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XII - O Impasse do Enigma


Os olhos acinzentados fitavam-me sérios, porém, hesitantes. Ele ri soprado, contornando a escrivaninha, e apoia-se ao encosto da poltrona. Os lábios ameaçam sorrir, mas eu presumo que era um riso de frustração. Estes olhos que igualmente o encaram, mal percebo encarar, pois minha mente está longe, no entanto. Distraída com coisas que não deveriam mais me distrair.

— Certo, senhorita Antares! Presumo que tenha acabado!

Desperto em um solavanco e meu cotovelo desliza a mesa, quase fazendo-me cair contra esta. O pergaminho aberto em minha mesa, porém, permanecia intocado. Meus lábios se entreabrem, e minha garganta produz um ruído agudo e baixo. Se, em algum momento, eu tive uma chance de fingir que estava prestando atenção, esta acabara de me escapar.

Tento manter-me presente na reunião de monitores, mas, sinceramente, não há nada que eu consiga pensar para melhorar o empenho e a segurança dos alunos. Não nestes tempos.

Pés cansados e pesados de professores e alunos marcham sentido à porta, quando a voz gentil de professor Scales faz-me parar:

— Senhorita Antares, — sibila ele, — poderíamos falar?

Riddle passa por mim com uma pequena curvatura denunciando um riso em seus lábios. Por cima dos ombros, lá está, sentado à escrivaninha, com as sobrancelhas franzidas em minha direção. A varinha toca o apagador e este se encaminha até a lousa para apagá-la. Os pequenos pés de uma cadeira rangem contra o chão, e esta se dirige até a frente de sua mesa, onde presumo que eu deva me sentar.

— Percebo que está bem dispersa essa semana. São meses difíceis, não são?

— Eu sinto muito! Acho que não tenho dormido bem! — Expliquei.

— Eu presumo! — Diz.

Mordo o lábio inferior e, inevitavelmente, viro-me para o lado oposto. Dou de frente com as grandes janelas, que apontam a floresta florescendo do lado oposto ao vilarejo. Eu suspiro. As trepadeiras já deviam ter despertado suas flores de cores fortes, que cresciam rodeando as grandes torres de Hogwarts, mas a vista da janela, era o mais próximo que chegaríamos de ver este ano.

Problemas e mais problemas na ala hospitalar impediam Madame Vitally de se reunir conosco em dias como este, por tal, professor Scales, antigo formado de Ravenclaw, há tomado o seu lugar, semanas atrás, como representante da casa.

— Não há mesmo nenhuma forma de —, mordi o lábio inferior — ...quebrar esse feitiço?

Houve hesitação por alguns longuíssimos segundos, todavia, professor Scales debruçou-se à mesa e pronunciou em tom baixo:

— Madame Flowers, Madame Pince e Madame Vitally têm pesquisado muito sobre o assunto, senhorita Antares. Acredito que tenham encontrado uma possível solução.

— O que seria?

— Uma poção de mandrágoras. As plantas devem chegar em poucos dias, porém, são necessários alguns meses para elas crescerem.

— É garantia?

— Não, não é! — Eu arquejo. — Mas há esperança. — Reconfortou-me.

Meus lábios se franzem em um riso fechado e não muito convincente, contudo, penso comigo que deveria bem me apegar à esta tal de esperança, e crer nela com todas as minhas forças.

— Se lhe conforta, a situação não é muito diferente deste lado. — Retomou ele. — Nós, professores, também estamos confinados.

Minhas sobrancelhas arquearam por um segundo, antes de se franzirem no meio da testa.

— É pouco provável que um aluno esteja causando estes repentinos ataques, não acha? Afinal, não é algo que se aprende em uma aula de feitiços, por exemplo. — Ironizou.

— Eu compreendo!

— A senhorita, como aluna, o que pensa sobre isso?

Dou de ombros.

— É estranho! No início do ano letivo, Michell foi encontrada no corredor sob efeito do feitiço para congelar e obliviada. É como se... quem estivesse por trás disto, tivesse tentado uma vez e... falhado. — Concluo.

— Vejamos... — analisou ele. — Isso faria sentido. O recesso é tempo o suficiente para se aperfeiçoar um feitiço.

Meus olhos repudiam o foco da mesa e, mais curiosos do que o normal, buscam a mira dos olhos verdes — quase cinzentos — de professor Scales.

— Isso tudo, logo depois de Annabella ser selecionada para a Hufflepuff, não é?

— Bem! — Afirmo com a cabeça. — Lembro-me de como Alexandra ficou nervosa com isso.

— Sim! — Disse arrastado. — Não acha curioso o fato de a senhorita Foundric estar sempre envolvida com as pessoas erradas?

As sobrancelhas escuras estavam franzidas e, os olhos, cruéis e acusativos. Repudio-os. Incomodam-me tanto, que simplesmente arranco da cadeira e cruzo os braços.

— Não acho que Alexandra tenha algo a ver com isso...

— Hogwarts não ensina e não incentiva a curiosidade pela magia negra, senhorita Antares. No entanto, nada impede alguém de o buscar longe dos limites da escola.

— O senhor e a senhora Foundric são conhecidos de papai. — Viro-me sobre os ombros. — Têm fama de influentes e são muito orgulhosos. Se a prática de magia negra é fluente em sua casa, com certeza, eles não permitiriam que fossem descobertos. O ministério da magia...

— Sim, eu sei! — Levantou a voz. — Trabalhei tempo o suficiente neste departamento, antes de minha vinda para Hogwarts. Não preciso que me lembre das leis, senhorita Antares.

— Perdoe-me, professor Scales, mas...

Engoli seco e meus ombros se encolheram. A resposta, parecia estar na ponta da língua de todos, ainda assim, Alexandra continuava a frequentar as mesmas aulas; os mesmos corredores; a mesma escola que nós.

— ...Alexandra é muita coisa, mas tola, eu acho que não! É muito óbvio culpá-la. Por que, se eu estivesse fazendo isso, eu iria querer que todos soubessem que fui eu? Não faz sentido, à menos que meu objetivo fosse ser expulsa! Há meios mais rápidos para isto.

A expressão de seu rosto suavizou. Os olhos perdidos vêm e vão sobre a mesa, antes de a testa se envergar novamente.

— É um bom argumento! — Disse, mas não completou.

Professor Scales suspirou, recostando a poltrona. Parecia remediar, enquanto batucava o indicador contra a mesa de carvalho que começara a soltar fiapos das dobradiças.

Garganta abaixo, a saliva desce espessa e sinto um peso sobre meus ombros. As pernas falhas dirigem-se até a cadeira novamente e entrelaço minhas mãos.

— Tenho pensado, professor, no meu diário de sonhos. — O dedo para o batuque, forçando as juntas a esmagar a mesa, e seus olhos ligam-se com os meus. — Eu nunca tive a chance de conversar sobre isso com a professora Trelawney novamente. Quer dizer... eu nunca quis conversar sobre isso. Ela me assustou de verdade naquele dia.

— Cassandra diz coisas estranhas às vezes, mas Alvo sempre afirma que há mais por trás das palavras.

— Ela me fez uma espécie de enigma aquele dia.

— E o que era?

— Eu não sei! Eu não consegui resolver. — Engulo seco. — Não! Na verdade, acho que nunca parei para o analisar.

— Consegue se lembrar?

— O perigo... está atrás de paredes. Olhos do mal atraem morte. Está faminto e com sede. Será derramado sangue-de-cobre. — Digo. Os olhos perdidos pelo chão. — Algo assim.

O silêncio que procede, parece fazer o cômodo girar. Minha cabeça lateja de dor, e acredito que, pela primeira vez, estou realmente engajada a ideia de o desvendar. Meus olhos ide a se cerrar enquanto, com a mesma entonação, professor Scales fita a mim.

— Então? — Pergunto. Ele ri soprado, antes de acomodar as costas à poltrona.

— Nunca fui bom com charadas. Tinha de ver! Aquela maldita aldrava não ia com a minha cara.

— Hunf! — Suspirei. — Devia ser horrível ter de voltar ao dormitório, não é mesmo?

— Arranjava qualquer desculpa para trazer alguém junto. — Disse. Os olhos, agora, vagando a sala, enquanto os dedos insistentemente batucavam a mesa. — Mas, vamos lá! Quem sabe possamos nos ajudar?

Balanço a cabeça e meu cenho se franze. Enigmas, regradamente, eram frases de uma única interpretação que, ao fim do verso, apontavam uma direção. Este, no entanto, parecia-me um conjunto de ideias. Como saber sua direção, sendo uma espectadora que tem de avaliar tudo pelo lado de fora?

— Pois bem! — Disse ele. — Perigo atrás das paredes...

— Quer dizer, nos corredores, certo? — Indago. O lábio inferior preso, nervosamente, entre os dentes.

— Faz sentido para mim.

— Olhos do mal atraem morte...

— Eles não estão mortos, mas... — tomou fôlego. — São corpos petrificados. É como se não houvesse vida. Uma metáfora.

— Faminto e com sede... —apoio o queixo sobre as mãos, como se isso pudesse me fazer pensar melhor. — Não faço ideia de como interpretar isso.

— Eu, menos! — Retrucou.

— O que seria sangue de cobre? — Perguntei.

— Uma expressão, talvez?

— Eu nunca a ouvi.

— Nem eu, mas — ele ri. — Sabe, certas vezes, temos que pensar um pouco fora do mundo bruxo. Por exemplo: sabia que os trouxas acreditavam que os reis possuíam sangue azul?

Uma de minhas sobrancelhas se arqueia.

— Azul?

— Sim! — Afirmou. — Professor Gênesis me disse que era uma definição para sangue nobre. Sangue... de valor!

— Isso, que tem haver?

— Algo de valor... — deu de ombros, e então o rosto perdeu a expressão. — Valor — sibilou baixinho.

— Como?

— Moeda! — Exclamou. — Uma moeda!

A gaveta parece emperrar, mas com certo esforço, professor Scales a abre e, de lá, puxa uma pequena saca escura, de onde arranjou três moedas distintas. Os olhos cinzentos as encaram brandos, mas, morosamente, as sobrancelhas estão se juntando, envergando a testa. Pareceu perceber algo que, para mim, ainda não havia se esclarecido.

— Diga-me, senhorita Antares! — Ele coloca as moedas à mesa e as mãos sobre elas. O indicador empurra a moeda média — de prata —, até mim. — Quanto vale um Sicle?

— Vinte e nove Nuques? — Indago.

Professor Scales recupera a moeda de prata. Esta desliza asperamente sobre a mesa, ruindo ao se afastar. Dá-me, então, uma moeda de bronze.

— E um Galeão?

— Quase quinhentos Nuques.

A cabeça se apoia, mais uma vez, sobre um dos braços e este bradou, encarando as moedas. Estava sério. Rigidamente sério. Sério, como nunca estivera antes.

— Por que as moedas não podem ser iguais?

— Por que alguém as atribuiu a esse valor... — a resposta era tão óbvia neste momento, que senti como se ela pudesse atingir-me na cara.

— Por que o sangue azul vale mais do que o vermelho?

Sangue nobre. Sangue azul. Sangue puro.

— Sangue sujo... — penso alto.

— Septima Vector é filha de pais trouxas?

— Pelo o que sei, sim!

— E a senhorita Loyal?

— Não tenho certeza, mas, o senhor pode descobrir, não pode?

— Como lhe expliquei, minha situação não é muito diferente da sua, senhorita Antares. Entretanto, acho que, talvez, professor Gênesis possa me ajudar com isso. Tenho quase certeza que ele conhece cada um dos nascidos trouxas da escola. A questão é... — seus olhos se cerraram sobre mim. — A senhorita é confiável?

Meu rosto se arqueou. Nada que eu dissesse poderia influenciá-lo e, como professor, eu tinha certeza que ele sabia disto tão bem quanto eu. Essa conversa tão longa realmente teria existido se ele não confiasse em mim? Bem! Eu duvido.

— Sou? — Indago.

— Eu espero que seja! — Disse e deixou seu lugar.

Os passos serenos se dirigiram até a porta e abriram-na gentilmente para mim. Assim que me encontrei no corredor, esta se fechou, entregando-me à solidão.

Através das molduras que cercam o passadiço, infiltrava-se a fraca luz do pôr-do-sol esverdeado, que se perdeu do amarelo radiante, que estará de volta apenas no verão. Há de escurecer em breve, eu sei. Sei, também, que não há mais ninguém pelos corredores, e que eu devo ir, imediatamente, para a minha comunal, antes de ter de ir com os alunos para o jantar.

O sino toca, e sua vibração ecoa até mim. Por cima dos ombros, viro-me no intuito de enxergar a torre do relógio, que se perdeu atrás de alguma outra alvenaria de Hogwarts. Há essa hora, em outro dia qualquer, possivelmente, estaríamos deixando as arquibancadas da quadra de Quidditch. Todo o gelo do gramado já deveria ter derretido. Quase posso sentir falta da grama baixa e verde e, também, da animação que parece impregnar a todos que assistem.

Sou tirada deste devaneio, quando ouço passos apressados e pesados. Mal meu rosto se vira para a frente, algo tromba em meu ombro, freando meus pés e me desnorteando por alguns instantes.

— Saia da minha frente, Antares! — Ríspida, mandou Alexandra.

A mão direita massageia o ombro que dói, após o que me pareceu uma falha tentativa de tentar arrancá-lo do lugar. O silêncio vem ganhando peso, conforme Alexandra se afasta e, assim que dobro o corredor — o caminho para as escadarias —, deparo-me com Andrew Thonpson. Parecia conversar com o quadro, lá longe, próximo ao arco de divisão de cômodo. A cada passo mais próximo, meus joelhos tremem. Parei, há pouco mais de um metro dele. O corredor escurecido por falta de iluminação interna e, no quadro, vejo o reflexo do rosto de Andrew. As sobrancelhas arqueadas, a boca entreaberta e os olhos esbugalhados. Eu engulo seco.

— Andrew? — Chamo-o, enquanto me aproximo. — Tá tudo bem?

Ele não se move e não me é preciso explicações para saber o que aconteceu. O quadro, no entanto, surpreende-me. Sr. Endorvalho, que deveria estar descansando em baixo de sua árvore, está em pé, assustado, e tão petrificado quanto Andrew.

Uma friagem me sobe as costas e os braços. Eu não sei de onde vem, mas assusta-me. É difícil acreditar na coincidência, realmente é. Mas... qual a chance de não ser nada disso, mas sim... um fato? Alexandra fizera isso! Eu suspiro.

Meus pés se afastam paulatinamente. Mudo minha direção e simplesmente tomo as escadarias, buscando o quinto andar. Não há vozes e não há desespero. Todos os quadros estão vazios. Para onde foram, eu não sei. Fugiram, talvez? Mas não era isso o que estava atormentando a minha cabeça. Como é possível que Sr. Endorvalho seja uma vítima? Por que atacar um quadro? Como atacar um quadro? Não estava certo!

— Tem tanta peça faltando nesse quebra-cabeça... — Penso alto, apertando os dedos ao dorso.

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