Reyna XXI
HEY MINHAS DELÍCIAS DELICIOSAS, UM CAPÍTULO GRANDINHO PARA COMPENSAR OS DIAS QUE NÃO POSTAMOS. A WEIRD RAINBOW AMA VOCÊS ❤
Me disperso dessas lembranças e volto para o agora.
As coisas nesses últimos seis meses tem ficado cada vez mais complicadas,, os legionários andam cada vez mais violentos e agressivos.
Marcos, Lia, Dean, Hazel e Frank vêm me ajudando a apaziguar as brigas que muitas das vezes são duas em lugares diferentes. Lia sempre dava um jeito de fazer com que Dean e eu fossemos juntos para algum lugar, o que dava a ela quatro par de olhos fulminantes em sua direção.
Nunca usei tanto os poderes que herdei de minha mãe, transmitir calma quando se está agitada é um tanto complicado.
Estou saindo da enfermaria onde alguns legionários estão feridos do último ataque, quando vejo Marcos e Dean vindo em minha direção, estavam rindo e Marcos estava jogando para cima um saquinho com alguma coisa dentro.
— A Lia me fez ficar rico, - diz ele sorrindo, - Apostei naquela fumaça e ganhei muitos denários. Dean olhou para ele e balançou a cabeça sorrindo.
— É – diz ele – depois ela te bateu e disse que não era para apostar nela novamente.
— Você apostou na Lia? – perguntei incrédula
— Apostei – Marcos diz me olhando com cautela, ele sabe que eu vou repreende-lo.
— Marcos, - olho para ele seriamente – nossos treinos não são entretenimento como eram as batalhas no Coliseu. Os legionários já estão agressivos e violentos e ainda me fazem uma aposta?
Marcos me olha com os olhos um pouco arregalado.
— Não vai se repetir, Reyna – ele diz
— Eu espero. – digo ainda olhando-o.
Viro-me para Dean que está nos observando, ele já está habituado comigo chamando a atenção de Marcos. Fiquei encarando ele por alguns minutos – mais do que deveria- quando minha atenção sai de seu rosto e vai para uma espada que está em sua mão.
— Onde arrumou essa espada? – Pergunto, para disfarçar que estava observando e encaro o objeto distinto.
É uma lâmina dupla face: metade Ouro Imperial e a outra é de bronze Celestial. O cabo da espada era decorado com que parecia conchas do mar e no centro do cabo um tridente em prata reluzia.
— Um presente, - diz ele com um pequeno sorriso de lado e balança a espada em suas mãos – logo depois que você, Lia e Marcos saíram, eu entrei no templo e encontrei a espada no altar.
Fiquei encarando a espada por alguns instantes e fixei meu olhar no seu.
— Espada maneira – Marcos disse.
— É, -eu digo – bonita mas, os deuses não nos dão presentes sem querer algo em troca.
E como se para confirmar minhas palavras, ouvi um barulho e uma agitação vindo do Campo de Marte. Minha pele se arrepiou e eu sabia, algum deus veio nos visitar.
Marte todo poderoso, de novo não!
Dean, Marcos e eu corremos até onde estava os campistas estavam se aglomerando e sussurrando uns para os outros.
Fui abrindo caminho por entre os legionários com os garotos logo atrás de mim, quando cheguei e vi quem era estanquei no lugar, fazendo com que Marcos e Dean se esbarrassem em mim e me olhassem confusos.
— O que aconteceu, Reyna? – Dean por extinto colocou suas mãos em minha cintura para se segurar e me segurar.
Não respondi a sua pergunta, pois, a minha frente estava a deusa que eu não nutria bons sentimentos.
Ela estava vestida com um longo vestido azul, com um pequeno decote no formato da letra v. Usava um chalé que estava em sua cabeça e sua maquiagem estava perfeitamente no lugar. Sua aparência mudava a cada segundo, de loira para morena, depois para ruiva e seus olhos pareciam ter todas as cores do mundo.
— Vênus – eu disse, em um resmungo. Digamos que nosso último encontro não foi tão agradável.
— Eu preciso da sua ajuda, Pretora. – diz a deusa olhando fixamente para mim – Algo ruim está acontecendo.
Soltei um suspiro e juro queria dizer: não me diga, nem percebi. Mas é claro que eu não disse isso.
Olhei para o lado, para Dean que estava tão estupefato quanto eu. Marcos estava do meu outro lado com Lia ao seu lado, fuzilando a deusa com o olhar.
Volto a minha atenção para a deusa e arrumo minha postura.
— Não estou surpresa de algo estar acontecendo, - digo tentando soar o mais respeitosa possível. – As coisas estão um pouco... fora de controle.
Vênus arqueia suas sobrancelha perfeitamente alinhadas e me olha.
— Querida, sei que não tivemos uma boa... conversa da última vez – diz a deusa, escolhendo as palavras. – Mas, eu realmente preciso da sua ajuda.
— E no que exatamente eu poderia ajuda- lá ... minha senhora? – digo enfatizando um pouco demais minhas palavras.
Vênus pegou minha nota de sarcasmo e arqueou as sobrancelhas.
— Vejo que minhas palavras ainda te afetam – ela diz, me encarando. – Um dia quem sabe elas não afetaram mais.
Essas palavras ela diz olhando para Dean, que a encara encantado. Assim como todos os outros. Bufo e olho para a deusa.
— O que a senhora quer de mim? – pergunto, tentando manter minha frustração escondida.
— Bem, os deuses estão um pouco... como posso dizer? – diz ela – Ariscos uns com os outros, especialmente comigo.
—Porque especialmente com você? - pergunto confusa.
— Vamos dizer que essa confusão é algo relacionado comigo e com uma de minhas filhas. – Vênus diz, um pouco agitada. – Algo de importante foi roubado e até que isso não seja encontrado, os deuses entrarão em guerra. Não estou conseguindo acalmar os deuses com meu charme, sua agitação é muito para meu poder. Nem Atena está conseguindo manter os deuses racionais, o Olimpo está um caos e eu estou escondida por que os deuses me culpam.
Os legionários estão em completo silêncio agora, todos encarando a deusa com um misto de encantamento e confusão.1
— E o que exatamente foi roubado? – Lia formula a pergunta que eu iria fazer.
— Um colar – diz a deusa – vocês deverão começar a busca pelo criador desse colar.
A deusa se vira para Lia.
— Você, minha querida – diz ela apontando para Lia, - Saberá onde está o criador, falou com ele hoje não é mesmo?
Lia tenta esconder a surpresa que passa por ela mas falha e, dá um passo em direção a deusa como se fosse ataca- lá. Ponho a mão em seu braço e lanço – lhe um olhar, ela me encara mas acaba cedendo.
— Então, Lia também deverá ir nessa missão? – pergunto.
— Sim, ela é uma peça muito importante nessa missão – diz Vênus e Lia murmura algo que eu tenho certeza que era um xingamento, e eu a cutuco com o braço. – E, vocês dois também devem ir.
Ela diz olhando para meu irmão e Dean.
— Porque precisamos ir? – Dean, pergunta.
— Digamos que vocês tem coisas que precisam enfrentar. – diz a deusa – Especialmente você, querido Dean.
Olho para Dean procurando uma resposta sobre isso mas ele parece estar tão confuso quanto eu estou.
— Muito bem, queridos – diz a deusa – Vocês devem trazer o colar de volta no nonae que por uma coincidência caíra em uma calendas, dia primeiro de junho.
— O que é um nonae? – Pergunta Marcos.
— É o dia da lua quarto crescente, – Vênus diz – um dia muito delicado para Diana, é o dia em que ela fica instável, dia de conflitos. Se o colar não for entregue até esse dia as coisas serão irreversíveis e o mundo que vocês conhecem irá se tornar um caos, com guerras sem fim.
— Então, - eu digo – contando de hoje temos dez dias para trazer o colar de volta.
— Exatamente minha querida. – Vênus diz sorrindo, - E, Reyna, nessa missão, você precisará enfrentar algumas coisas, você terá que se abrir. Se não superar essas coisas, vocês podem fracassar na missão. Boa sorte, queridos.
E com isso a deusa do amor desaparece.
As palavras de Vênus ficam ecoando em minha cabeça, o que eu preciso enfrentar? E o que ela quis dizer com eu precisar me abrir? E, o pior de tudo, se eu falhar isso pode comprometer a missão, coisa que eu jamais admitiria então, seja lá o que eu tenha que enfrentar, eu vou fazer.
— Então, Reyna? – Frank me pergunta.
— O que? – digo sem entender. Ele me encara e repete a pergunta.
— Acho que isso nos traz uma reunião de emergência, não é mesmo?
— É o que parece. – resmungo.
— Romanos – Frank grita – Reunião no Senado, em dez minutos.
Aos poucos o Campo de Marte começou a esvaziar, deixando somente Dean, Lia, Marcos, Frank, Hazel e eu.
— É, a deusa mais improvável nos deu a missão. – diz Lia com um certo desgosto na voz.
— E pediu para mim – eu digo fazendo uma careta.
— O que ela quis dizer sobre você não ter superado a última conversa com ela e com coisas que você precisa superar? – Pergunta Dean, seus olhos me analisam.
Por algum motivo estranho Dean me fazer essa pergunta me deixa um tanto... constrangida.
— É uma história delicada, - eu digo e tenho quase certeza que minhas bochechas assumiram um tom rosado.
O que me dá um olhar confuso de Dean.
Frank percebendo meu desconforto chama a atenção para ele.
— Bem, vamos. Temos uma reunião a fazer.
***
Eu devo admitir, eu odeio reuniões no Senado. Por isso eu sempre faço com que seja mais rápida e sem todas as formalidades.
— Bem, - disse Frank – Como todos viram Vênus nos deu uma missão. Então não estamos aqui para votar na busca. Mas, para ajudarmos no que pudermos. Vênus deu a missão a Lia, Marcos, Dean e Reyna.
— Isso está parecendo como a vez que Percy apareceu pela primeira vez aqui. – Hazel murmura.
— Eles são novatos! - Um dos veteranos gritou.
Lancei um olhar fulminante para o som da voz.
— Vênus deu a missão para mim, - eu disse rispidamente – As regras são que um Centurião deve comandar uma missão. E pelo que eu sei, sou mais que uma Centuriã, sou a Pretora de vocês. E, se não me falha a memória, esses três que devem ir na missão comigo, se mostraram honrosos e valorosos desde o primeiro dia que entraram no acampamento.
Ele ficou em silêncio, como imaginei que faria.
— E hoje, Lia me salvou de uma harpia. – Hazel disse, ela estava com o tornozelo enfaixado por conta do ataque.
Lia olhou para os senadores com um ar convencido no rosto, o que me fez sorrir.
— Lia, - eu disse chamando sua atenção – quem é o criador que Vênus mencionou que você saberia?
Um olhar sombrio passa pelo rosto de Lia.
— Meu pai, - disse ela – Vulcano. Ele tem um Bunker em algum lugar do Texas, podemos começar por ai.
— Isso é um começo. – eu digo – Já sabemos onde começar.
— Agora, - Frank diz – precisamos votar no apoio que vamos dar para a missão: armas, transportes, dinheiro, magia.
— Só precisaremos de transporte e armas, nos viramos com o resto.
— A proposta é a seguinte: A missão deve começar no Texas, o Senado deve fornecer transporte – de preferência um carro- e algumas armas. Todos de acordo? – Eu pergunto, e várias mãos se levantam.
— Ótimo – diz Frank – Reunião terminada, todos dispensados.
Observo cada um sair por uns instantes e volto o olhar para meus novos companheiros de missão.
— Bem, - eu digo. – precisamos arrumar as coisas e sair o quanto antes.
Todos acenam com a cabeça e saímos.
Frank diz que vai acompanhar Hazel até a enfermaria porque ela está sentindo dor no tornozelo, e eu vou para a principia.
Todo o caminho eu vou pensando nas palavras de Vênus e nas coisas que ela diz que eu preciso enfrentar. Dizer que estou frustrada seria um eufemismo, ainda mais quando penso que uma parte do sucesso da missão tem a ver comigo.
Chego na principia e vejo Aurum e Argentum deitados aos pés da minha cadeira, eles me veem e me encaram. Passo a mão em suas cabeças e fito a mesa com os pergaminhos à minha frente. Estou perdida em pensamentos que não percebo que alguém me chama.
— Reyna – diz uma voz.
Olho ao redor e não vejo nada. Mas, um brilho no canto da parede chama minha atenção e eu vejo que é uma mensagem de Íris. Vou até a imagem e encaro a figura.
— Annabeth? – eu pergunto – O que aconteceu?
Ela está vestida com sua costumeira camisa laranja do Acampamento Meio-Sangue, seu cabelo loiro e encaracolado está em um rabo de cavalo frouxo. Seus olhos cinza tempestade estão agitados e um pouco aflitos.
— Graças aos deuses! – ela diz um pouco aliviada. – Estou tentando falar com você faz horas!
— Estava em uma reunião no Senado – digo – Vênus apareceu aqui e nos deu uma missão.
Os olhos de Annabeth se arregalam e ela pragueja algo em grego antigo.
— Deuses, então é verdade! – ela diz – As coisas estão bem mais complicadas do que eu pensei.
— Annabeth, do que você está falando? – pergunto.
— Você não percebeu como as coisa tem estado esquisitas? – Pergunta ela. – Como as pessoas estão mais agressivas e impacientes? Nessa semana tivemos que separar três brigas feias, entre os filhos de Ares e Apolo.
— Sim, eu percebi – eu digo, - tivemos alguns ataques de pássaros e os Legionários tem estados mais agitados e agressivos também. E para ajudar Vênus aparece dizendo que os deuses estão em conflito, e que a culpam por conta de um colar roubado que devemos encontrar até o dia primeiro de junho.
Annabeth me encara com seus olhos intensos por uns instantes.
— Minha mãe apareceu para mim. – ela diz finalmente, - ela me disse que os deuses estão brigando por qualquer coisa, que estão sem controle.
— Vênus mencionou isso, e disse também que ela não está conseguindo acalmar os deuses com seu charme – eu digo. – E, que sua mãe não está dando conta de fazer com que todos voltem a razão.
— É verdade, minha mãe me disse isso. – Annabeth diz pensativamente – Isso é estranho, é como se os deuses não entendessem uns aos outros mais, é como se eles não tivessem mais...
— Harmonia – eu concluo e uma luz pisca na minha mente. – É a deusa da paz, ela está com problemas, e isso quer dizer problemas para todos nós.
Podia ler a expressão de Annabeth, ela estava frustrada. Todos nós achamos que íamos ter alguns anos de paz (o que nesse momento soa irônico) depois da luta contra Gaia. Mas, estávamos enganadas, e como estávamos.
— Eu ouvi sobre o mito do colar de Harmonia – diz ela, seus olhos mostram que ela está tentando se lembrar – algo como um presente de Hefesto para Afrodite que o deu para Harmonia, não consigo me lembrar o resto.
Annabeth está frustrada por não conseguir se lembrar. Olho para ela vejo que ela não tem dormido muito bem ultimamente, as olheiras estão fundas sob seus olhos.
— O que importa é que sabemos o que estamos procurando e onde vamos começar. – eu digo confiantemente – E já temos os semideuses que irão: Dean, Lia, Marcos e eu.
Ela me fita por alguns instantes e acena.
— É um começo bom. – diz ela – Mas, será que são só vocês?
Annabeth não devia ter feito essa pergunta. Não devia mesmo.
Vejo que ela também se arrepende no momento que um barulho estrondoso vem de trás dela e faz a mensagem de Íris oscilar.
— Acho que isso responde sua pergunta. – digo, forçando um sorriso. – Uma visita divina para vocês também, perfeito.
Ela pragueja em grego antigo e nos despedimos. Mas, eu sei que em breve vamos nos encontrar.
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