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Capítulo I - Fúria Efêmera.

CAPÍTULO I - FÚRIA EFÊMERA

"É perfeitamente possível saber apenas ferir, se isso for tudo o que conheces."

Condado de Oxford, Inglaterra.

Município de Pinewood.

02/06 - Terça-feira.

06:15 A.M.

O Instituto Ólympus possuía um sistema de ensino único, e muito particular. Crianças com idades a partir dos dez anos podiam ser matriculadas ali, e concluíam sua formação aos dezoito, caso não reprovassem em nenhum semestre. Em geral, dos dez aos quatorze, eram cursados os chamados anos juniores. Dos quinze aos dezoito, os anos seniores, divididos em primeiro, segundo, terceiro e quarto.

Alevi frequentava o segundo ano sênior, assim como seu colega de quarto, Stuart Morgan Frame. Tinham a mesma idade, dezesseis anos, e as similaridades acabavam aí. Stuart era um rapaz frígido, quieto, e muito disciplinado. O ruivo dispensava formalidades, conversas íntimas, e qualquer tipo de comportamento amigável. Assim, Alevi, intimidado por tamanha frieza, fugia dos próprios aposentos, frequentando as áreas compartilhadas do internato durante a maior parte dos dias.

Essa constante aparição em pátios, bibliotecas, jardins e salões de convivência, foi o que chamou a atenção de Thomas Green.

Green, com treze anos na época, observava o menino de longe, curioso por vê-lo majoritariamente sozinho. Também achava incomum as atitudes de Alevi, que se mostrava bastante avoado, e apaixonado pela natureza. Mais de uma vez, flagrou-o falando com pequenos animais, acariciando as folhas das árvores, admirando o céu azul, e executando diversos outros gestos de pura sensibilidade. Não demorou para sentir-se extremamente tentado a se aproximar, e puxar assunto com o gentil, alegre e receptivo garotinho, que logo se tornou seu melhor amigo.

Atualmente, Thomas cursava o terceiro ano do ensino sênior. Era o capitão da equipe de xadrez da escola, posição que lutava para manter a todo custo, por conta da sua "dívida" com o colégio. A "dívida", era como se referia ao fato de ser um aluno bolsista.

Todos os estudantes da instituição precisavam ser formalmente convidados pela direção para ingressarem nela. A coordenação oferecia tamanha oportunidade exclusivamente para filhos e filhas de personalidades importantes e por algum motivo notáveis no mundo acadêmico. Isso não significava que os estudos seriam francos: um valor altíssimo era cobrado pela estadia, livros, uniformes e passeios de viés didático. Por isso, motivados pelo segundo diretor do Instituto, Gregory Megalos, avô de Athena, o Conselho Administrativo do internato se dispôs a oferecer oportunidades para jovens brilhantes de origens humildes. Assim, o Instituto Ólympus formulou e implementou o próprio sistema de bolsas: A cada vinte alunos pagantes em sala, disponibilizavam uma vaga gratuita para alguém que não pudesse arcar com os custos.

Para conseguirem o impressionante feito de adquirir uma vaga, os interessados passavam por uma série de testes, tanto físicos quanto de conhecimentos gerais. Por via de regra, a aluna ou aluno aprovado não necessariamente deveria sair-se bem em ambas as capacidades, desde que demonstrasse um desempenho excepcional em alguma delas. O motivo disso, era que o Instituto Ólympus cobrava que esses estudantes em especial trouxessem honras para o colégio de alguma forma, fosse com inteligência extraordinária, fosse chamando atenção nos esportes e conquistando medalhas para a Atlética Olimpiana.

No caso de Thomas, além de ser muito bom em todas as matérias, ele também trazia prêmios para a escola, por meio dos inúmeros campeonatos de xadrez vencidos por sua equipe. Agora, após um ano de acompanhamento nutricional e exercícios físicos, o rapaz desejava dar outro passo em seu currículo acadêmico: entrar nos times de polo aquático e vôlei do Instituto.

Essas atividades já possuíam times titulares, que competiam nacional e internacionalmente. Porém, como os Jogos eram um evento mais "informal" aos olhos da Coordenadoria de Esportes, abriam-se neles espaço para que outros estudantes também pudessem tentar ingressar nas equipes. Ser aceito para competir nos M.C.K. era o primeiro passo para conseguir chamar a atenção dos técnicos, e receber o convite para permanecer no time integralmente.

Naquela manhã de terça-feira, aconteceria o tryout* de polo aquático. Antes disso, Green precisava de um café da manhã reforçado. E Alevi seria sua companhia.

A ala dos dormitórios masculinos, cuja entrada de garotas era estritamente proibida, tratava-se de uma área logisticamente impecável do Instituto Ólympus. Os quartos interligavam-se por caminhos que levavam até um salão de convivência, local repleto de sofás e mesas, onde os alunos podiam interagir. Nos corredores, haviam portas escuras de ambos os lados das paredes, com enumerações e os sobrenomes daqueles que viviam em cada recinto fixadas a elas. A iluminação se fazia por meio de lustres dourados, e o piso apresentava um revestimento em carpete da cor naval.

Alevi estava parado do lado de fora do dormitório do melhor amigo, esperando que este saísse para que pudessem se dirigir juntos até o refeitório. Distraído, observava um quadro de moldura branca, muito bonito, atado à parede à sua frente. Na imagem, existia um carvalho antigo, como os espalhados pela área externa do campus, e um menino pequeno à sua sombra, lendo um livro. Grande admirador de qualquer forma de expressão artística, sendo ele mesmo também um desenhista e pintor, sorria de leve, notando a harmonia entre cores e pinceladas na tela. A expressão alegre se desfez, dando lugar à uma de profunda confusão, quando ouviu alguém gritar, no fim do corredor:

—VOCÊ!

Alevi virou o rosto em direção à voz. Reconheceu imediatamente quem era: tratava-se do rapaz que viu na noite anterior, "fugindo" da palestra.

Kenai Bullet caminhava pisando forte, apontando em sua direção, com um olhar de fúria estampado no rosto. Assim que chegou perto o suficiente, o loiro agarrou Alevi pelo colarinho da camisa, prensando-o agressivamente contra a parede. O mais novo lhe mirava boquiaberto, sem fazer a menor ideia do que estava acontecendo.

—Foi você, não foi, seu merdinha?! — Vociferou.

—E-eu não sei do que você está falando... — Tentou se defender, assustado.

—Sabe sim caralho, claro que sabe! — Esbravejou, por pouco não o erguendo do chão. —Eu te vi encarando a gente ontem, seu dedo-duro de merda! Quase fui enquadrado por sua causa, filho da puta! — Acusou, raivoso.

—M-mas e-eu... — Franziu as sobrancelhas, totalmente perdido. —...Eu juro que não fiz isso! Nem sei o seu nome, como poderia ter te denunciado?! — Mesmo apavorado, arriscou uma tentativa de argumentação.

Mas Kenai não se convenceu nem um pouco.

—Você pode até não saber, idiota, mas o puto do teu irmão sabe. — Seu rosto contorceu-se numa expressão de desgosto ao mencionar Jacob, evidenciando uma desavença entre eles. —E sabe bem pra cacete. Aposto que você foi correndo pra ele, não é?! ASSUME, porra! — Vociferou ao prensá-lo bruscamente contra a parede, assistindo-o arregalar seus olhos azuis no susto. —A vadia da inspetora quase me encontrou, e alguém vai levar uma surra por causa disso. —Ergueu o punho esquerdo, pronto para desferir um golpe em sua vítima.

Alevi soube que suas palavras de nada valeriam para o agressor. Encolhido, tentava driblar o próprio coração, no misto de confusão e medo que já tinham tomado conta do seu corpo, e pensar em uma saída, mas nada lhe vinha em mente. Tudo no que conseguia prestar atenção era naquele rosto feroz diante de si, furioso e determinado a espancá-lo.

Curioso por ter ouvido vozes altas no corredor, e pronto para se dirigir até o refeitório, Thomas saiu dos aposentos. Ao deparar-se com o amigo prensado na parede, sendo ameaçado pelo gigante de mais de um metro e noventa, sentiu o sangue congelar nas veias. Vê-logo naquela situação, completamente indefeso nas mãos de um alguém violento, deu um nó em seu estômago. Precisava agir, e rápido.

-Que porra é essa, Bullet?! - Green conhecia o loiro, não por já ter interagido com ele alguma vez na vida, mas sim pela (péssima) fama que este carregava nas costas.

-Sua vadiazinha ferrou comigo ontem. - Vociferou, sem desviar o olhar de Alevi por um único segundo. -E não vou deixar passar.

Muitos bullies* do Instituto achavam graça em acusá-los de supostamente "se relacionarem" em segredo, o que constrangia ambos, e particularmente enfurecia Green.

-Não sei se com o seu total de dois neurônios você é capaz de se dar conta disso, imbecil, mas estamos no meio de um corredor com câmeras! - Thomas falou alto. -A coordenação pode puxar essa filmagem a qualquer hora! - Embora fosse um cara tranquilo, naquele cenário delicado precisou de muita sobriedade para não fazer nada impulsivo. -Se você machucar ele, acabo com você. - Cerrou os punhos, com um olhar cada vez mais sério. -E quem vai se foder pra cacete por ter se metido em briga contra um bolsista, vai ser você, traste.

O Instituto Ólympus apreciava muito seus alunos bolsistas, que sempre traziam glórias e honras ao colégio. Cientes de que as questões relacionadas às diferenças de classe social entre eles e os estudantes pagantes geravam casos de bullying, criaram uma política eficaz contra qualquer tipo de agressão voltada a esses jovens. A regra era clara: quem se envolvesse em um conflito envolvendo agressão física contra algum educando portador de bolsa, por qualquer motivo que fosse, era suspenso imediatamente por uma semana, punição considerada gravíssima.

Kenai abaixou o punho, trincando o maxilar, furioso. Olhou em volta, realmente percebendo o posicionamento das câmeras (sabia que elas existiam, mas o ódio o cegou para esse fato), e a sensação de impotência irritou-o mais ainda. Fixou as orbes verdes nas azuis daquele que estava prestes a agredir, e analisou seu rosto, memorizando-o. Lidaria com ele logo. Nunca deixou um otário sair impune, e nem pretendia começar a faze-lo.

Antes de abandonar cena, Kenai aproximou seu rosto do ouvido de Alevi, sussurrando:

-Não pense por um único segundo que isso acaba aqui. - Dito isso, largou o mais novo bruscamente, fazendo com ele se chocasse contra a parede uma última vez e quase perdesse o equilíbrio.

O loiro se retirou do corredor, frustrado. Imediatamente, Thomas correu até o melhor amigo, tomando o seu rosto em mãos, procurando com urgência por qualquer tipo de hematoma ou coisa parecida na face avermelhada.

-Levi, ele chegou a te bater?! - Perguntou, exasperado de preocupação. -Puta que pariu, eu mato aquele viciado de merda!

Alevi, ainda atônito e com a respiração descompassada, colocou suas mãos carinhosamente por cima das dele.

-Eu estou bem, Tom... - Respondeu, com os grandes olhos azuis docemente se conectando aos cor-de-mel de Green, e desviando logo em seguida. -Ele me fez bater na parede com um pouco de força, mas não me socou nem nada parecido... - Ainda exasperado, tentava controlar os sintomas físicos da surpresa e pânico, sem sucesso.

Thomas sentiu o próprio peito apertar ao ver o amigo tão assustado, acentuando sua dúvida: Não conseguia imaginar uma única razão para Kenai agir tão violentamente contra ele. Alevi não fazia mal a uma mosca, nem mesmo aos vermes como Bullet. Green sabia que no coração e mente do amigo não existiam espaços ou motivações para elaborar atitudes que pudessem prejudicar outras pessoas, sendo o garoto mais gentil e empático que já conheceu em toda a sua vida.

-O que aquele idiota pensa que você fez?! - Ainda segurando o rosto dele, acariciou suavemente sua pele com os polegares. Notava-se que, em sua pergunta, questionou o que Kenai pensava que Alevi teria feito, já com a certeza de que, o que quer que fosse, tratava-se de um equívoco do loiro.

-O... Kenai? - Quis saber se era aquele mesmo o nome do seu agressor. Green assentiu, confirmando, e então prosseguiu. -...Disse que ontem eu contei para o meu irmão que vi ele indo... - Fez outra pausa, incerto. -...Fumar, no horário da palestra. Uma inspetora quase pegou ele no flagra, e então acha que foi meu irmão quem mandou ela fazer isso, por minha culpa... - Suspirou. -Mas eu não fiz nada, Tom...

A dinâmica de personalidade de Alevi levava-o a sentir culpa pela situação ocorrida. Afinal, se não tivesse encarado Kenai na noite anterior, nada teria acontecido. Agora, temia não só pela própria segurança diante de ter aparentemente provocado um cara tão explosivo como aquele, mas também pelo bem estar do melhor amigo, com quem o loiro também provavelmente se irritou. Lançou um olhar magoado para Thomas que, diante do seu semblante triste, olhou em volta e, garantindo que estavam sozinhos, não pôde resistir a abraçá-lo.

-Calma, Levi, eu sei que você não fez nada para merecer isso... - Uma das mãos afagava de leve os cabelos do outro, tentando confortá-lo. -Tenho certeza absoluta de que tudo não passa de um engano daquele idiota. - Suspirou.

White escondeu a face no peito dele, sentindo os músculos da região delicadamente pressionados contra si. As sensações físicas de desespero começaram a passar, com a respiração e os batimentos cardíacos normalizando. Em contraponto, a mente ficava cada vez mais perturbada, vagando em um milhão de formas de tentar convencer sua inocência para aquele que, agora, sabia chamar-se Kenai Bullet.

-Olha... - Green se afastou um pouco, elevando seu queixo delicadamente com o dedo indicador. -...Podemos contar o que houve para os seus irmãos, e eles, que já cuidam muito de você, vão ficar ainda mais atentos. - Alevi não sabia se concordava com a ideia, mas na hora não se opôs. -Fora a isso... - Continuou Thomas, mirando aquele rosto bonito e sardas desenhadas. -...Eu também vou estar com você, e te proteger, sempre.

Alevi se sentia imensamente grato pela existência daquele que, definitivamente, era uma das suas pessoas preferidas no mundo. Esboçou um sorriso leve, fechando os olhos quando sentiu um beijo delicado ser depositado em sua testa.

Com os lábios pressionados no mais novo, uma mão ainda elevando seu queixo, e a outra abraçando sua cintura, Green também ficou de olhos fechados. Precisava ficar, para não ver o corredor que os cercava. Assim, no escuro, podia fingir que só existiam os dois ali.

Ele, e Alevi.

Era tudo o que precisava.

NOTAS FINAIS

*Bullies = Valentões.

*Tryouts = Testes.

Entããão, esse foi o capítulo de hoje, pessoal! Espero que tenham curtido! Desculpa por qualquer erro de digitação, repetição, ou mal entendimento! Mais uma vez, deixem seus comentários, pleeeease! Beijos, e até a próxima! <3

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