Capítulo 44 - Pai e Filha
Ponto de Vista Severo Snape
Dá para dizer que os dias que se seguiram foram fáceis, Anabeth precisava de muitos cuidados, o que quer dizer que Angelique se mudou para a enfermaria a fim de ficar com ela.
Quando entrei naquela tarde, ela estava sentada em uma poltrona com dois bebes pendurados, um em cada seio.
- A coxa de Max é quase da largura do tronco dela – Angelique observou sem nenhuma emoção na voz.
- Ela vai chegar lá.
Os dois bebes não vestem nada mais que fraldas, embora Vinette tenha costura dezenas de roupas minúsculas que quase não ficam grandes para Anabeth. Círculei a poltrona até estar atrás de minha esposa e juntei o cabelo dela em um coque.
- Eu me atrasei?
- Um pouco, ele acabou de sair. Me ajuda com Max? – Angie tirou o seio da boca do gorducho que solta com um som de vácuo sendo rompido, eu o peguei com cuidado.'
Max não podia servir de parâmetro para comparar o tamanho de Anabeth. Era maior e mais pesado para sua própria idade.
Eu o coloquei no berço, mas precisei esfregar a mão nas suas costas para que se acalmasse. Quando me virei para Angelique ela estava deitando Anabeth também.
- Ela parece bem.
- Está. O médico disse que ela vai precisar de oxigênio por um tempo, não dá para saber até quando e os membros dela não desenvolveram por completo, por isso ela mexe uma perna mais que outra, mas vai sobreviver.
- Acho que ela está abrindo os olhos.
- Tentando – Angelique me abraçou e nossos lábios se juntaram em selinhos breves – estava com seu filho? – ela levantou uma sobrancelha desafiadora.
Com a correria dos últimos dias, não tivemos tempo de conversar sobre esse assunto. Eu me afastei lentamente e me sentei na poltrona em que ela estava, segurando sua mão e a puxando para meu colo.
- Eu não tinha certeza.
- Não estou brava, só queria entender. Por que nunca questionou, você merecia saber.
- Narcisa estava casada, Lucius é um homem rico e de família nobre, julguei que era melhor assim.
- E o que vai ser agora?
- Eu não sei.
Meu pensamento viajou até o garoto deitado em posição fetal no dormitório sonserino, se recusando a ver até mesmo Vinette. Imerso na perda que teve.
- Ele precisa entender que não teve culpa – suspira e deita a cabeça em meu ombro.
- Se ele não tivesse exigido que a verdade aparecesse, talvez Lucius não tivesse feito o que fez.
- Severo? – ela repreendeu.
- Também não acredito que ele teve culpa.
- Quando tudo isso acabar, vamos precisar de uma casa maior.
- Anabeth já tem um quarto – eu respondi de imediato, acreditando piamente que ela estava falando disso.
- Sim, Max até pode ficar com ela no começo, mas quando estiverem crescendo, vão querer quartos separados.
- Está pensando em ficar com Maximus?
Ela levantou o rosto e me encarou perplexa.
- Pensando não. E ainda tem Draco e Vinete, Livea.
- Angelique, não podemos transformar nossa casa em um albergue e temos que conversar melhor sobre a adoção de Max. Sei que está se apegando, mas Anabeth exige muita atenção. É mais fácil aqui com a enfermeira e as outras, mas quando estivermos sozinhos com ela, vai ficar difícil.
- Mas ele precisa de um lar, de uma mãe. É o filho da Nataly, Severo.
Eu a puxei para o meu abraço, não queria dizer a ela que apesar de tudo, Maximus ainda tinha um pai e uma família paterna, ainda que não fosse o ideal, o casamento de Nataly e Gregory era legítimo.
Anabeth acordou, um choro mais forte que nos primeiros dias, Angelique geme no meu ombro.
- Espero que não seja fome.
- Ela acabou de mamar.
- Como se isso a impedisse.
- Descanse, eu vou cuidar dela.
Angelique se levantou com um sorriso, eu peguei Ana no colo e ela procurou algo para abocanhar na minha camisa.
- Desculpe, menininha, não é a mamãe – apesar da noticia de que ela não teria leite para sugar, Anabeth parou de chorar ao ouvir minha voz.
Percebi Angelique se deitando na maca a fim de descansa, ela merecia esse descanso, beijei a testa de Anabeth ao me aproximar da janela, quase tenho certeza de que ela vai abrir os olhos, mas não o faz.
Sua pele ainda era muito fina, então precisava de cuidado redobrado.
- O que acha de passear com o papai?
Eu a coloquei sobre o trocador e peguei um macacão de verão cor de rosa que Vinette havia feito no dia anterior, cabiam duas pernas de Ana no espaço de uma no macacão, mas vestiu bem como uma boneca.
Ela soltou um suspiro baixo quando a peguei de volta, caminhei para fora da enfermaria lentamente.
- Você tem sorte, a maioria das pessoas só veem esse castelo pela primeira vez aos onze anos.
O castelo pareceu mais atrativo, como se eu estivesse vendo pela primeira vez, caminhando e contando tudo a Anabeth, desde os quadros e estátuas até os fantasmas que me cumprimentavam vez ou outra.
Mas era um castelo gelado e Ana começa a ficar com as mãos e lábios roxos. Então a levei para fora e me sentei a beira do lago, a brisa suave não deixava quente demais e sombra da arvore que escolhi era perfeita.
- Ela está se desenvolvendo – Vinette se aproximou e se sentou.
- Draco saiu do quarto?
- Só para pegar café, mas é um avanço. Acho que agora que enterramos a mãe dele, vai melhorar.
- Ele não vai melhorar até Lucius estar morto.
- Eu o amo.
- Eu sei, é recíproco.
- Posso te fazer uma pergunta, professor?
- Se eu puder responder.
- Acha que fiz errado sando meu bebe para a adoção?
- Não, você não poderia ser a mãe que ele precisava, o governo vai achar alguém que seja. Você tem todo o direito de querer uma vida melhor do que a de criar o filho do seu estuprador.
- Acho que Angelique não pensa assim.
- O instinto materno dela está descontrolado, está amamentando Maximus e acha que que eu e Draco vamos viver em uma casa feliz como pai e filho.
- Ela quer o bebê da Amelia também.
- Eu sei, mas não posso ajudar nisso.
Aninho mais Anabeth mais em meu peito, aquela parecia uma vida perfeita, com minha esposa, minha filha, mas aquele verão não podia durar para sempre.
Haviam mulheres sofrendo em Askaban, sendo violadas e engravidadas por homens asquerosos. Anabeth não podia crescer em um mundo assim, eu tinha que agir.
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