*47*
Dan
Logo de manhã recebi uma mensagem do meu tio...
Tio Jean - 07:40hs: Estarei chegando hoje à tarde. P.S: Não irei sozinho :)
Um sorriso preencheu meu rosto e eu liguei em seguida confirmando a reserva do quarto no melhor hotel de Boston. E mandei o código de reserva e o endereço para meu tio.
Agora só restava falar com Ruan. Teria que engolir o fato de minha irmã ter passado no apartamento dele duas noites atrás, se quisesse que ele me ouvisse e cooperasse. Deixaria para tirar isso a limpo numa segunda oportunidade.
No café, só minha mãe, meu avô e Bárbara estavam presentes, Johana, Liv, Tia Alice e Pauline ainda dormiam. Aproveitamos para conversar sobre o assunto delicado de Liv não ser filha do meu pai, e como ele reagiria a notícia. Discussão sem cabimento, pois não tínhamos idéia de como ele se portaria. Só torcíamos para que tudo se ajeitasse da melhor maneira possível e o mais rápido possível.
Me despedi de minha mãe com um abraço caloroso e antes de entrar no meu carro e seguir para a gravadora, enviei uma mensagem para Ruan, ele ainda me evitava por algum motivo, e acho que agora por motivos de sobra.
Eu - 08:10hs: Chegando na gravadora vá para minha sala, preciso tratar de algo com você.
Provavelmente ele pense se tratar da nova jurada - a que substituiu Mari Taglioni -, e a papelada que isso envolve. Faço uma nota mental para eu não esquecer desse assunto. Graças a Deus isso se resolveu sem interferência de advogados e mídia excessiva.
Entrei em meu escritório e conforme Hillary me informou assim que cheguei, Ruan já estava lá com os papeis para que eu assinasse, com um semblante totalmente profissional, ao menos era o que ele pensava. Já eu estava em dúvida se ria da sua cara de cínico ou acertava um dos muitos socos que lhe estava reservado. Decidi ficar neutro ou profissional como achar melhor, o cumprimentei e assinei os papeis enquanto o ouvia resumir o que tinha neles. Assinei tudo em silêncio e os depositei do outro lado da mesa para que ele pegasse, foi quando finalmente resolvi falar.
— O que preciso conversar com você não diz respeito a trabalho. — Ele fixou seus olhos em mim, e podia jurar que engoliu seco. Não aguentei e sorri de canto. — Preciso de sua ajuda Ruan.
— Para quê? — Pergunta com a testa franzida.
— Eu não vou permitir que Liv vá embora novamente. Não posso perdê-la de novo, e não vou perder... — ele bufa e me balança a cabeça.
— Eu também não quero perdê-la, mas ela está decidida. Você sabe como a sua irmã é Daniel. Ela é teimosa, quando mete alguma coisa na cabeça quer fazer e pronto. — fala exasperado. Agora quem balança a cabeça sou eu, porém totalmente calmo e confiante.
— Sim eu conheço minha irmã muito bem, e sei o que pode fazer ela mudar de idéia. Mas eu preciso de sua ajuda. — Ele ainda tenta argumentar, mas o mando calar a boca diplomaticamente e sentar-se para me ouvir.
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— Deixa ver se eu entendi... você quer que eu diga que tenho uma surpresa pra ela após a sua apresentação final? E então que seja a ponte entre ela e a mãe? — ele pausa ao me ver concordando - sim, esse era meu plano, tio Jean foi até a França o que foi viável por duas razões, ele era a pessoa mais certa pra contar tudo para Selena por ter inteligência emocional de sobra e por estar no mesmo continente. Da Inglaterra para França é um pulo. — Ela vai pensar que eu que tive essa idéia... só para que ela não volte para França... ela vai me achar um tremendo egoísta! — Diz em tom baixo mais para si mesmo do que para mim.
— Você ficou com a melhor parte Ruan, acha mesmo que ela vai se importar em te julgar egoísta quando ver a mãe na frente dela? — Digo batendo os dedos na mesa, impaciente.
— Pior é se ela pensar que vou fazer um pedido oficial de namoro, e ficar fantasiando com isso, e depois não é nada disso. — Arco as sobrancelhas. Ele está falando sério? Reviro os olhos.
— Faça esse pedido de uma vez Ruan, só quero saber se posso contar com você, ou vou ter que apelar para outra pessoa. — Ele respira profundo e afirma.
— Pode contar comigo meu amigo! Farei isso por Liv, por mim, mas principalmente por você. —Sorri fraterno e eu meneio a cabeça agradecido.
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A tarde tio Jean aparece no teatro, eu o abraço forte. Depois me deixa por dentro de tudo o que aconteceu, inclusive que deixou Selena muito bem acomodada no Hilton Hotel. O agradeci imensamente pela força que estava me dando, e ele complacente do jeito que era, disse que me ajudaria todas as vezes fosse necessário. Logo ele foi para casa descansar da viagem.
No fim da tarde encerro antes meu expediente no teatro e sigo atrás do meu avô para o aeroporto. Meu pai, meus avós, tio Paul e o filho gêmeo masculino estariam chegando e por isso fomos em dois carros.
Abracei meu pai com um nó na garganta, ele estava tão feliz que meu coração chegava a doer.
— Querido que saudade! — Vó Madalena me aperta forte, mas não me importo, meus avós sempre foram peças importantes na minha vida, e poder abraça-los e receber este carinho é incomensurável. Abraço meu avô com a mesma vontade.
Ao chegarmos em casa, um cheiro delicioso vinha da sala de jantar, mas paramos todos ao nos deparar com uma cena incomum na sala de estar...
Peter e Liv estavam em pé abraçados e chorando muito, minha mãe, tia Alice e Pauline estavam sentadas mas também choravam. A cena me chocou bastante, eu não sabia o que fazer em seguida. Fiquei parado, anestesiado, até ouvir a voz tão conhecida despertar, não só a mim mas á todos.
— O que está acontecendo aqui...? — Meu pai pergunta transtornado.
Liv
Eu estava totalmente maravilhada com a atitude da mãe de Richard, a cada palavra que ela pronunciava uma lágrima minha escorria. Eu estava tão feliz por ele. Tenho certeza que agora, pra ele, não importa o resultado do show, embora eu acredite veemente que ele será o vencedor, ele já tem grande parte do seu sonho realizado. Sua mãe apoiá-lo. Nossa, isso é tão, tão emocionante.
Pauline ao meu lado, segura minha mão, mesmo estando por fora de toda a história por trás. Ela parecia tão maravilhada quanto eu. Falando nela, mudou completamente, seu corpo criou formas espantosas, sua maturidade assustadora, estava linda, e parecia saber disso, sentia que estava muito mais confiante em relação a si mesma do que á oito meses atrás naquela praia.
Como esperado Rick mesmo se emocionando ao começar a cantar, passou para a finalíssima... Top 5, uau... no canto do palco, vi Summer vibrar a cada nota que ele cantava. Ah esses dois, ainda vou mover meus pauzinhos e será breve. Sorrio sozinha imaginando.
No fim do show estava tão cansada quanto as duas grávidas que cochilavam em suas cadeiras Tia Alice encostada no ombro de Pauline e Gracy no de Dan. Olhei para meu irmão que me olhou de volta e lançou um sorriso cativante que devolvi na mesma proporção. Ah Dan, eu te amo tanto meu irmão, não cabe dentro de mim!
Já em casa, convidei Pauline para dormir no meu quarto. Mesmo cansadas conversamos sobre muitas coisas, e numa dessas eu perguntei se ainda nutria algo por meu irmão. Ela enrubesceu na hora e mesmo que não falasse nada eu saberia a resposta.
— Ah Liv... Eu achei que não mais... mas aquele ditado... o que os olhos não vêem o coração não sente, se cumpriu assim que o vi no aeroporto. Eu sei que não deveria nutrir sentimento por ele... — interrompo.
— Por que não? — Pergunto com as mãos na cintura.
— São tantos fatores contra mim, que nem sei por onde começar. — Comenta triste.
— Pois eu acho que você está enganada. — ela franze o cenho e nega com a cabeça. — Eu sei do que estou falando Line... eu vi que o jeito que ele olhou pra você hoje. — ela arregala os olhos. — Não quero te dar falsas esperanças, mas só o que impede ele de chegar em você é sua idade. — agora ela revira os olhos.
— Acho isso uma besteira imposta pela sociedade. Olhe pra mim Liv, eu não sou uma criança. Nossos pais começaram a namorar com a minha idade. E olha hoje, são felizes e realizados. — sorrio com seu pensamento e ela me encara. —Por que está sorrindo assim?
— Eu adoraria tê-la como cunhada... — ela me dá um falso tapa no braço e rimos juntas.
Pauline me contou também que irá terminar os estudos na Inglaterra e começará um estágio na gravadora que será administrada pelo tio Jean no próximo ano. Achei a idéia bárbara. Ela adora música e tomou a decisão juntamente com os pais.
Acabamos por dormir umas 2hs da manhã, e por conta disso acordamos após as 9hs do dia seguinte, o que pra mim era inédito, mas eu precisava disso, estava ensaiando tanto que meu corpo agradeceu por estas horas de sono a mais. Juntas acordamos, fizemos nossa higiene, ainda rindo dos altos papos da noite passada descemos para tomar café na cozinha, já que a mesa estava recolhida faz tempo.
Justina nos informou que Johana foi resolver algumas coisas pessoais no centro da cidade e iria direto para o teatro depois disso, e que Tia Alice e Gracy estavam na piscina fazendo hidroginástica, coisa da tia Alice segundo Pauline.
Após o café Pauline quis me acompanhar na academia para meu último ensaio, - meu pai e meus avós estariam chegando hoje e eu queria estar com eles -... ela ficou malhando (não sei pra quê) enquanto eu treinava meus passos. Subimos para o quarto perto do meio dia. Tomei um banho e depois disponibilizei o banheiro para ela. Enquanto secava meus cabelos ruivos e observava minhas sardas no espelho, vejo pelo mesmo que Gracy abriu a porta, que certamente bateu e eu não escutei devido o barulho do secador. O desliguei no mesmo instante. Ela já estava vestida, e com os cabelos úmidos, ela nunca gostou de secá-los com secador, sempre naturalmente.
— Oi querida, atrapalho? — Pergunta já adentrando o meu quarto. Me levanto e abraço, negando com a cabeça.
— Você nunca atrapalha Gray. — Ela sorri e faz carinho no meu rosto ao me largar do abraço.
— Olha só, quero muito conversar contigo, pode ser mais tarde? Alice quer muito passear por Boston e fazer compras para o bebê — revira os olhos— quando voltar ela estará bem cansada e nós podemos conversar... o que acha?
— Tudo bem... mas com uma condição. — Ela faz cara de dúvida. — Quero ir junto, e Pauline também. — Sorrio quando ela sorri novamente.
— Mas é claro, como não pensei nisso antes. — Ela me abraça de novo e Pauline sai do banheiro.
— O que perdi? — Nos olha intrigada.
— Nada. Nós vamos acompanhar sua mãe e a Gracy em um tour por Boston, o que acha? — Pergunto.
— Não tenho escolha, tenho? — Eu e Gracy negamos ao mesmo tempo e rimos junto com Pauline.
Almoçamos, saímos de táxi e retornamos por volta das 16hs cheias de sacolas de compras. Foi muito divertido, porém cansativo. Nos esparramamos no sofá e dali não saímos.
Justina nos serviu chá e um delicioso strudell de maçã... de lamber os beiços. Eu estava tão a vontade, e tão feliz que resolvi contar meu segredo para as três... elas estavam emocionadas no final junto comigo, segui o olhar delas para o hall de entrada da casa e vi meu irmão...
— Peter!!! — Corri ao seu encontro e o abracei... não tinha me dado conta de como tinha sentido sua falta até tocá-lo, comecei a chorar, e escutei-o chorar baixinho. Ficamos assim por alguns minutos, até ouvir uma voz conhecida que me fez tremer dos pés a cabeça...
A voz do meu pai.
Eita .... Parece que as emoções serão fortes no próximo capítulo... Aliás nos próximos... Temos mais uns 4 ou 5 capítulos e o epílogo para o fim do livro 😨😨😨🙇🙇🙇
O fim também faz parte infelizmente... Não chorem senão não aguento.
Vou indo mas deixo um abraço super carinhoso pra vcs e um 😘
Gra
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