Marcos IV
Nota do Autor: Hey garerinhuss eu sou o Tiago Star e sou responsável pela história do Marcos e escrevo os capítulos dele. Avisando aqui pois a escrita pode estar diferente dos capítulos anteriores. Espero que vocês gostem, boa leitura 💜
Estava correndo, não sabia exatamente do que eu fugia, mas cada músculo do meu corpo me mandava correr e me esconder, ouvia trovões e gritos de pessoas, então uma voz me chamou atenção, uma voz feminina, uma garota da minha idade aparece logo a minha frente, sentada em um parque ao estilo Roma antiga, olhando para uma fonte do deus Baco, paro onde estou e fico a observando, por que ela não corria? Qual era o nome dela?
Tento chegar mais perto, mas algo apita em minha mente, um som agudo e irritante.
Acordo com o despertador tocando, desligo ele derrubando aquela coisa, sempre me acordando nas piores horas.
Me levanto e vou para o banheiro, me despindo do confortável pijama cinza para receber um jato de água fria no meu rosto, meus pensamentos ainda enevoados pelo sonho que tive, o rosto daquela garota. . .
Mas não tinha tempo para pensar sobre isso, eu tinha que encontrar uma pessoa importante hoje.
Saio do banho e amarro a toalha na cintura, indo para meu quarto pegar minhas roupas, escolho uma camisa simples e branca, calças jeans e meus tênis de sempre, depois de vestir minhas roupas desço as escadas e furto uma maçã da cozinha, me dirigindo a porta central da casa.
— Marcos querido, já esta indo? - ouço a voz, suave e doce vindo da sala de estar.
— Já sim mãe - Sorrio.
— Tudo bem meu amor - ela aparece no corredor e anda até mim, me dando um beijo na testa – tome cuidado.
— Pode deixar – digo e beijo a mão dela e saio de minha casa.
Vou andando pelas lindas ruas de Chicago Tinley Park, minha cidade, mordo a maçã e comprimento alguns comerciantes locais, andando com calma até avista-la, sentada em um café, com um elegante par de botas
— Olá mãe – eu digo olhando para ela.
— Olá Marcos - ela me olha com certo carinho e sorri para mim, tira seu elegante chapéu e o coloca em um banco ao seu lado, me deixando com a única opção de sentar a sua frente.
Seus óculos escuros e caros (Não que nosso dinheiro tenha algum valor para ela) não conseguiam disfarçar uma certa angustia em sua voz, me sento e um simpático homem vem anotar nosso pedido, logo ele entrega meu café puro e um par de pãezinhos.
— Preciso falar com você Marcos. – Ela diz me olhando fixamente.
— Também queria te contar uma coisa. . . - o sonho ainda martelava em minha mente, todo o caos e principalmente a garota que eu havia visto ainda estavam gravados em minha mende.
— Marcos você precisa encontrar sua irmã. – ela simplesmente diz.
Aquilo me deixa em choque, paro a caneca de café no meio do caminho e a devolvo a mesa com cuidado para não derrubar seu conteúdo. Eu tenho uma irmã? COMO fui saber disso só agora? Quem é ela e onde ela está? Eram tantas perguntas que não conseguia decidir qual fazer primeiro, por sorte minha cara de total confusão que estampava lindamente fez com que Bellona falasse.
— Marcos isso é importante, não é atoa que venho falando com você por esses meses, você precisa achar sua irmã. – ela diz e eu sinto um pouco de urgência em sua voz.
— Espera, irmã? Eu tenho uma irmã? Porque esta me dizendo isso só agora? Porque é tão importante que eu ache ela? Porque. . . - gentilmente ela coloca um dedo em meus lábios e eu paro de falar, é difícil falar quando a própria divindade da guerra te manda calar a boca com as mãos.
— Não posso falar mais que isso, você precisa entregar isso para mim na Amazon, lá você encontrará as respostas que deseja, mas tem de ir rápido Marcos, algo de importante vai acontecer - ela tira um pequeno pacote de sua bolsa e o coloca na mesa, ao lado dos pãezinhos.
— Até encontrar sua irmã não nos veremos mais Marcos, quero que saiba que eu te amo, e você se tornou um homem muito melhor do que imaginei - ela se levantou, pegou sua bolsa de couro e seu chapéu chique - Adeus, meu filho querido.
Depois disso foi embora, me deixando sozinho com um pacote e dois pãezinhos.
— Marcos? Você já voltou filho? – Ouvi minha mãe adotiva dizer da sala.
Eu já estava no corredor do segundo andar da casa, praticamente em meu quarto, peguei uma velha mochila que tinha pouco uso e a enchi de meus mais variados pertences, roupas íntimas e camisas foram a prioridade, estava pegando mais dois pares de calça quando a simpática mulher aparece na porta de meu quarto
— Marcos você esta ai? - Ela se choca quando me vê. Eu estava sentado, colocando roupas em uma mochila, o pacote de Bellona ao meu lado jogado por cima de minha cama – Marcos o que é isso?
-Mãe eu . . . - não sabia o que dizer, o que eu poderia dizer? Que sairia de casa e iria até a Amazon mais próxima para entregar um pacote porque minha mãe deusa romana havia mandado?
Já estava prestes a dar uma desculpa esfarrapada quando ela me surpreendeu, entrou no meu quarto e abriu uma de minhas gavetas, pegando uma blusa vermelha e um par de meias, colocando as roupas na minha mochila.
— Você vai volta para mim? - um sorriso dançava por sua face, mais a angustia em sua voz não a deixava disfarçar a dor que sentia, nesse momento eu percebi que ela já estava preparada para me ver partir, ela descobriu meu sangue divino bem antes de eu sequer imaginar tal possibilidade, e desde então fez de tudo para me manter a salvo, tudo o que ela fez, foi para um dia me ver partir de seu abraço.
— Eu sempre vou voltar para você Mãe - sorrio e a abraço, sentindo suas lagrimas em meus ombros. Ela se afasta e acaricia meu rosto, me olhando como se fosse a primeira vez que me visse. Em seus olhos vi o medo dela, em ser a ultima vez.
Depois de me arrumar e colocar o pacote na mochila, pego todo o dinheiro que havia guardado ao longo dos anos, não era muito, mas era suficiente para chegar em Seattle.
A muito tempo ouvi dizer que lá comporta uma importante "base" da Amazon, e por ser uma carga importante, confiada a mim mesmo pela própria Bellona, achei melhor entregar direto em uma base oficial, sem correr o risco do pacote ficar perdido em meio aos correios.
Sai de casa e fui para um ponto de ônibus, sentei naquele ponto e fiquei la, esperando aquela praga que só apareceu uma hora depois, subi e paguei a passagem, indo direto para o banco alto do ônibus,minha mochila pesava com a tal encomenda que Bellona me deu, será que eu poderia ver o que é? Não. Definitivamente não.
Bellona é minha mãe mas acima disso é uma deusa romana, provavelmente se sentiria ofendida e me mataria de um modo horripilante, ou permitiria que eu morresse de modo horripilante. Tentei esquecer disso e focar na viagem, peguei meu Walkman, uma tecnologia ultrapassada a muito tempo, mas uma das únicas que não explodia em minhas mãos de semideus. Coloquei uma fita e também os fones, me deixando levar pela musica e olhando a estrada pela janela do ônibus.
Um tempo depois, desço em meu ponto e vou caminhando até o aeroporto de Chicago, seguro as alças de minha mochila mais forte, muitas pessoas andavam para la e para cá, malas e crianças chorando estavam por todo lado, assim como os guardas e seguranças, nunca tive problemas com a lei, mas estar sozinho em um aeroporto era novidade para mim.
A última vez que viajei de avião foi para ir a Londres visitar alguns parentes com minha família adotiva, quando eu tinha 15 anos, e isso já tinha la seu tempo.
Fui direto comprar minha passagem e graças a Júpiter correu tudo perfeitamente bem. Em poucas horas estaria voando para Seattle, indo para Amazon entregar o pacote de Bellona para. . .seja lá quem estivesse em Seattle.
O Voo para Seattle foi incrivelmente tranquilo, desci no aeroporto e fui direto em busca de um ônibus, santos folhetos informativos, em um desses que estava jogado no chão eu conseguia ver toda a minha rota, eu sei que seria bem mais fácil entrar no google maps, mas eu não posso tocar em um celular, uma das varias vantagens de ser um semideus.
Me sento no ponto de ônibus e fico esperaando. Mas algo não esta certo, sou tomado por uma sensação estranha e me levanto saindo daquele lugar, andando o mais rápido que posso para. . . Não sei bem para onde, mas precisava ir para lá e o mais rápido possível.
Viro uma esquina e depois em outra, depois de várias esquinas acabo em um beco húmido e sujo em uma parte não tão turística da cidade, as paredes todas pixadas com frases e desenhos extravagantes, lixo em basicamente todo o chão contribuíam para o cenário do beco.
Mas, o que mais chamava a atenção era a figura de uma menina de longos cabelos negros, praticamente jogada ao chão, um homem de aparentemente 35 anos em pé perante a figura da menina, que parecia muito assustada com aquela situação, o homem já estava sem camisa e dizia para a garota não fazer barulho, que seria rápido e que ela queria aquilo, obviamente a garota não queria.
— EI, VOCÊ AI - disse sem pensar muito, o que eu iria fazer? Bater no homem?. Ele se virou e me encarou fixamente, cerrando os olhos e tirando as mãos do zíper de suas calças, a garota me olhava assustada, mass aproveitou para se afastar o máximo que pode daquele homem.
— Vai arranjar o que fazer bixinha - a voz fazia jus a imagem do homem, feia e rouca de tanto encher a cara nos bares da cidade, ele se virou para a garota novamente e exibiu um sorriso sarcástico e horrendo, voltando a tirar suas calças.
Ver aquela situação mexeu comigo, algo dentro de mim se acendeu e eu parti para cima do homem chutando seu joelho por trás, o que o fez cair ao chão. A garota ficou parada olhando fixamente para mim e para o homem, que já começava a se levantar.
— Filho da . . . - Fecho minha mão e dou um soco atingindo o maxilar do homem, sangue voou de sua boca manchando ainda mais o chão imundo do beco - VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO SEU MOLEQUE IMUNDO - ele se levantou e se preparou para me bater, mas caiu ao chão e não se levantou mais.
Por três segundos fiquei sem entender, ai reparei que a garota segurava um pedaço velho e enferrujado de cano, o qual usara para atingir a cabeça do homem, que agora jazia caido ao chão.
— Vamos embora - disse a garota, ela apenas largou o cano e acenou que sim com a cabeça. Saímos correndo daquele beco e acabamos parando em uma Praça, nos sentamos perto de uma fonte e ela falou comigo pela primeira vez.
— Obrigada - sua voz era linda, me lembrava vagamente algo mas não sabia bem o que.
— Não precisa agradecer, não deixaria aquilo acontecer com ninguém. . . Ai - olho para minha mão e a toco, ela estava levemente inchada e avermelhada. Obviamente aquele soco causara efeitos em mim também, até porque eu nunca havia batido em alguém daquele modo e com aquela carga de raiva.
— Você está bem? - ela disse seguindo meu olhar e vendo minha mão - Okay, não está bem.
— Isso não é nada, não precisa se preocupar. . . – eu começo a dizer mas, ela me interrompe.
— Você já me ajudou hoje, me deixe te ajudar agora - pelo tom de sua voz pude perceber que ela não estava pedindo.
Ela tirou minha mochila de mim e cheretou um pouco la dentro - Por favor me diga que tem um rolo de esparadrapo aqui dentro - Não precisei responder, ela achou o rolo e enfaixou minha mão, seu toque era macio e sua pele lisa como se nunca tivesse tocado algo sólido antes - Prontinho, só está um pouco inchada. Mas, se continuar a sentir dor é melhor ir ao médico.
— Obrigado. . . - percebi que não sabia o nome dela.
— Ah, me desculpe, meu nome é Angel. – ela diz um tanto corada.
— Obrigado Angel, eu me chamo Marcos - sorri para a garota, seus olhos verde mar me hipnotizou por um momento - Não quero ser intrometido Angel, mas como você parou naquela. . . Situação?
— Eu não sou dessa cidade, vim aqui apenas uma vez e não sei bem em quem confiar por aqui. – ela diz dando de ombros.
— Te entendo, também não sou daqui. - digo encarando aqueles olhos da cor esmeralda.
— E o que te trás a maravilhosa cidade de Seattle Marcos? - ela pergunta em meio a uma risada, parecia ja se sentir bem melhor e menos assustada.
Olhando de perto pude perceber que ela não era exatamente uma garota, tinha aproximadamente a minha idade, em torno dos 22 ou 23 anos.
— Vim entregar uma coisa para uma pessoa, e você? - disse sem revelar muita coisa, uma das primeiras lições que Bellona me deu foi de que nem um mortal deve saber sobre os deuses.
— Vim procurar uma pessoa - ela disse usando o mesmo tom de voz que eu havia usado. Olhei para ela um pouco intrigado, depois sorri e por ultimo ri.
— Certo, certo. Preciso entregar um pacote na Amazon, minha. . . Mãe me disse que era importante e que eu poderia ficar um pouco por aqui - teoricamente não menti para Angel, minha mãe REALMENTE deixou bem claro que era importante.
— Na Amazon? Eu sei onde fica, não estamos muito longe. – ela diz prestativa.
— Jura? Pode me falar onde fica? – pergunto animado por não ter que procurar por horas.
— Não, eu posso te mostrar onde fica, contanto que me ajude depois a encontrar minha pessoa. — ela diz se levantando e estendeu sua mão para me ajudar, eu a pego e me levanto.
— Fechado – eu digo animado.
— Perfeito - ela esbanja um lindo sorriso travesso, e sai andando na minha frente, mostrando o caminho para a Amazon.
Pego minha mochila e a jogo nas costas, seguindo a garota de cabelos negros.
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