Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XI - Criaturas XXXXX


Não consigo deixar de corresponder aos olhares deles e, isso, é o que está me fazendo tremer. Murta parece notar, quando suas sobrancelhas se franzem, então seu rosto se virou, na mesma direção que o meu, mas, com um pouco de sorte, ela pareceu não os notar.

— Anne? — Ela me chama. A mão, suavemente, repousada sobre o meu braço.

Eu arfo.

Um sorriso fraco me escapa, e eu abaixo um pouco o rosto, enquanto, a mão oposta empurra para trás dos ombros, o meu cabelo. Viro-me para ela, esbanjando um pequeno sorriso nos lábios, mas isso, tampouco, é capaz de mudar a sua expressão aflitiva.

— Você está bem?

— E-eu... só estou preocupada!

— Nós também! — Interviu Guilia. Os olhos vagando sobre a mesa.

— Não vimos nada do que aconteceu com Septima, Anne! Não tínhamos a intenção de...

— Não, Loreynne! — Eu a corto. — Acho que, se nem os professores estão sabendo lidar com isso, nós é que não podemos. — Suspiro. — O melhor, agora, acho que, realmente, é prestar a atenção nas aulas e não ficar de bobeira por aí. Não sabemos o que causou tudo isso, então... — dou de ombros. — Sejamos cautelosos!

Tanto as meninas, quanto Guk, afirmaram com a cabeça, no entanto, nenhum rosto parecera relaxar. Eu não os culpava. Era informação em excesso e, infelizmente, nenhuma acompanhada de um lado positivo.

Forço-me a jantar. Dormir, eu presumo, seria difícil. Muito pior, de estômago vazio. Nenhum aluno havia deixado a mesa, na verdade, a afluência de olhos me fitando, soa-me, um tanto, vergonhoso. Os primeiranistas, costumeiramente, eram obedientes e quietos, isso, até, aproximadamente, o terceiro ou mesmo o quarto ano. Daí para a frente, era quando, alguns, tornavam-se quase impossíveis de se dialogar. Possivelmente, por serem mais velhos — e orgulhosos — do que eu, eu imagino. Acredito que nunca tivera tamanha atenção de minha casa, exceto, talvez, no dia em que eu fora nomeada chefe dos monitores. Pigarreio.

— Bom! Vamos para o dormitório. — Digo, deixando a mesa.

As outras casas parecem não pensar diferente, pois, os alunos só deixam a mesa, quando os monitores se propõem a levantar. Meus alunos estão em fila, esperando que eu tome a frente e, eu me encaminho para lá, quando sinto que algo prendeu o meu pulso. Não exatamente algo, mas sim, alguém. Eram Hepzibah e Matteo, os monitores da Hufflepuff.

— Anne, o que a gente faz? — Sussurra, Hepzibah.

— Michell ainda não saiu da ala hospitalar. — Explica-me, Matteo. — Acha que deveríamos ir até ela?

Mordo o lábio inferior e, involuntariamente, franzo o cenho. Eu não conseguia entender o motivo desse repentino ataque — se é que poderia chamar assim —. No entanto, não soara bom deixar qualquer um sozinho, mesmo que no caminho para sua comunal.

— Acho melhor que Hepzibah desça com os outros para a sala comunal, enquanto você, e mais alguém, vão buscar por Michell. Expliquem para ela a situação. Ela vai saber como cuidar de vocês. Por hora, devemos procurar não ficar perambulando, principalmente, sozinhos.

Ambos se entreolham, mas parecem concordar, quando afirmam com a cabeça. Não posso dizer que sou a favorita deles, porém, ao menos, já não estavam mais me acusando do ocorrido, ou mesmo me encarando com suas caras feias. Não era o momento, de todo o modo. As coisas haviam mudado, bruscamente, de um dia para o outro.

Tomo a frente de meus alunos, deixando o salão comunal e as duas fileiras me seguem, perfeitamente alinhadas. Guk e Loreynne, no final. Tomamos as escadarias para o quinto andar e, esta muda a sua direção. Os alunos estão divididos e, Guk e Loreynne, auxiliando-os. Ao meu lado, está Murta, inquieta e, em minha garganta, não há uma única palavra para tranquilizá-la. Alteio minha mão até a sua e, quando feito, ela me olha de relance e expressa-me um pequeno sorriso.

— Vai dar tudo certo! — Sussurro. Ela afirma com a cabeça.

Deixamos as escadas, assim que estas nos dirigem ao nosso andar. Permanecemos, a pequena fila ali, até surgirem Loreynne, com mais alguns alunos e, não muito depois, Guk, com os restantes. Dalí, seguimos os painéis no passadiço, até a aldrava.

"Cinco bailharicos,

uma balhareta.

O chão é branco,

a tinta é preta."

Instantaneamente, meus olhos desviaram para as minhas mãos. Meus dedos se agitam e, quase posso descrever a charada como previsível, quando a desvendo.

Escrita. — As portas se abrem e, ainda naquela perfeita e educada formação, adentramos o salão comunal.

Permaneço em pé, quase barrando a entrada, enquanto os alunos passam por mim, aconchegando-se em algum lugar. Parecera que fora combinado, pois, em poucos minutos, todos estão quietos, fitando-me. Eu, por outro lado, não me lembrava de tê-los chamado a atenção para qualquer conversa obrigatória, mas, estando eles esperando algo de mim — bem! Não posso, simplesmente, recusar.

— Bom —, meus olhos vagam o chão, procurando alguma força, que pudesse me trazer alguma mínima confiança para conversar com eles. Suspiro. Nada parece me atender.

Guk está se aproximando de um lado e, Loreynne, vem do outro. Meus monitores, estão em pé, ao meu lado e, à minha frente, a estátua de nossa fundadora; minha ancestral, Rowena Ravenclaw. Quase que invisível, ao lado da estátua, o fantasma de Helena, a Dama-Cinzenta. Eu tomo fôlego.

— ...temos de remediar! — Inicio, passando meus olhos por cada um, diante de mim. — A algazarra de ontem, por hora, devemos esquecer. Tudo o que aconteceu, é que algo, ou mesmo alguém atacou uma de nossas colegas e, Hogwarts ainda não sabe nos dizer o que foi ou o porquê. Para garantir a segurança, eu peço, não fiquem sozinhos! Eu sei que não será fácil assistir as aulas e, depois, passar o restante do tempo confinado no salão comunal, mas, evitem desobedecer às regras. — Enfatizo. — Dediquem-se às aulas! Vamos, juntos, recuperar o nosso placar e, mais do que isso, tomar a liderança! — Afirmo. O olhar de Helena Ravenclaw é doce e confiante. Isso me inspira, como uma pequena fidúcia, de que estou fazendo o que é certo. Eu continuo: — se precisarem sair, peçam a alguém para ir junto; quando for jantar, vá com seus amigos; se estiver indo para a aula, junte-se à sua turma. Eu insisto, não andem os corredores, sozinhos! Vamos absorver tudo o que as aulas têm a nos oferecer, e vamos descobrir o que houve, e como reverter. Podemos virar essa situação, ao nosso favor, e vamos!

Inesperadamente, meus alunos estão me recompensando com uma suave salda de palmas. Meus lábios estão se curvando e, ao meu lado, Guk e Loreynne também me parabenizam. Com suas expressões confortadas, juntam-se aos aplausos. O fantasma de Helena, desaparece, neste mesmo tempo, por alguma parede e, por mais que minha cabeça estivesse um caos e tudo o que eu conseguisse pensar, fosse em Septima e Katty, forço-me a melhor expressão, e permaneço ali, distraindo-me com eles, até que chegue a hora de dormir.

Como pedido, já esta manhã, descemos — na mesma organização que subimos, para o grande salão. Quase posso descrever-nos como os mais organizados. O café fora ingerido ligeiramente, mas o que eu realmente gostaria, é de uma pequena chance que fosse, de conseguir conversar com Michell. Assim que esta ameaça se levantar, eu também o faço. Seu rosto, nada parece descansado, porém, preciso dessas respostas e não posso mais esperar.

— Michell! — Chamo-a e, neste mesmo instante, suas pernas se freiam. Ela se vira para mim sobre os ombros e, em seguida, o restante do corpo. — Desculpe-me, mas, podemos conversar sobre Katty?

— Você tinha razão!

— Que? — Indago.

— Você estava certa! — Agita-se. — Não deveríamos ter feito aquilo contra a Slytherin. Olhe o que estão fazendo, agora!

— Michell, eu acho que você está se precipitando. Não sabemos quem foi.

— E quem você acha que faria isso? — Não a respondo. Michell suspira. — Ela estava no banheiro. — Deu de ombros. — Olhava para o espelho, enquanto as mãos fechavam a torneira. Bianca a encontrou! — Negou com a cabeça. — Elas estavam juntas, não fazia nem cinco minutos.

Meu rosto se abaixa e minhas sobrancelhas se franzem.

— Septima estava no corredor e olhava para a janela. — Comento. — Que isso quer dizer, afinal?

— Quer dizer que a Slytherin está nervosa, e que eles não vão deixar as coisas como estão!

— Não seja ridícula, Michell! Não tem como qualquer um deles estar fazendo isso! — Repreendo-a.

— Ah, é? Pois veja você! — Rebateu. — Alexandra brigou comigo no início do ano e, à noite, eu fui atacada, Anne! — Recordou-me. As sobrancelhas de caju franzidas, no centro da testa. — Ela brigou com Septima, quando voltamos de férias e, ontem de manhã, durante a aula de Runas Antigas, ela e Katty começaram a debater. Sabe o que aconteceu depois de tudo isso? Septima e Katty estão petrificadas, enquanto, Alexandra... — o braço de Michell se estica, apontando a mesa do outro lado do salão. — Ela está bem ali!

Inspiro o ar enquanto, espontaneamente, meu rosto se vira na direção. Quando expiro, viro-me de volta para ela. Seus olhos — tão claros, brilhando, no reflexo das lágrimas.

— Eu não sou da casa mais inteligente de Hogwarts, Annellyze..., mas eu, também, não sou nenhuma idiota! — Disse e deu-me as costas.

Meus olhos acompanham-na, enquanto se afasta. Neste segundo, cortou à minha frente, Annabella e, não posso evitar o meu cenho de se franzir. Realmente, o que Michell dissera, havia um pouco de sentido, não muito, uma vez que Alexandra sempre fora, um pouco, encrenqueira, assim como grande parte da Slytherin. Por outro lado, qual era a chance de tudo isso acontecer, no mesmo ano, em que a irmã da "maior suspeita" entrasse em Hogwarts? Eu arqueio o rosto, desconfiada, mas, a verdade é que, de qualquer forma, nada faria muito sentido. Annabella era uma primeiranista. Se soubesse fazer dois feitiços ou três, já era muito.

— Annellyze! — Mal sou arrancada de meus devaneios, um braço agarra-me. Não preciso me virar, para saber quem era. A voz animada já havia o denunciado.

— Oi, Jonnatha! — Sorrio fechado.

— Vamos indo para a aula? Eu pensei que pudéssemos conversar durante o caminho...

Por cima dos ombros, Guilia e Loreynne me arqueiam as sobrancelhas e eu sorrio amarelado, enquanto tento, discretamente, soltar-me do agarrão.

— Procurem não ficar sozinhos no corredor, principalmente entre a troca de aulas. — Reforço para toda a comunal. — Vou esperar vocês na aula! — Digo, em especial, para os amigos da minha idade, enquanto deixo que Jonnatha me guie.

Meus olhos se encaminham para a aresta, e fitam Jonnatha, que permanecera em silêncio. A sala de aula, ficava após a próxima curva e já, quase, posso descrever-me como enganada, quando ele finalmente para, prendendo-me pelo pulso.

— Magia negra... — ele sussurra.

— Q-que? — Minhas sobrancelhas se franzem e o rosto de Jonnatha se aproxima, um tanto mais.

— Allen me disse, que Andrew ouviu um dos nosso monitores conversando com o professor Scales. Ele disse que é magia negra.

— E quem, em toda a Hogwarts, ensinaria esse tipo de magia à algum aluno, Jonnatha?

— Talvez, não um professor, mas algum pai? — Ele me arqueou a sobrancelha e meus olhos reviraram. Eu muito bem sabia, o que viria a seguir.

— Nenhum aluno pode ter feito esse tipo de coisa, por Merlin! Parem com isso! — Sussurrava, mas minha verdadeira vontade, era gritar à toda a escola.

— Annellyze!

— Não, Jonnatha! Eu não acredito, de maneira alguma, que alguém poderia ter feito isso, não importa o motivo. Se suspeitassem de algum aluno, à essa altura, Hogwarts estaria fechada, e nós, em nossas casas. O professor Dippet não permitiria que continuássemos aqui, sabendo que um de nós é um perigo.

— E você acha o que? Que alguma... — ele pareceu engasgar-se com o ar. — Alguma coisa invadiu a escola, e está fazendo isso?

— Talvez? — Dou de ombros.

Os ombros de Jonnatha caem e, neste instante, Loreynne, Guilia e Guk dobram o corredor. Eles, apenas, seguem em direção a sala, fingindo não nos notar e os olhos de Jonnatha os acompanham, frustrados.

— Vamos logo! Discutiremos isso depois! — Digo, antes de dá-lo as costas.

Sento-me, ao lado de Paloma Rakepick. Jonnatha, uma escrivaninha atrás e, minhas amigas, logo ao lado. Não demora, o professor Lencaster adentra a sala, dirigindo-se até a sua mesa. Ele abre o grande e grosso livro, e debruça-se sobre ele. Os cabelos lhe caem, quase escondendo o rosto.

— Muito bem! Criaturas matadoras de bruxos. Página 384.

Diz, antes de acionar a varinha. Um pequeno cubículo de giz branco flutua, dirigindo-se até o pequeno quadro negro, sobre o suporte. No pouco espaço que tem, ele o desenha um Dragão, uma Quimera, um Lobisomem e uma Acromântula.

— O que essas criaturas têm em comum?

Meu braço se alteia, instantaneamente. Os lábios de professor Lencaster parece se franzir, segurando o riso, enquanto os olhos vagam a sala.

— Alguém mais? — Ele insiste por mais alguns minutos, e sinto estar, quase, levantando-me da cadeira, quando ele assente com a cabeça, e seus cabelos balançam, parecendo dançarem. — Muito bem! — Vozeou. — ...Senhorita Antares, diga!

— São classificadas como criaturas XXXXX. Nenhuma delas são domesticadas, e a venda de seus ovos, é proibida no Artigo "Não-Comerciável" pelo Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas. Ganham o nome de matadores de bruxos, pois...

— Certo, certo! — Cortou-me e, minhas sobrancelhas, involuntariamente, franziram-se. — Quinze pontos para a Ravenclaw.

Uma gargalhada fraquinha se inicia, mas muito pouco dura. Meus olhos vagam entre os colegas, mas assim que o professor pega o giz, circulando a primeira figura, volto a prestar a atenção.

— Dragões! — Diz. — Onde estão localizadas as principais reservas de dragões do mundo?

— Suécia e Romênia!

— Correto, senhorita Antares! Sempre escondidas entre montanhas e desfiladeiros, para evitar a curiosidade dos trouxas. — Ele recuperou sua varinha e, após agitá-la, o apagador limpou o quadro, enquanto o giz o desenhava com diversos dragões. — Chifre-Longo Romeno.

Enquanto o professor explicava sobre as variadas reservas, Rakepick desenhava no caderno. Parecia fazer algum tipo de labirinto infinito, o qual ela continuava aumentando, incansavelmente.

O tema do trabalho extra, previsivelmente: nomear, agrupar, descrever e classificar cinco tipos diferentes de criaturas XXXXX com, no mínimo, seis metros de pergaminho. Não seria algo cansativo ou mesmo complicado, isso, se não já estivéssemos sufocados, até o pescoço, de tantos trabalhos. Por causa disso, o restante da tarde, após as aulas, ficamos confinadas, Loreynne, Guilia e eu, no dormitório. Infinidade de livros espalhados e revirados com as colchas das camas, enquanto as duas tentavam lembrar, alguma coisa, sobre a noite anterior, para colocar no diário do sonhos.

— Argh! Isso é ridículo. — Esbravejou, Loreynne. — Já faz tanto tempo. Eu assisti tantas aulas hoje, que já embaralhei até os nomes dos professores. Como é que vou me lembrar de sonho?

— Eu estava com tanto sono quando dormi, que nem tive tempo de sonhar. Acordei com sono, e continuo com sono. Achava que o dia de hoje, havia sido tudo um sonho e, agora, quero dormir, para poder sonhar que os meus sonhos, não foram sonhos. — Embaralhou-se Guilia, e nem Loreynne e nem eu, entendemos uma única palavra.

Bocejei e espreguicei-me, antes de procurar pelo relógio, em qualquer lugar da alvenaria das paredes. Resmunguei, forçando os olhos para o enxergar direito, e suspirei, antes de fechar o diário de poções e empurrá-lo para o lado.

— Vamos descer com os outros para o jantar. Continuaremos com os trabalhos amanhã. — Digo e, já de pé, organizo os meus livros, guardando alguns dentro do baú, enquanto, os outros, vão para debaixo da cama. — Hey, vocês duas! Andem logo!

Loreynne está bocejando e, seus olhos, úmidos de sono. Guilia, por sua vez, deitada, atravessada na cama. O pergaminho, que antes segurava, jogado ao chão. Eu o recolho e enrolo, usando uma fita para o selar e, em seguida, faço o mesmo com o de Loreynne. Ajeito seus livros, amontoando-os em uma pequena torre, aos pés da cama e, com as mãos na cintura, chamo-as novamente.

— Ei, é sério! Se não descerem agora, não vão comer nada, até de manhã!

Elas resmungam, lutando contra o sono. Não me parecera uma vitória ganha, porém, ao menos, elas estavam em pé. No andar de cima, os alunos nos aguardavam, aparentemente, tão cansados quanto nós, e tomamos o corredor, para o salão comunal.

Michell estava irritada, nada diferente do que esta manhã. Um olhar tão rabugento, quanto o de uma velha. Penso em tentar conversar, no mínimo, desculpar-me por mais cedo, porém, antes mesmo que eu pudesse me aproximar, ela vira o rosto, tomando seu lugar. Eu suspiro. Quiçá, essa conversa teria de ficar para outro dia.

O jantar de hoje, fora um tanto menos silencioso do que o do dia anterior. Nós alunos, acredito eu, já havíamos absorvido o suficiente e, por mais estranho que fosse, ainda não era o fim. Na mesa entre Slytherin e nós, Jonnatha me pareceu sério. Estou ciente que ele defende, com unhas e dentes, a ideia de que algum de nós está por trás disto, algo que eu me recuso a acreditar. Eu o ignoro.

Assim que o banquete tem fim, a mesma fila dupla se forma, para subirmos. Estamos tomando as escadas, quando sinto uma leve pressão em minha túnica. Eu me viro.

— Anne, Murta não está na fila e não estava também para o jantar. — Meus olhos se arregalam. Posso sentir minha garganta enroscando.

— C-como? — Engasgo-me. — Onde ela está? — A pequena Vivian dá de ombros.

— Estava chorando, quando saímos da sala de aula de Estudo dos Trouxas. estava a comparando com um Bicho-papão.

Franzi o cenho e corri as escadas, antes que estas mudassem de sua base. Desviei, como pude, dos demais estudantes e, assim que passo por Loreynne e Guk, eles tentam me barrar, mas eu me desvencilho de suas mãos.

— Murta sumiu. Eu vou procurá-la! — Explico, ligeiramente, antes de sair correndo. — Levem os alunos para o salão comunal e fiquem por lá! — Gritei, antes de sumir pela curvatura.

A primeira coisa que fiz, foi ir até o banheiro dos monitores, que ficava mais próximo da sala de aula. Era o lugar mais óbvio para ela se esconder, eu presumia, até checar todos os boxes, e não a encontrar em nenhum deles. Apoiei-me a pia, pensando em que outro lugar ela poderia estar. Ainda neste andar, não havia qualquer outro esconderijo fácil para ela se enfiar, a menos que estivesse escondida debaixo de uma escrivaninha ou coisa assim. Um formigamento estranho, chama minha atenção para minhas mãos e, assim que meus olhos se abaixam, eu me assusto, agitando os braços, para livrar-me da coisa caminhando entre meus dedos.

Tratava-se de uma aranha, que despenca, caindo ao chão. As ligeiras patinhas balançando o corpo e, quando se coloca em pé, caminha, ligeiramente, em direção à porta. Meus olhos fitam as costas de minha mão e, em seguida, a fina base da pia. Não era apenas uma, mas sim, uma trilha inteira, com diversas delas, saindo do banheiro. Eu as sigo, e as percebo cruzando o corredor, até a vidraça da janela. Há uma rachadura por lá e, beirando a parede, uma pequena fenda, por onde fogem para fora. Eu me ajoelho ali, observando-as e, quando dou por mim, estou olhando para a janela, tentando ver alguma coisa além da escuridão do lado de fora, ou mesmo, o meu reflexo. Eu não compreendo.

— Antares? — Uma silhueta está parada, ao fim do corredor. Eu conheço a voz e, por isso, não me sobressalto. Pelo contrário, permaneço ali. Ele adentra a penumbra, aproximando-se e, novamente, meus olhos são levados até ele.

— Tom, olhe isto! Que estranho!

Ele se debruça suavemente, mas, em nada, seu rosto se altera. Permanece sério; talvez, entediado. Ele suspira.

— Não basta se intrometer na vida das pessoas, agora, você vai cuidar das aranhas também?

— Ei! — Resmungo. — É que... não é comum! Desde quando aranhas andam em grupo?

— Deixe isso para lá, Annellyze! — Mandou. — Você não deveria estar aqui!

Neste momento, eu me viro para ele, e mal percebo, quando sinto meu rosto enrijecendo, sério. Forço os joelhos, colocando-me em pé, e sua postura se ajeita, afastando-se minimamente.

— Você também não! — Rebato.

Os olhos de Riddle se cerram e, por alguns segundos, permanecemos assim, um encarando o outro. Minhas mãos suam. Suam frio, diferente do costumeiro. Sinto uma corrente de ar me subindo a espinha, então ele ri soprado, surpreendendo-me.

— Estou procurando Alexandra. Malwina e Fredderyc foram atrás dela, mas, até agora, nada! — Eu cruzo os braços. — E você?

— Murta Warren... — respondo. — Está sumida, desde antes do jantar, quando Olívia Hornby caçoou dela.

— Eu não me meto em nenhuma brincadeira deles, a menos que apontem a varinha para alguém. — Deu de ombros.

— Não é brincadeira, Tom! Estão sempre perturbando ela e você sabe disso.

— E você quer o que? Que eu os repreenda por causa disso? Não vai fazer com que parem! — Eu suspiro, enquanto meus olhos caem para o chão.

— É... talvez não, mas... — eu inspiro e mordo o lábio inferior. — Quer saber? Deixa para lá! — Solto meus braços, enquanto vou indo para trás. — É melhor eu ir procurar por ela.

— Espera! — Ele volta a se aproximar. — É melhor eu ir com você. Não é bom ficar andando por aí sozinha, você sabe!

— E Alexandra? — Eu arqueio uma das sobrancelhas.

— Malwina e Fredderyc, com um pouco de sorte, vão encontrá-la antes de mim. Vamos logo! — Diz, passando por mim e tomando a frente.

Minhas narinas puxam o ar com tanta velocidade, que mal me dou conta. Aquele pressentimento estranho está impregnado em mim, mas era Tom Riddle ali, à minha frente, eu sei que era. Ainda assim, não consigo afastar essa sensação ruim, que tentava apoderar-se de minha cabeça, mandando-me ir sozinha.

— Annellyze, não me diga que está petrificada, aí atrás? — Ele diz. A voz sonora e melódica. Calma, como costumeiramente. Salpicada de sarcasmo, mas disfarçada com o brio que seus olhos reluziam, por cima dos ombros. Eu engulo seco, antes de o alcançar.

Tom e eu procuramos por todo o andar, incluindo, as salas de aula. Fomos descendo, conforme vasculhando e, chegamos a trombar com Malwina, Fredderyc e Alexandra, no terceiro andar. Pareceram surpresos, quando me viram acompanhando o monitor. Tom os mandou para o salão comunal, prometendo que iria me ajudar a procurar "a garota", antes de se juntar a eles. Pelo canto dos olhos, eu o encaro. Perguntava-me o porquê de ele nunca parecer assustado. Não importa o que aconteça, Tom Riddle, dificilmente, perdia a postura séria. Isso me era muito, muito intrigante.

— Tudo bem! — Disse, chamando minha atenção, assim que chegamos no segundo andar. — É melhor você a procurar na sala de feitiços. Eu vou dar uma olhada aqui e, depois, a gente se encontra perto do banheiro.

— Certo! — Respondo, tomando o lado oposto ao dele.

A sala de Feitiços era um tanto mais afastada e, com certo receio, segui o corredor — brevemente escuro, à passos lentos. Ao menos, eu ouviria, caso algo, ou mesmo, alguém, tentasse se aproximar.

A porta, estava trancada. Modi o lábio inferior, pensando em voltar por onde viera, quando cogitei a possibilidade de a própria Murta tê-la trancado, para ficar sozinha. Uso a varinha para a destrancar e, do lado de dentro, a tranqueta desliza, eu ouço, e as engrenagem rangem alto, quando abro uma pequena fenda, por onde adentro.

Lumos.

Com um olho na porta e o outro na sala, procuro Murta embaixo das carteiras da arquibancada, ou mesmo, escondida atrás da mesa do professor. Ela não estava por ali. Eu deveria ter percebido, quando não a ouvi chorando, desde o início. Apago a varinha, saindo dali, e aperto o passo, até a frente do banheiro. Tom Riddle, nem sinal, mas eu pude ouvir os resmungos do choro da terceiranista, o que me fez, prontamente, correr para dentro, sem me importar em esperar por ele.

— Murta?

— Que é que você quer? — Responde-me, a voz ríspida. Eu suspiro, aliviada, antes de adentrar o cômodo mais fundo.

Sentada ao chão, de frente com o último boxe, lá estava ela. Resmungona e carrancuda. Eu me aproximo.

— Não pode sair por aí assim. É perigoso!

— Eles estavam caçoando de mim!

— Já conversamos sobre isso! — Digo, aproximando-me e ela vira o rosto, irritada.

— Você não sabe de nada, Annellyze! Você não tem que aguentar o que eu aguento. — Mordo o lábio inferior. — Eu não vou mais sair daqui!

— Precisa sair. Você sabe o que está acontecendo... não era nem para estar aqui, de início de conversa!

— Ninguém me quer por perto!

— Eu quero, Lize! — Insisto, aproximando-me. Ela me olha, por cima dos óculos redondos. — Murta, por favor, você pode voltar comigo para o salão comunal? Eu não quero voltar sem você. Estou com medo. Medo de me acontecer alguma coisa, e medo de te acontecer alguma coisa. — Disse, tentando parecer o mais calma e relaxada que os meus nervos permitiam. — Eu não quero voltar sozinha, e não quero que volte sozinha. Eu me preocupo com você! — Estico-a a mão, e Murta parece estar ao ponto de aceitar. — Somos amigas, não somos? — Arqueio a sobrancelha. — Amigas?

Os finos lábios, franzidos. Ela parece remediar e bradou, antes de, finalmente, aceitar a minha mão e se levantar. Eu a abraço, acolhendo-a, quando, na verdade, queria chacoalhá-la pelos ombros, para tentar colocar o mínimo de juízo em sua cabeça. Eu me contenho ao máximo, para não o fazer.

Quando voltamos ao corredor, Murta está abraçada à minha cintura e, eu, abraçando-a pelos ombros. Eu checo uma extremidade à outra do corredor, mas não vejo Riddle em lugar algum. Eu penso em procurá-lo, pois estou começando a ficar preocupada, mas eu preciso levar Murta de volta. Mentalmente, eu peço perdão, e volto a acender a varinha, enquanto a guio em direção às escadarias.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro