Capítulo 42 - Encontrei Você
Ponto de Vista Angelique Lacey
- Tem certeza do que estamos fazendo? – Draco pergunta quando fecho a porta do quarto de Severo.
- Tenho, essa lareira está ligada a uma no sótão da sua casa, mas preciso de você para me ajudar.
- Eu sei que disse que iria te ajudar, mas achei que teríamos tempo de planejar, não dá para simplesmente entrar.
- Não estão esperando outro ataque assim tão cedo, vão estar distraídos e reclusos – eu parei e olhei em seus olhos, o porte de pó de flu na mão, esperando que ele pegue – eu entendo se não quiser.
- Não, eu quero.
Ele afundou a mão no pote, se sentia em dívida conosco, me senti um pouco culpada de usar isso em meu benefício, mas eu não tinha escolha.
- Senhora? – Lee pede que eu abaixe o pote e apanha um punhado de pó sem nem questionar.
Eu fui por último, respirei fundo gritei "mansão Malfoy, sótão" joguei o pó de flu com força e viajei pela rede com uma decisão tomada. Lee me esperava do outro lado, eu saí tossindo em meio a sujeira, á luz do dia, o lugar não era tão assustador como pareceu dias atrás.
- Vamos descer todos juntou? – Draco perguntou parado em frente a porta, mantendo a voz em um sussurro.
- Lee, você pode ir primeiro? Não vai ser estranho se alguém o vir, há tantos elfos nessa casa?
- Sim, senhora. Eu vou ver quais corredores estão vazios.
Draco abriu uma pequenina fresta na porta e espiou o lado de fora, então abriu mais e deixou o elfo passar, fechando a porta em seguida. Eu respirei fundo e andei de um lado para o outro, a varinha em pinho enquanto deslizava.
- Sabe onde sua mãe deve estar?
- Ela só fica no estúdio, é onde meu pai não vai por causa do cheiro de cigarro, ela passa mais tempo lá que em qualquer lugar.
- Perfeito.
- Você vai mata-la? – ele levantou os olhos para mim e vi desespero neles.
- Ela merece.
- É minha mãe, sabe que não vou deixar, por mais que ela tenha feito coisas ruins, nem sempre foi assim.
- Vinette planeja matar o seu pai.
Ele deu de ombros, mostrando que tem um preferido. Avancei até onde ele estava e me sentei em um baú. Eu entendia o sentimento dele.
- Eu só quero o que vim buscar, está bem? Mas não sei como vou reagir se ela... se as coisas saírem do controle.
Ele assentiu, mas notei que sua varinha também estava em punho, eu não queria ser inimiga dele e não queria que ele visse a mãe morrendo. Em outro momento eu não me importaria, mas a maternidade mexe com muitas coisas.
- Acha que tudo o que ela fez foi por você?
- Não mesmo – ele ri fraco – foi por dinheiro, status e poder. Eu tenho consciência disso, mas sei que ela me ama, os dois amam.
- É o filho deles.
Ele olhou para mim, Draco queria dizer algo, sempre parecia querer dizer algo, uma confissão profunda do seu coração machucado, mas ele não dizia, nunca.
Ouvimos uma pequena batida na porta e me levantei rápido, segurando a varinha pronta para atacar.
- É o Lee.
Draco abriu a porta e o pequeno elfo fez sinal para que ficássemos em silencio e o seguíssemos. Assenti e passei primeiro, o corredor frio era tão sinistro como me lembrava.
- Onde, Draco?
- Primeiro andar, mas é melhor usar a escada de serviço.
Ele apontou para uma porta branca estreita, abri devagar e ao constata que estava vazia, passei por ela, a escada era realmente estreita de forma que só dava para andar um por vez. A cada andar que descíamos, meu coração acelerava um pouco mais, até ser possível ouvir.
- Aqui, primeiro andar.
- Tem certeza de que está vazio, Lee.
- Está – Draco respondeu atrás de mim – minha mãe odeia que acessem a casa sem necessidade, se Voldemort está recluso, como fica a maior parte do dia, então os capangas estão lá fora ou no telhado.
- Tudo bem, vamos.
Lee abriu a porta e olhou para os lados então corremos, eu me virei para Draco e deixo que ele passe por mim, o garoto para em frente á porta e eu não penso.
Giro a maçaneta e acesso o cômodo a passos rápidos, Narcisa estava em uma cadeira de balançou junto a janela, o ódio em mim cresce conforme me aproximo, minha visão fica vermelha, ela tenta pegar a varinha janela, mas não tem tempo até que eu alcance ela, levantei a mão o mais alto que posso e a desci em seu rosto, o estalo ecoou pelo quarto e seu rosto foi virado para o lado violentamente.
- Onde está a minha filha? – gritei, outro tapa fez minha mão arder e pulsar de dor.
- Angie? – Draco segurou meu braço, mas ele não tinha força, não com o ferimento recuperado, acertei mais um golpe a a vi cuspir sangue – pare.
Ele me puxou para trás.
- O que fez com a minha filha?
- Ela está morta, Angelique – Narcisa gritou de volta.
- Eu quero ver – as palavras saíram entre os dentes cerrados.
- Ela foi cremada, com os restos do parto.
- Não acredito em você – eu aponto minha varinha para ela – crucio.
Narcisa se contorceu de dor sob meu feitiço, rangendo os dentes.
- Angelique? – Me virei para a voz de Draco e o vi apontando a varinha para mim – solta ela.
Eu não sei o que ele faria, mas atrás dele, Lee levitava um pesado busto de prata sobre a cabeça do garoto. Se ele tentasse algo, certamente seria esmagado pelo elfo.
- Eu relaxei a mão e Narcisa tentou recuperar o folego, mas antes que ela estivesse completamente aliviada, apertei a mão em torno da varinha e ela voltou a se contorcer e gemer de dor.
- Angelique, por favor, solta ela.
- Então a faça falar.
Eu alivio para ela, não o suficiente para que não sinta dor, apenas para conseguir falar. Seus olhos encontram o rosto do filho e ela implora.
- Mãe, diz a ela, por favor.
Mas a mulher negou com a cabeça lentamente e se entregou a dor.
Não é isso que a faria falar, então eu retirrei o feitiço e virei minha varinha para Draco, não tinha intenção de machucar o garoto, mas como mãe, sabia que ela não permitiria. Ainda assim, a forma como ele olhou para mim, como se eu fosse o monstro, quebrou meu coração em milhares de pedaços.
- Sua desgraçada, eu fiz o que você me pediu – Narcisa rosna as palavras – eu salvei o seu bebê.
- Onde ela está?
Narcisa se levantou lentamente, com dificuldade. E caminhou com os saltos frouxos até um lugar na parede, ela puxou um livro verde grosso e a estante de madeira escura começou a deslizar lentamente para o lado, abrindo uma pequena passagem, eu não pensei, corri para dentro dela, era um espaço muito pequeno com uns dois metros quadrados e ainda haviam algumas bolsas e vestidos de luxo em arraras no canto, mas no centro, um pequeno berço, não pequeno como de boneca.
Meus olhos se encheram de lágrimas, ainda menor que o berço, uma criaturinha avermelhada que poderia ser pega com uma só mão, tão pequena que nem parecia de verdade, com uma bolha de ar envolvendo seu nariz minúsculo.
- Ela ainda não respira sozinha.
Eu passei minhas mãos por baixo dela a levantando do berço, eu não saberia descrever o que senti nem em um milhão de anos.
- A pele é muito fina, tem que tomar cuidado para não partir.
- Eu sou a mãe dela, Narcisa. Sei o que estou fazendo.
O bebe soltou um chorinho baixo que cessou assim que a aninhei em meu peito, suas mãos tão finas que mais pareciam as garras de um ratinho em contato com minha pele.
- Senhora, é melhor irmos.
Eu assenti, coloquei a manta do berço sobre as costas de Anabeth e saí do espaço minúsculo.
- Não pode levar ela assim – Narcisa chorou como se se eu tivesse cometendo uma violência sem tamanho.
- Não posso? Ela é minha, você fez a mim e a meu marido, passarmos por um luto que não existia e acha que não vou leva-la?
- Vamos, eu vou pegar pó de flu – Draco tem a voz mais dura e séria que minutos atrás.
- Não, ela não pode passar pela rede de flu, nem por uma chave de portal e muito menos aparatar, é muito frágil não vai sobreviver.
Eu olho para a neném, ela nem ao menos pode respirar sozinha.
- Temos que pegar um veiculo – eu constatei.
- Os guardas estão todos lá fora, é impossível sair sem ser visto.
- Filho, você não tem que ir – Narcisa abraçou Draco, apesar de não devolver, ele permitiu o toque.
- Vamos, senhora. Só precisamos ser mais rápidos que eles, se passarmos os portões de Hogwarts, eles não poderão fazer nada.
Draco se esquivou do abraço e foi o primeiro a partir em direção da porta.
- E Narcisa, não seja uma cuzona.
Ela me encara, os olhos cheios de fúria.
- Eu não preciso fazer nada agora, mas no instante em que vocês saírem da minha propriedade, vou ter que avisar meu marido e vão perseguir vocês.
Eu entendi que ela estava nos dando uma folga, corri atrás de Draco pelos corredores e para o piso térreo, ele me levou até a saída de funcionário, pela janela, vi uma infinidade de carroças e automóveis, os carros não eram tão rápidos, mas á frente havia uma carruagem com dois grandes cavalos negros.
Draco olhou brevemente pela porta.
- Está cheio deles, temos que ser rápidos, eu dirijo.
- Obrigada, por me ajudar.
- Não me agradeça – ele se virou para mim com ódio nos olhos – não estou fazendo por você, não depois do que você fez, eu só quero voltar para Vinette, são e salvo.
Ele abre a porta e corre, eu o segui, Lee abriu a porta da carruagem antes que nos aproximássemos, assim que ela se fechou, ouvi os gritos dos guardas do telhado, feitiços começaram a atingir a carroça, Draco bateu com as rédeas nos cavalos e começamos a avançar para a entrada da propriedade, eu protegia Anabeth com meu corpo.
- Senhora, eu vou ajudar.
Lee subiu pela carruagem e afastou o vidro do pequeno teto solar. Draco batia com as rédeas nos cavalos, mesmo com a certeza de que não podiam ir mais rápidos, olhei brevemente pela janela, estávamos no limite da propriedade, mas uma comitiva havia parado no meio da estrada depois dos portões.
Os cavalos relincharam, levantando suas patas ao serem parados.
- Desçam da carruagem – um dos guardas gritou.
Abracei minha filha junto a mim, tão perto quanto era possível. Então sons altos de estampidos e feitiços rodaram em torno da carruagem.
- Draco? Lee? – eu chamei por eles em desespero, durou alguns minutos até que tudo ficasse quieto.
A cortina entre a carruagem e a cocheira abriu e Draco colocou a cabeça para dentro, havia marcas de respingo de sangue em seu rosto e seus olhos estavam vidrados.
- O que aconteceu?
- É melhor você não sair.
Ele fechou a cortina segundos depois e percebi que mais alguém subia na cocheira e se sentava ao lado dele.
A maçaneta da carruagem rodou, me encolhi no lado oposto e apontei minha varinha, segurando minha filha em meu peito. A porta começou a abrir lentamente e a primeira coisa que vi, foi todo o sangue do lado de fora.
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