugar. Assim que meus pés passaram para o interior do banco, os professores adentram o Salão e professor Dippet toma a frente. Seu discurso é talhante. O timbre é reconfortante, há compaixão em seu jeito, mas as palavras machucam, mesmo sem a intenção. Guilia abraçou-me e suas unhas afundaram em meu agasalho. As ombreiras estão umedecendo, em papando-se com suas lágrimas, eu sinto, e aperto as mãos tentando me conter.

Viro-me para o outro lado do salão e o encaro amargamente. Tranquilo como um Hipogrifo a desfrutar o céu. Como conseguia? Como pudera não demonstrar qualquer compaixão ou remorso? Como seus olhos permaneciam tão sérios e singelos? Porque não está se revirando de angustia? Male mar, desesperado de culpa? Eu engulo seco e arfo. O infeliz toque das lágrimas voltara a deslizar por meu rosto.

— ...conto com a colaboração de todos e, para o bem-pessoal, espero não encontrar nenhum aluno pelos corredores. Mais do que restritos, estão absolutamente proibidos. É só! — Acrescentou Dippet e foi-se para seu lugar.

— Se já tivesse tomado uma providência antes, isso não teria acontecido! — Diz Guk e eu o repreendo com os olhos.

Loreynne cutuca o café com a ponta do talher e Guilia mal tenta comer, mantendo-se deitada em meu ombro. De cabeça baixa, cravejo o garfo nas salsichas e as trago até mim. O gosto salgado das lágrimas misturando-se com o tempero. É quase torturante.

Madame Vitally fora quem se apresentara para nos acompanhar de volta à Comunal. Os dedos agarrados ao avental e os olhos tristonhos tentando passar algum tipo de confiança que ela mesma não parece ter. Sorriu-nos tristemente e juntou-se a fila da Corvinal. Nem a primeira, nem a última, apenas alguém que se infiltrara ali.

"Como a morte, não tenho calor,
Vivo, mas sem respirar;
Sem sede, sempre a beber,
Encouraçado, sem tilintar."

A aldrava mandara e minha voz enroscou a garganta. "Não insista, pois nada vou dizer", gritou dentro de minha mente. Madame Vitally deslocou-se até aqui e uma de suas mãos apertara-me confortavelmente o ombro.

És um sereiano! — Afirmou ela e a parede deslocou-se.

Os alunos passaram por nós, adentrando ao salão circular. As pernas automáticas, pois nenhum, exatamente, parecera ter direção. Seguiam até um estofado qualquer e derramavam-se por lá. Quando os lugares se esgotaram, amontoaram-se sobre o tapete e não levantaram mais.

— Senhorita Antares, se tiver qualquer trabalho para entregar ou livros da biblioteca, por favor, tenho de os levar ainda hoje. — Informou-me, Madame Vitally.

— Cuidarei de tudo até o almoço, no mais tardar. — Respondo-a sem muito ânimo. A mão repousa em meu ombro e aperta, acolhedora.

— Eu lamento muito!

Cerro os punhos em tamanho desespero. Eu tinha esperança de conseguir ter essa conversa com professor Lancaster. Ele não aparecera, contudo. Fitei-a demoradamente nos olhos, antes de suspirar. Eu subo uma das mãos para afastar a sua. As sobrancelhas grossas e achocolatadas se franzem levemente.

— Madame Vitally, poderíamos conversar em particular?

Desconfiada, Madame Vitally assentiu depressa. Arredei-me dali e encaminhei-me até as escadarias, com ela em meus calcanhares. Abri a porta de meu dormitório e a deixei entrar, antes de fazer o mesmo. Madame Vitally se dirigiu até a cômoda e cruzou os braços. Eu aperto as costas contra a porta e engulo seco. Ela semicerrou os olhos.

— Sabe, essa noite eu mal preguei os olhos. Nem um segundo sequer... — iniciei. — Estive pensando muito no meu diário de sonhos que professora Trelawney confiscou e, —Madame Vitally franze o cenho e encara o chão. — Eu tenho certeza de que tudo isso está lá.

— Como assim?

— Os petrificados, a tragédia e... até mesmo o culpado! — Afirmo. Os olhos ardendo com as lágrimas que insistem em voltar. — Tudo!

— Senhorita Antares, explique-se!

— Naquela noite, eu sonhei com Hogwarts. Estávamos reunidos no Grande Salão, como há pouco, e algo terrível havia acontecido. Lembro-me de ouvir alguém gritando. Um garoto. Depois de ler isso, professora Trelawney teve uma visão. Eu sei que teve.

Madame Vitally entrelaçou os dedos e deu alguns passos perdidos pelo cômodo. Parou de frente com a janela e, após um breve minuto, virou-se sobre os ombros.

— Que ela previu?

— O perigo, peregrina através das paredes. Os olhos do mal atraem a morte. Está faminto e morrendo de sede. Será derramado sangue-de-cobre

"Eu conversei sobre isso com o professor Scales. Estávamos convencidos de que há alguma coisa à solta, em Hogwarts, atacando nascidos trouxas".

A testa se envergou.

— Por que, especificamente, nascidos-trouxas?

— Todos os que estão na ala hospitalar, e — balanço a cabeça, — também... —inesperadamente, eis que os meus lábios crisparam e eu senti a minha língua enrolando. Uma agonia sem igual me tomando, e eu aperto o palmo contra a boca, desnorteada.

— Elizabeth Warren... claro! — Madame Vitally respondeu rigorosa. — Eu compreendo.

A língua desenrolara bem lentamente e eu arfei. O coração estava agitado, pois, por um segundo, tive a sensação de que a traqueia não mais desobstruiria para que pudesse respirar. Eu tento retomar a postura.

— E... o que seria essa coisa? — Refuto-a.

— Eu, hum... — mordo o lábio inferior. — Não tenho certeza, senhora. — Madame Vitally arqueou uma das sobrancelhas, desconfiada.

Ao lado de minha cama, caído ao chão, lá estava o livro velho e amarelado. Peguei-o e comecei a folear.

— Ontem, antes de ir ver a professora Trelawney, eu achei uma criatura chamada Górgona no livro Monstruoso dos Monstros. Na hora, pensei "olhos do mal atraem a morte", mas Trelawney não me ajudou muito quanto a isto.

"Passei a noite procurando em todos os livros que pude, porque sabia que algo não estava certo. Quer dizer, os olhos de uma Górgona petrificam aqueles que ousarem o olhar. Não faria sentido quanto..." a boca se franziu novamente. O ar preso em meus pulmões faz tanta pressão em meu peito, que temo que vá explodir. Eu solto o livro, com certo desespero, irrompendo as mãos para a boca.

— Está certo, senhorita Antares! Acalme-se! — Sobressaltou-se, agarrando-me pelos ombros.— Respire e fique calma. Prossiga devagar. Sei que são muitos sentimentos, muita agonia e ansiedade, mas... precisa manter a calma. Conte-me!

Tossi e tomei fôlego. O coração pulsando em tamanha aflição. Eu suspiro, antes de afirmar com a cabeça e recolho o livro. Pigarreei e engoli seco.

— Madame Vitally, Septima, ela estava de frente para a janela. Katty olhava para o espelho... Andrew, por algum motivo, acabou virando-se para o quadro do Sr. Endorvalho e, eu pensei, o que todos eles têm em comum? — Madame Vitally não me pareceu muito confiante, embora intrigada. O rosto suavizou e eu a entreguei o livro. —Aqui, veja, diz que o Basilisco tem um olhar realmente fatal. Eu o encontrei durante a noite. Faz sentido, a senhora não concorda? Quer dizer... ele não pode me matar se eu não o olhar. Um contato direto, eu digo.

Os lábios entreabriram e o queixo pareceu cair ligeiramente. Madame Vitally seguiu até a cama e sentou-se a beira desta, sem retirar os olhos das páginas, porém.

— Não, Annellyze! — Sussurrou. — Isso não é possível!

— Mas, Madame, eu estou certa que sim! — Insisti.

— Uma cobra deste tamanho? — Olhou-me com indignação. — Qualquer um já teria visto. Como isto iria saber quem é nascido-trouxa e quem não?

— Saberia, se controlada por alguém!

De um ímpeto, Madame Vitally levantou-se e fechou o livro. Uma pequena cortina de poeira ergueu-se em frente do rosto sério e rigoroso.

— Senhorita Antares, eu lhe asseguro, nenhum aluno ou professor jamais conseguiria entrar em Hogwarts com algo deste tipo.

Os dentes agarraram o lábio inferior e os olhos desviam para o chão. Cerrei os punhos e abaixei a cabeça.

— Madame Vitally... e se ele não foi trazido agora? E se já estiver aqui há muito tempo?

Ela gargalhou graciosamente. Eu franzi o cenho.

— Senhorita Antares, não estamos falando de uma suposta Câmara Secreta, estamos? —Tomei fôlego, mas ela prontamente me cortou. — A lenda sobre o herdeiro de Salazar Slytherin? Por favor! É apenas isto, uma lenda! Histórias criadas por Sonserinos para assustar Grifinórios na hora de dormir, e nós não somos Grifinórios, somos? — Eu balanço a cabeça. — Exatamente. Isso não existe!

— Mas, Madame — ela abriu a boca para argumentar. Eu a peço um minuto e ela se contém. — Independente do que seja, a senhora sabe que não é um feitiço comum. Também, não é um aluno, ao menos, não sozinho. Eu estou certa de que alguém está usando uma criatura mágica para fazer isso, e se professor Dippet puder olhar o diário junto de professora Trelawney, eu sei que eles podem descobrir alguma coisa!

Madame Vitally virou o rosto e apertou o livro nas mãos. Remediou, em silêncio, por longos e demorados segundos.

— Conte-me de novo sobre o seu sonho? — Pediu.

— Estávamos no Salão Comunal e alguém gritou. — Dou de ombros.

— Só isso, Annellyze? — Pressionou. — É assim que deseja salvar seus amigos?

— Eu não consigo reconhecer de quem era aquele grito. Já faz muito tempo!

— E então?

— Os alunos estavam muito aflitos e... — engulo seco.

Estavam aflitos e encurralavam Rúbeo Hagrid, eu me lembro. O mesmo Rúbeo que Marcos afirmou conversar — até demais — com Riddle. Eu cerro os dentes.

— E, o que, senhorita Antares? — Os meus olhos encontram os de Madame Vitally. Ela me transparece curiosidade, enquanto o tronco se inclina suavemente na minha direção.

— Hagrid... — sussurrei. — As duas vezes que sonhei com isso, ele estava por lá.

— O grandão da Grifinória? — Eu aceno com a cabeça. — Hum... não foi ele quem o professor Scales pegou escondendo filhotes de lobos em baixo da cama? — Pareceu pensar alto, olhando para o nada.

— Sim, mas não só ele. Também... — o ar não mais entrou, pois, a língua enrolou-se dentro da boca e tapou a passagem. Eu arfei, arfei e arfei, até simplesmente afugentar o nome e desistir de tentar pronunciá-lo.

— Não diga mais nada, senhorita Antares! — Disse e seguiu até a porta. Uma das mãos agarrara a maçaneta, a outra, por sua vez, sustentava o livro que ela não me devolvera. — Vou conversar com professora Trelawney e apenas isto. Não espalhe o assunto para mais ninguém. Se Cassandra tiver algo a revelar amanhã, ao Ministério, ela o fará. Caso o contrário — bem! Vamos deixá-los investigar. Eu duvido que alguma coisa esteja por aqui, em Hogwarts. Como eu disse, alguém teria visto. Você só precisa de descanso. A noite em claro não lhe fez bem. Procure não pensar em nada disto e relaxar. — Abriu a porta e passou por esta. Grudou um dos olhos na pequena fenda e continuou:

"Antes, é claro, não se esqueça de separar os outros livros e os trabalhos de seus alunos para entregar. Venho buscar mais tarde".

Fechou a porta e o salto alto repercutiu nos degraus, enquanto ela se afastara.

Lancei-me de costas na cama e fechei os olhos. A preguiça ameaçando se aconchegar, acanhadamente. Abro-os abruptamente e levanto o tronco. O rosto franzido até o cenho e uma indignação imensurável engasgando-me. Respirei fundo e cerrei a mão até a raiva passar.

— Eu não sei como ainda caio nesse seu sorriso cruel. — Sorri sarcasticamente.— É claro que não iria deixar como está, não é? Foi isso o que aconteceu no almoço. Você me enfeitiçou e eu nem percebi. — Bato com as mãos no colchão. —Isso não vai ficar assim! Você vai ver só!

Deixei o quarto e fui até a sala de convivência. Mandei que organizassem o material para ser entregue, e o fizeram. Madame Vitally, Brandon, Guk e Peter trataram de carregar os caixotes até a biblioteca. Após isso, tivemos o almoço e nenhuma outra advertência fora nos dada.

— Anne, pode apagar o abajur? — Pediu-me Loreynne.

Mal voltamos do jantar e toda a comunal refugiou-se nos dormitórios. Eu não os culpava, estando igualmente exausta. Tomei minha cama e esgueirei-me para debaixo da colcha. Virei-me para as janelas e lutei contra o sono, arduamente, até que Loreynne e Guilia estivessem dormindo. Eu não poderia me dar ao luxo, entretanto. Havia assuntos pendentes. Não fecharia os meus olhos enquanto não os resolvesse.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro