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*Extra Selena*


Amargura.

Esta palavra e todos os seus derivados me definiram durante muito tempo.

Até Olívia nascer.

Mesmo assim não consegui fugir totalmente de ser uma pessoa amarga. Sobraram resquícios, poucos, mas insistentemente persistentes, os quais não me permitiram muitas vezes sorrir ou retribuir um sorriso.

Sempre justifiquei à mim mesma que sou uma versão "melhorada" de alguém que culpa tudo e todos pelas coisas ruins que lhe aconteceram na vida. Acreditei fielmente nisso até Jean aparecer em meu restaurante, meu e de Louis, um marido compreensivo que não merecia ter.

Falando em compreensivo... Jean... Sempre o admirei em secreto, por sua gentileza mesmo quando não era merecida, sua sabedoria mesmo sendo o mais novo do grupo e sua paciência com tudo e todos ao seu redor, e por isso o recebi e ouvi tudo o que ele veio me dizer, cada palavra por mais dura que fosse.

E foi.

Minha filha descobriu da pior forma, a verdade sobre sua existência. O grande amor da minha vida, meu querido Charles morreu sem nem ter a chance de falar com a própria filha ou de ouvir de minha boca o quanto eu o amava. 

Eu sou um ser desprezível e covarde. Se eu for perdoada depois disso tudo... O que acho difícil... Jamais serei a mesma pessoa.

Eu estou cansada. Cansada de fugir, cansada de lamentar intrinsecamente algo que era para ter exteriorizado à tempos. Por causa do meu sofrimento... Fiz outros sofrerem. Um ciclo que precisa ter fim.

Não posso deixar minha filha passar pelo que passei, e tomar decisões que irá se arrepender para o resto da vida. Ela precisa saber que sua existência é o que me mantém viva, não que isso possa mudar o que deve estar pensando ao meu respeito mas, só preciso que ela me ouça... nem que seja a última vez.

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Este abraço... o que mais desejei desde que saí da França ao seu encontro, o qual pensei que nem receberia... "Você não conhece sua própria filha"... a frase de Daniel é tão verdadeira quanto dolorida. Enquanto abraço minha filha só consigo chorar de puro arrependimento, meu corpo todo sacoleja com a força do que está sendo jogado para fora através das lágrimas. Não me importo de estar sendo assistida pela família dela e amigos, e nem com meus pais e meus irmãos que acabaram de entrar naquela parte do teatro que parecia ter reservada para eternizar momentos como este. 

—  Mãe?! — Olívia me chama depois de um tempo, desprendendo-se de meu abraço, porém segurando forte em minhas mãos. Eu não consigo encará-la. Olho ao redor e me deparo com uma torcida silenciosa que me fazem chorar ainda mais, desta vez em silêncio. — Mãe... olhe pra mim! —Sua voz que sempre foi suave, ainda continua, mas com uma entonação firme. Volto meu olhar para ela, esforçando-me para não chorar mais. Eu queria gritar, extravasar toda a dor presa dentro do meu peito, durante tantos anos. — Você tem algo a me dizer? — Ela continua, focada, sem importar-se com as pessoas ali perto. E por ela, só por ela, eu falo.

— Eu tenho muito a dizer. Posso começar com um ... — minha garganta aperta, engulo o choro— Sinto muito! — A curta frase sai como um sussurro carregado de dor... refletida nos olhos da minha filha, e numa prece interna peço a Deus para que ela não esteja sofrendo como eu. — Eu sinto muito... por tudo, por tudo... — olho ao redor novamente e me deparo com minha mãe chorando agarrada ao meu pai e irmã. Volto a olhar para Liv que está em expectativa, ela quer que eu fale mais... ela quer me ouvir e eu deveria estar feliz por isso, não deveria? — Eu tomei decisões que comprometeram todo um futuro, eu errei feio, não interessa o que me fez ou quem me fez tomar tais decisões, eu as tomei, eu tirei o direito de você conhecer seu pai e... — Meus olhos embaçados procuram por Gabriel que está olhando para um ponto fixo com sua linda esposa grávida ao lado me olhando com ternura que só ela tem. Solto mais um choro reprimido e... — menti para o Gabriel, menti para você Olívia, mas a verdade sempre aparece... eu... eu sei que é tarde demais, sei que não mereço seu perdão, nem o de ninguém aqui — olho para os outros — mas tenho uma última coisa a pedir, se ainda tiver este privilégio... não desista dos seus sonhos, não deixe ninguém tomar decisões por você e siga seu coração! — Resumi rapidamente pois meu coração bombardeava tão rápido que a qualquer momento pensei que desmaiaria antes de conseguir falar. Olho para baixo e respiro fundo buscando harmonizar meus sentimentos. 

— Obrigada mãe! — Levanto a cabeça desacreditada... obrigada? Pelo que? 

— O que? — Pergunto com a testa franzida.

— Olhe ao seu redor mais uma vez. — Eu faço ainda sem compreender. Ela solta minha mão e se junta a eles. — Eu não teria eles como família, eu não conheceria meus amigos, não teria os melhores avós do mundo. — Ela vem novamente em minha direção e eu a encaro pasma. — Toda a escolha tem consequências... e eu estou te mostrando as boas. Eu.. — ela olha para eles novamente — eu não consigo imaginar minha vida sem eles, ou sem eles em minha vida. Agora que eu sei quem sou... eu não poderia querer algo diferente para mim. — Eu pisco a cada lágrima que cai, surpresa demais por esta jovem de tão grande inteligência emocional ser minha filha. — Quanto ao Charles mãe... eu lamento sim... não tê-lo conhecido nem se despedido, mas eu tenho Peter agora. — Olha pra ele e faz um sinal para que ele se junte a nós. Eu engulo seco, minha culpa aumenta, e se torna esmagadora em meu peito. — Peter não é só meu irmão mãe, ele é um pedaço do meu pai, eu sinto Charles a cada abraço, cada sorriso, cada momento que estou com ele. E ele também tem algo a te dizer mãe... — Apoio a mão em meu coração, como que esperando por ele parar a qualquer momento.

— Um dos últimos desejos do meu pai era que eu encontrasse Olívia, contasse toda a verdade e fizesse parte da vida dela. — Ele me encara firme e eu consigo ver os olhos de Charles... — Você é parte da vida dela Selena, aliás se não fosse por sua decisão de tê-la, ela não estaria aqui... por isso eu também preciso te agradecer, por ter dado a vida à pessoa mais importante da minha vida. — Ele olha para Olívia com um amor tão grande e depois me encara. — Obrigado! Por ter feito meu pai feliz mais uma vez, obrigado por ter dado o melhor que poderia dar a Olívia, obrigado por ter lhe concedido viver, obrigado por ter lhe dado a chance de fazer suas próprias escolhas. Obrigado! — E me abraça forte, deixando a minha surpresa infinita.

Depois de duas décadas de tristeza e poucas alegrias, me encontro em um divisor de águas, um alívio, uma paz, algo desconhecido por mim, um sentimento novo aflora minha alma, e sei que ainda preciso conversar muito, com meus pais, com Gabriel e sua família, com Peter e ainda mais com minha filha, mas este momento inesperado é tudo o que preciso agora para renovar minhas forças. 

Tenho uma nova chance, e dessa vez não irei desperdiça-la!



Chorei... chorei, porque existem muitas Selenas por aí mal compreendidas, que só precisam de amor. Amor é sempre a chave, amor torna este mundo tão dolorido um pouco melhor. Amor... o que seríamos sem o amor de Deus por exemplo... 

Com esse sentimento genuíno deixo um grande beijo pra vcs... até a próxima

Gra.



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