Capítulo 48 - Futuro
Ponto de Vista Severo Snape
- Como deixou isso acontecer? – levantei minha mão para o alto enquanto o pequeno elfo se encolheu abaixo de mim.
medo tinha dado lugar a raiva que queimava em meus nervos. As crianças berravam no colo de Livea que mal conseguia sustentar os dois. O
- Severo, para. Está assustando eles.
- Cuide deles, eu vou salvar minha esposa, pela milésima vez.
- Vou ajudar você – o elfo falou confiante, mas ainda com as pernas finas tremendo.
- Não, Lee. Você já fez de mais.
Saí pela porta como uma bala de canhão. Eu não entendia esse poder de Angelique de fazer todos ao redor dela conspirar e guardar segredos para que ela continuasse arriscando a vida sem motivo.
Amanhecia quando saí dos portões de Hogwarts e aparatei o mais perto possível da mansão Malfoy, sem pensar nos perigos, atravessei o jardim e entrei pela porta da frente. A primeira visão que tive foi de Lucius caído no chão, se afogando em seu próprio sangue, o corpo todo contorcido pelas diversas fraturas.
Ainda era possível ouvir duelos acontecendo na sala de jantar, apesar do brilho do sol que devia trazer a calma, até que a voz de Draco ecoou pelos andares acima.
- Voldemort, está morto!
Imediatamente o som de luta diminuiu até cessar completamente. Peguei o caminho das escadas, por mais que meu corpo pedisse por descanço, a adrenalina tomava conta das minhas veias, não precisei subir muito para ver Vinette ajoelhada ao lado de Angie, o corpo de Voldemort inerte e Draco olhando fixamente para baixo.
- Angelique? – corri até ela e cai de joelhos ao seu lado – o que aconteceu.
- Ele me acertou – ela apoiou as mãos no chão e se arrastou pelo carpete até encostar na parede – mas vou sobreviver.
- Sim, você vai – o alivio tomou conta do meu peito de forma intensa, não me importei com Draco ou Vinette presentes, deixei que as lágrimas caíssem pelo meu rosto e beijei as bochechas da minha esposa repetidas vezes.
- Professor, foi ela. Angelique matou Voldemort com um espeto.
As palavras de Vinette me fizeram afastar momentaneamente de Angie, ela assentiu, mas não havia gloria nisso. Não havia orgulho em ter feito a maior violência possível contra outra pessoa, nem motivo para comemorar.
- Vai parar de correr de encontro ao perigo, agora?
- Sim, eu prometo.
- Nossas promessas não significam nada querida esposa.
- Mas você cumpriu a sua, voltou vivo e – ela apanhou minhas mãos com cuidado – inteiro.
- Todos nós voltamos inteiros, Charles, Olívio, Livea.
- E as prisioneiras?
- Nenhuma baixa.
Ela abriu mais o sorriso e se colocou em meus braços para que a ajudasse a se levantar.
- Isso é ótimo, mas agora preciso voltar á Hagwarts. Tenho que amamentar.
Eu ri, como não fazia a muito tempo, a abracei apesar da dor óbvia que ela sentia em sua costela quebrada. Mas Angelique era forte, ela aguentava muito mais que isso.
Descemos pelas escadas vazias, não havia comoção entre os membros da Ordem, alguns procuravam o corpo de Voldemort, outros sentiam no âmago a morte dele. Eu sentia na minha pele, um alívio que só a morte dele traria para a marca negra.
Eu só queria levar minha esposa para Hogwarts esperar nossos filhos se alimentarem e fazer uma breve viagem para casa.
Quando passava pela porta da frente, olhei por cima do ombro, me garantindo de que Draco vinha conosco, mas o que vi, foi Vinette chutando com toda a força a cabeça de Lucius ainda lutando para respirar no chão, um ato de misericórdia.
***
Ponto de Vista Angelique Lacey
Eu passei por muita coisa na vida, mas nada se comparava a amamentar dois bebes famintos enquanto Livea tentava enfaixar meu tronco com a costela trincada. Ser mãe não tem glamour algum.
- Sabe qual a pior parte? Todos estão vendo meus seios.
- Nós também precisamos de cuidados, Angelique – Charles respondeu do outro lado da enfermaria.
- Está acabado – Severo entrou carregando um exemplar do jornal – a morte dele já foi anunciada e as mulheres resgatadas estão com as famílias. Três optaram pelo aborto, mas não informa se alguma manteve a gravidez.
- Acho que não é mais da nossa conta – Charles respondeu de cabeça baixa.
- E os bebês que nasceram? – perguntei temendo a resposta por Max.
- Boas notícias, Angie – Severo se aproximou, beijou a cabeça de Anabeth e depois Max, que ao achar que seria tirado do peito, começou a sugar com mais força – os pais ainda têm o direito de ficar com seus filhos biológicos.
- E como isso é uma boa notícia?
- Os Goyle não estão procuram por Maximus, não querem admitir que estavam do lado de Voldemort. Então, se registrarmos Max como nosso filho legitimo eles não terão como provar o contrário.
- Mas podemos? Com a diferença entre ele e Anabeth?
- Não precisamos levar os bebês, registraremos como gêmeos. Podemos até escolher a data, que tal 15 de junho? – Severo se aproximou novamente, dessa vez pegando Anabeth no colo – é no verão, podemos fazer as festas de aniversário no jardim.
- É uma boa ideia.
Ele começou a balançar, caminhando de um lado para o outro, percebi que Charles ia dizer alguma coisa sobre acostumar mal o bebe e apenas balancei a cabeça para ele. Se meu marido queria balançar Anabeth, ele podia.
Abaixei a cabeça olhando Max naqueles pequenos olhinhos verdes que pareciam sorrir para mim.
- Ouviu isso? Você será oficialmente um Snape.
Severo sorriu para mim, sem parar de balançar Anabeth que a partir daquele dia não dormia de outro jeito se não no colo do pai.
Nós ainda tínhamos muita coisa para pensar, planejar e arrumar, mas nada seria tão desafiador como o que já tínhamos passado.
Aos poucos, a enfermaria foi ficando vazia, até restar apenas nós quatro, o dia estava claro lá fora e apesar do cansaço o sol me chamava para ir lá fora. Quando percebo, estou pegando Max no colo e juntando um lençol limpo.
- O que está fazendo?
- Ela dormiu?
Severo olhou rapidamente para baixo e mãozinha minúscula alcançou seu queixo.
- Ainda não.
- Vamos fazer um passeio até o lago, não deve ser bom para eles viverem presos aqui.
Ele sorri, mas me faz levar uma infinidade de fraldas, o que foi uma ótima ideia porque dez minutos depois de chegarmos ao lago, Max decide dar a nós um cheiro nada agradável para lidar.
- Você consegue?
- Claro, eu devo ser melhor que você para limpar um pipizinho, lavo o meu há anos.
- Sim, claro. Mas...
Eu tento avisar, mas assim que Severo tira a última manchinha marrom daquele bumbumzinho branco, o chafariz se levanta e espirra para todo lado.
- Ah, não.
- Achei que fosse melhor que eu.
- Porque ele não me esperou por a fralda? – ele reclamou colocando a fralda no lugar e correndo para limpar a camisa.
- Somos pais, Severo. Sempre estaremos com um pouco de leite azedo ou xixi nas nossas roupas.
- Sabe, eu sempre me pego pensando sobre os pés deles.
- Os pés, Severo?
Ele puxa Maximus para perto, tão novo e já começando a se arrastar por aí.
- Sim, são pés que nunca pisaram no chão, pés virgens.
- Pés virgens – eu repeti segurando o riso.
- Sei que não faz muito sentido, mas acho isso fascinante, vamos ter a oportunidade de ver esses pés pisando em cada chão por onde andarem e seremos nós a ensinar onde devem coloca-los.
- É muita responsabilidade, nem nós sabemos onde devemos pisar.
- Não precisa ter cuidado Angelique, se você escorregar, eu vou te segurar.
Eu sorri e deitei a cabeça em seu ombro, aquele dia marcava o começo de nossas vidas, com tudo o que o futuro reservava para nós.
Fim
Sim gente, chegamos ao fim dessa fanfic lindinha e perfeita que eu amei tanto escrever e chorei demais.
Mas não vou deixar vcs orfãos de Herdeiros, estou escrevendo um pequeno Spin off e já começou com choradeira, mas faz parte. O que vcs queriam ver nesse Spinoff? Deixando claro que vai ser na visão da Anabeth já no ultimo ano, então ideias nesse conceito.
Beijos
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