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• VIVA PELAS REGRAS • [capítulo 2]

Não é estranho acordar, mais uma vez, enrolada em meus lenções, amaldiçoando o clima. Durante os últimos quatro anos, tentei de todas as formas gostar mais do sol escaldante, como o de hoje, aos dias de chuva. Claramente, isso não está funcionando pra mim. Meu quarto branco está banhado pela luz da manhã, através da grande janela de madeira. Eu amo esse quarto, o único canto da casa que eu posso realmente considerar meu. O único lugar que eu consigo manter os meus medos e traumas fora. Suspiro mais uma vez com o sol no meu rosto e o suor descendo pelas minhas costas. Eu realmente preciso aprender a fechar as cortinas e a ligar o ar-condicionado se quero sobreviver a esse verão. Assim que me levanto, ouço a fornalha funcionando no primeiro piso. A vida na mansão nunca para, mesmo sendo somente seis horas da manhã. Cedo demais para mim, mas não cedo demais para Mavi.

Levanto-me um pouco mais decidida agora. Sim, seria ótimo ver Mavi. Tomo meu banho e aproveito para lavar o cabelo. Como todos os dias de sol, ele está mais rebelde com todo esse calor. No fim, sou obrigada a prender os cachos em uma trança, com muito gel e creme. Normalmente, eu os deixo soltos só porque posso e porque Papa odeia. Mas hoje, se quero ver Mavi, preciso me comportar. Escolho um dos meus vestidos de verão floral e minhas botas de cano baixo. Mesmo sendo uma ragazza da máfia, eu ainda tenho uma considerável liberdade com as minhas roupas e rotina, desde que estivesse na companhia dos homens de Papa. Assim que desço as escadas, sinto o cheiro dos cornettos de marmellate de Matilde. Posso morrer só para ter um desses fresquinhos, recém-saídos do forno. Matilde é a funcionária mais velha da casa e a melhor cozinheira de todas, uma das poucas lembranças remanescentes ainda da época de Mama. Como ela, os cornettos são o meu prato favorito. E se Matilde os fez hoje, só poderia significar uma coisa. Assim que entro na copa, sei o porquê.

Papa está sentado em uma das cadeiras, na ponta da grande mesa, lendo seu jornal enquanto toma seu café preto. Um dia incomum na mansão De Santis sempre começa com Papa ainda em casa. Ele geralmente me evita de todos os modos, indo para o escritório cedo ou jantando fora. Não hoje, pelo jeito. Desacelero os passos e mantenho minhas mãos nas costas. Quieta, espero. Papa não se digna me olhar quando pigarreia e reconhece minha presença. Só assim, sento ao seu lado. A última vez que me apresentei sem o devido respeito, fiquei uma semana sem sair da casa.

— Buongiorno, Papa.

O sopro por trás do jornal é a resposta que obtenho. Então, hoje é mais um desses dias. Quando seu pai é o Chefe da Famiglia tudo pode acontecer. Carga roubada. Suborno malsucedido. Atraso de fornecedores. Traição de um dos soldados. Tremo só de pensar na última. O humor de Papa é ainda pior quando a situação é essa. Dou um sorriso fraco à Matilde quando ela põe mais uma remessa de cornettos sobre a mesa. Nem mesmo eles parecem me salvar desse humor.

— Luna?

Derramo um pouco mais de leite na xícara com tom de Papa. Merda! Assim que minha atenção está nele, seus olhos azuis estão pesados sobre meu vestido.

— Sim, Papa?

— Planos pra hoje? – seu tom é calmo, mas sério.

— Pensei em ir à fazenda com Luigi – seu cenho fechado me obriga a continuar – para visitar a plantação e ver Mavi. Faz algum tempo que não vou lá.

Papa não precisa de uma explicação, ele só quer fazer um ponto sobre mim. Vá onde posso te ver, esteja com quem possa te controlar. Hoje, porém, estou nervosa com sua presença. Com os anos, seu rosto se tornou ainda mais estreito e duro, as rugas emolduraram sua boca severa e seu olhar ficou ainda mais seco. Em todas as suas expressões, sempre vejo a mesma me julgando: indigna, ingrata, inútil.

— E o jantar na casa dos Benedetti?

— Estarei em casa antes do almoço.

Sua boca puxa e seus dentes batem, triturando.

— Certo, mas Luigi não vai te levar.

Bem, se isso não é uma surpresa. Luigi é meu motorista e segurança desde os meus 19 anos. Nunca tive um bom relacionamento com ele. Na verdade, nunca tive qualquer relacionamento com ele. Ponto. Ele sempre se manteve na sua e eu, na minha. Seja o que for que esteja acontecendo, sei que essa não é a minha deixa para usar minha carteira de motorista.

— Nicola – Papa chama.

Assim que seu segurança entra na sala, o clima se torna mais pesado. O calor de antes substituído pelo súbito frio. Nicola acompanha Papa onde quer que ele vá. Jogatinas, distribuidores, contratantes. Sempre com o mesmo objetivo, torturar. Ele é grande, maciço, com uma grande cicatriz em seu pescoço. Não consigo confiar nele, principalmente por ser o homem de confiança de Papa. Ele se dirige ao Don, sem me olhar ou cumprimentar. Tudo bem por mim.

— Traga Domenico aqui.

Nicola sai sem se despedir.

O novo motorista de Papa? Olho novamente para o meu pai procurando respostas, mas ele está muito ocupado tomando seu último gole de café. Apenas 2 minutos se passam quando ouço passos a minha esquerda, pela outra porta, e sinto sua presença às minhas costas.

— Domenico.

Como um pequeno cachorrinho adestrado, Domenico é permitido a se aproximar. Porém, quando o vejo, sei que estou enganada. A última palavra que alguém usaria para descrevê-lo seria "adestrado".

— Essa é minha filha, Luna.

Ele acena, sem me olhar ainda. Agradeço por estar sentada e poder observá-lo sem ser notada pelos dois homens da sala. Domenico fora contratado por Papa há poucas semanas, nunca o vi pessoalmente antes, só ouvi o seu nome algumas vezes. E quão grande é a minha surpresa... Há algum tempo que não vejo um homem assim, tão de perto. Não sei se "bonito" poderia ser empregado aqui. Seus cabelos são loiros grisalhos, mas o seu corpo está longe de ser de um sexagenário, muito longe disso. Sua estrutura grande, construída, acompanha os seus 1,80 de altura, que parecem mal caber no seu terno. O queixo quadrado é emoldurado por uma barba também cinza, que deixa sua boca ainda mais eminente. E seus olhos azuis são sérios demais para que eu tenha qualquer dúvida sobre sua intenção comigo.

— Luna?

Levanto-me, sabendo que me perdi em qualquer que seja a conversa que eles estavam tendo.

— Este é Domenico, seu novo motorista.

Ele me olha brevemente e acena. Fico tentada a perguntar sobre Luigi, mas Papa nunca me diria. Transferido para alguma unidade ou pior, morto.

— Prazer em conhecê-lo.

— Senhorita. – Até sua voz parece diferente dos homens que conheço.

— Está tudo bem Domenico me levar à fazenda, então?

— A traga de volta ao meio-dia.

O Chefe da Famiglia ordena, indo de volta à mesa sem nos olhar. Tudo bem. Papa normalmente me trata bem em frente aos amigos e à família. Cortesia que não se estende diante dos subordinados. Ele não se importa com eles ou suas opiniões. E se alguém o confrontasse, certamente seria mais fácil matá-los que um dos Capos.

— A esperarei...

— Se não se importa, prefiro ir agora – digo a Domenico.

— Claro.

— Até hoje à noite, Papa.

Dessa vez, quem não o olha sou eu, saindo de lá o mais rápido possível.

Como em qualquer filme de Máfia, minha família está envolvida com uma considerável quantia de atividades ilegais. Drogas é uma delas. Quão absurdo seria transformar uma plantação de trigo em uma fachada para fabricação de outro tipo de farinha? Bem, não muito já que a empresa "Famiglia Amato" é a maior fabricante de farinha de trigo da região e País. Para o bem ou para o mal, nem todos acreditam nessa história, mas a maioria participa da fatia final desse investimento. Domenico, pelo jeito, também está a par já que não foi preciso explicar como chegar à fazenda. No caminho, qualquer conversa que tentei ter foi sabotada com seus "uhum" e "sim, senhorita". Não posso culpá-lo também, mal conversei com o meu último motorista e as poucas interações genuínas que tive com um homem nos últimos meses foi com Giovanni. O que não conta muito.

A estrada de uma hora e meia até lá é deserta. Então, a primeira coisa que avistei de longe assim que adentramos a estrada principal foi a Ranger branca de Filipo. Filipo Sanna era o terceiro no comando e um dos principais administradores da fazenda. Junto com o senhor Matias, ele cuidava do plantio e da fabricação. Outro homem de confiança de Papa que queria distância.

— Domenico? – ele me olha pelo retrovisor – Se tiver como, passe pelo caminho de fora, por favor.

— Sim, senhorita.

Ele atravessa a estrada principal e vai pelo caminho que rodeia a plantação "legal" de trigo. A Fazenda Amato é um dos dotes que a família de Mama deixou para meu pai. Hectares de terra que estavam a gerações na família, antes dos De Santis chegarem ao poder e Papa conseguir seu sonhado status ao se casar com Alessia Amato. Eu sempre amei a fazenda, mesmo sabendo o que ela custou na vida de Mama. A casa grande tinha um recorte colonial com grandes janelas pintadas de verde, portas e pisos de madeira e palmeiras imperiais marcando a grande entrada. Era linda e um dos lugares que mais me lembrava de minha mãe. Depois da sua morte, infelizmente, Papa transformou esse lugar ainda mais em sua fábrica particular de cocaína e drogas que qualquer outra coisa.

Uns minutos depois, estamos na única parte da fazenda que agora me interessa. O estábulo.

— Senhorita, Luna. Seu pai não avisou que iria vir hoje.

— E quando meu pai já avisou alguma coisa, Lauro?

Lauro é um homem de 40 e poucos anos que me conhece desde pequena. Ele me ensinou a montar, trotar, correr. Um dos melhores cuidadores de cavalos de São Paulo. Também um dos homens da Máfia.

Aponto para o homem ranzinza que está me seguindo desde que desci do carro: — Este é Domenico, meu novo motorista.

Lauro ri, um som anasalado e impregnado de um homem que fuma fumo há muitos anos.

— Se não é Domenico Rossi bem na minha frente. Motorista, en?

— Lauro... – Domenico cumprimenta, mas parece mais um aviso.

­

­— O velho realmente te rebaixou, não é?

O que mais gosto em Lauro? Sua sinceridade. Um dos poucos com quem posso ser eu mesma.

— Então, vocês dois se conhecem? – olho de um para o outro, mas ninguém me dá uma pista.

— Bem, talvez você possa falar mais sobre ele, Lauro, já que Domenico aqui não me falou nada sobre ele. Sua cor favorita ou talvez seu antigo trabalho?

O bufo que explode de Domenico vem acompanhado da risada de Lauro.

— Melhor trazer Mavi até aqui. A senhorita não quer me ver morto antes do almoço, quer?

— Morto? Dramático, então – meus olhos examinam Domenico – Talvez um executador?

Olho Domenico mais um pouco antes de desistir e acompanhar Lauro, que ainda está rindo de mim.

— Você veio em um bom dia, sabe? – ele troca de assunto – Mavi não parece contente preso com esse calor todo. Eu disse ao Sergio para andar um pouco com ele antes do serviço, mas a senhorita sabe como é esse povo daqui. Preocupado demais com plantação e de menos com os bicho...

Lauro também tem essa mania de tagarelar, muito, mesmo quando não prestamos atenção. Amo Mavi mais que tudo, mas minha mente ainda está na expressão de Domenico quando o chamei de executador.

— Trouxe uns presentinhos pra ele?

— Presente? An, não. Não tive tempo de passar na loja, mas da próxima vou trazer.

Lauro para na raia — Bem, aqui tá ele.

Mavi, meu árabe puro sangue de pelo preto e focinho branco.

— Ele anda meio inquieto esses dias. Mas a senhorita conhece ele melhor que eu. Se puder, seria bom levar ele até o corgo pra refrescar. Ele vai gostar.

— Filipo está por lá?

Pergunto abrindo a porta da raia. Assim que me vê, Mavi bufa e ricocheteia sua cabeça. Menino levado reconhece sua mama. Meu sorriso aumenta quando vejo que a sela está no lugar, provavelmente por conta de Sergio.

— Eu não sei dizer pra senhora. Ele anda ocupado na fábrica esses dias, estressado. Num deve atrapalhar seu passeio, não.

— Bom – ando até Mavi e o acaricio – Como anda meu garoto? Quer dar um passeio com Mama? Sim, sim?

Ele relincha em resposta e balança a cabeça. Bom garoto. Não perco nem mais um minuto e o subo, escarranchando meu vestido. Ele trota até o estábulo, animado, inquieto.

— Tem certeza que ela consegue lidar com ele?

Eu rio de Domenico e o olho de lado, sem dar espaço para Lauro responder.

— Nós vamos mostrar para ele com o que conseguimos lidar, não vamos, Mavi?

Meu garanhão relincha mais uma vez e trota em seus cacos, ainda mais impaciente.

— Me espere aqui. Uma hora ou duas e estarei de volta. – ordeno como a verdadeira princesa da Mafia que sou.

Domenico parece desaprovar isso, mas eu o ignoro e bato nos flancos de Mavi. Ele galopa até a estrada e eu o incentivo a correr mais e mais. O vento bate forte assim como meu coração, galopando no ritmo de Mavi. Aqui, com ele, me sinto livre, verdadeiramente livre. No meio do caminho, meu cabelo solta e o sinto chicotear em meu rosto, assim como sol forte. Com Mavi, posso sentir tudo e é tão intenso que consigo anular qualquer pensamento que não seja o aqui e o agora. O corgo fica um pouco mais abaixo na propriedade, longe da plantação de trigo, mais perto da fronteira com a plantação ilegal. Mesmo assim é seguro. Ninguém se atreveria a vir aqui, muito menos me ameaçar. Corro com Mavi um pouco mais antes de chegar ao terreno acidentado.

Acabei deixando meu celular no carro "sem querer", então não sei que horas são. Mas pelo cansaço de Mavi ao chegar ao córrego e o sol, deve ser lá pelas 9 horas. Sento-me sobre uma das pedras grandes e olho ao redor.

Há uns oito anos, era esse o nosso lugar, o córrego que ele me trazia. Agora, na seca, a água é mais escassa e baixa, mas costumávamos nadar aqui. Parece uma vida antes dessa, uma outra vida. Um minuto ou uma hora depois, desisto de pensar sobre nós e tentar entender o que aconteceu. Lavo meu rosto antes de ir, abraço Mavi e o agradeço por esse pequeno momento, e prometo voltar mais vezes antes de subir pela plantação. Cavalgo mais devagar dessa vez, aproveitando à vista, e pego um dos caminhos entre o trigo. É quando o vejo.

Ele está ali, mais à frente, entre a palha bege. Do outro lado está Filipo, lidando com um dos funcionários. Os dois também estão a cavalo, cada um no seu. Mas enquanto Filipo está no chão, Vincenzo não. Ele está maior que a última vez que o vi e há uma barba espessa que antes ele não tinha, escura como seu cabelo. Não há terno dessa vez, só uma camisa preta e um jeans surrado. Vê-lo assim, tão de perto, me faz lembrar o que é estar entre as suas pernas, na mesma sela que a dele. Sei que ele pode me ver a qualquer momento, mas não consigo parar de olhá-lo. Como a menina que um dia fui, quero que olhe para mim. Sinto-me animada com essa perspectiva e Mavi, como sempre, sabe ler cada humor meu. E como esse, ele entende e trota entre o capim. O casco bate na estrada, poeira levanta e olhos de Vincenzo também, estão em mim. Olhos verdes presos na sua menina correndo com Mavi. Filipo não me nota, concentrado em qualquer que seja a conversa, mas Vincenzo sim. Ele está muito perto para não notar. O cumprimento com um pequeno sorriso e corro ainda mais. Seus olhos me seguem, presos. Meu cabelo bate em meu rosto quando passo por ele. Sigo correndo, sem olhar para trás, me distanciando. Como seria se ele corresse atrás de mim?

— Luna!

Atrapalho-me com o estribo e puxo a correia, mas quem encontro chamando meu nome não é Vincenzo e sim a voz de Domenico. Ele está mais à frente, depois da plantação, o mesmo olhar de quando o conheci de manhã, não me deixando dúvidas que viu a pequena interação com Vincenzo. Quando me aproximo, desço sem questionar. Uma das regras de Papa foi quebrada e não tenho dúvidas que Domenico sabe.

— Vamos. Hora de ir para casa.

Você já sabe, não sabe? Quero perguntar, mas não preciso. Todos sabem, ele também. Domenico olha para além de mim, seu rosto duro e sério. Vincenzo. Ele está olhando de volta para Domenico? Filipo nos viu? Não olho para trás, nenhuma vez. Não posso. Isso só dificultaria ainda mais as coisas.

A volta para casa é ainda mais silenciosa.

Segundocapítulo de Hereditário postado, com um bônus lindo: Booktrailer novinho pravocês! Um pouco dessa história de amor, mas também de vingança, rancores eódios. Espero muito que vocês gostem, assim como eu! Please, comentem, deixesua estrelinha, adicione esse livrinho na sua biblioteca e me segue no wattpad! 

Até a próxima! <3

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