Enfim o final de semana chegou, para mim isso não representava nada de emocionante, ainda mais agora que a única coisa interessante para mim, tinha sido tirada: Minhas idas à livraria. Estava pensando nisso ainda debaixo das cobertas, então chegou uma mensagem no meu celular.
- Bom dia!
Era ele... Meu coração esquentou.
- Bom dia! Tudo bem?
- Sim. E com vc?
- Estou bem, eu acho.
- Vamos pedalar?
- Sério?
- Sim!
Fiquei uns segundos pensando naquilo. Eu não tinha nada a perder se fosse. Mas se ficasse, seria apenas mais um sábado trancafiada dentro do quarto.
- Bem, para onde vamos? Terei que pedir aos meus pais.
- Eu costumo pedalar no parque aos sábados. Lá tem uma trilha legal, podemos ir até o rio.
Meu coração palpitou, minha vida social estava tão restrita ultimamente, eu vivia entre as quatro paredes do meu quarto, não tinha amigos, não saía a não ser com meus pais. Lembrei que sempre desejei receber mensagens como aquela.
- Eu vou me vestir. Onde nos encontraremos?
- Eu vou à sua casa. Eu aproveito para pedir aos seus pais.
Sorri. Esse garoto estava mesmo ganhando pontos comigo. Levantei às pressas e corri para o banheiro, após alguns minutos eu estava em frente ao guarda roupas escolhendo o que vestir, então comecei a ouvir vozes na sala.
- Deve ser ele! Meu coração começou a acelerar, por que eu estava assim? Quem estava lá fora era o Afonso Neto, não tinha nada de especial nisso.
Quando saí do quarto, ele estava sentado à mesa tomando café com meu pai, enquanto minha mãe mexia na sanduicheira na bancada, minhas bochechas arderam ao me aproximar.
- Bom dia!
-Bom dia Sarah!
Sentei à mesa me sentindo esquisita, com vergonha dos meus pais, ele ao contrário de mim, estava super a vontade.
- Seus pais disseram que deixam. E sorriu
Dei um sorriso sem graça, até pq eu já estava vestida para sair. Minha mãe juntou- se a nós me entregando uma xícara.
- Estamos felizes por ter arrumado um amigo.
- Ah... é! Eu gaguejei com a idéia.
Enquanto tomávamos café, meus pais agiam com tanta diferença dos pais normais, para eles era maravilhoso um garoto visitar a minha casa tão cedo, pois para eles isso significava que a sua única e esquisita filha estava tendo uma vida social, eu tinha um amigo. Terminamos o café e minha mãe nos entregou um saco de papel com lanches.
-Juízo!
Pegamos nossas bicicletas e nos dirigimos ao parque. Ficava a uma boa distância da minha casa, mas a idéia de pedalar era justamente mexer o corpo, então ok, sem falar que era o segundo final de semana que eu tinha companhia para isso.