Capítulo 14 - Pinças
Pov Angelique
Eu não devia ter ficado tão chateada, Severo tinha razão em não me apresentar como esposa para os colegas de trabalho, não duraria muito de qualquer forma, mas eu me apeguei ao sobrenome Snape mais rápido que ao homem que o tinha.
Ele foi gentil comigo na volta e quando entramos em casa a primeira coisa que fez foi abrir um vinho caro e me servir uma taça.
- Quer me ajudar? Pode aprender alguma coisa sobre cozinha.
Fiz um biquinho de choro só de pensar em sair da frente da lareira quente, meus dedos ainda estavam gelados. Severo assentiu e saiu sem dizer nada.
Eu queria me aquecer, relaxar e pensar sobre aquele dia, não sei o que me deu quando me levantei poucos segundos depois, levantou a taça de volta a cozinha e a enchendo de novo, ganhei uma olhada atravessada como advertência.
- Vou precisar de três dessas essa noite, meu amor.
Deixei um beijo em sua bochecha e me afastei, surpreendentemente, Severo me puxou pela cintura e em um segundo nossos lábios se juntaram, havia cabelo em nosso rosto pelo movimento brusco, sua mão me segurava com firmeza como se eu fosse correr a qualquer momento.
Eu não ia, ele precisava saber, então o abracei e busquei sua língua em um beijo quente, pressionando meu corpo contra o dele, eu só precisava saber se ainda estava ali o que eu tanto queria.
Durou alguns segundos até que ele separasse o beijo, ainda me segurando, Severo tirou todo o meu cabelo preso entre nós, um pequeno sorriso começou a se formar no meu rosto.
- Eu não te entendo.
- Estamos em casa, Angelique. Podemos ser quem nós quisermos, até marido e mulher.
- Não consumamos o casamento ainda.
- Talvez hoje, depois que nossos convidados forem embora, eu te faço sentir-se bem.
- Como na outra noite?
- Gostou daquilo? – Severo levantou uma sobrancelha, mas seu sorriso mostrava que ele já sabia a resposta – quem sabe eu não a deixe retribuir o favor.
Mordi o lábio inferior com o pensamento repentino de senti-lo na minha boca. Severo me beijou novamente, apenas alguns selinhos antes de se afastar. Aqueles minutos em seus braços me deixaram tão entregue que fiquei tonta quando me soltou e precisei apoiar a taça de vinho na mesa.
Severo pegou uma das lagostas da pia e colocou sobre a bancada, dando um golpe de cutelo que separou as garras do corpo, um grito escapou da minha boca, em choque.
- Elas não sentem dor, pode ver se a água ferveu?
- Sim, está borbulhando.
Ele pegou a lagosta usando uma longa pinça e a enfiou na água quente de uma vez, colocando a tampa sobre ela.
- Você cozinha assim? – cheguei mais perto para ter certeza de como estavam na pia e acabei virando o restante da taça – mas elas estão com todos os órgãos e possíveis dejetos, os ricos são bizarros.
- Consegue preparar a outra?
- Não.
- Angelique – ele repreendeu.
Eu peguei aquela pinça comprida, mas eu estava com tanto receio que não segurei com firmeza, a lagosta escapou e escorregou pela pia indo parar no chão onde começou a escorregar.
Não tinha o que fazer além de gritar e ficar levantando os pés alternados enquanto tentava achar um caminho fora das garras da lagosta.
Pisei na cadeira para subir nela, Severo tentou me segurar, mas estava longe e quando o fez a lagosta ainda viva saltou da panela jorrando água quente que salpicou no meu rosto, a segunda lagosta, menos ameaçadora já que não tinha casca, também começou a deslizar no piso, desesperada.
Quanto a mim? Bem, eu caí, com a bunda em cima da lagosta fria, o que não foi nada divertido. Severo agarrou a lagosta com um pano e a devolveu para a panela, enquanto eu ficava ali, com a pinças uma de cada lado da minha bunda e um crustáceo caro esmagado.
- Me tira daqui, por favor.
Eu choraminguei, ele se aproximou me dando as mãos, ainda havia partes da lagosta no meu vestido e a diversão havia acabado.
- Não se preocupe, por que não toma um banho? Eu cuido dessa bagunça.
Eu assenti, envergonhada e dolorida, depois de pedir a Lee que ajudasse Severo na cozinha, fui para o chuveiro, eu queria cuidar do meu cabelo e da minha pele, precisava ficar linda, como ele merecia.
Eu sabia que estava tendo sentimentos por Severo, mas ao mesmo tempo acreditava que seria algo passageiro, nunca estive tão errada.
Pov Severo
Lee fez boa parte do trabalho, mas havíamos perdido uma lagosta, Angelique já não gostava da ideia de comer tal crustáceo então tive a brilhante ideia de usar apenas a casca para ela, visualmente ela teria uma lagosta em seu prato, mas para o seu paladar simples, nuggets assados de frango.
Enquanto ela terminava o banho, decidi ajudá-la a decidir o que vestir, entrei em seu quarto e abri o armário antigo, havia uma centena de peças ali, deixando tudo abarrotado e bagunçado, dei uma breve olhada nos vestidos pendurados, Angelique não era muito modesta quando se tratava de curvas e seus vestidos mostravam isso.
Finalmente senti um tecido que eu gostava, um belo vestido de noite em veludo verde escuro, que apesar da fenda que ia até o topo da perna direita, ele era de manga longa e o decote em V ficaria mais discreto com um broche o prendendo.
- Mexendo na minha gaveta se calcinhas, Severo?
Angelique riu, se aproximando de mim com uma aparência limpa e fresca, ela encostou em uma porta do guarda-roupa ainda fechada.
- Pensei que pudesse vestir isso.
- É uma boa escolha. Vou me maquiar e me vestir, eles devem estar chegando.
Ela tinha razão, não tínhamos tempo, mas ao passar meus olhos por ela, não pude deixar de desejar, puxei a tira que amarrava seu roupão felpudo, a peça abriu, formando uma faixa no centro por onde eu podia ver seu corpo nu, Angelique estremeceu.
Passei minha mão por dentro da abertura e a puxei para mim, beijando-a como tinha feito antes, um pequeno gemido passou pelos seus lábios e ela me abraçou, sua bunda parecia incrivelmente macia ao meu toque.
Não sei se a teria possuído naquele momento, mas eu queria.
Uma batida forte na porta chamou nossa atenção para ela, amedrontadora.
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