Capítulo 32 - Maximus
Ponto de Vista Severo Snape
- Sua esposa está planejando matar a minha mãe – o garoto entrou da sala onde eu estava para fugir daquele tumulto.
- Vinette tem que parar de te contar tudo nas cartas, é arriscado, se Charles ou Olívio for apanhado é bom que tenham poucas informações em mãos.
- Ela gosta de escrever.
- Peça que relate sobre a gravidez – eu sugeri erroneamente, nem mesmo Angelique falava para mim sobre o bebê.
- Não, Vinette finge que não está gravida o máximo que pode – sua fala é cortada por um choro estridente de bebe e risos dos adultos em torno da mesa – eu odeio essa casa.
- Sabe que é importante que esteja aqui, dar as costas para Voldemort é atrair suspeitas para si mesmo, Draco.
Não foi fácil convencê-lo a voltar para casa, ele era explosivo e como qualquer garoto rico, queria tudo na hora.
Eu estava vasculhando o fiorde do Parque Nacional em busca de sinais de magia, mas é difícil quando se tem a cara conhecida, por mais que Lee estivesse ajudando, até um elfo doméstico tem suas limitações.
Virei o restante do conteúdo no copo goela abaixo, meu corpo esquentou instantaneamente.
- Como se sente sobre isso? Os planos de Angelique.
- Eu entendo o ódio dela, mas é a minha mãe. Então, se você puder falar com ela...
- Se depender de mim, Angie não vai levantar a varinha para lutar.
- Vamos esperar até quando? – ele troca o pé de apoio, era arriscado falarmos sobre isso onde estávamos, cercados de comensais da morte.
- Draco, você precisa entender, a parte fácil é achar a fazenda e tirar as duas de lá, mas depois disso serão caçadas e nós também. Sua família foi perdoada mais de uma vez, acha que Voldemort será benevolente uma terceira? Temos que agir com inteligência.
- Eu só quero que ela fique segura.
- A minha esposa também está lá.
- Severo? – a senhora Goyle entrou pela porta trazendo o bebê nos braços, a criança tinha ganhado peso rapidamente, o que fazia os poucos fios de cabelo loiro se tornarem ainda mais escassos – já viu o meu neto?
- Sim, parabéns á família.
- O seu vai nascer em breve, já está se preparando?
- Sim, está tudo pronto – menti, desde que Angelique partiu não consegui mais colocar os pés em casa. Sempre que eu penso no assunto, lembro dos seus sapatos ao lado da porta, os produtos infinitos enfileirados na janela do banheiro, a manta que cobria seus pés sobre o sofá e falta dela.
- Vamos chamá-lo de Maximus. Quer segurá-lo? – ela oferece a criança para mim e eu recuso com um aceno de mão – anda, você precisa treinar, afinal, você não tem quem te ajude depois.
A sra. Goyle empurra o bebê para o meu colo e sou forçado a segurar, era um corpo tão pequeno e frágil, gritando inocência, um menino saudável, Draco se aproxima de mim, até estar encostado no meu ombro e observa a criança com muita atenção, é um dejavú. A última vez que segurei um bebe nos braços foi quando Draco nasceu e era tão puro quanto.
A família, o mal, corrompeu Draco de muitas formas, assim como vai corromper essa criança. Não vai demorar, um mês passou em um piscar de olhos. Logo esse bebê inocente estará treinando maldições imperdoáveis em trouxas e mestiços.
- Ele não é lindo?
- É sim – Draco respondeu por mim – não tem nada a ver com a cara feia de Greg. Deve ter puxado a mãe.
A sra. Goyle rapidamente retirou a criança do meu colo, estava tão horrorizada que nem mesmo conseguiu responder, não me lembro se já fiquei mais orgulhoso de Draco antes desse momento.
- Devia tomar cuidado com suas palavras, menino.
Ela empinou o nariz e saiu tão rápido da sala que parecia que sua casa estava pegando fogo, eu me virei para Draco, mudando meu pensamento instantaneamente, havia esperança para ele, assim como havia esperança para aquele bebê.
- Viu a cara dela – Draco riu de sua piada.
- Ela tem razão, melhor tomar cuidado.
Eu me afastei para não cair na tentação de rir, a sala de jantar da casa Goyle estava cheia e não havia espaço em torno da criança que tinha voltado a chorar, Narcisa parecia orgulhosa, mas se manteve afastada do outro lado da mesa, onde escolhi me sentar.
- É uma criança saudável – ela sussurrou, mostrando alívio – fiquei com tanto medo de não sobreviver.
Eu já sabia que as mães eram executadas depois do nascimento, mas o que Narcisa fez para que a criança nascesse parecia ainda mais desumano. A indignação fez minha garganta arder, como se a bile estivesse forçando saída. Me virei para ela e procurei seus olhos, para garantir que ela recebesse cada uma das minhas palavras.
- Como você dorme á noite? O que você faz, não assombra seus sonhos?
- Severo – Lucius disse entre os dentes, sem perder o sorriso que direcionava á comoção em torno do bebê – se você não quer que eu mexa com a sua esposa, não mexa com a minha.
Eu dei uma breve risada nasal, Lucius defendendo sua família perfeita enquanto o filho conspirava contra ele, a esposa matava mulheres inocentes e ele se deitava com qualquer uma, estava ultrapassando os limites da hipocrisia.
Ponto De Vista Angelique Lacey
Ajoelhei na toalha enrolada no chão para não machucar meus joelhos, a gravidez estava aparecendo com mais força nos últimos dias, eu não conseguia manter o equilíbrio e a memória de curto prazo, mas meu corpo ainda era forte.
- De quem era esse lençol? Livea perguntou ao me ver rasgando outra tira longa de tecido.
- Meu, mas já pedi outro. Disse a Amelia que fiz xixi na cama, acontece com algumas grávidas. Segure bem firme.
Ela apoiou as mãos sobre a fronha em sua barriga e eu enrolei a tira de lençol bem apertada em torno dela.
- Parece de verdade?
- Sim, está bem convincente, abaixe a camiseta.
Ela me obedeceu e se virou de lado para que eu visse, o formato e o tamanho estavam bons, um pouco maior que a minha barriga.
- O que estão fazendo aí? – Amelia bateu na porta, havia preocupação na sua voz.
- Nada – Lívea respondeu – Angelique ainda está enjoando, estou segurando o cabelo dela.
Sequei uma gota de suor que escorria da minha testa e dei a mão para que ela me ajudasse a levantar no espaço apertado. O banheiro era o único lugar da casa que havia tranca, e não podíamos correr o risco de alguém descobrir sobre a gravidez falsa dela. Nem mesmo Vinette, já que contava cada alfinete que caía para Draco.
- Sua barriga está bonita – ela se apressa para arrumar tudo enquanto eu me sento no vaso.
- Ainda parece só um inchaço – eu circulei a mão na barriga, estava começando a me sentir mãe, mas só quando me dava conta da criaturinha crescendo ali.
- Sente falta dele?
- Todos os dias, ele escreveu que vamos ter que ter mais bebês para compensar a gravidez que está perdendo.
- Homens romantizam muito esposas gravidas, esquecem das dores, enjoos, desejos, humor – ela riu e encostou na pia.
Aquele era um banheiro seguro, onde eu e ela podíamos conversar livremente com o feitiço que aprendi com Severo.
- Eu estava pensando, se o seu amigo poderia me levar embora na carruagem, se o parto da Amelia acabar a noite, eu posso subir e ficar deitada no teto.
- É perigoso, se alguém pegar você...
- Angie, quanto mais tempo eu fico aqui, mais estou correndo risco. Não vou conseguir fingir para sempre.
- Vinette vai dar a luz em dois meses, você vai ficar bem até lá.
Ela balança a cabeça, eu sei o que ela quer dizer, se perder a oportunidade, pode ser que algo aconteça depois.
- Eu vou falar com o Charles, ver se tem alguma fiscalização para sair da fazenda.
- Obrigada, eu não vou esquecer o que está fazendo por mim.
Eu não sabia se podia, mas quando percebi já estava em pé e a abraçando, não sei se um dia conheceria Lívea fora daquela casa, ou se gostaria dela, mas naquele momento, erámos tudo o que a outra tinha.
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