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• CASA DE VERÃO • [capítulo 4]

Os dias na Mansão De Santis podiam ser desesperadoramente quietos quando Papa não estava. Mesmo com os empregados, parecia que tudo era espaçoso demais. Além disso, depois que Mama morreu, as coisas pioraram entre mim e Papa. Minha presença o deixava mais irritado que feliz e estar comigo era mais um fardo que realmente uma alegria. Tirando os dias de festas e jantares com a Famíglia, a única pessoa que cuidava de mim era Giulia, minha babá.

As coisas pareceram mudar um pouco quando Vincenzo chegou. A dinâmica entre eles era diferente da nossa. A cada refeição, a cada festa, a cada reunião, Vincenzo sempre estava ao seu lado. Chegou um tempo, que eu sabia: Papa tinha ganhado o filho que nunca teve. Eu não sabia o quão grata eu deveria estar por Papa colocar sua atenção nos ombros de Vincenzo, mas a única coisa que conseguia sentir era inveja. E mesmo com a pequena conexão que criamos na estufa e nas tardes de chuva, eu não conseguia disfarçar minha descrença quando via Vincenzo com meu pai. Mas as coisas mudaram no meu aniversário de 8 anos.

Toda a Famiglia estava reunida na casa de verão. Não era um lugar que íamos muito. Era um lugar distante e desprovido de muita proteção. Toda vez que Papa decidia fazer uma festa lá, era como se toda equipe de segurança tivesse presença confirmada. Era um circo desnecessário que todos eram obrigados a comparecer, mas como em toda grande Máfia, não tinha evento melhor para demonstrar o seu poder que o aniversário de sua única filha. Por isso, Papa estava decidido em fazer dessa festa uma grande demonstração de todo seu poder depois que se tornou chefe. Para mim, esse era o pior aniversário de todos. Eu não podia brincar, nem correr, nem mesmo comer, sem ser escoltada pelos seguranças ou sem levar uma bronca. Para piorar, eu odiei o tema. Tudo era rosa demais, com fluflu demais, coroas demais. Até meu vestido, que normalmente eu amava, estava me dando nos nervos. Ao contrário de mim, lá estava Vincenzo. Todo pomposo em seu terno grafite, ao lado de Papa e mesmo aos 13 anos, ele parecia muito mais velho do que aparentava.

Durante os dois anos que convivemos na mesma casa, eu o via poucas vezes ao dia. Naquela época, eu não entendia muito bem o que ele fazia com Papa, mas hoje sei que com seus 11 anos ele já havia sido iniciado na Máfia. As únicas vezes que realmente nos falávamos e podíamos brincar era na estufa, e eram nessas poucas vezes na estufa que não conseguia odiá-lo.

— Você tá fantasiada de quê? – Gianne, minha prima, perguntou.

— Nada...

— É de Barbie?

— Não, é de princesa.

— Parece mais de Barbie, né, Gio? – ela perguntou ao irmão.

Giovanni, mesmo sendo quatro anos mais velho que eu, sempre gostou de pegar no meu pé. Pra piorar, ele e Gianne tinham essa coisa de irmãos gêmeos rolando – como se pudessem ler a mente um do outro... Esse foi com certeza um daqueles momentos. Com um aceno de cabeça, Giovanni me olhou da cabeça aos pés e sentenciou.

— Barbie.

— Viu? Parece muito mais uma Barbie que princesa. Não parece, Enzo?

Vincenzo estava um pouco mais longe, observando a festa, totalmente desinteressado. Papa deve ter o colocado para nos vigiar, enquanto os grandes conversavam. Com um suspiro resignado, ele olhou para Gianne e a ignorou. Quando notou que não teria sua resposta, ela continuou seu escrutínio.

— E o que você tá carregando aí?

— Nada demais.

— É uma boneca?!

Agarrei minha boneca com mais força e olhei brava para ela.

— Me deixa em paz, Gianne!

— Ela gosta dessas coisas, Gianne. Deixa ela em paz.

Hoje eu sei que Vincenzo só queria me defender, mas com 8 anos a única coisa que prestei atenção foi em "dessas coisas". Tentei sair da roda, arrastando meu vestido e batendo o pé para causar mais efeito. Isso chamou a atenção de Giovanni.

— Então, quer dizer que a Luna ainda brinca de boneca? – ele disse olhando para Enzo.

Antes que eu pudesse ver, lá estava eu dando a volta pra socar Giovanni no braço, o que iniciou a merda toda. Veja, eu realmente amava brincar de boneca, ficava horas no meu quarto, trancada, conversando, rindo, dançando... Eu não tinha muita companhia. Assim, quando ninguém via, a boneca de pano era minha melhor amiga. Além disso, não tive muitos amigos entre minha família, meus primos eram obviamente mais velhos, e como qualquer irmão maior, não perdiam a oportunidade de me pilhar ou zoar com a minha cara. O que não significava que eu lidava bem com isso.

No segundo que Giovanni começou a rir do meu soco e a imitar sons de bebê, eu pulei nele e o derrubei no chão. Tentei firmemente bater em qualquer coisa que alcançava, então quando minha mão estalou no queixo do Giovanni, as coisas perderam o rumo.

— Sua pequena...

Giovanni me segurou pelos ombros, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, eu fui empurrada para trás. A mão de Enzo estava no meu estômago, seus olhos em Giovanni, como se ele fosse o maior idiota de todos.

— Qual o seu problema? Eu te falei pra deixar ela em paz, não foi?

Do seu lado, Gianne puxava seu irmão pela mão, o contendo, mas ela olhava pra mim, um pequeno sorriso em sua boca.

— Com certeza, ela não parece precisar da sua ajuda...

— Cala boca, Gianne! – seu irmão gritou de volta.

Qualquer coisa que Gianne ia responder parou quando a sombra do meu pai pairou sobre nós. Meu vestido rosa estava todo sujo de terra, o rosto de Giovanni já começava a ficar vermelho e Vincenzo ainda estava em guarda, me protegendo, quando Papa falou quase em um sussurro:

— O que aconteceu aqui?

Papa nem olhou para os irmãos. Seus olhos estavam no meu vestido sujo e no rosto de Enzo, que nem pestanejou em responder:

— Eu bati em Giovanni.

Eu e Gianne olhamos um pouco aturdidas para Enzo, mas não falamos nada. Giovanni também não negou, provavelmente achando melhor ter apanhado de Enzo que de uma menina pequena como eu. Dando as costas, Papa pediu para que um dos guardas chamasse Giulia. Nesse segundo, eu entendia bem como aquilo afetou Papa. Ele não disse nada, mas sua postura já dizia muito. Em um segundo toda a confusão foi desfeita, com o pai dos gêmeos os carregando para longe e Giulia me pegando pela mão. Mas antes de sair, eu vi como Papa apertou os braços de Enzo e murmurou baixo pra que só ele ouvisse: "em casa".

Naquela noite, depois dos parabéns e dos presentes, Papa nos levou de volta para casa, em São Paulo, como castigo por termos desobedecido. Quando acordei mais tarde na minha cama, nessa mesma noite, me convencendo a ir ao banheiro no corredor, eu sabia no fundo que o quê me acordou foram as palavras do meu pai, martelando na minha cabeça. Com o crescente sentimento de medo, eu caminhei até o quarto de Vincenzo, que ficava do outro lado da casa. Aproximando-me, eu ouvi o sonoro "slap" atrás de "slap" ressoando pelo corredor e quebrando o silêncio. Ainda com a porta um pouco aberta, eu pude ver uma das cenas que mais marcaram a minha infância... Lá estava Vincenzo com seu corpo magro, vestindo apenas uma bermuda, de joelhos sobre o milho, suas mãos estendidas e a cabeça abaixada. Pela sombra, vi que meu pai estava na sua frente, segurando uma régua grande de madeira. Repetidamente, ele batia com ela nas mãos de Enzo. Em nenhum momento eu o vi chorar, eu nenhum momento eu vi meu pai parar. Com o coração pequeno e apertado, voltei para cama. Aquela foi uma das primeiras vezes que chorei por quase toda noite. 



No outro dia, uma chuva torrencial caiu sobre a Mansão. Giulia não parava de repetir que apesar de Papa ter se zangado, foi bom ter voltado para casa, que "nessa chuva nem poderíamos aproveitar a praia!". Sua preocupação estava longe de ser a mesma que a minha. Eu não conseguia tirar da cabeça o que tinha acontecido na madrugada. Era isso que Papa fazia quando estava com Vincenzo? Era disso que eu tinha tanta inveja? No meu pequeno coração de menina, eu sabia que tinha sido injusta durante esses dois anos que ele tinha se mudado pra cá. Tinha descoberto que se Papa era rígido comigo, com Enzo tudo era bem pior. Mais à tarde, quando a chuva não cessou e as nuvens já anunciavam a noite, pedi a dona Matilde, nossa cozinheira, um pedaço de bolo. Como sempre, ela me entregou um prato com um pedaço grosso com cobertura de chocolate. Assim que peguei, ela colocou o dedo gordinho sobre a boca pedindo segredo e afofou meu cabelo. Despistando de Giulia, disse que ia brincar no meu quarto pra poder comer o bolo escondida. Enquanto esgueirava para a estufa, meu pequeno coração batia mais rápido na expectativa de ver Enzo. Ele estava lá, sentando, um pouco encolhido, com a cabeça apoiada em seus joelhos, olhando para as rosas favoritas de sua mãe.

Andei lentamente até ele, com medo que me pedisse pra sair. Vincenzo nem ao menos me olhou. Parei perto dele, insegura do que fazer. Meu plano era dar meu pedaço de bolo e pedir desculpas, mas quando estava ali, o vendo tão quieto, tudo parecia errado. Depois de um tempo, quando estava tentada em ir embora, ele me chamou.

— Senta...

Eu desajeitadamente sentei com as pernas cruzadas ao seu lado, com minha saia rodada bege, sem medo de levar outra bronca por ter sujado mais um vestido. Quando ele virou seu rosto pra mim, os olhos verdes foram a primeira coisa que reparei. Não estavam nem ao menos vermelhos ou molhados, apenas tristes e distantes. Foi quando tentei entregar a ele o pedaço de bolo que reparei em seus joelhos surrados e suas mãos enfaixadas. Institivamente puxei o prato de volta e o baixei em meu colo, sem saber o que fazer. Eu pedia desculpas agora? Se nem o bolo ele podia segurar...

— Hey...

Quando o olhei, lá estava ele com a boca aberta, esperando. Com o meu coração mais agitado que antes, dei o bolo em sua boca, de garfada em garfada, caprichando nos pedaços com cobertura e raspando cada pedaço do prato. Quando terminei, ele não parecia tão triste, mesmo não falando nada. Ficamos ali por um tempo, ouvindo a chuva bater no telhado. Tentei algumas vezes pedir desculpas e todas às vezes, lá estava Vincenzo me olhando, com olhos pesados de sono.

Antes que perdesse a coragem, me levantei, corri até uma das mesas de jardinagem e peguei um dos panos de lá. Não era grande, mas era o bastante. Estendi o pano no chão e sentei do lado, esperando que Enzo entendesse. O chão era duro e sujo, o pano ainda mais, seu corpo deveria estar dolorido de ficar tanto tempo ajoelhado ontem, mas mesmo assim ele deitou com a cabeça no meu colo. Por um tempo, ele adormeceu.

Por um tempo, nós fingimos que nada tinha acontecido. 



Quarto capítulo postado com sucesso! Antes das coisas se tornarem ainda piores (socorro), uma pequena amostra de como Papa era, não só com Luna, mas também com Vincenzo. Aquela vontade de dar um tiro de canhão na cara dos embustes nunca passa... 

E vocês, qual o sentimento? Comentem e deixem seu relato!

Então se esqueçam: deixe sua estrelinha, adicione Hereditário na sua biblioteca eme segue no wattpad! Até a próxima, mafiosxs! 

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