A Velha do Terreiro
Todas as histórias contidas aqui são relatos verídicos, onde os que nos contam os presenciaram.
Clarice morava na grande São Paulo, frequentava terreiros de Umbanda e se considerava Médium.
Gostava de ajudar pessoas que enfrentavam problemas "paranormais". Tanto aqueles que foram afetados com algum tipo de macumba, como aqueles que procuravam contato com seus entes falecidos.
Era uma sexta-feira sem lua e Clarice estava no terreiro para acompanhar a gira, sendo ela filha de santo, sente-se obrigada a acompanhar.
Já havia uma mulher aguardando para ser atendida, ela estava com uma aparência triste, pálida, cansada, bem "derrubada' mesmo, com se estivesse doente.
Ao vê-la, o pai de Santo perguntou para ela o que ela precisada, do que estava precisando que havia ido visita-los.
Então a mulher começou a contar sua história, tudo de ruim lhe estava acontecendo em sua vida, havia se separado do marido, em uma briga com o filho, este também saiu de casa, perdeu sua mãe que já era idosa, mas segundo ela tinha uma saúde de ferro.
Fora essas coisas, ela mesma começou a não se sentir bem, sensações estranhas, pensamentos que não eram de seu costume e também sentia um estranho "peso" sobre seus ombros.
Ao ouvir o relato da mulher, o guia em questão pediu para que a mesma se posicionasse no centro da roda, pois eles iriam fazer orações para ajuda-la.
Com a roda já completa e a mulher no centro, o guia pediu para que todos dessem as mãos, fechassem os olhos (não o abrissem ate que ele pedisse) e começassem a fazer orações, fortes, de bom coração, com boas intenções, sempre relacionados a aquela mulher, livrando ela do que pudesse ser aquilo que a atormentava.
Todos começaram a orar em nome da mulher e o guia também começou com suas orações. O guia parecia falar em outra língua e por incrível que pareça, a mulher no centro da roda respondia ele.
Foi neste momento que Clarice com uma certa curiosidade, pois nunca havia acontecido algo parecido em nenhum encontro resolveu que iria abrir os olhos para dar uma espiadinha.
Então ela abriu bem levemente seu olho e viu no centro da roda, juntamente com a mulher que antes estava lá sozinha, uma velha, bem velha mesmo, com cabelos brancos bem bagunçados e uma roupa preta completamente rasgada.
Neste momento Clarice parou sua oração e começou a encarar a velha, enquanto todos os outros da roda continuavam de olhos fechados e em suas orações.
Clarice ficou por alguns minutos encarando-a, até que a velha então percebeu que ela diferente dos outros, não estava mais com suas orações.
A velha percebendo a curiosidade de Clarice, começou a caminhar de cabeça baixa e lentamente em sua direção.
Ela percebendo a aproximação da velha, ficou super assustada, fechando seus olhos com muita força e retomando suas orações.
Alguns minutos depois, o guia disse que todos já poderiam abrir seus olhos e parar com as orações pois o trabalho já havia acabado.
Clarice relutou por alguns instantes para abrir seus olhos, com medo de que a velha ainda estivesse por ali, mas estavam apenas as pessoas que ela já conhecia e a mulher no centro da roda.
Fizeram mais alguns tipos de "trabalhos" e orações e então finalizaram o "atendimento" da mulher.
Todos foram para suas respectivas casas e parecia estar tudo bem até então.
No outro dia de manhã Clarice que não se aguentava de curiosidade para saber quem era aquela velha e o que ela estava fazendo lá, voltou para o terreiro a procura do seu guia, para tentar entender melhor o que havia acontecido na noite anterior.
O guia ao ouvir que Clarice havia aberto seus olhos durante as orações, lhe deu uma bela bronca, disse que eles tem que seguir os pedidos do guia, pois ela teve muita sorte.
Aquela velha, era uma entidade que estava encostada naquela mulher, um espírito infeliz que estava ali para atrapalhar a vida da mulher e de sua família, sugar suas energias boas.
Como na família da mulher que havia procurado o centro, todos eram acostumados a falar palavrões e xingamentos entre si, aquela velha havia se encostado na família para aproveitar do resto de coisas boas que haviam entre eles.
O guia explicou que, quando a velha percebeu que Clarice era a única que não estava rezando, começou a ir para seu lado a procurando um novo "lar".
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