⟬10⟭
Avisos :
✷✷✷✷ = Quebra de tempo e mudança de POV; Quando não tiver nenhum nome depois desses simbolos quer dizer que aquela parte não tem POV
Esta obra contem gatilhos, você esta avisado.
— Veja só o que acontece por escalar árvores, Becca! — Alice oferecia apoio a Becca para caminhar, já que ela havia caído de uma árvore e machucado o joelho.
— Não imaginei que fosse tão alta — Becca comentou — Talvez eu tenha algo na minha bolsa, mas olha, consegui pegar algumas folhas!
— Sua bolsa, Becca? — Alice olhou para cima — Vamos ao ambulatório verificar se você não fraturou nada ou se precisa de pontos, seu sangue está escorrendo pela perna e você está com curativos no rosto sangrando. — Becca sorriu para ela.
— Não é necessário, eu...
— Claro que é, sei que você tem algum remédio ou coisa parecida, mas é melhor irmos ao ambulatório. — Alice segurava os ombros de Becca, preocupada.
— Se isso te tranquiliza...
— Sim, me tranquiliza muito! — Alice a interrompeu, e Becca concordou com um aceno. Enquanto caminhavam para o ambulatório, viram o corpo de um garoto caído, com um dos jogadores de futebol se inclinando sobre ele.
— Ei, você! — O garoto loiro parecia preocupado, tentando despertar o outro que estava no chão.
— O que houve? — Becca indagou.
— Eu... Eu não sei, o encontrei assim, ele não responde a nada! — O garoto explicou, enquanto Becca o examinava.
— Ele... Ele está morto? — Alice perguntou, assustada.
— Não, mas ele está bem machucado! — Becca respondeu.
— Devemos levá-lo a enfermaria! — O garoto sugeriu, se preparando para tocar no menino caído.
— Espere, não podemos mexer nele ainda, Alice, corra até meu quarto e traga minha bolsa, rápido! — Alice assentiu e saiu correndo, enquanto Becca começava a examinar o rosto do garoto.
— O que você vai fazer? — O outro perguntou.
— Vou reduzir o inchaço interno no olho dele, que está aumentando, e é por causa de um soco. Veja a diferença de tamanho? Ele foi atingido na testa, veja esse inchaço, parece que está descendo para o olho. Se não cuidarmos logo, ele pode ficar cego, e ele está respirando devagar porque o nariz está quebrado, por isso ele não consegue respirar direito! — Alice voltou com a bolsa e Becca rapidamente começou a ajustar o nariz do garoto.
— Você sabe fazer isso? Tem algum médico na sua família? — O outro perguntou, preocupado.
— Meu pai conta? Mas cresci vendo vários curandeiros! — Becca inseriu delicadamente uma agulha na pálpebra do garoto e sangue começou a escorrer, assustando os outros dois. — Não se preocupem, é normal. Pode abrir aquele frasco para mim? — Ela pediu ao garoto, enquanto trabalhava rapidamente.
— Ah, sou Fred Winsort, vice-capitão do time de beisebol!
— Prazer, sou Rebecca Bishop Manson e ela é Alice Winter, estou com as mãos ocupadas, desculpe — Ele a olhou, surpreso.
— Você está fazendo bruxaria? — Ele perguntou, entregando o frasco a Becca, que o olhou.
— N-não, Becca não é uma bruxa — Alice disse timidamente.
— Quem sabe, talvez eu seja e esteja coletando o sangue dele para alguma coisa. — Ele a olhou, chocado.
— Rebecca! — Alice a repreendeu. Becca piscou para ele, sorrindo.
— Se eu fosse, já teria resolvido isso aqui! — Ela disse, piscando, e ele riu. — Pressione aqui com a mão! — Becca pediu a ele.
— Desculpe, é que...
— Tudo sob controle! Já imaginava que isso poderia acontecer! — Becca respondeu calmamente. — Não é magia, são técnicas que aprendi com os curandeiros da minha terra. — Sons começaram a vir do garoto.
— Isso significa que ele está melhorando? — Fred perguntou, e Becca assentiu com a cabeça.
— Funcionou! — Alice exclamou, sorrindo junto com Fred.
— Agora vou aplicar um pouco deste unguento de mil-folhas para diminuir a dor e fazer os ajustes necessários! — Becca falou, terminando o procedimento e notando algumas marcas de anéis. — Podemos levá-lo ao ambulatório agora, mas temos que ser rápidos. Ele precisa ir ao hospital, suas bochechas estão ficando roxas muito rapidamente — Fred carregou o garoto e eles chegaram ao ambulatório, mas Becca parou abruptamente ao ver a enfermeira ajustando o nariz de Bruce. Lincoln, que estava ao lado, olhou surpreso para o garoto nos braços de Fred.
— Meu Deus, o que aconteceu aqui? — Uma enfermeira exclamou, causando alvoroço e alertando a enfermeira que cuidava de Bruce e o próprio Bruce, que lançou um olhar severo para Becca, segurando a gaze que a enfermeira lhe dera.
— Espere aqui, Bruce! — A enfermeira ordenou.
— O encontramos assim, perto daqui, Marta! — Fred explicou à enfermeira.
— Assim? — Marta se aproximou para verificar as bandagens.
— Não remova! — Becca interveio — As bandagens estão estancando o sangramento, ele tinha um inchaço grave no olho que eu tive que drenar com uma agulha...
— O que você fez, menina?
— Marta, ela sabia o que estava fazendo, pode acreditar, ela aprendeu com curandeiros!
— A enfermeira olhou confusa.
— Curandeiros? E você? Está sangrando também!
— Ah, eu caí de uma árvore! — Becca disse, acenando com a mão.
— De uma árvore?
— Sim, mas quem realmente precisa de atenção agora é ele. Não remova a tala do nariz também, ele fraturou o nariz e isso estava dificultando sua respiração! — Marta examinou o outro olho do garoto.
— Meu Deus, alguém chame o diretor! — Outra enfermeira disse.
— O que você usou como anestésico? Ele nem parece sentir dor. — Becca foi até sua maleta e pegou um pequeno tubo.
— Para o nariz, achei improvável que ele sentisse dor quando coloquei o nariz dele no lugar, mas a solução líquida que preparei com uma planta está em volta da tala, em contato com a pele, contendo toxinas não prejudiciais que aliviam um pouco a dor, e no olho apliquei unguento de mil-folhas! — Os outros a olhavam, impressionados, enquanto Alice vibrava interiormente por Rebecca.
— O que aconteceu aqui? — O professor de boxe chegou — Arthur? O que houve com ele?
— O que aconteceu? — A coordenadora Kim chegou com o vice-diretor.
— Precisamos falar com o diretor! — Marta, a enfermeira-chefe, disse.
— O diretor não está! — O vice informou. Enquanto isso, Bruce observava atentamente Becca, que examinava o garoto e depois olhou para ele.
— Isso foi no clube de boxe? Meu Deus! — Kim exclamou — A mãe dele vai ficar furiosa!
— Isso não aconteceu no clube de boxe, eu saberia! — O professor afirmou. Fred e as garotas rapidamente explicaram a situação, e o garoto começou a acordar, sendo questionado se se lembrava de algo, mas ele negou, embora Becca percebesse que algo não se encaixava.
— O local onde ele foi encontrado não tem câmeras e agora ele não sabe, estamos lascados! — Kim diz.
— Não se preocupe, Kim, sempre há uma maneira de descobrir a verdade — O vice tenta acalmar a situação.
— Ninguém viu nada, mas as marcas não mentem. — Ela olhou para os outros, buscando apoio.
— E suas ataduras, Becca? Você está bem? — O vice-diretor perguntou, notando o desconforto dela.
— Ah, isso foi só um pequeno acidente. A escola tem tantas plantas úteis, eu estava apenas tentando coletar algumas folhas medicinais e acabei caindo — Becca explicou, tentando desviar a atenção de sua própria lesão.
— Vamos manter o foco, por favor — Kim insistiu, frustrada. — Precisamos encontrar quem fez isso.
— Não é necessário procurar — Arthur interveio, tentando evitar mais problemas.
— Mas Arthur, precisamos levar você ao hospital e informar seus pais — o vice-diretor insistiu, preocupado com a situação.
— Quem quer que tenha feito isso estava usando anéis — Becca apontou, atraindo a atenção de todos.
— Como você sabe disso? — O professor perguntou, intrigado.
— Vejam, há marcas de anéis no rosto dele — Becca mostrou com cuidado, virando o rosto do garoto.
— E olhem para a sua mão, há marcas de luta — Alice acrescentou, apontando para as evidências.
— Então, quem o atacou deve ter marcas de luta nas mãos e usar anéis — Fred deduziu, juntando as peças do quebra-cabeça.
— A pessoa que fez isso sabia exatamente onde bater. Na minha vila, durante os festivais, tínhamos jogos onde as pessoas sabiam como machucar com precisão — Becca compartilhou, entusiasmada com a memória. — Chamávamos isso de 'pancadaria'. — Ela se virou para o professor de luta. — Você, como professor, deve saber quem poderia fazer algo assim — disse ela, inocentemente.
O professor suspirou, e todos olharam para Bruce, que observava a cena com um sorriso enigmático e um olhar que escondia mais do que revelava.
— Qual foi o motivo, Bruce? — Becca perguntou, e em sua mente, uma única palavra ecoou.
"Merda"
✷✷✷✷
Bruce
VOCÊ FOI LONGE DE MAIS, SUA MOTO ESTÁ SENDO ENTREGUE NESSE EXATO MOMENTO PARA O LEILÃO, BRINCA COM SUAS NOTAS, COM SUA FREQUÊNCIA OU QUALQUER COISA DO TIPO BRUCE QUEEN QUE O PROXIMO VAI SER O SEU CARRO.
Eu estava com raiva, muita raiva mesmo, porém ao mesmo tempo intrigado e surpreso com tudo que aquela fedelha fez e mostrou. Na próxima vez, Arthur não terá tanta sorte. É irônico como nesta escola, todos fazem suas travessuras, mas quando eu resolvo lidar com um idiota que espalha racismo e provocações, sou eu quem acaba em apuros. Levá-lo para aquele canto depois da aula até que foi útil, mas da próxima vez, ele não terá voz para falar.
— Por que você não bate dela? — Briella indagou enquanto se vestia, após ter expulsado a colega de quarto.
— Briella, posso ser muitas coisas, mas jamais agrediria uma garota, uma mulher, ou qualquer pessoa do gênero feminino!
— Aquela lá pode ser considerada feminina? — Ela questionou, terminando de abotoar a blusa.
— Não importa, não vou tocar nela, nem machucá-la, ou fazer qualquer outra loucura extrema! Tenho uma irmã e jamais gostaria que alguém fizesse algo assim com ela!
— Mas isso não te enfurece? Ela se intrometeu onde não devia e acabou te expondo!
— Estou furioso, mas não vou descontar na garota. Também fui descuidado. — Ela se aconchegou em meu peito.
— Posso te contar algo? — Assenti. — Eu realmente não gosto dela!
— Então somos dois. E algo me diz que ela ainda vai causar muita dor de cabeça!
— Mas aí encontraremos uma solução! — Ela sugeriu, erguendo a cabeça do meu peito.
— Talvez. — A dor de cabeça promete ser grande, especialmente com os planos envolvendo meu primo.
✷✷✷✷
A dor do luto é profunda e a saudade, um peso que não se mede. Becky vivia esse sentimento, abraçando a moldura recém-chegada, que continha a imagem de Ava, sua filha que partiu tão cedo. A pequena Ava, um anjo que só respirou a vida por três meses, deixou um vazio imenso. Becky, ao retornar do banheiro naquele dia fatídico, encontrou o berço em silêncio, a respiração da bebê havia cessado. E assim, Ava se foi, a primeira e única a nascer, pois nenhum outro bebê ultrapassou os primeiros meses de gestação. Agora, Becky se encontrava na cama, abraçada ao delicado retrato de Ana, capturado na primeira e última sessão de fotos.
O peso da cama mudou, sinalizando a chegada de Keeiram, seu marido.
— Amor...
— Você se lembra? Lembra como ela estava linda naquele dia? Como ela brilhava junto ao sol? Eu ainda consigo sentir o cheiro dela em dias assim — Becky deslizava os dedos sobre o vidro do retrato.
— Becky, me dê o retrato. Eu deveria ter cancelado essa entrega — Keeiram falou, enquanto Becky abraçava a imagem como se fosse seu último bem. — Eu detesto quando você fica assim por causa disso.
— Keeiram, ela era nossa filha! — Becky exclamou, levantando-se.
— Por favor, amor, entenda! — Keeiram estendia a mão, mas Becky negava com a cabeça, ainda agarrada à moldura. — Por que se machucar assim?
— Não é minha culpa se você a esqueceu tão rápido, se você...
— EU NÃO A ESQUECI! — Keeiram gritou, passando a mão pelos cabelos, tentando se acalmar. As palavras da baba yaga e a culpa ressoavam em sua mente a cada vez que isso acontecia. — Eu também sinto falta dela — Ele disse, sentando-se ao lado de Becky e enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto. — Mas... a vida precisa continuar, mesmo sem ela.
Becky o abraçou forte, chorando, enquanto ele retribuía o gesto, acariciando sua cabeça.
— Eu quero um filho, Keeiram. Eu faria qualquer coisa para ter um filho ou uma filha, uma menininha doce, carinhosa, amorosa. Eu sonho com isso todos os dias — Becky clamava.
Keeiram pensou imediatamente em Becca.
— Uma menininha com meus olhos? Um sorriso doce, cheia de perguntas, com seu próprio estilo e opiniões? — Ele falou, enquanto a imagem de Becca surgia na mente de Becky como um modelo para filha.
— Andando descalça pela casa, com os cabelos bagunçados, valente, curiosa, otimista e teimosa — Keeiram continuou, afastando Becky para olhá-la nos olhos.
— Nós podemos ter! Nós podemos, sim — Uma onda de entusiasmo o atingiu, a vontade de falar sobre Becca e tudo mais. Esse seria o momento. — Podemos ter uma menininha com todas essas qualidades.
— Não! — Becky o interrompeu, destruindo sua coragem. — Eu quero um filho que seja nosso de verdade. Eu amo a ideia de adoção, mas quero uma criança nossa. Sinto que agora não conseguiria lidar com a adoção. Quero um filho nosso, meu e seu.
Keeiram abaixou a cabeça, concordando.
— Entendi — Ele disse, beijando-a na testa e abraçando-a. — Entendi.
Olhando para o relógio, Keeiram percebeu que precisava ir.
— Você vai ficar bem?
— Vou cancelar meus compromissos de hoje — Becky respondeu, enquanto Keeiram a observava.
— Eu te amo muito! — Disse ela, esquecendo momentaneamente suas suspeitas sobre o marido. Mas, com suas palavras, todas as dúvidas retornaram, e as lágrimas permaneceram em seus olhos.
— Eu também te amo — Keeiram respondeu.
✷✷✷✷
O ambiente escolar estava agitado devido aos recentes acontecimentos. Muitos pais estavam presentes e claramente insatisfeitos. Entre eles, Eric Queen, pai de Bruce e Bianca, deixava a sala de Oliver visivelmente furioso. Era evidente que os filhos haviam herdado dele não apenas parte de sua aparência física, mas também traços de sua personalidade. Conhecido por sua postura imponente e expressão austera, Eric enfrentava as consequências das ações de Bruce, incluindo o pagamento das despesas médicas do aluno agredido e as reclamações dos pais deste. O que mais o perturbava, no entanto, era a tranquilidade de Bruce, que parecia indiferente à gravidade da situação. Enquanto Eric finalizava a assinatura dos documentos necessários, Bruce saiu da sala, aumentando a irritação do pai, que decidiu não ir atrás dele, priorizando seu tempo valioso.
A atenção de Eric foi capturada por um riso e um vislumbre que o deixou paralisado, questionando a realidade daquilo que presenciara. Sua incerteza se dissipou ao seguir o brilho do sol matinal, que o levou a uma lembrança nostálgica: um laço adornado com uma pedra especial, a Ágata, que ele havia encomendado para alguém único em sua vida.
— Ágata... — Murmurou, tocando o laço nos cabelos da jovem, com uma esperança fervorosa brotando em seu interior.
— Ágata? — questionou a garota, franzindo a testa. — Minha mãe? — A esperança de Eric se esvaiu como o vento que soprava. — Eu sou a Rebecca — disse ela, trazendo-o de volta à realidade. — Você conhece minha mãe? — Eric, ainda atônito, observava-a enquanto ela se levantava, fechando gentilmente o livro em suas mãos. — Meu nome é Rebecca Bishop Manson, mas se você conhece minha mãe, deve me conhecer como Rebecca Bishop Grace — Continuou ela, ignorando o sobrenome Manson e focando no Grace, assim como Eric ignorava os traços que não a faziam lembrar sua mãe. Ele a observava com uma saudade palpável, aproximando-se sem dizer uma palavra, como se estivesse diante do seu bem mais precioso. O olhar de Rebecca caiu sobre o crachá de identificação no terno preto de Eric.
— Você é o senhor Queen? — perguntou ela, recuando um pouco, apreensiva e desconfortável. Eric piscou várias vezes, voltando completamente à realidade.
— É um prazer conhecer o pai da Bianca — Disse ela, estendendo a mão para cumprimentá-lo. A voz dela lembrava a mulher que ele tanto sentia falta, mas os traços misturados que agora se destacavam o irritavam. Ele ajustou seu terno, limpou a garganta e se afastou, voltando a encará-la.
— Eu não vou apertar sua mão, Manson.
— Ah! — Becca abre a boca como se estivesse escapando algo de dentro dela — Que mal educado. — Sussurra mas o mesmo escuta.
— Como e ?
— Não...Sr. Queen, não era minha intenção delatar Bruce assim — Bruce, que havia retornado, observava a cena com estranheza, apertando os olhos, desejando que a garota se calasse para seu próprio bem. — Fui eu quem ajudou Arthur e, sem querer, descobri quem o feriu, mas não queria que Bruce se metesse nisso...
— Espere, você está dizendo que foi você quem delatou meu filho? — O homem avançava em sua direção, enquanto Bruce, temeroso, dava um passo à frente. — Você me fez perder tempo vindo até esta escola?
— Não foi perda de tempo, foi algo relacionado ao seu filho, e você deveria vê-lo, já que passa a semana longe. — Eric se aproximava, com as mãos nos bolsos, em direção à menina, que olhava para trás, acanhada e ansiosa para escapar.
— Você entende o que tempo significa para mim? Claro que não, só podia ser uma Manson. — Ele tocava o rosto da menina, segurando seu maxilar, forçando-a a olhá-lo. — Vocês só servem para atrapalhar e destruir a vida das pessoas. — Ela o encarava, confusa com a mistura de ódio e afeto em seus olhos, lágrimas brotavam e seu corpo tremia, sem compreender o que acontecia, a atmosfera pesada e angustiante, mas Rebecca não demonstrava medo.
Eric sorria de canto, percebendo o medo da garota. Em outra situação, ela o acharia atraente, como seu filho, mas agora, ela entendia de onde Bruce herdara aquela expressão. Os olhos do homem desciam aos lábios da menina, e Bruce notava, confuso, quando o pai passava o polegar pelos lábios dela e a puxava para mais perto, segurando seu rosto com ambas as mãos.
— Se você não se parecesse tanto com sua mãe, eu te dava uma surra.
— Pai? — Bruce interrompia, perplexo com o que via.
— Que absurdo é esse com minha filha? — Keeiram surgia, empurrando o homem para longe da filha, protegendo-a como um leão protege sua cria. — Você perdeu a razão? O que estava tentando fazer com minha filha?
— O que está acontecendo aqui? — Oliver aparecia.
— Pai, que absurdo foi aquele? — Bruce questionava, irritado, nunca tendo visto o pai daquela maneira, especialmente com uma adolescente. Ele estava pronto para afastar o pai antes que Keeiram chegasse.
— Repita isso, se tiver coragem, seu covarde!
— O quê? Que eu ensinaria uma lição a ela se não fosse a cara da mãe?
— Toque um dedo na minha filha e verá o que acontece! — Keeiram avançava contra o homem, mas era contido por Oliver. Eric ria, zombando da situação.
— Brincadeiras à parte, Keeiram, eu só estava conhecendo o resultado do seu...
— ERIC — Oliver gritava — Saia daqui.
— Por que eu deveria ir embora e ele pode ficar? — Eric provocava. — Keeiram, relaxe, eu só estava relembrando os velhos tempos, pois ela se parece muito com Agatha. E se eu acabar fazendo o que você fez?— Com um sorriso, Eric era atingido em cheio por Keeiram, que se desvencilhar, mas Oliver e outro segurança o contém.
— Vamos embora! — Bruce puxava o pai.
— Uma filha, hein, Keeiram? — Eric comentava, saindo e rindo com o sangue escorrendo da boca pelo soco.
— Se aproxime dela novamente e verá!
— Fique tranquilo, Keeiram, eu não sou como você!
— Chega, pai, vamos! — Bruce o arrastava para longe. — Vamos! — Ele ainda estava perplexo com o que tinha visto o pai fazer. Estava certo de que seu pai beijaria a garota.
— Me solte — Eric se desvencilhar da mão do filho.
— Que absurdo foi aquele, pai? Que diabos você estava fazendo?
— Não me encha o saco, porque ainda não terminei com você! — Ele dizia, entrando no carro.
— Você vai embora assim? Depois disso? — Bruce segurava a porta do carro.
— Depois, Bruce! — Eric fechava a porta bruscamente, dava a partida e saía, enquanto o filho observava o pai desaparecer pelo portão, sentindo ainda mais repulsa pelo genitor.
✷✷✷✷
— Pai, chega! — Com um abraço, Rebecca traz Keeiram de volta à realidade, acalmando sua ira com uma simples palavra. Keeiram a abraça instintivamente, acariciando sua cabeça.
— Ele te machucou? Me diz a verdade. — Rebecca nega com a cabeça. Após se tranquilizar no abraço do pai, o sinal soa e Rebecca retorna à aula.
— Você está mais calmo, Keeiram? — Oliver indaga.
— Calmo? Viu como ele estava perto da minha filha, a um fio de distância do rosto dela? Parecendo que iria a beijar !O que esse desgraçado estava pensando em fazer ?! — Keeiram passa a mão pelo cabelo. — Se esse canalha ousar encostar na minha filha novamente, eu prometo, Oliver, eu o mato. Não fugirei da polícia, o matarei com minhas próprias mãos e farei questão de enviar a cabeça aos Queens, para que nunca mais perturbem minha filha.
Contínuam....
Oiiiiiieeee mais uma para vcs, espero que vcs gostem e mostrem suas teorias pois no próximo tera muito mais coisas para juntarem a suas teorias.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro