❛ aquele onde iliana finalmente

entende a verdade.❜

         Iliana saiu correndo, deixando Franky para trás. A loira entrou no cassino, podendo notar as diversas pessoas já em seus lugares, fazendo suas apostas, outras bebendo e jogando conversa fora. A única coisa que elas tinham em comum eram as vestimentas chiques e a conta bancária alta. E claro: a extrema falta de caráter. 

A loira procurava uma pessoa em específica: sua melhor amiga, também conhecida como Malia. Ela era a única que podia finalmente dar um ponto final naquela história toda, que estava cada vez mais estranha para Iliana. As orbes esverdeadas da loira passaram rapidamente por cada canto do cassino, até finalmente enxergar a figura que ela tanto procurava. 

── Finalmente! ── a loira exclamou sozinha num tom alto, fazendo um homem que estava ao seu lado a olhar com julgamento. A loira não demorou mais tempo, correndo até sua amiga. ── Malia!

A morena que fora chamada levou um susto, quase derramando a bandeja que carregava consigo.

── Iliana! Quer me matar de susto? O que foi? ── Malia colocou a bandeja que carregava em cima de um dos balcões do local, para desocupar suas mãos.

── Desculpa. Mas, preciso que você me ajude com uma coisa. ── quando a morena assentiu, a loira continuou. ── Sabe aquele bilhete que eu recebi á alguns dias?

── Impossível esquecer.

── Então, você pode me descrever exatamente como era o homem que mandou? Eu preciso de características exatas!

Malia encarou a amiga com o cenho franzido e era possível ver o julgamento brilhando nas suas orbes verdes.

── Ok... Bom. Ele tinha cabelo azul como eu te disse, era esquisito e-

── Mas esquisito como? Digo, ele usava uma cueca e só uma espécie de blusa aberta por cima?

── Que? Não! Quem usaria isso de "roupa"? Ele usava um terno e uma calça social, tudo na cor verde. Eu digo que ele era estranho por causa da altura dele e porque ele tinha um gancho no lugar de uma de suas mãos!

Iliana arregalou os olhos, sua boca lentamente abrindo em um "O" perfeito. Malia tombou a cabeça para o lado, em completa confusão.

── O que foi?

── Droga! Eu passei esse tempo todo sendo idiota com um cara que não tinha nada á ver com o tarado que escreveu o bilhete! ── ela passou as mãos pelos fios louros. ── Por isso ele era tão gentil.

── Ué, então você confundiu os caras?

── Sim. Franky não tem nada á ver com o idiota do bilhete e eu o tratei como se fosse ele. ── a Nakamura levou a mão até a testa. ── Era por isso que eu achava estranho ele ser tão gentil falando pessoalmente. ── as bochechas da garota ficaram rosadas.

Malia arqueou a sobrancelha, antes de rir.

── Não me diga que está apaixonada por esse cara. ── a morena provocou, com um sorrisinho ladino no rosto. 

Iliana praticamente deu um pulo para trás, negando com as mãos na frente de sua face. Seu rosto ficou ainda mais vermelho. 

── Não... Não estou apaixonada! Apenas... Ah! ── a loira deu as costas para a amiga, levando as mãos até as bochechas.

── Tá' apaixonadinha'! — Malia gargalhou, antes de pular nas costas da loira, a abraçando. ── Vai ter que passar por mim antes, hein, preciso aprovar! 

Iliana revirou os olhos, gargalhando.

── Você é uma besta. 

Iliana se afastou de Malia após alguns minutos de conversa, afinal a morena precisava voltar ao seu trabalho, antes que Yuzuru reclamasse de alguma coisa.

Ela foi para o lado de fora, olhando em volta. Esse era o momento em que Franky costumava aparecer.

Espera. Por que eu tô esperando por ele? ── Iliana franziu o cenho, pensando. Um suspiro escapou dela e ela saiu andando cabisbaixa.

── Estava me esperando né, loirinha? ── o azulado surgiu ao lado de Iliana, a fazendo gritar de susto e dar um pulo.

── Caramba, cara! Quer me matar do coração? ── ela resmungou, fazendo cara feia e arrancando uma gargalhada de Franky.

── Desculpe, pensei que me notaria, mas você é mesmo desligada.

── Não sou desligada! Apenas estava pensativa. ── pensando em você, seu idiota, Iliana pensou.

── Sempre que eu te encontro, você está pensativa ou cabisbaixa. Sinceramente, acho que você precisa de um psicólogo.

Iliana encarou o azulado, antes de soltar uma risada. Franky arregalou levemente os olhos, antes de sorrir minimamente. Ele havia a feita rir, de verdade. 

── Sim, acho que preciso mesmo. ── a garota suspirou, antes de parar de andar e virar para o homem. ── Franky, eu... Conversei com a Malia e descobri que você não era quem eu pensava, e por isso, fui rude e idiota com você. Me desculpa, você não mereceu. ── a loira encarou os próprios pés, que se mexiam sozinhos, tamanho era seu nervosismo. ──Juro que não sou tão chata e ríspida.

Franky também parou de andar. Seu tamanho perto da Nakamura era simplesmente surreal. Era como se um Rottweiler estivesse perto de um Lulu da Pomerânia. Por isso, ele teve que olhar para baixo para olhá-la direito.

Ele a encarou por um tempo, antes de sorrir.

── Não sei com quem você me confundiu, mas com certeza ele deve ter te irritado bastante. Eu aceito suas desculpas, eu não me ofendi com nada que disse, achava era engraçado. ── ele sorriu. ── Então, isso significa que posso te chamar para um encontro sem correr o risco de receber um não e uma humilhação? ── Franky perguntou com um sorriso, fazendo Iliana arregalar os olhos, finalmente encarando o rosto dele.

As bochechas da loira não demoraram a ficar rosadas, dando um contraste com sua pele pálida.

── Eu... Bem...

── Quer me provar que não é tão chata e ríspida? Pois bem. Quero que venha em um encontro comigo.

Iliana continuava estática no lugar, até balançar a cabeça para acordar do transe e dar um pequeno sorriso.

── Irei, mas apenas porque quero te provar que sou uma boa pessoa! ── ela falou com o nariz empinado. ── Preciso voltar pro trabalho.

── E eu pro meu barco. Te encontro aqui, amanhã, às 19:00 horas, pode ser?

── Sim, pode! ── Iliana respondeu de forma séria. ── Até amanhã! ── se despediu, antes de andar com certa rapidez. Quando a loira saiu da vista de Franky, ela deu alguns pulinhos, soltando umas risadinhas de animação. 

De onde estava, Franky riu, fazendo uma dancinha.

── Obrigado, papai do céu. ── ele olhou para cima, antes de continuar seu caminho, com um sorriso enorme no rosto.