⟬5⟭
Avisos :
✷✷✷✷ = Quebra de tempo e mudança de PV;
Esta obra contem gatilhos, você esta avisado.
Dilan
— Vai dizer quem é? — Maycon insiste pela milésima vez, jogando uma bola de beisebol. — Sei que estava com alguém no banheiro. — Seguro a bola, esboçando um sorriso. — E veja só, foi alguém que te tirou daquela fossa!
— Ah, dá um tempo!
— É sério, cara. Nos últimos dias, você não parecia você mesmo, estava até estranhando. Parecia que a Larissa tinha levado todo o seu brilho, e só restou sua sombra desde que terminaram.
— Não é bem assim, cara! — Ele lança uma bola mais forte em minha direção.
— Dilan, para com isso, cara! — Maycon se levanta abruptamente. — Você sabe muito bem como a Larissa é, e eu realmente te admiro por ter aguentado ela tanto tempo. Ela era controladora, possessiva, e você sabe disso. Até hoje ela é assim, mesmo após o término.
— A gente se amava, cara!
— E eu te parabenizo pela sua história com a Larissa, mas agora — Ele arrasta a cadeira, aproximando-se de mim, um pouco eufórico — Mas agora é diferente, algo mudou quando você voltou do vestiário. E eu sei que é por causa de uma garota, fala quem é! Vai, sou seu melhor amigo... fala, fala! — Diz, dando socos leves na minha perna.
— Cara, olha, não tem... — Paro quando vejo seu olhar de "Vai mentir pra mim?". Conheci Maycon no fundamental, quando eu e Bruce brigamos e nos afastamos de vez. Nem lembro por que brigamos. Foi então que conheci Maycon e desde então... — Tá bom! — Ajeito-me na cama e ele na cadeira — Talvez seja ela, mas não sei, ela pode ter causado minha mudança de humor, e cara, eu realmente não sei — Um sorriso brota em meus lábios ao lembrar dos meus braços ao redor dela, protegendo-a como se fosse um pequeno coelho, do calor e suavidade dos braços dela quando a segurei, mas sinto que no fim é mais curiosidade — Acho que é só coisa de momento, curiosidade por encontrar alguém diferente nesta escola, nesta cidade.
— Alguém diferente? Como assim?
— Estava ajudando a garota nova hoje...
— A Frankenstein? — Ele expressa surpresa. — Cara, me desculpa, mas ela?
— Já deram apelido pra ela? Essa escola é um lixo mesmo! Sabia que não deveria ter te contado.
— Não, não é isso, cara, é que ela é... sei lá, estranha. Sabe o nome dela? Rebecca Bishop? Tipo, nome e sobrenome de duas bruxas que morreram em Salem.
— E daí, cara, é só um nome. O problema de todos aqui é que julgam a primeira coisa ou pessoa diferente que veem. — Ajeito-me na cama, indignado.
— Desculpa, cara, sério, mas ela é estranha. Parece que foi queimada numa fogueira com aquela mancha no rosto e sem falar nas faixas, que também são super estranhas.
— Maycon, acredite em mim, não siga a onda dessas pessoas, ela é uma garota muito legal e divertida... — Olho para o teto, lembrando da cena de hoje — Ela tem algo diferente, sabe... — Um sorriso se forma em meus lábios.
— Se ela te fez sorrir assim, eu sei que ela é diferente!
— Pode ter certeza de que ela é diferente! — Digo me lembrando do sorriso dela.
✷✷✷✷
Bruce
Desabo no tatame, enxugando o suor da testa após mais um triunfo no treino de muay thai. O dia foi excepcional, e tenho a sensação de que vai melhorar ainda mais nesta escola, especialmente depois de hoje.
— Anda, desembucha! — Lincon me pressiona, fechando o livro que lia ao lado do tatame.
— O que quer dizer?
— Bruce Queen, desde quando se faz de desentendido? — Sorrio, passando a mão pelos cabelos e jogando-os para trás.
— É que hoje está sendo um dia incrível!
— Pois é, estou vendo. Dominou todas as aulas, incluindo boxe e muay thai, e ainda dispensou o encontro com Briella para treinar mais. Esse seu sorriso está até assustando os outros! — Ele atira o livro em minha direção, e eu o pego, lendo o título:" O Catador de Pensamentos".
— Ainda nesse? — Refiro-me ao livro, e ele dá de ombros.
— É para a aula de literatura! — Levanto-me e entrego o livro a ele. — Vamos lá, fale logo — Insisto, encarando Lincon, que me conhece melhor do que meu próprio pai. Amigos desde o jardim de infância, ele sempre esteve ao meu lado, mesmo quando ninguém mais estava. — Você está diferente desde que saiu do vestiário. — Pego minha toalha e me sento ao seu lado.
— Eu encontrei o Dilan lá.
— Isso é um progresso, sem mais carrancas, portas danificadas ou suspensões. — Ele brinca, enrolando a toalha com uma voz divertida. — Não acredito que você está evoluindo tanto. Estou orgulhoso! — Lincon tenta me acertar com a toalha, mas eu a puxo, trazendo-o para mais perto.
— Não, não é ele. É quem estava com ele! — Sua expressão muda. — Sabe a garota nova? Aquela que levou o cachorro para minha casa? A que se apresentou hoje, da vila.
— A Rebecca? — Lincon solta a toalha, levanta os óculos e cruza os braços, rindo nasalado. — Só de mencionar 'a garota que levou o cachorro para sua festa', eu já saberia. Nunca vou esquecer daquele cachorro se divertindo mais que os convidados. Estão chamando a pobre garota de bruxa e Frankenstein.
— O que esperar dessa escola horrível? Parece que na minha festa eles se conheceram. Não sei como, e isso é o de menos. O ponto é que eles estavam juntos no vestiário, e pelo que ouvi, ela acabou lá por causa de uma 'brincadeira' das líderes de torcida. Ela estava semi-nua, só de saia e sutiã, com a jaqueta dele por cima.
— Ele não estava namorando?
— Segundo ele, terminaram. Já faz um tempo que não vejo a Larissa nos jantares de família.
— O término do seu primo é o que te deixa feliz?
— Não, porque estar com a Larissa não é nem metade do que ele merece. — Digo, e ele recua um pouco, como se já soubesse o que eu diria a seguir.
— O que você vai fazer, Bruce? — Ele pergunta.
— Quando entrei hoje no vestiário, ele a segurava como se estivesse marcando território. Como se ela já fosse dele, e o mais incrível é que nem ele percebeu que está interessado nela. E acredite, estou muito feliz com isso. — Lincon suspira, negando com a cabeça.
— Cara, deixa a garota em paz, ela não tem culpa do que aconteceu entre vocês dois. — A imagem do amanhecer vem à minha mente, fazendo-me querer sorrir, até mesmo lembrando do jeito que ela falou e debochou do que eu disse. Baixo a cabeça.
— É estranho...
— O que é estranho?
— Quando olho para ela, é como se estivesse vendo uma das minhas pinturas favoritas.
— Você está interessado nela? — Lincon pergunta, enquanto ao longe vejo ela passar com Alice.
— Não é interesse, é... curiosidade... uma curiosidade bem peculiar. Mas não é por ela — Suspiro, abaixando a cabeça. — E pensar que ele sente o mesmo por alguém depois de tudo que aconteceu, ter alguém sem empecilhos me deixa furioso e invejoso. — Digo, me levantando para mais um round.— Ele não deve ter isso agora.
— Vai mesmo arriscá-la assim?
— Vou lidar com ele de um jeito que ela nem perceberá. Afinal, o problema é com ele, não com ela. — Falo, golpeando o saco de areia com força, fazendo-o colidir com a parede. Nesse instante, a garota entra com Alice, ambas sobressaltadas com o barulho. — Ops! — Exclamo. O destino parece conspirar, elas buscam a origem do som e, ao me verem, seus olhares parecem me envolver. Ela desvia o olhar, curiosa sobre o ambiente.
— Então é aqui que eles treinam?
— Muay thai. — Alice esclarece.
— É estranho, uma escola tão grande sem aulas de caça! Vivendo ao lado de uma floresta, não temem nada?
— A maioria não teme, eu tenho minha pedra de jade! — Ele se aproxima delas, guiado por sua própria vontade, fixando os olhos em apenas uma delas. — Olá, Alice, e bem-vinda, Rebecca. — Ele as cumprimenta com pompa e cavalheirismo. Alice se encolhe de vergonha ao lado da nova amiga, que acena timidamente para Lincon. Os olhares curiosos já começam a nos cercar.
— Obrigada. É bom que carregue a pedra de jade, é essencial! — A garota responde.
— E é um prazer conhecer alguém de vilanião.
— Becca, é melhor irmos. — Interrompo o caminho delas.
— Quanto tempo, Alice! — Digo, vendo-a se retrair, enquanto a outra ainda me observa. Lincon suspira com desaprovação.
— Oi, faz tempo, né? — Ela responde timidamente.
— Qual a pressa? As aulas já acabaram.
— É que ainda temos muito da escola para mostrar a ela, Bruce, então...
— Ah! — A garota atrás de Alice exclama — Então você é o Bruce Queen? — Indaga, apontando para mim.
— Muito pra...
— Que droga, Alice, o incidente com o Achis foi com ele! — Ela me interrompe. Alice a olha surpresa.
— Vocês se conhecem?
— Ela invadiu minha festa com seu cachorro, que me derrubou na piscina.
— Não foi bem assim, e você disse que iria esquecer! — Dou uma risada, colocando as mãos no calção, notando o movimento ao redor.
— Meu primo pediu para esquecer, mas eu não disse nem sim nem não. Você me deve desculpas. — A garota me encara, incrédula, como se eu tivesse cometido um grande erro.
— Não tem vergonha? O Achis é o cachorro mais inocente que existe, ele não fez por mal.
— Primeiro, eu não nasci com vergonha, e não estou culpando o cachorro, mas sim a dona. — Ela cruza os braços e me encara em silêncio, depois começa a me cercar, avaliando-me de cima a baixo.
— Dizem que você é problema, hein, garoto? — Fico sério, percebendo que os rumores chegaram até ela, que parece se deixar influenciar por fofocas.
— É eu s...
— Mas no final você não e tudo isso!— Diz com certo desdem
— C-omo assim? — Pergunto imediatamente, ouvindo Lincon rir ao fundo.
— Você não é tudo isso que dizem — Ela se vira, indo em direção a Alice — No fundo, é só um garoto que foi muito magoado. Mas para que afinal? — Fico observando, impressionado com sua rápida percepção sobre mim — Alice, o que é aquilo?
— São as máquinas de comida onde você pode comprar algo. — As duas se afastam, e ela me deixa com essa reflexão, esboço um sorriso discreto. Ora, ora, primo, parece que você escolheu bem, afinal.
✷✷✷✷
— Conseguiu descobrir algo? — Becky pergunta para o detetive, ele joga na mesa algumas fotos na mesa e em muitas a pessoa que está com Keeiran está borrada ou tem algo na frente.
— Cadê o rosto dela?
— Todas às vezes que tentamos tirar foto eles percebiam, até mesmo seu marido. Mas aqui está todas as lojas que eles foram, e conseguimos ver o que eles compraram, desde roupas, roupas íntimas até jogos.
— Jogos?
— Sim, jogos de tabuleiros.
— O Keeiram ama jogos de tabuleiro. — Ela confirma. Becky puxa uma foto dele em um instante que nem mesmo Becca havia visto, mas um sorriso no rosto dele olhando exatamente para filha que Becky desconhecia. — Sabe e... quase impossível de acreditar que o homem que eu estou há 10 anos casada, o homem que eu amo está me traindo. — Becky abaixa a cabeça com lágrimas caindo.
— Senhora Manson iremos descobrir quem é...— Ela limpa as lágrimas.
— Eu estou bem, eu estou bem! Por favor, descubram quem é ela.
— Não seria melhor ocupar sua cabeça com algo enquanto descobrimos o resto? Um emprego? Ouvi falar que a escola de internato de Fallon Hill está precisando de uma psicóloga e professora, assim manterá sua cabeça no lugar até descobrirmos que ela é e até mesmo para o seu marido não desconfiar, a senhora sabe como ele é— Ela balança a cabeça
— Tem razão, acho que me fará bem! — Becky limpa as lágrimas.
— Com todo respeito, o que fará quando saber quem é ela? — Becky levanta a cabeça limpando seu rosto com um olhar confiante.
— Não farei nada, não mandarei machucá-la, nem qualquer outra coisa, só terei uma conversa longa com ela para entender como ela pode destruir uma família? E com ele o porquê, se foi por filhos? Por prazer? E logo depois irei partir, partir dessa cidade e esquecer o grande amor da minha vida. — Diz entre suspiros.
✷✷✷✷
—E oque traz a Becky Manson ao Tiger numa segunda feira?— Edward o direto da escola pergunta
— Eu mandei um currículo para cá e parece que fui aceita para dar aula!— Edward olha para ela meio que com os olhos mel de quem os herdará da família esbugalhados
— Que?—Pergunta espantado.
— Eu vi no site que queriam uma professora para preencher uma das grades, sabe que tenho bacharel e licenciatura em algumas áreas e vi também que o corpo docente da escola está em falta uma psicóloga. Posso dar aula de sociologia já que tenho licenciatura e ser a psicóloga do colégio!— Ele fica a olhando boquiaberto.
— Ah então... — Passa a mão pelos cabelos ruivos tentando disfarçar.
— Ih— Ela cruza os braços— Eu conheço muito bem essa cara..
— Que cara?
— Essa sua cara de que vai dar alguma desculpa, se esqueceu que estudamos juntos? Fizemos faculdade juntos! Certo que de cursos diferentes mas eu conheço essa sua cara Edward e só pra falar e obrigatório que escolas tenham um psicólogo e nem venha falar que já tem alguém que eu sei que não tem!— Edward começa a rir.
— Você não muda mesmo! — Ele diz a ela.
— Qual é o problema?— Ela pergunta. Edward se levanta vestido com um terno vermelho com uma gravata preta indo ate a frente dela.
— Você tá realmemte preparada? Depois de tudo que passou ?— Ela segura em sua mão.
— Eu quero, eu mais do que estou e...Eu tenho certeza que estar em contato com adolecentes vai me fazer bem, mesmo depois de perder filhos, eu acho que isso vai me fazer bem, quero cuidar deles sabe e também muitos aqui não sabem de quem eu sou esposa então não corre o risco de falarem para Keeiran!— Edward lhe da um sorriso gentil.
— Keeiran deve ter ficado animado com isso! — Becky solta a mão dele.
— Bom...é aí que está o problema... — Edward se afasta voltando para sua mesa.
—A não Becky, não eu não quero problemas com ele, já conseguimos nos resolver e agora quer arranjar problema?— Becky tira alguns maços de dinheiro de dentro da bolsa e coloca em sua mesa a expressão do mesmo muda — Minha boca e um túmulo!
— Foi oque eu pensei!
— Pode falar com Kim ela vai te orientar e depois você assina os papéis pode começar hoje! — Diz puxando os maços.
— Obrigada Edward!— Becky diz saindo, Kim a coordenadora entra logo em seguida fazendo barulho com seus saltos finos e altos, dona de um corpo de da inveja, cabelos pretos e lisos mas dessa vez estavam presos em um coque.
— Ficou maluco? — Ela pergunta tirando seus oculos falando o mais baixo possivel — E oque Keeiran pediu? A filha dele? Ele vai ficar uma fera!— Edward começa a contar os dinheiros
— Kim uma hora ou outra ela ia conhecer a garota acasos acontecem, você viu eu tentei de tudo!— Kim da uma risada.
— Ele vai te matar! Esqueceu que ele e capaz de acabar com essa escola inteira e com sua raça?— Diz se aproximando colocando suas mãos sobre a mesa deixando o decote da blusa de botões bem visivel para Edward. — Edward meu amorzinho esqueceu o quão poderoso ele é? — Edward que olhava para o decote dela vira o rosto percebendo oque fez. — Para a sua sorte eu ja sei oque fazer! — Ele se levanta indo ate a coordenadora a puxando pela cintura.
— E por isso que você é a melhor de todas ! — Ele coloca um dos maços de dinheiros no decote dela e lhe dando um beijo calorouso.
— Você não presta!— Ela firma indo em direção a porta.
— Kim —Ela o olha — Depois vem aqui, eu quero provar uma coisa que só você tem!— Fala safadamente. Kim devolve um sorriso travesso e sai.
— Ah Keeiran eu tentei!— Diz sozinho. — Mas por que não fazer o acaso acontecer logo — Seu celular toca — Oi esposa linda.
Becky saia com uma copia do contrato em suas mãos pelos corredores, se sentia confiante depois de tudo voltar a trabalhar distrair sua mente do que vinha acontecendo em sua casa, não percebeu que seu chaveiro se enroscava em algo fazendo sua bolsa cair juntos com os livros de Becca, sim Edward estava certo, o acaso estava acontecendo, o destino estava fazendo sua parte e ele não estava do lado de Keeiran
— Opa! — As duas falam indo ao chão pegar suas coisas.
— Me desculpe, meu ameguri de orangotango enroscou na seu chaveiro sem eu ver! — Becca diz, Becky olha de relance os olhos menina
— Não tem nad....oh — Becky solta uma expressão de surpresa ao ver a menina que abaixa a cabeça, pensando a ter assutado com sua aparencia, Becca estava acostumada pois isso acontecia com muita frequencia. — Seu rosto... — Becky segura no rosto dela, Becca fica surpresa sem saber como reagir. — O-o-oque aconteceu ? Você esta bem? — Becca se da conta. — Quem fez isso com você?
— A-A-Ah sim— Ela retira as mãos da mulher de seu rosto — Foi a minha mãe esta tudo bem sim! — Becky a olha boquiaberta.
— Oque? Não, não esta tudo bem, esta sangrando, foi sua mãe?— A mulher se desespera.
— Ta sangrando?
— Sim! — Becca coloca a mão em cima da cicatriz e estava realmente sangrando.
— T-temos que ir para a enfermaria rápido — Becky diz puxando ela, ela puxa a mão.
— Eu tenho medo, então la você pode segurar minha mão? — Becky a olha com ternura ápos o pedido.
— C-claro — Na enfermaria não precisou de anestesia pois era uma coisa simples, Becky teve que segurar a mão da garota que estava assustada com aquilo a garota segurava a mão de Becky com força.
— A garota que veio da vila que foi esfaqueada pela propria mãe no rosto, seu pai avisou que isso poderia acontecer, mas não achávamos que seria no seu segundo dia — A enfermeira do colegio diz. — Agora tem que tomar cuidado retorna daqui a duas semanas para vermos isso... —A garota balança a cabeça que sim. Na saida da enfermaria sentada nas cadeiras de fora Becky olhava com dó para a garota.
— Ainda doi? — Pergunta segurando a mão da garota ainda.
— Um pouco, mas obrigado por me avisar, me trazer e segurar a minha mão, da ultima vez que tiveram que fazer os pontos não pegou anestesia e não tinha ninguém só os médicos, foi bem assustador, eu nunca havia passado por isso antes.
— Me diz, foi sua mãe que fez isso? — Becca abaixa a cabeça e a balança.
— M-M-mas ela estava em um dos seus más dias, ela n-n-não costuma ser assim... — Becky lhe da um sorriso, acabara de ver um quadro nela vendo a garota começar a se agitar.
— Esta tudo bem então! Então você veio de uma vila? — Muda de assunto para a acalmar, e ao fazer essa pergunta seu peito se aperta ao ver um sorriso enorme e olhos brilhando, Becky olha a garota com ternura.
— Sim, uma vila bem londe daqui, as coisas demoram muito para chegar ate lá — Com toda atenção e paciencia Becky a escuta falar alegremente e entusiasmadamente do seu lugar de nascença.
— Deve ter sido bem dificil mesmo para você ter mudado assim tão drasticamente. Becca...posso te chamar assim? — A garota balança a cabeça que sim — Eu sou a nova psicologa do colegio e gostaria muito de que você vinhesse conversar comigo! — A garota franze a testa.
— Eu fiz algo errado? — Seria difícil para Becky falar para uma menina que nunca teve contato com nada disso dizer a ela que ela queria fazer seções com ela, pois claramente era preciso, Becky via nela por essa pequena conversa traumas bem enterrados, via uma garota fragil assustada naquele estranho lugar aonde foi colocada, algo nessa garota despertava uma esperança nela, a vontade de recomeçar
— Não querida de modo algum e só uma conversa entre eu você, adorei ouvir sobre sua vila e queria ouvir mais. — O sorriso no rosto da garota volta.
— C-claro!
✷✷✷✷
Becca
Apenas dois dias após minha chegada à nova escola, senti um estranhamento que foi além dos uniformes até as aulas. Na vila, as aulas ocupavam apenas meio dia, mas aqui, elas se estendem por todo o dia, e ainda temos que dormir no campus. Os uniformes, distintos dos vestidos que iam até o joelho, consistiam em uma saia cinza curta, um colete da mesma cor, complementados por um colete vermelho e uma camisa branca com gravata. Havia uniformes para educação física e para as aulas eletivas, embora nenhuma delas tenha despertado meu interesse. A grandiosidade do colégio agora fazia sentido para mim. Quatro prédios cercados por uma vasta área verde forneciam uma abundância de seivas, sementes e folhas, recursos que eu utilizava para criar cremes e remédios, uma prática comum em Vilanião. A floresta, localizada atrás da escola, era onde eu encontrava serenidade ao amanhecer, sentada, contemplando-a, enquanto os pássaros cantavam e o vento soprava. Era assim que eu saudava o dia e me preparava para enfrentar as pessoas dali, nem todas, mas muitas delas cruéis. Megan dizia que elas tinham o dinheiro como foco, e, de forma irônica, mas trágica, eram futuros adultos que rejeitavam quem fosse diferente, com brincadeiras dolorosas e ofensivas, e o pior, ignoravam o mal que causavam. Isso ficou evidente com Alice, a alma mais doce que conheci na escola, tímida e gentil, uma verdadeira apreciadora de Vilanião e ávida por conhecê-lo. Ela afirmava não se importar com o que diziam, mas suas expressões contavam outra história. Ela ficava surpresa quando eu abraçava, mostrando o quão longe as zombarias chegaram.
Ela era vista pelos outros como se carregasse uma praga, encarada com repulsa e desdém. Quanto a mim, o preconceito vinha de minha origem, das marca de nascença em minha pele e cicatriz, e até do meu nome, que me rendeu o apelido de bruxa. A injustiça se agravou quando o professor de matemática, após pegar uma caneta minha que caíra, sentiu-se mal mais tarde naquele dia. Sem hesitar, os dedos apontaram para mim, embora fosse evidente que algo já o afligia-o, suor, os lábios ressecados e a palidez eram sinais alarmantes. Suspeitava-se de diabetes ou enxaqueca, e, como se revelou mais tarde, era de fato uma enxaqueca.
O refeitorio pela manhã era cheio. Eu, Megan e Alice estávamos sentadas juntas, soube que Alice dividia o quarto com Megan, o que era uma agradável surpresa. Alice estava curiosa sobre minha amizade com Megan, conhecida por ser reservada e de poucas palavras, especialmente no quarto. Eu lhe assegurei que Megan era incrivelmente gentil e carinhosa, e que com um pouco de tempo, ela também se abriria para Alice. Megan me ajudou a usar o cartão, uma tecnologia fascinante encapsulada em um simples pedaço de plástico preto. Admito que a culinária local é deliciosa e, conforme explorava a cidade, os pratos que experimentava se tornavam cada vez mais variados e distintos dos sabores típicos de minha terra natal.
— Você consegue comer tudo isso? — Alice pergunta.
— Como um alce caindo em uma armadilha de comida! — Ela me olha confusa.
— Isso e um sim?
— A pochetezinha aqui já diz tudo? — Digo apertando a gordurinha da minha barriga sorrindo.
— Acredite, ela consegue! — Megan fala seria com um prato em cima da mesa lendo o jornal. — Esqueci o meu livro no quarto, volto já! — Diz saindo.
— Olhem só pessoal o javali achou alguém para ficar com ela!— Um grupo misto passa pela gente, eram o tal jogadores de beisebol e algumas líderes de torcida, um garoto loiro de olhos verdes com um belo porte atlético, o Peter o mesmo da aula, ele enfia a mão no purê de Alice levando a mão a boca e lambendo um pouco depois voltando a mão para perto dela que se encolhida cada vez mais intimidada — Oque foi a porquinha não quer?— Bato na mão dele afastando e todos do grupo que estavam rindo param me olhando
— Você tem que se decidir!— Digo meio arrogante, ele me olha com questionamento — Javali e porco por mais que sejam da mesma espécie tem muitas variações e acabam sendo diferentes!
— Oque?— O Loiro me pergunta.
— Presta atenção, os javalis são os antepassados dos porcos, mas esses dois animais tem muitas variações de tamanho, pelagem e cor — Faço gestos com as mãos— Javalis são...
— Ta sua vadia e quem te perguntou?— Paro de falar na mesma hora, o olhando bem, e energia dessa pessoa não é nada boa, pode ter certeza.
— Isso não foi legal!
— E quem disse que é para ser legal? Eu tô tentando alimentar esse verme nojento aqui, o tribufu!— As pessoas ao redor riem.
— Alice!— Me levanto o olhando
— Oque?
— O nome dela é Alice e o meu Rebecca Bishop e é falta de higiene, é educação enfiar a mão na comida dos outros!— As pessoas ao redor riem, parecem bobos da corte a cada palvra.
— Rebecca e melhor não!— Alice diz pegando em meu braço se tremendo, eu não entendo ele estava sendo mal-educado e eu estava ajudando ela.
— Oh duas cores, fica quieta e vê se não encosta em ninguém, vai que isso contagia alguém!—Outro moreno diz.
— Mas vitiligo não é contagioso por que não passam mais tempo na sala do que na quadra de beisebol. — Falo seria. Paro para pensar e logo me estico para Alice um pouco e falo baixo — Essa escola e boa mesmo? Eles sabem, não sabem que isso não é contagioso?— Ela esconde um sorriso. — Me diz que vocês sabem que vitiligo não é contagioso, por que se não? Acho que o futuro de vocês está arruinado.— Os outros caem na gargalhada — Eu tô falando sério.
— Agora o show de horrores está pronto, o javali duas cores bruxa. — Peter fala abrindo os braços com ar de grandeza— Por que você não repete oque falou na minha cara?— Ele joga as bandejas com comida no chão se aproximando, me abaixo pegando as bandejas.
— Não se deve fazer isso com comida ! Sabe quantas pessoas passam fome? Eu tava com fome!
— E serio que é com isso que está preocupada? — Alice pergunta, balanço a cabeça que sim. Peter era até bonito se não fosse por ele ser um idiota, algumas poucas coisas que não são suas características estragam as pessoas. Como um ploft em um passe de magica vejo um bolinha seguida de outras aparecendo ao redor de sua boca.
— Então você é a bruxa da escola né?— Fico encarando e desço meus olhos para a sua garganta, a vejo inchar um pouco, mas nada de mais, não, ele não vai sufocar, não corre esse risco ainda ainda bem —O que é?— Ele me empurra — Hein? Me achou bonito que nem aquela pervertida ali?— Ele continua me empurrando, sinto que bato em um banco que tem alguém sentado
— Não, tô contando os segundos que você começara a ter dor na barriga e começará a soltar peidos!— Digo séria tampando meu nariz.
— Do que você tá falando?— Peter ri — Olha aqui, eu não tenho medo de feitiços e...— Seu rosto começa a se distorcer parecendo sentir algo doloroso por dentro. Ele põe a mão na barriga se encolhendo logo e ouvido um som com um cheiro forte e podre se espalhando.
— Eu disse!— Ele ri e olha para mim, todos se afastam um pouco.
— Eu só preciso beber algo!— O vejo pegar uma caixa de leite.
— Péssima escolha!— Alerto, ele se encolhe ainda mais com a mão na barriga me olhando furioso.
— Oque você fez? — O olho sem entender — Olha aqui se você tiver jogado algum feitiço em mim e melhor voc...— Outro peido e dessa vez mais forte.
— Olha para o seu bem e melhor você parar de beber leite, isso sim!— Digo ficando preocupada — É sério! — Me aproximo um pouco.
— Ae?— Ele joga a caixa de leite na minha direção e eu desvio batendo na cabeça da pessoa que estava sentada atrás de mim, esbarro em alguém e percebo que é em uma das meninas que estava com eles, uma das líderes de torcida loira, e de algum jeito sua bandeja vai parar no seu rosto, ouço um "fudeo" vindo de algumas pessoas, a garota solta a bandeja no chão, seus cabelos pretos estavam todos melecados assim como seu rosto e seu uniforme.
— Eu não tô acreditando!— A mesma fala.
— Acredite eu também não! — Me perguntava que conjunto de azar era esse no dia de hoje?
— Olha oque você fez, o meu cabelo, minha roupa!—A garota passa a mão na roupa e sacode que acaba caindo no rosto de Bianca que estava perto rindo e logo para.
— Agora que fudeo mesmo!— Ouço. Vejo Bianca que eu descobri ser irmã gemea de Bruce e minha colega de quarto também pegar uma geleia que estava em sua mesa e arremessar.
— Guerra de comida! — Bianca grita iniciando uma guerra de comida, e eu tento me esquivar o máximo possível e até agora consegui.
— Aonde você vai sua merda?— Peter vem para cima de mim com punho armado, vejo uma bandeja e a puxo, mas, ao mesmo tempo, ele bate, ouço dois sons de dor, dele e de outra pessoa
— Garota você não tem limite!— Percebo ser a voz da garota chamada Briella que esta sempre no grupo de Lincon, Bruce e os outros, olho ao redor e eles todos estavam lá, mas o pior e ele esta com a cabeça suja de leite e com a mão no nariz que estava sangrando. Oque Alice falou sobre esse grupinho me vem a mente. Merda, merda, merda, merda. Coloco a mão na boca surpresa.
— Me desculpa de verdade!— Seguro o rosto dele que não estava nem um pouco feliz. — Dá um sorrisinho vai!
— O que está fazendo?— Briella pergunta irritada.
— Acredite eu sei oque estou fazendo!— Eu realmente queria chorar de desespero ali, estava acontecendo uma guerra de comida provocada por mim e eu tinha machucado de novo o Bruce, logo o Bruce que me olhava pior do que um assassino agora. Passo o dedo no nariz dele desesperada para ver se ele quebrou algo.
— Pera— Ele diz — Pera aí!
— OLHA A BOLA!— Gritam, olho para o lado e ela estava vindo com tudo pelo lado dele, abraço a cabeça dele e giro meu corpo para não bater nele, mas acaba que sou abraçada com força por ele que estava sentado, abaixando minha cabeça aproximando do seu rosto.
— Você esta bem? — Pergunto.
— Aah minha mão!— Reclama de dor me afasto um pouco me virando e vendo que ele pegou a bola — Por que você pegou uma bola em alta velocidade na mão? —
Qual e? Oque tá acontecendo hoje?
— Me desculpa!— Agora era real, estava desesperada, enfio a mão em um copo de coca pegando gelo que estava dentro.
— Solta ele, se afasta!— Briella manda me empurrando— Você é um desastre, sai de perto antes que um foguete caia em cima dele ou pior de todos aqui!— Ela diz sendo arrogante segurando o gelo no nariz dele, já havia ouvido muito isso e doía um pouco o vejo mexer na mão com dor.
— Não precisa me falar uma coisa que eu sei, mas foi realmente sem querer...— Me aproximo retirando minha fita do cabelo, eu ainda não tinha terminado e ele parecia sentir dor no pulso, puxo sua mão por debaixo do braço dela que estava na minha frente vendo o resto do seu braço se arrepiar.
— Briella realmenre não é para tanto!— Lincon vem até ela,a segurando.
— Não é pra tanto olha só oque essa esquisita fez com o Bruce!
— Foi sem querer Briella...— Bruce fala segurando ainda sua mão e logo se levanta vindo ate mim me levantando — Por pior que eu ache que isso e perseguição — Ele pergunta com um sorriso proximo a mim.
— Viu!— Briella diz — Desaparece songa monga— Respiro fundo e seguro na mão dele machucada forte, ele fecha os olhos sentindo dor.
— De onde eu venho, quando uma pessoa tá sentindo dor e sabemos oque fazer...— Sai de mim com certo deboche — É nosso dever ajudá-la é sim você sabe que foi sem querer!— Enrolo minha fita bruscamente na sua mão e pego uma colher para fazer como tala —Uma coisinha dessa para quem ja disse que já levou muitas facadas e fichinha, para de se fazer — O vejo levantar a bochecha com a língua dondo um leve sorriso.
— Olha só sua...— Com sua outra mão ele me puxa pela gravata me fazendo sentar no seu colo, encolho ao perceber o por que Alice falou para não me meter com eles, o mesmo fazia um olhar de botar medo em qualquer um, mas na minha cabeça eu repetia não demonstre medo, não demonstre medo — Olha só querida.... — De um jeito rápido o vejo segurar e empurrar o punho de Peter e bater nele mesmo que estava vindo pelo nosso lado — Agora não estamos conversando seu merda! — Faz isso sem desviar seus olhos de mim. Peter vai para trás com tudo. Eu olhava de forma estufada para Bruce e questionava como ele havia feito aquilo, batendo em Peter com o proprio punho do garoto. Esse garoto não bate bem da cabeça mesmo e, para piorar, uma maçã bate na sua cabeça e vejo que era Alice. Posso me soltar dele com essa distração e ir um pouco mais longe, mas a confusão da comida ainda estava em andamento. Seria mais fácil sair daqui por baixo, descendo engatinhando para fora daquele tumulto e encontrando Alice que a abraçou chorando de alívio.
— Alice obrigada!
— Eu pensei que você ia morrer!—A mesma também começa a chorar.
— Eu também!
— MAS OQUE TA ACONTECENDO AQUI?— Ouvimos alto, era a secretaria Kim com um homem de cabelos ruivos e de terno, ele estava com as mãos no bolso olhando sério para todo mundo também.
— É melhor sairmos daqui de fininho!— Alice fala e eu concordo, saímos dali as duas intactas sem nenhuma sujeira, mas logo nos pegaram, eu acabei levando um alerta, três daquele era suspensão. As aulas no período de noite daquele dia foram suspensas, mas o pior ainda estava por vir...
Continua...
Quero saber oque vocês tem a falar ? Estão gostando ?? Oque esperam ?
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