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— Caterine— minha irmã me sacudiu e eu despertei contra minha vontade, arregalei os olhos e senti a claridade da manhã queimar minhas retinas.

— Puta que pariu, Isabella— resmungo e rolo na cama afundando o rosto no travesseiro.

— Vamos, mana, já vai dar onze horas.

— Que se foda, me deixa em paz— coloco a mão contra a cara dela e tento a afastar. Isabella sobe na cama e joga todo seu peso para cima de mim, sabe como eu odeio quando ela faz isso. Sinto um ódio puro do fundo da minha alma. Eu me sento apenas para a jogar para o chão— Isabella Marie Swan, sai da porra do meu quarto!

— Caterine Heather Swan, levanta!— ela eleva o tom e eu a espanco com o travesseiro. Ela melhor do que ninguém sabe como eu detesto meu nome do meio. Odeio ter nome composto, vai se foder.

— O que você quer?— rosno entredentes.

— A gente vai sair com as garotas hoje, lembra? Vamos para as compras, êê!— ela fingiu ânimo, não muita mais comovida a sair de casa do que eu.

— Puta...— eu esfrego o rosto sem completar o xingamento.— Tenho que parar de ter amigos, eles querem sair todo final de semana.

— É literalmente a segunda vez que fazemos alguma social— Bella ri de mim e balança a cabeça— Vamos, levante-se, eu vou chamar as garotas.

— Você tem sorte que tem a minha cara, aí eu não vou querer descer o murro nessa sua fuça linda!

— Eu sei, Caterine, eu sei!— ela sai do quarto e eu juro para todos os deuses que não marco mais nenhum passeio com meus amigos para o resto da minha vida.

Eu odeio todo mundo.

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Eu mereço? Devo ter apedrejado Jesus na cruz. Estou rodando por Port Angeles desde cedo, meus braços pesam por conta de sacolas que eu carrego cheias de blusas de frio já que minha gêmea e eu realmente estávamos precisando. Por sinal, obrigada pelo cartão de crédito, papai.

O dia se passou numa lentidão absurda, fez um pouco de calor até, como se eu tivesse mudado para um universo paralelo de repente. Nós ainda iríamos assistir um filme para fechar o dia com chave de ouro. Minha bateria social já se acabou faz tempo, será que elas se importariam se eu as chamasse para uma delegacia e metesse uma bala na minha cabeça ali mesmo? Hm.

Não é que eu esteja sendo torturada, eu gosto da companhia de Angela, suporto a Jessica e a vaca da Lauren está quieta, mas eu quero muito, muito mesmo ir embora, e como se não bastasse toda essa demora só pra escolher o vestido mais decotado para as três mosqueteiras librianas, minha gêmea se separou de mim e as garotas estão ficando com muita fome pela sua demora em retornar. Maldita hora que decidimos vir num só carro. Daqui até em casa eu teria superado meu sedentarismo uma vida, se fosse caminhando.

— Estou preocupada— Angela transmitiu meus pensamentos, o sol está se pondo no horizonte e eu olho para todos os lados em busca da minha irmã. Com certeza Bella se perdeu. Merda, eu devia ter ido com ela só que não me senti tão interessada assim em ir em uma livraria agora.

— Vocês não tem um celular para ligarem uma para a outra?— Lauren perguntou, acredito que sejam as primeiras palavras normais que saem da boca dela, sem nenhuma crítica falsamente omitida.

— Não— suspirei.— Eu acho que vou atrás daquela estabanada, podem cuidar das minhas sacolas por mim?

— Claro— Angelina foi a única que reagiu. Não sei mesmo o que essa garota tão boa faz com essas duas otárias. Passo minhas sacolas para a morena e assim que me preparo para me afastar delas, um carro prateado familiar para na nossa frente a toda. Franzo a testa e fico surpresa por ver minha gêmea descendo do banco do passageiro. A garota sorri para mim timidamente e eu rapidamente me estresso.

— Bella, onde é que você estava?— eu seguro o braço dela ignorando Edward Cullen por completo, que deu a volta no carro para nos cumprimentar— Eu estava prestes a ir atrás de você— reclamo pegando minhas sacolas de volta com a Angie.

— Desculpe, acabamos nos encontrando por aí e eu a atrasei sem querer— Edward responde numa voz macia, manhoso. As garotas do meu lado dão risadinhas maliciosas pelo sorrisinho que o moreno as oferece. Tão cordial. Olho para Bella e ela balança a cabeça, concordando.

— Hm— é minha resposta, entrelaço meu braço ao de minha sósia e a puxo para meu lado, um tanto possessiva— Obrigada por trazê-la.

— Hã, eu gostaria de terminar uma conversa com Edward, na verdade— Bella tenta se soltar de mim, no entanto, eu a seguro com mais um tanto de força e ela para de resistir.

— A gente estava indo ao cinema— Angela fala, dando de ombros e ajeitando os óculos de grau com um empurrão para cima com o indicador— Por que não se junta a nós?— ela convida o rapaz.

— Na verdade, por que não vão para um restaurante para ter um encontro de verdade?— ironiza Lauren. Bella franze a testa e baixa a cabeça, desconfortável com a proposta.

— Eu vou com vocês— eu solto uma bufada de ar, impaciente, olho para o casal recém chegado. Edward exala inocência e dá de ombros, aceitando. Nós dois nos voltamos para Bella. Ela parece prestes a ficar roxa— Eu nem estava tão afim assim de ver um filme— sorrio gentil para Angela e ela assente mordendo o lábio.

— Sim, sim, nós vamos indo então— Jéssica fala após levar um beliscão nada discreto de Angela.— Espera aí, e a carona...

— Eu posso levá-las de volta para casa— Edward diz.

— Ah, ah, sim— a ruiva fica evidentemente embaraçada e ficamos num silêncio estranho esperando as três mosqueteiras se afastarem. Volto-me para o casal os impedindo de dar qualquer passo para a frente e cruzo os braços arqueando a sobrancelha.

— Não vou ficar sobrando perto de vocês e nem estou com fome. Vocês entram, você janta— aponto para Bella— já que eu duvido que você esteja com fome, até porque minha irmã não estaria aqui se fosse o caso— olho para Edward, ele segura o sorriso.

— Caterine!— Bella me censura olhando para os lados, coisa que eu não copio porque não dou a mínima outras pessoas se me ouviram. É bem mais provável que achem Edward um canibal do que um vampiro.

— Eu não vou ficar segurando as sacolas, pode abrir seu carro?— pergunto, Edward apenas obedece como um bom garoto. Jogo as sacolas no banco de trás e ele fecha a porta quando eu recuo. Pego um maço de cigarro do bolso do meu jeans e o coloco entre os lábios— Ela não gosta de abóbora— aviso para o rapaz— Agora, podem seguir com o encontro.

— Não é um encontro— Bella suspira, nervosa.

— Engole o choro e você— aponto para Edward— toma cuidado com o que faz. Encontro vocês aqui em duas horas— saio de perto deles seguindo pela calçada sem nenhum lugar como meu destino.

— Me desculpa por isso— ouvi Bella dizer.

— Tudo bem, eu gostei dela— Edward diz, indiferente. Acendo meu cigarro após protegê-lo do vento com as mãos em forma de concha e inspiro a nicotina, agora, se Edward Cullen acha que puxando meu saco vai fazer ele ganhar minha confiança, ele pode estar certo.

Não sei, talvez ele precise fazer isso mais um pouquinho.

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