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• SEMPRE TENHA UM PLANO | PARTE II • [cap.14]

Luca voltou com o almoço pouco tempo depois. Então, não tivemos mais tempo para conversar, sem alguém nos vigiando. E assim que Pietro chegou, Gianne precisou ir embora com seu irmão. O medo e a culpa se tornaram ainda mais vivos em mim. Eu sei que Gianne estava fazendo isso para meu próprio bem. Era a coisa mais lógica a se fazer. A saída real de toda essa merda. Eu teria uma nova vida, com um novo nome e novas pessoas. Poderia estudar, me formar. Teria apenas que pintar meu cabelo, mudar de País e deixar todos eles para trás.

Não é fácil, mas é preciso. Era isso o que Gianne quis dizer, não foi?

Minha cabeça lateja mais forte, minha dor de cabeça voltando. Tudo o que eu não precisava pra hoje. Estou sentada no chão, encostada no batente da outra porta da cozinha, de frente para o quintal pequeno daqui. Não há muito para ver, o capim está quase invadindo a casa e escondendo o muro branco alto. Consegui roubar um pouco de pinga em um dos armários da cozinha. Estou voltando aos velhos hábitos, eu sei, mas preciso apenas de um pouco pra aliviar minha cabeça. Talvez assim consiga encontrar minhas respostas.

— Tudo certo por aqui?

— Merda! – deixo o copo cair e estilhaçar no chão – Não ouvi você chegando.

Tento me desculpar por quebrar seu copo de requeijão. Pietro apenas sorri, um pouco desleixado.

— Isso ficou claro.

— Você se importa de pegar um pano pra mim?

Digo, ainda catando os cacos maiores.

— Só se você deixar um pouco de pinga pra mim, no final do dia.

Okay. Talvez eu tenha bebido um pouco mais do que eu quero admitir.

— Droga! – um pequeno caco espeta meu dedo.

— Hey, hey... Deixe comigo, eu pego.

Ele passa por mim, pela porta, seu corpo grande se agacha à minha frente. Diferente dos outros, Pietro sempre está com uma calça jeans escura e alguma camisa estampada. Ele parece não se importar que todos ao redor estão usando um terno. Na verdade, ele parece ter encontrado seu elemento, sem se importar com o que vão pensar dele.

— Pronto – ele está perto, não como um assediador ou algo assim, apensas amigável.

Ele estende a mão assim que se levanta, me levando junto.

— Vamos! É preciso mais que umas doses pra te manter são aqui.

Eu não consigo evitar e rio. Não há julgamento em seus atos, talvez escárnio? Mas é como se rir de si mesmo fosse mais um escape que qualquer outra coisa.

Quando o sigo, ele me leva além da cozinha e a sala pequena, para uma das partes mais afastadas da casa, um escritório arranjado, eu acho. Há três cadeiras e uma mesa maciça de madeira no centro. Papéis espalhados e caixas amarrotadas em uma estante chique de aço. Aqui parece a única parte intencionalmente arrumada do depósito.

Sinto-me um pouco desconfortável usando um short jeans e uma camisa cinza simples. Como descobri hoje à tarde, minhas roupas não foram apenas deixadas, elas foram queimadas. Então tenho algumas que Gianne me deu, não é muita coisa, mas é o suficiente para passar os dias.

— Vamos, sente-se. Vou pedir para que Luca traga algo pra gente comer.

Assim que me sento na cadeira grande estufada, Pietro senta-se ao meu lado, na outra cadeira, já com celular em mãos. Ele pede um sanduiche pra cada, algo que eles costumam pedir muito por aqui, e para minha surpresa, uma cerveja.

— Cerveja? – eu o instigo – Você não pareceu muito feliz por eu estar bebendo sua pinga.

Ele joga um meio sorriso para mim, antes de se explicar:

— Se há algo que aprendi esses anos é que precisamos controlar nossos vícios antes que eles nos controlem... Você acha que consegue lidar com isso?

Nunca me considerei uma beberrona. Era isso que ele pensava de mim?

— Claro – eu demoro um pouco mais para olhá-lo.

— Nunca tenha medo de assumir suas derrotas, Luna. Aqui... – ele aponta para seu pequeno escritório – nós não temos tempo para isso.

— Tempo para derrotas? – eu brinco.

— Orgulho.

Pietro é diferente de todos os homens que já conheci. Sem medo de assumir os seus erros. Eu me pergunto pelo o que ele passou para se tornar esse homem.

Toc. Toc.

— Entre! – ele grita.

Um homem, que não é Luca, entra. Provavelmente, um dos outros soldados. Ele é mais franzino e mais novo que Pietro, seu cabelo é raspado e tatuagens cobrem sua pele preta. Nunca o vi antes. Ele deixa os pacotes sobre a mesa, duas cervejas na sacola transparente.

— Precisa de mais alguma coisa, chefe?

— Não, Orochi, tudo certo. Obrigada.

Ele se vai. E não há nenhum espanto por seu chefe ter o agradecido por uma tarefe tão simples.

— Aceita? – ele me oferece um dos copos.

Eu o aceito enquanto ele enche com uma das cervejas.

— Precisa de ajuda?

— Para abrir uma sacola? Não, não – ele pega uma das caixas com sanduiche e me entrega – Coma antes de beber.

Eu sorrio. Ele ainda assim consegue ser mandão, como tantos outros homens que conheço.

— Claro, chefe.

Ele ri, mais para si do que para mim.

— Eu sei o porquê de Enzo gostar tanto de você...

Enzo. É disso que ele quer falar comigo?

— Você sabe?

— Eu sei... – ele morde o próprio sanduiche, me dando tempo para fazer o mesmo – Mas não posso dizer e te deixar mais convencida, posso?

— Convencida? Eu? – não deixo de rir. Ninguém nunca me chamou assim antes.

— Sim, menina esperta. Agora coma.

Balanço minha cabeça fascinada demais para negar. Enzo. É assim que todos se referem a ele aqui, apenas Enzo. Jogo um pouco de papo furado e como o meu sanduiche com mordidas rápidas, curiosa para saber o porquê de Pietro me trazer ao seu escritório. Assim que termino, bebo um pouco da cerveja.

— Hmmm... não tão boa, não é? Deixe colocar pra gelar.

Ele se levanta e vai para trás da mesa. Há uma pequena geladeira embaixo, uma que não vi antes. Ele coloca meu copo e as garrafas lá.

— Pensei que eu precisava beber para termos essa conversa – jogo com ele.

— E quem disse que era você a quem eu me referia, hm? – ele então puxa uma garrafa de uísque da geladeira, já com seu copo – Aceita?

— Não gosto de uísque – confesso.

— E quem gosta? – ele enche seu copo com uma dose dupla, pura e sem gelo – Uísque é para ser apreciado e não gostado.

Dessa vez, prefere sentar à minha frente, como deve estar acostumado a fazer com seus subordinados. Sua mão grande aperta o copo depois do gole, seus olhos negros em mim.

O ar ao nosso redor muda, tão gélido quanto sua garrafa de uísque sobre a mesa.

— Enzo me deu essa garrafa. O melhor uísque que já tomei – ele bate na tampa duas vezes – Um puro Macallan, 26 anos.

É assim que ele vai começar nossa conversa. Ouvi tanto esse nome esses últimos dias. Ficou claro para mim como todos o respeitam. Talvez para a Famiglia ele ainda não seja o Don, mas com certeza ele é dentro deste depósito.

— Ele sempre foi bom em dar presentes – isso eu sei.

E também sei que não posso evitar mais esse tópico. Ainda não quero vê-lo, mas tenho que falar sobre ele. Enzo está em todos os lugares por aqui.

— Você sabe? – Pietro larga o copo sobre a mesa e cruza os braços, deixando seus bíceps ainda mais amostra na camisa de manga curta – Eu não quis acreditar quando me contaram que Enzo estava obcecado pela filha de seu maior inimigo. Eu não quis acreditar. Quão trágico e irreal um cara como ele conseguir essa proeza. Ainda mais pela filha de Leonel De Santis...

Bem, se Pietro me fez acreditar que ele era gentil... Posso ver agora o porquê de ser um dos homens de Vincenzo, no comando de seus soldados. Não há meias palavras com ele.

— Você pode ver assim, claro – digo sem me deixar abalar, já ouvi coisas piores por aí – Mas você não sabe de toda a história.

Não vou revelar mais do que isso, ele não tem o direito de saber.

— Eu sei, eu sei. Como foram obrigados a viverem juntos, por serem primos e tudo... – não há nenhuma crítica aí, eu vejo em seu tom calmo – Amor pode unir as pessoas, mas a dor e a raiva as tornam ainda mais ligadas, não é?

Nunca pensei em mim e Vincenzo assim. Mas não consigo refutar suas palavras, existe muita verdade nelas.

— Desde que o conheci, Enzo me provou o quanto essa ligação pode ser forte. Quase inacreditável de se ver. Doloroso de assistir, na verdade, testemunhar quantas vezes ele desistiu dele mesmo por você.

Seguro forte o braço da cadeira, sem saber o que dizer. É sobre isso o que ele falar? Não sei se posso me sentir mais culpada do que já sinto.

— Eu também sei que não é sua culpa, Luna. Você nunca pediu por nada disso. Você provavelmente sofreu mais por cada escolha que ele teve que tomar. Mas não deixa de ser verdade o quão idiota ele foi esses últimos anos... Você sabe por que ele foi expulso da Famiglia?

Sim, eu sei. Eu sempre soube. Fixo meu olhar na estante atrás dele, envergonhada por admitir:

— Ele matou Matheus Bittencourt, ele matou meu ex-noivo por mim.

Há uma pausa, como se ele esperasse que eu falasse mais. Quando o olho, ele solta a verdade como uma bomba, sem avisos:

— Não só por isso, Luna... – ele relaxa sobre a cadeira grande, seus braços abertos desta vez – Matar um político na Máfia pode não ser a melhor ideia, mas é justificável. Enzo conseguiu fazer isso, ele convenceu cada filho da puta dentro da Máfia que Matheus e seu pai estavam roubando de nós, imensas quantidades de dinheiro, além de nos trair várias outras vezes. Ele convenceu a todos, até seu pai, na época. Grande ato. Não posso negar que Enzo é um grande maníaco quando quer.

Ele para mais uma vez, apoia seus braços sobre a mesa e me encara, assim como Gianne fez mais cedo, na cozinha.

— Meses depois, uma fita chegou até Leonel. Uma cópia da fita de segurança na noite que Matheus te levou à boate. Eu não sei quem mandou a fita, Enzo tinha destruído a porra toda antes disso. Minhas suspeitas são que Guido tenha feito. Você pode imaginar o que ele viu, certo? O filho da puta te obrigando a usar coca, tentando abusar de você. Depois Enzo chegando e quase o matando. Até mesmo o final, quando vocês estavam mais... Próximos. – ele insinua algo, vejo pela pausa forçada – Não era possível ver tudo, eu mesmo não vi essa fita, mas o que se dizia na época era que Luna De Santis havia se entregado a seu primo, antes do casamento, para outro homem que não era seu noivo, sem o consentimento de seu pai...

Estou paralisada em minha cadeira, com estômago embrulhado. Consigo ver o que Pietro está pintando: a puta da filha do Don, com seu próprio primo?

Deus, o que eu fiz?

— Você conhece Enzo melhor do que eu, não conhece, Luna? Sabe que ele nunca deixaria que alguém manchasse sua honra, muito menos ele. Então, ele confessou sua culpa. Disse que se aproveitou de você, da sua vulnerabilidade, a forçou a isso. Felizmente, seu pai não poderia matar o filho do irmão, o próximo Don, por isso, por uma mulher, mesmo que sua própria filha. Mas ele podia o expulsar de casa, da sua posição, da Famiglia.

— Eu não sabia. Eu não sabia, eu juro. Se ele tivesse me contado, eu poderia... – estou me afogando aqui, culpa me remoendo por dentro.

— Hey, hey, hey... – Pietro me chama, querendo minha atenção de volta – Isso não é sua culpa, nem de Vincenzo. Esse era o plano de Leonel. Ele planejou tudo, os horários, a boate, o encontro... Tudo! Ele não esperava que Enzo conseguisse escapar dessa, então ele usou você como moeda. Mas nunca foi sua culpa. Lembre-se disso. Se não fosse assim, seria de outra forma, ok?

Tento acenar para ele, mas estou muito perturbada para falar qualquer coisa.

— Sei que não era eu que deveria contar a você, mas você precisa saber a verdade, Luna. Precisa saber a verdade pra tomar suas próprias decisões... – seu rosto está mais complacente agora, quase com pena de mim.

E não posso aceitar isso.

— O que você quer de mim, Pietro? – minha voz é baixa.

— Preciso que você saiba a verdade... O pequeno teatro que Gianne montou hoje mais cedo, sobre forjar sua morte e Enzo não saber? Mentira! Ele fez com que todos nós concordássemos com isso, pra poder te tirar daqui – ele aponta seu dedo pra mim – É sobre isso o que estou falando, Luna, quantas vezes ele vai se sacrificar sem que ao menos você saiba. Quer que continue sendo assim?

Ele está me dando uma saída, eu sei. Posso dizer "sim", me levantar e sair daqui, que ele não vai contestar. Mas não quero. Quero a sua verdade, mesmo que seja dura.

— Não, eu não quero.

— Eu sabia que você era uma menina esperta...

Um pequeno sorriso se forma em sua boca, dando sua aprovação. Conheço os homens da Máfia o suficiente para saber que esse sorriso é mais por seu plano ter dado certo que por apreço. Mas não posso o julgar por isso, posso?

— Há três anos, Enzo descobriu a existência de um testamento. Pelas nossas fontes, Leonel tinha um testamento guardado em algum lugar que alegava que todas as terras e pertences da família De Santis eram de Enzo. Ninguém sabia da existência dele. Então, Enzo começou a buscar esse testamento em qualquer lugar possível... Bancos, depósitos, contas no exterior, no nome de Leonel, de Dante ou de Serena. Qualquer pista de que esse testamento realmente existia. Ele nunca encontrou. Talvez Leonel o tenha queimado ou guardado em algum lugar inacessível... Como sua casa.

— Enzo tentou a invadir várias vezes, até conseguiu algumas, mas nada. Semana passada, antes de queimar a Mansão, Giovanni vasculhou pela casa toda até achar algo. E, bem, descobrimos que seu pai tinha o costumo de guardar os segredos dentro das paredes... Porém, não era o testamento de Enzo que encontramos lá.

— Não? – estou confusa com o rumo da história.

— Não, Luna. Eu não o tenho em mãos agora, mas tenho uma foto – ele então pega outro celular dentro da gaveta da mesa, acha o que está procurando e me entrega – Consegue ler o que está aí?

Assim que vejo a foto, reconheço um testamento velho.

Ao invés de Dante De Santis está escrito Alessia Amato De Santis.

E ao invés do nome de Vincenzo está o meu. Luna Amato De Santis.

"Eu, Alessia Amato De Santis, me encontrando no meu perfeito juízo e entendimento, livre de qualquer coação, deliberei fazer esse meu testamento particular, como efetivamente o faço, sem constrangimento, em presença de três testemunhas: [...]".

Nas testemunhas, também vejo o nome de meu pai, mas além dele, há mais dois nomes que me surpreendem: Dante e Serena.

Faço uma leitura rápida de tudo, mas ainda não sei o que isso significa, ou melhor, não consigo entender.

— O que é isso? – aponto a tela do celular na direção de Pietro.

— Exatamente o que você leu... – Pietro está mais calmo, querendo me acalmar também, acho – Sua mãe fez um testamento deixando para você a fortuna da família Amato e a fazenda.

— A fazenda? A plantação? – por mais valiosa que a fazenda seja, sei que o que importa é o que produzimos lá.

A farinha branca, a coca e as drogas.

Por que Mama me deixaria tudo? E por que Leonel permitiria isso?

— Sim, está tudo em seu nome, Luna – ele volta a encostar-se à cadeira, como se essa explicação fosse o suficiente.

— Por que Pap... Leonel aceitaria isso? E por que Dante permitiria?

— Nós nunca saberemos – seus ombros grandes mexem, em indiferença – Nem Enzo sabia. O que acreditamos é: Dante provavelmente sabia que Leonel não desistiria das terras tão facilmente, ele sabia como o irmão era ambicioso. Então fez sua mãe e seu pai assinarem esse testamento tendo em mente que você e Enzo se casariam, no futuro.

— O quê? – não sei quantas vezes já disse exatamente essa frase, só hoje.

— Assim, as terras ainda estariam na família e Enzo as herdaria, por consequência. Prestou atenção nas cláusulas? – o celular queima em minha mão fechada – Aí diz que as terras estariam em seu nome assim que completasse 25 anos ou quando se casasse, assim o seu marido as herdaria...

Pisco algumas vezes, chocada demais para admitir o quão baixo a Máfia pode ser. O quão desumano o meu pai era. Era por isso...

— Foi por isso que Leonel matou Dante? – pergunto – Por isso tentou me casar com Matheus e depois, Cássio?

Pietro acena, pena à espreita em seus olhos: — Sim e sim. Dante, claro, não deixou Enzo desamparado. Ele deixou vários patrimônios e uma herança considerável, mas Leonel conhecia todas as senhas e contratos, provavelmente queimou esse dinheiro e transferiu de alguma forma pra sua própria conta. Nem menos Dante preveria que seu irmão teria coragem de fazer tudo isso.

É claro. Tudo tão claro agora. O que ele fez para ter tudo em suas mãos, como me privou de uma vida e me separou de Vincenzo. Ele tinha medo que nos casássemos, nos apaixonássemos e quando viu que não conseguiria nos controlar, ele deu um jeito de nos separar.

— O testamento ainda é válido? – minha respiração engata, estou nervosa demais.

— É claro. Mas com a morte de Leonel as terras vão para você de qualquer forma.

Se essa é a verdade, então...

— Por que forjar minha morte? Ele quer as terras? – encolho um pouco na cadeira.

Esse era o plano de Vincenzo? Me mandar pra longe e ficar com a herança?

— Não, não, não... – Pietro nega com a cabeça, parecendo lidar com uma criança pequena – Você vale mais viva que morta, Luna. Enzo sabe disso. Parte da família da sua mãe ainda está viva, você sabia? – ele nem espera por uma resposta minha – Eles vão contestar esse testamento, levar à justiça, qualquer coisa para invalidá-lo. E como você nunca se casou ou teve filhos, as terras podem muito bem voltar para sua tia.

— Tia?! – eu nem ao menos sabia que minha mãe tinha uma irmã.

— Exato. O seu pai deu um jeito de mantê-los afastados esses anos, mas com sua morte e a dele, tudo é possível... Porém, se você estiver viva e souberem do testamento, todos os Capos e filhos de Capos irão caçá-la e Vincenzo será obrigado a reivindicá-la e...

Ele faz uma pausa forçada, pois sabe e quer que eu diga:

— E casar comigo.

É isso. Se eu estiver viva e Vincenzo me "salvar" da milícia, essa é a única saída. E se eu estiver morta...

— Mas se forjarem minha morte, ele vai sacrificar tudo por mim.

— Sim.

E mesmo sendo o único herdeiro homem da família De Santis, alguns ainda estão de olho em você... As palavras de Gianne, de mais cedo, voltam pra mim. Ela também sabe, é claro que ela sabe! Deus! Quantas vezes vão mentir pra mim?

— Eles acham que isso é melhor pra você, Luna. Não se esqueça... – Pietro sabe ler bem as pessoas.

Mas isso não ameniza o que eu penso. Vincenzo nunca mencionou como Papa o afastou da Máfia, nem ao menos mencionou a existência desse testamento, ele mentiu e mentiu de novo... Tudo para me salvar?!

— Eles não podem tomar essa decisão por mim. É a minha vida, não deles.

— Mas eles não tomaram, tomaram?

— Gianne mentiu pra mim! Enzo está mentindo...

— Enzo está tomando a decisão que acha melhor, como Don. Porém, agora, depois do que te contei, você pode mudar tudo. A questão é: você quer?

Para alguém que não queria nem o ver, agora estou disposta a casar com ele? Se me perguntassem a mesma coisa semanas atrás, a resposta seria "sim, sim, sim!". Agora? Não sei. Não sei o que pensar.

A raiva borbulha quente dentro de mim... Meu amor por ele não o dá o direito de mentir para mim. Sobre minhas terras, minha herança, decidir o rumo da minha vida sem me consultar?

Oh, não!

— Por que não, certo? Eu posso fazer o que bem entender da minha vida! E se quiser casar com... ele ou qualquer Capo! Essa é minha decisão, não dele!

Pietro está quieto demais, depois de despejar toda a sujeira: – Claro...

Seus olhos me estudam por um segundo ou dois, avaliando seja o que for.

— Sabe, Enzo está no depósito hoje à noite. Se desejar conversar com ele sobre tudo, talvez seja uma boa oportunidade... Antes que ele invente outra mentira.

Pietro está me manipulando na cara dura. Está escrito por todo seu rosto. Nesse momento? Não me importo com essa merda. Se era isso que ele queria, bem, deu certo!

— Onde ele está?

— Vou te levar até lá – seus olhos baixam até minhas mãos – Mas antes, abaixe o celular antes que você o quebre. Tudo bem?

Celular?

Assim que olho, o celular está rangendo na palma da minha mão com a força. Merda! O abaixo até a mesa, um pouco envergonhada.

— Vamos... É por aqui.

Pietro conseguiu o que queria.

Estou indo até Enzo para exigir as respostas que preciso, para dar a resposta que quero. 



Hey, mafiosxs! Capítulo 14 – Parte II postado! Demorei, mas postei! Um dos maiores capítulos que já escrevi, cheio de revelações, num é mesmo? HAHAHA E como prometido, só gritaria e confusão. O que será que Luna irá falar com Enzo? Ela, dona da porra toda, vai deixar que ele tome decisões por ela? Só no próximo capítulo pra saber (: Gostei muito de escrever esse cap. E espero que vocês também gostem. E aí, o que andam achando de tudo? Me falem!

Enão se esqueçam: deixe sua estrelinha, adicione Hereditário na sua biblioteca eme segue no wattpad! Até a próxima! 

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