*8*
Liv
Ok! A princípio não tinha me importado tanto com o fato de Dan ter omitido os gêmeos, tanto que dormi duas horas tranquilamente, e quem me conhece sabe que quando estou encucada com algo, não consigo dormir e nem comer... não importa o quanto eu esteja com sono ou fome.
Então, aqui estou eu, revirando a comida no prato, tentando entender a tensão que se passa. E algumas perguntas rondam minha cabeça.
O que a tal Johana faz do lado do Dan e o que conversavam antes? Por que o irmão dela não para de me olhar como se eu fosse a própria comida? E por que meu irmão parece que vai entrar em ebulição a qualquer momento?
— Olívia querida, nem tocou na comida, não gosta de gigot d'agneau?— Bárbara pergunta. Sorrio falso, dado que o prato à base de cordeiro é típico francês como o nome.
— O cordeiro está delicioso Bárbara, porém, comi demais na viagem (não é mentira), estou sem apetite algum. Se não for pedir demais posso me retirar? Estarei no jardim se precisarem de mim. — Me levanto depois do consentimento do meu avô. Percebo olhares sobre mim enquanto me retiro.
Caminhar no jardim não ajudou em nada, as perguntas ainda existiam e uma em especial me incomodava como uma etiqueta de roupa roçando no corpo.
Por que eu estava tão chateada?
Passaram-se alguns minutos, talvez muitos, até eu ouvir uma voz...
—Oi! Posso me juntar á você? — Olhei para Johana com meu melhor olhar impassível. E afirmei com a cabeça.— Você deve estar tentando entender o que se passou lá dentro, não é mesmo?— Ela ri amigavelmente. Eu permaneço muda. — Bem, se me permitir eu posso te explicar... uma parte ao menos... — Olho pra ela e vejo o quanto está sendo sincera. Ela continua quando percebe que eu estou esperando o que ela tem a dizer. — Daniel sempre foi um completo cavalheiro, desde pequeno, ele sempre me defendia das peripécias do meu irmão, que apesar de me amar muito sempre me infernizou... no bom sentindo. — Ela dá uma pausa olhando para um ponto fixo, como se estivesse vivenciando o passado. — Mas eu não percebia que ele na verdade estava com ciúmes do seu irmão comigo, coisa de irmão, você deve saber... ou não...— Ela se corrige rapidamente.— Apesar de Daniel ser 3 anos mais novo que eu, ele era maduro, quando ele fez 13 anos nós nos beijamos, foi só um beijo, mas foi o suficiente para meu irmão se irritar profundamente desta vez. Depois de tentar bater no seu irmão, Ruan prometeu que se um dia te encontrasse, faria o mesmo com você. E... isso foi suficiente para eu nunca mais ver Daniel na minha frente.
Pisco algumas vezes encarando a linda mulher na minha frente, e de repente não sei o que acontece, eu começo a rir... de princípio ela estranha, mas depois me acompanha. Quando consigo me recompor, voltando a respirar devagar, percebo que não era isso que eu queria saber... uma ameaça de Ruan sem fundamento não faria Dan, se separar de Johana se realmente ele gostasse dela, o que me incomodava era o fato dele ter omitido sobre os gêmeos, e principalmente sobre o beijo.
— Dan, realmente acha que Ruan vai me beijar? —Perguntei sorrindo para Johana.
— Não sei, meu irmão é bem vingativo quando quer, e Daniel sabe disso!
— Bem, acho que seu irmão não deve ser tão criança agora para tentar cumprir a promessa, certo? —Perguntei com desdém.
— Ele não é mais criança, mas a reação de Daniel à mesa, lhe motivou. — Ela me olha sem graça.
— Sinceramente, não estou nem um pouco preocupada com seu irmão, na verdade, não estou preocupada com nada, só estou chateada, mas logo passa. - Lhe dou um sorriso fraco.
— Com Daniel? - Ela pergunta cabisbaixa.
— Sim, e acho que não sou a única e acredito que pelo mesmo motivo. — Falo e logo a encaro com ar interrogativo. —Por que você veio atrás de mim? —Ela sorri sem jeito.
— Quando você saiu, Daniel queria vir atrás mas seu avô não permitiu, ele estava muito apreensivo, então sussurrei para ele que eu falaria com você, e aqui estou. — Ela vê minha cara de desapontada e continua. —Ele quer conversar Olívia, mas senti que deveria preparar o terreno antes.
— Sentiu? Mas você não tem obrigação nenhuma de sentir nada Johana, eu nem te conheço. Deve estar fazendo isso por Dan apenas, mas não deveria se dar ao trabalho. — Minhas palavras saem num tempero de raiva, decepção e ciúmes, e é meio forte demais para digerir. Eu definitivamente não sou assim. — Desculpa... como eu disse estou chateada e a culpa não é sua. Perdoe minha grosseria.
—Tudo bem, só quero falar mais alguma coisa, se me permitir... Daniel sempre deixou claro em palavras, atitudes e em tudo o que fazia que você é a pessoa mais importante da vida dele. Se ele não falou de nós, é porque ele queria te proteger, te poupar, sei lá. Perdoe ele. — Ela fala e eu não consigo encará-la. Não gosto do que estou sentindo... um ciúme descomunal!
Fiquei mais um tempo no jardim, perto da piscina, onde descobri existir um pequeno pomar com árvores frutíferas, me deliciei com goiabas, ameixas e tangerinas deliciosas, eu parecia estar em meu esconderijo secreto, não tão secreto assim pois logo ouvi passos.
Dan!
Nos encaramos por uns segundos, e sem dizer nada ele diminuiu o espaço entre nós e me abraçou.
— Me perdoa Liv... por favor! - Ele sabia exatamente pelo o que estava chateada. — Me perdoa por não ter contado dos gêmeos e por não ter contado sobre Johana.
—Eu nunca deixei de te contar nada Dan! —Até os assuntos nada pertinentes como minha primeira regra, e meu primeiro beijo. Enrubesço ao lembrar.
—Eu sei, não consigo mudar isso, mas garanto que foi a única coisa que não te contei. —Ele diz com um tom arrependido e sincero.
Olho pra ele e percebo a sua sinceridade! Mas e daqui para frente? Haverá tanta franqueza entre nós? Com tristeza no coração me dou conta que não, se quisermos ter outros relacionamentos, não poderemos e nem deveremos contar absolutamente tudo um para o outro.
Segunda treta saindo... e acho que ainda tem mais... na próxima terça... DanXRuan... eita! E mais uma surprise...
Comentários e votos muito bem-vindos.
Beijinhos da Gra
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