• RESPIRE • [cap. 17]
É mais uma noite fria em São Paulo que anuncia uma chuva que nunca vem. Meu corpo treme enquanto me abraço e o espero nessa sala grande. A casa de Ettore não é tão diferente da minha. Há uma estante de aço cheia de livros, um piano de cauda no meio da sala e uma TV grande no suporte da parede de gesso off white. Eu a olho, em silêncio, enquanto espero.
A tela preta me lembra de todas as notícias que surgiram sobre meu pai. Nas manchetes, nos jornais, nas redes sociais.
"Empresário Leonel De Santis morre em trágico incêndio".
O benefício de ter a polícia e a perícia no seu caderno de pagamento é poder matar sem ser cobrado pela justiça mais tarde. A ironia está em pensar que as mesmas pessoas que meu pai um dia usou para encobrir seus crimes estavam sendo pagas por Vincenzo para encobrir sua morte. Acho que nem Leonel previu isso...
Gianne também parece nervosa. Ela está aqui comigo, à minha frente, com um copo de uísque nas mãos. E assim como eu, ela ainda usa o seu vestido de festa. Fomos encurraladas por Ettore e Giovanni e trancadas aqui. Como meninas pequenas que esperam ser castigadas.
— Eles estão demorando... – digo.
O clima frio contagia o espaço quando Gianne dá de ombros e bebe mais uma dose pura, direto do copo largo.
É estranho imaginar que apenas uma hora atrás eu estava sentada à mesa de jantar anunciando meu noivado. Quero me sentir confiante e bem depois de todo o teatro que montei, mas o olhar que Vincenzo me deu após a pequena reunião que teve com Guido e os Capos não me deixa tão segura assim. A única que parecia eufórica com os novos ares no jantar era minha tia-avó, Eugênia. Pelas indiretas soltas que ela jogou na mesa, acredito que seja mais pela chance de ver a Famiglia queimar que pela minha felicidade.
Meus olhos voam da TV para a porta quando ouço o estalar de passos lá fora.
— Já era hora... – Gianne deixa o copo molhado sobre o piano caro e vem para o meu lado –Independente do que ele te falar, não ceda, entendeu?
Tento dissipar o nervosismo do meu sistema, mas com Gianne agindo assim fica difícil.
A porta se abre de repente e um silencioso Vincenzo entra. Em seus calcanhares está Giovanni, porém, os meus olhos seguem presos a Enzo e sua fúria fria. Seu peito sobe por debaixo do terno cinza de três peças. Ele exala aquela vibração que conheço tanto, os passos compassados, os movimentos exatos, tão calculados que parecem ensaiados. E seus olhos, aqueles que me devoraram mais cedo de baixo da luz amarelada, estão mais verdes do que nunca agora. Uma besta ranzinza, de olhos verdes e temperamento ruim.
Uma parte de mim está apreensiva pelo que está prestes a acontecer. Mas a outra? Quer pular na sua frente e rasgar em pedaços essa sua postura, ver o que tem por baixo desse olhar cruel, o fazer sentir na pele esse seu descontentamento. Porque, por mais nervosa que eu esteja, não posso deixar de notar quão exasperado e bonito ele é por conta dessa raiva mal contida, revestida pelo seu colete justo. Uma parte louca de mim quer revidar o seu ódio com o meu, dar o meu melhor e o meu pior. No fim, ele nunca me faria mal, mas Enzo precisa enxergar além do seu próprio ego.
Quando ele olha para Gianne, sei que o seu plano é a acusar primeiro... Mas se ele quer culpar alguém por tudo o que aconteceu hoje, essa pessoa sou eu.
Me levanto, devagar, e fico diante dele.
Venha e me deixe queimar.
Ele respira fundo, impaciente, seus olhos passeiam lentamente de Gianne para mim e descansam arrogantemente em meu rosto. Suas sobrancelhas curvam, sua boca franze. O que antes pensei que era raiva, agora vejo que é mais indignação e desamparo por tê-lo atrapalhado. Os irmãos parecem paralisados quando dou um passo à frente e invado seu espaço.
Isso não é sobre eles, é sobre nós.
— Gianne, Giovanni... – digo enfrentando o olhar duro a minha frente – Nos deixem a sós, por favor.
Acho que nem Gianne esperava que eu o desafiasse. Minha amiga se mexe, incomodada. Ela parece debater consigo mesma se vai ou se fica.
— Por favor, saiam – repito mais calma.
Giovanni é o primeiro a sair, com um grito mudo de "vamos!" para sua irmã. Gianne o segue, mas não sem antes me dizer "me chame, se precisar". Todo esse tempo, Vincenzo apenas me olha, ainda mais indignado que antes. Contenho um sorriso quando um pensamento vem: comigo e Vincenzo sempre foi assim, essa dualidade de omissões e coragens em que cada um media suas forças.
A porta se fecha e nos deixa trancados, dentro dessa sala grande, sufocados pelo nosso ódio, toda emoção vibrando em minhas mãos que tremem. Eu as escondo em minhas contas enquanto jogo nosso jogo preferido de gato e rato.
— Eu te disse aquele dia que faria o que era preciso... – falo lentamente – E eu fiz.
Ele ainda me olha sem dizer nada. No seu olhar percebo o quão infantil e imatura ele me acha e isso me mata um pouco por dentro.
Me deixe queimar...
Enzo dá um passo e depois outro, se aproximando, mas não muito. Quero estender minha mão e tocá-lo, em qualquer parte, para que sinta o meu desespero. Seus olhos verdes baixos me avaliam. Quem está aqui nesse momento não é Enzo e sim, Vincenzo De Santis, o Don.
Quando ele dá mais um passo, fico sem alternativas. Me afasto e bato com a minha panturrilha na cadeira atrás de mim.
— Você realmente acha que tirá-los daqui irá salvá-los de mim, Luna?– suas palavras são baixas, travadas.
Salvá-los? Merda!
— Gianne e Giovanni não vão levar a culpa pelo que eu decidi, Vincenzo... Se há alguém para culpar aqui sou eu, mas ninguém.
Um pequeno sorriso se forma na sua boca devassa, tão irônico e frio que me sinto arrepiar de novo. Tanto quanto amo e odeio esse sorriso nele, não posso deixar que ele me perturbe. Por mais intimidada que esteja em sua presença, não há nada que Vincenzo faça que me assuste.
Nos encaramos nessa curta distância... Isso me lembra da última vez que nos vimos, no depósito. Hoje, porém, a atmosfera é outra, mais densa. Quero gritar com ele, tanto, que lágrimas ardem em meus olhos. Raiva sempre me faz parecer mais patética que corajosa.
— Tudo o que você faz agora não é só sobre nós – ele aponta e me acusa, seus dois dedos voando entre nós – É sobre a Famiglia. Tudo o que você faz ou mesmo pensa não afeta somente eu e você, Luna, afeta a todos... Você ainda não entendeu isso?
Há tanto desprezo escorrendo de sua boca que quase o empurro para vê-lo cair desse palanque de superioridade que ele ergueu. O encaro mais forte e não digo nada.
Deixe que me queime.
— O que você acha que estou fazendo todos esses dias, an? O que passou na sua mente... – ele aponta pra própria cabeça e bate, enfático – quando decidiu fazer essa festa e anunciar um noivado dias depois da morte de Leonel, en? Você realmente pensou que eles iam acreditar nessa história de casamento? – Enzo ri entre dentes e se afasta de novo.
No meu rosto deixo transparecer o que sinto. Não há um pingo de arrependimento.
Ele não pode ver?
Ainda de costa, ele continua seu monólogo, sem conseguir me olhar.
— Eu passei esse mês inteiro... Inteiro, Luna! Os convencendo que esse era um plano da Milícia. Mesmo sem provas, com a casa queimada, com a merda de uma guerra nas minhas mãos! – ele enxuga sua testa molhada enquanto eu o observo cruzar a biblioteca de um lado para outro – Para quê, an? Tudo que eu recebi foi um telefone avisando que você tinha voltado. Um telefone! Agora, todos querem o sangue dos fudidos que te sequestraram, para fazê-los pagar pela morte de Leonel... E eu nem ao menos tenho um nome para oferecer. O quão incompetente eles devem me achar por nem ao menos saber o nome do filho da puta que sequestrou minha noiva? Um sequestro que nunca aconteceu!
Sua testa está suada, mesmo na noite fria. Quero ampará-lo por toda pressão ao seu redor, pelos ratos que querem o comer vivo... Mas não posso.
Enzo para a alguns passos, de novo a minha frente. Parecem quilômetros entre nós.
— Talvez você possa me dizer o que eu deva fazer já que decidiu tudo sozinha... O que eu faço, Luna? O que eu digo a Guido, hm? Ou mesmo aquele merda do Filipo? – ele vem direto pra mim, como um tubarão que sente o sangue da ferida – Você não sabe a metade...
— Eu sei – é tudo o que eu digo.
— O quê? – Vincenzo para, surpreso pela audácia de tê-lo interrompido.
— Eu sei de tudo – deixo as palavras afundarem em sua cabeça dura e não paro por aí – Pedi para que Gianne fizesse um relatório de tudo o que estava acontecendo assim que decidi voltar pra cá. Eu sei que Carmelo foi morto por conspirar com a Milícia, antes mesmo de Leonel morrer. Também sei que era uma questão de tempo pra guerra estourar... Sei que a Milícia está tentando entrar em nosso território e que você não pode esperar que ele simplesmente desistam, ainda mais com a morte do antigo Don – digo e forço cada palavra medindo sua reação.
Para seu benefício, ele ainda está a minha frente, calado e sem a expressão acusatória de antes.
— Guido e Filipo? Eles vão te colocar à prova de qualquer forma... Eles sabem que a Milícia não está envolvida na morte de Leonel, certo? – essa é a parte que quase ninguém sabe e que Gianne teve coragem de me dizer – Aqueles dois estão nos traindo, assim como Leonel estava, entregando nossa parte dos negócios em troca de dinheiro e influência. Eles não vão dizer nada, Enzo, sabem o quão a riscado é e são covardes demais pra encararem uma acusação de traição. Não sem a proteção de Leonel.
Respiro forte e lamento pelo que vou dizer, mas não me arrependo.
— E quanto a mim... – dou um pequeno passo e o encaro – Eu te disse aquele dia que faria o que era preciso para ter o que era meu. Eu sou uma Amato e agora tenho tanto ou mais poder que você dentro da Famiglia – sinto as lágrimas descerem, sem poder me controlar – E se você não tem a coragem de me fazer sua noiva, pode apostar que eu vou encontrar alguém que tenha!
Finalmente consigo sua reação. Isso o desequilibra, o deixa sem chão.
O deixe queimar!
Seu pulmão infla, sua pupila dilata, seus olhos verdes me encaram irados diante da minha ousadia. E como uma vez o vi na boate, observo Enzo andar uma corrida lenta até mim, nesse seu estado devastador.
— Não me ameace, Luna... – ele tenta se conter, mas sai quase como um grito.
— Então, não me subestime! – grito mais alto.
Ficamos nós dois ali, nos encarando, exalando tão perto que respiro o seu ar. E como sempre faço, me desarmo um pouco, só para ver se assim ele pode me ver. Realmente me ver.
— Mas tudo o que eu disse a você agora não é novidade, é? – levanto minha mão e enxugo as lágrimas do meu rosto molhado – Por quanto tempo... Você pretendia esconder tudo isso de mim?
— Por que você não me disse? – seus olhos dançam de um lado para outro em meu rosto, sua voz mais baixa e complacente.
— Por que eu faria isso? – estou sendo totalmente condescendente, mas foda-se! – Pra você fugir para outra cidade? Tentar me convencer do contrário? Se sacrificar por mim, de novo? Fingir minha morte sem que eu soubesse...
— Você sabe que eu nunca forjaria nada sem o seu consentimento.
— Mas faria de tudo para conseguir isso, não é?
Ele não tem nem a decência de negar. Só respira mais forte, o medo e a frustação estampados em seu rosto jovem. Enzo tem apenas 27 anos, jovem demais para enfrentar o que está por vir. Não que os anos não tenham o espancado e o preparado para este momento. Mas ele tem que entender que toda ajuda e apoio é bem-vindo, mesmo que da mulher que ele jurou nunca sacrificar.
Está na hora de Vincenzo aprender que não sou feita de vidro.
— Não sou mais aquela Luna, Vincenzo, não sou mais a menininha que você deixou pra trás. Passei anos esquivando do ódio e das mãos do meu pai para aprender que é preciso enfrentar se quero superar meus medos. Não quero me esconder e ficar a mercê dessas pessoas. Eu sei que você me entende... – minhas mãos tremem enquanto soletro cada palavra – Eu sou Luna Amato agora, dona e proprietária de tudo. Não preciso da sua aprovação para fazer o que eu quero. E por mais que pareça, não sou mais aquela garota que desistia de tudo só para ter alguns minutos com você...
Fui longe demais, mas não consigo evitar como me sinto.
Tantos anos esperando esse dia, para chegar aqui e o ver assim. Enzo deve ver pelo meu estado como me devastou. Não me escondo, quero que ele me veja assim, veja como me machucou.
— A pouco tempo atrás, eu ainda era essa menina, mas eu não sou mais.
Não posso o ver assim, tão perto de mim, preciso de espaço. Meu coração tritura o que restou do ódio e deixa apenas o desapontamento no lugar. Vincenzo tenta se aproximar. Suas mãos sobem numa clara intenção de me consolar, o arrependimento brilha em seus olhos.
Tarde demais...
Me afasto dele o mais rápido que consigo e o deixo sozinho nessa bolha de arrependimentos que ele mesmo criou. Se ele me toca, a parte louca em mim vai submergir e sugar toda a sensatez que forjei nessa conversa.
Apoio na prateleira da estante, muito insegura para conseguir o encarar. De costas, de frente a TV gigante, dito cada palavra que ensaiei antes.
— Ainda mantenho o que disse no depósito, Vincenzo. Quero as minhas terras, quero minha empresa, quero meu dinheiro. – paro e exalo fundo – E se ainda nos casarmos, quero minha independência. Vou voltar a estudar, fazer minha faculdade e conseguir o meu diploma. Estou sendo clara? – minha voz treme no final, traindo a confiança que forcei.
O silêncio se estende entre o sussurro forte de nossas respirações. Enzo nunca negaria minha educação, na verdade, ele sempre me incentivou a estudar. Então seu silêncio apenas me surpreende, minuto após minuto, quando não me diz nada.
Ele ainda não quer se casar?
Talvez eu tenha subestimado meu valor nesse jogo?
Ou talvez, ele só não me queira?
Seja qual for a resposta, esse é único momento da nossa conversa em que não tenho coragem de me virar e olhar a verdade escancarada em seu rosto. Doeria demais se essa fosse a verdade.
Outro arrepio sobe por minha coluna quando o sinto atrás de mim. Como ele chegou aqui sem que eu...? Sua mão grossa roça minha pele quando ele me vira sem minha permissão.
Todo meu corpo se arrepia em sua presença, meu braço aquece debaixo de seus dedos onde ele insiste em me segurar. Ainda assim, não consigo o olhar, mantenho meus olhos baixos avaliando os botões caros do colete cinza, seu torço grande e aberto tão perto do meu alcance. Ele parece tão mais alto que eu...
— Luna – sua voz é leve e instável, como nunca ouvi antes – Olhe para mim... Por favor.
Vincenzo nunca teve medo ou vergonha de me tratar com delicadeza e carinho quando estávamos sozinhos. Não éramos assim. Porém, faz tanto tempo que não nós víamos ou falávamos que é quase estranho. Quando ainda me nego a olhá-lo, ele segura meu queixo e puxa, de leve, meu rosto em sua direção. O que vejo me assusta e me maravilha, tudo ao mesmo tempo. Seus olhos verdes estão molhados, tão vivos de emoção e dor, que quase me arrependo de me sentir importante ao vê-lo segurar o choro a minha frente.
Só para fazer seu ponto, com medo que eu fuja ou apenas hábito, ele se aproxima mais e pressiona seu corpo grande contra o meu. Sua altura, mais uma vez, me obriga a levantar o rosto para conseguir encarar seus olhos. Sua outra mão, aquela em meu braço, escorrega até chegar aos nós dos meus dedos para acariciar a palma da minha mão. Ele é tão impressionante que é quase impossível continuar respirando. Então, ele pega minha mão esquerda, a mão onde se encontra o anel de noivado, e coloca sobre o seu coração. O que eu sinto em minha palma quase me desarma. Seu coração bate tão forte quanto o meu, se não mais.
— Eu nunca faria nada para te machucar deliberadamente... – sua voz está rouca, tanta emoção carregada – Mas faria de tudo para salvá-la. Esse mundo, Luna, já me desmontou e destruiu tantas vezes, eu nunca permitira que o mesmo acontecesse com você. Mesmo que eu tenha falhado antes...
— Enzo – minha voz arranha quando tento pará-lo.
— Me deixe falar – seus olhos insistem a me desnudar quando me calo diante de seus medos – Eu já falhei tanto com você, por tantos anos, que eu faria qualquer coisa, qualquer coisa para te manter longe daqui, mesmo que isso significasse ficar longe de mim – eu tento negar, mas ele me para – Shiiiish... – seus dedos apertam os meus sobre seu peito largo – Mas se isso é realmente o que você quer, se você realmente quer se casar com um homem como eu e viver nesse mundo... Eu darei tudo a você.
Eu apenas aceno com medo de, se eu falar, as palavras roubem o brilho e a emoção de seus olhos. Ele nunca poderia me destruir, não quando é este homem. Meus dedos se fecham sobre o tecido e aperta quando o puxo pra mim e o agarro entre minhas mãos. Seus olhos amplos me dizem que o surpreendi. Sua barba espessa espeta minhas mãos, meus olhos nublam de desejo quando sua boca grossa e olhos verdes disputam minha atenção. Tanto tempo que esperei para chegar até aqui e o ver assim, sobre meu domínio.
Me ergo nas pontas dos pés. Posso sentir ele me ancorar com força em suas mãos grandes, seus dedos, sem vergonha, deslizam pelo tecido grosso do vestido nos tornando ainda mais próximos. Quero tanto o sentir também, toda a extensão de seu corpo e o contorno de seu pau que lateja sobre minha barriga.
Como podemos agir assim, do ódio ao desejo, em apenas um segundo? Como posso dizer que mudei... Se estou na mesma posição que já me coloquei, por ele?
Quero que veja o quanto quero que isso seja real. O quanto quero me casar com ele.
Minha testa se junta a dele, nossas respirações tremulam em uníssono quando digo as palavras que sempre foram tão sinceras e reais para mim.
— Eu realmente quero – me faço ainda mais presente e ousada quando sussurro entre seus lábios – Quero ser sua, Enzo, quero que você me faça sua.
Suas mãos apertam forte minha cintura. Ele pragueja tão forte e rouco que me sinto molhar entre minhas pernas instantaneamente. O que esse homem faz comigo?!
— Deus, Luna! – estou o sufocando nessa nossa tensão.
Quero suas mãos nas minhas coxas, seus dedos debaixo do vestido, sua boca sobre a minha, chupando minha língua... Ele pode sentir? Como eu o desejo agora? O abraço com meus braços trêmulos e monto sua perna dobrada, meu vestido sobe, estou sem calcinha e... Estou tão molhada! Quero tanto ser sua que quase sussurro de volta "Me faça sua. Agora". Eu só preciso de coragem. Apenas um pouco mais para dizer o que tanto quis, por tantos anos. Ele se atreve a mais e baixa seu rosto até meu pescoço, me derreto sob sua respiração quente.
— O que eu não faria só pra te ter assim, Luna... – ele sussurra em meu ouvido.
Sem saber minha verdadeira intenção, agarro seus braços grandes e fortes e meus.
Eu o quero tanto...
— Vincenzo?! – a voz de Ettore soa abafada por trás da grande porta.
Todo meu corpo para quando ouço o homem mais velho falar. Merda! Será que ele nos ouviu?
Vincenzo parece torturado quando se vê obrigado a se afastar do meu pescoço.
— Ettore... Agora. Não! – é a sua única resposta.
Um segundo constrangedor se passa até que Ettore insiste em desafiar seu Don.
— Eugênia Amato e seu filho, Santino, estão te esperando na sala de reuniões – é um pouco mais baixo, mas totalmente audível.
Ettore anuncia sua saída quando ouvimos seus sapatos baterem contra o piso.
Enzo ainda me segura em seus braços, sua respiração irregular me mostra o quão abalado ele está. Ainda em seus braços, ele me consola com seus olhos treinados em mim.
— Eu preciso ir... – Enzo diz baixo.
Eu aceno sem conseguir falar. Só depois de confirmar que estou bem, é que ele se afasta e me devolve ao chão, afofando meu vestido no lugar. E quase fofo, se não fosse pela ereção que marca sua calça social. Eu não consigo evitar e continuo olhando. Se possível, fico ainda mais vermelha e quente.
— Vou resolver isso – ele me chama.
Quando o encaro de novo, há um sorriso grande em seu rosto descarado.
Ele não podia ao menos fingir que não me viu olhar?
Aceno sem saber se ele está falando sobre Eugênia, o casamento... ou a ereção.
— Certo – tento fingir normalidade.
O que não dá certo já que ele ainda tem esse sorriso irônico e prepotente... Idiota!
Por mais constrangida que estou, preciso que ele saiba de uma coisa antes de sair dessa sala.
— 3 meses... – jogo de volta para ele.
Ele me encara, sem saber muito sobre o que estou falando.
— Eu te dou 3 meses pra resolver tudo... Antes do casamento.
Tão gracioso como Enzo entrou, ele volta a essa postura soberba e soberana de antes, mesmo com uma semi-ereção nas calças, e acena. Seus olhos ainda estão quentes, minhas palavras ainda vibram entre nós, tão vivas. Três meses... Até eu seja sua.
— Eu farei isso – é tudo o que ele diz.
E é tudo o que eu preciso ouvir. Enzo se vai – seu passo forte me deixa ver que ele voltou ao seu modus operandi de sempre – , e fecha a porta, me dando privacidade. Estou sozinha outra vez. Meu coração ainda está acelerado, ao ponto de explodir, minhas mãos seguem trêmulas e todo frio que eu sentia se foi. Estou tão instável quanto antes, quando entrei nessa sala. Mas ao invés das dúvidas que eu carregava em meu peito, agora tenho apenas uma certeza dentro do meu coração.
Três meses... E serei esposa de Vincenzo de Santis.
O peso do anel em meu dedo anelar não vai me deixar esquecer isso.
Oi, minhas mafiosxs! Finalmente postei o capítulo 17! Quem é a única mulher capaz de convencer Vincenzo a fazer tudo o que ela quer? Pode entrar, Luna!! HAHAHA É, gente, Enzo não estava muito animado, mas o casamento VEM... E aí, o que esperam pro grande dia? Será que vem muitas cenas HOT por aí? Me aguardem! ;)
Enão se esqueçam: deixe sua estrelinha, adicione Hereditário na sua biblioteca eme segue no wattpad! Até a próxima!
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