*44*
Dan
Consegui o que queria com a tia de Liv e repassei a tarefa para o tio Jean, agora o que ele faria e como faria eu não teria como interferir, me limitei a visualizar o que restava na lista... Summer tinha cedido, então descartei o plano B, faltava falar com minha mãe e Ruan, mas precisava pensar em como faria isso sem alarmar. - Isso pode esperar um pouco no final das contas, pelo menos até quinta-feira. - Pensei.
Sai do banheiro masculino do teatro, e fui em direção a sala de reuniões onde Marie e Richard aguardavam, acompanhados por Alfred, Bárbara, Ruan, a garota que foi contratada no lugar de Nataly... Belinda, acho que é isso, e nossos advogados.
Alfred deu início a reunião, afirmou que nada seria mudado e deveriam agir como se nada estivesse acontecendo, os advogados nos encheram de algumas recomendações e nos deixaram a par do que poderia acontecer e como deveríamos agir caso acontecesse, pareciam confiantes assim como Marie Taglioni que pouco parecia se importar com o que acontecia, ao contrário de Rick que sabia que isso poderia acabar com seu sonho. Eu pedi desculpas a Marie e ela mesmo com uma arrogância disfarçada me surpreendeu com sua resposta.
— Você falou a verdade, e não denegriu a imagem de meu filho... ficaria chateada se fosse o contrário. — E deu um sorrisinho grato.
Já com Richard não foi algo tão fácil assim. Ele mesmo me chamou para conversar em particular.
— Você não precisa falar da minha mãe daquela forma. Apesar de tudo ela é minha mãe e tem um nome a zelar. — Disse sério.
— Richard, acredito que a essas alturas do campeonato o nome da sua mãe pouco importa pra ela. Ela está preocupada com você e com seu sonho. — ele não respondeu, mas pareceu cético.
Eu realmente espero que isso acabe bem. Independente de quem for o vencedor.
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Estava sem fome então não saí para almoçar. Esperei uns 30 minutos e liguei para minha mãe... - eu sei que fazia parte de um plano a favor de Liv contar tudo pra ela, mas mais do que isso eu precisava desabafar, eu queria minha mãe comigo na verdade.
— Oi meu amor... — ela atende com a voz firme mais ao mesmo tempo doce.
— Oi mãe, como você está? — forço uma voz risonha.
— Gorda! — e cai na gargalhada. — Estou aqui com a tia Alice almoçando, pensa em duas esfomeadas, todos nos olham... — escuto uma voz ao fundo "eu não sou gorda queridinha" minha mãe continua rindo muito e eu já me sinto culpado de tirar sua paz e talvez sua alegria.
— Mãe! Desculpa não queria atrapalhar seu almoço... posso ligar mais tarde e ... — ela me corta.
— Dan, entenda, você nunca vai me atrapalhar filho... nunca! Você é o oposto disso, você conserta as coisas e eu sempre vou ter tempo e vou parar tudo pra te ouvir... compreende? — Fico em silêncio com um choro reprimido na garganta, mais uma vez ouço ao fundo a reclamação da tia Alice"não acredito que você está me fazendo chorar". — Querido? Você ainda está aí?
— Sim mãe, estou aqui mas gostaria de estar aí ao seu lado.— Digo e solto um suspiro.
— O que está acontecendo Dan? — Seu tom de voz reflete sua preocupação. Merda! Eu não posso fazer isso com minha mãe...
— Nada mãe! Eu só estou com saudades... e queria... queria fazer um pedido. — Óbviamente não poderia falar sobre algo tão delicado por telefone.
— Humn — ela resmunga não acreditando no que falei. — Que pedido querido? — Pergunta finalmente.
— Seria possível você mamãe vir um dia antes para Boston? Que no caso seria amanhã? — A viagem dos meus pais, dos meus avós, e de tia Alice e tio Paul estava marcada para quinta-feira. Todos estariam vindo prestigiar a apresentação final de Liv na sexta e a final do show no sábado, a casa estaria cheia. Tio Jean e os avós de Liv também viriam. — Eu só preciso de você aqui comigo... estou nervoso. —Não era mentira, mas não também não era toda a verdade.
— Oh querido! Eu sinto tanto não estar com você neste momento... farei o possível para antecipar a viagem, mas seu pai não me deixará ir sozinha, mas não se preocupe, dou um jeito meu amor, jamais negaria um pedido como este. — Sabe quando você pode contar com uma pessoa, ela nunca te decepciona, e sempre, sempre te ajuda como pode? Esta é minha mãe... e não é só porque sou seu filho, ela é assim com todo mundo.
— Obrigado mãe, não vejo a hora de poder te abraçar e ver a minha irmã! — Digo e ela ri.
— Ai filho, você está cada dia mais parecido com seu pai... como é que você vai ver sua irmã dentro da minha barriga?? — E mais uma vez ela gargalha e escuto tia Alice se unir a ela. Um sorriso involuntário toma conta dos meus lábios. Depois disso encerro a ligação.
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O dia passou rápido, e a noite depois do jantar atendi uma timeline da minha mãe... ela havia conseguido antecipar a passagem e convencer o meu pai deixá-la vir... desde que viesse com tia Alice, que Paul permitiu vir desde que viesse com Pauline...
— Vai ter que aguentar duas grávidas e uma adolescente meu filho — diz com um sorriso triunfante no rosto.
— Eu aguento qualquer coisa, se você estiver aqui comigo mãe. — Ela sorri dessa vez com amor nos olhos.
— Amanhã no primeiro horário da manhã estaremos embarcando, chegaremos aí por volta de 11hs da manhã ok? — Confirmo e nos despedimos.
Eu estava orgulhoso, estava tudo indo muito bem, os itens da minha lista todos riscados. Então lembrei de Ruan... Ele não estava mais ali e eu não sabia onde ficava seu apartamento, por conhecê-lo bem sabia que ele não atenderia uma ligação minha. Johana não jantou em casa, certamente estava com Peter, não queria ligar pra ela enquanto ela estivesse com ele. Resolvi falar com Liv que até então só me cumprimentava formalmente, ela certamente saberia me dizer onde Ruan estava morando. Bati na porta do seu quarto... uma, duas, três vezes e nada, abri a porta e ela não estava lá, seu celular estava no criado mudo, ligar não adiantaria... procurei pela casa toda... sala, cozinha, estúdio, academia, salão de festas, área da piscina, jardins e finalmente o pomar... nada! Tentei reprimir o pânico que já consumia minhas veias.
Onde ela se meteu?
Liv
Terça-feira 08:00am
♪ Now I gotta cut loose, footloose
Kick off your Sunday shoes ♫ ♩
♫ ♩ ♬Please Louise hold me off of my knees
Jack, get back ♫ ♭
♯ ♬ ♮ Come on before we crack
Loose your blues everybody cut footloose ♪ ♯
Estávamos ensaiando a última vez a apresentação conjunta... quarta, quinta e sexta não haveria mais curso, cada um teria um belo tempo disponível para fazer o seu melhor. Eu estava ansiosa... não iria só dançar, iria comunicar-me através da dança, expressar meus sentimentos, medos e sonhos... seria uma escolha, seria uma definição.
Sigo para casa e decido permanecer focada na minha dança, almoço apenas uma salada e depois vou para a academia onde passo a tarde toda.
O clima está péssimo, Dan nem aparece mais, quando aparece eu fujo, não quero brigar, não quero conversar, não quero ser persuadida a desistir de voltar para França. Johana não está falando comigo...com razão, eu magoei profundamente o irmão dela e ainda estarei tirando o namorado dela, já que ele está decidido a me acompanhar aonde eu for...falando em Peter, nos falamos por mensagens e ligações, ele está em Jacksonville resolvendo algumas coisas para poder viajar comigo. Meu avô, me olha com pesar... não quero que ninguém sinta pena de mim... por isso prefiro ficar sozinha e ensaiar... a pessoa com quem mais estou falando no momento é Justina, que se mostrou muito feliz por Ruan e eu estarmos namorando... namorando? Ainda estamos? ...
Por mais que eu tente me focar na dança, ele não sai da minha cabeça, a sua cara de desapontamento e infelicidade quando soube que voltaria para França sem data para voltar. Ele não pensou duas vezes em arrumar as malas e sair dali... covarde? Quem? Ele ou eu?
Ainda fazendo piruetas no ar e pensando em tudo aquilo ao mesmo tempo... o som é drasticamente desligado. Paro e olho para onde estava o mini system...
—Richard! — Corro para abraça-lo. E este me envolve num abraço apertado.
— Nossa isto tudo era saudades? — ele pergunta rindo.
— Isso tudo é felicidade de ver meu melhor amigo. — ele sorri pelo nariz olhando para baixo. Não sei se realmente era isso que ele queria ouvir, mas pra mim ele é meu melhor amigo, e eu estou ciente que nunca dei outro motivo para ele pensar o contrário.
— Sempre fui e sempre serei só isso né ruivinha? — me olha divertido, diferente do que pensei. Isso me faz sorrir curiosa. — Eu sei... fica tranquila, a muito tempo não crio mais expectativas... desculpe decepcioná-la. — Sorrio largo junto com ele. —Mas confesso que pensava estar apaixonado por você, não que isso não fosse acontecer, - porque você é apaixonante ruivinha - mas estar vivendo o meu sonho de uma forma intensa como nunca esperei... me fez enxergar realmente o que quero, como se fosse um engate, que esclarecesse todo o resto da minha vida, eu estava cego por não estar vivendo o meu sonho... eu estava cego... a respeito de quem eu realmente amo e sempre amei.
Não era difícil saber de quem ele falava.
— Ela sempre esteve ali... o tempo todo, e eu a magoei profundamente... — balança a cabeça em negativa.
— Rick... — o que ele falou me empolgou tanto que acabei agarrando suas mãos, as apertando forte demais — o que você está esperando para ir atrás dela?
— Eu não sei... eu acho que perdi minha chance... fui pra falar com ela, e como sempre discutimos... e ela acabou confessando que depois do término do curso... estará indo para Hollywood, morar com a mãe dela. — diz triste.
— Mas por que não se declarou e a fez mudar de idéia? — Perguntei calma e triste por vê-lo assim.
— Eu fui para falar... mas quando vi roupas do Dan pela casa, como se ele estivesse morando ali com ela, o sangue me subiu, acabamos brigando por causa dele, de novo e ela acabou largando que iria embora. Eu não poderia falar pra ela o que sinto depois de saber disso, não posso fazê-la mudar de idéia por meu egoísmo... não é justo com ela, até porque nem sei aonde eu vou estar caso ganhe a competição.
— Você vai ganhar... e ela te ama Rick... o Dan é um grande amigo dela, assim como você é meu... por favor entenda isso. — Encerro o assunto quando ele fica em silêncio, inicio outro. — E como está a situação dos tablóides?
— Isso não me incomoda por mim, e sim por minha mãe... mas ela está tão tranquila como antes... nada parece abalar aquela mulher, gostaria de ser mais como ela.
— E é Rick, essa garra toda você puxou da sua mãe... e o que o Dan falou é verdade... ela mudou a opinião sobre você... e acho que ela ainda irá te surpreender assim como você a surpreendeu. — Ele sorri de canto e também muda o assunto.
— Agora quero que me conte tudo... tudo o que está acontecendo com você, quero que me prove que realmente sou seu amigo.
Contei... contei tudo para ele, ele merecia por ter aberto seu coração pra mim... ele também me deu conselhos valiosíssimos que eu guardei no fundo da minha alma.
Não sei como vai acabar tudo isso... mas de uma coisa eu tenho certeza... a vida sem amigos é como viver sem ter vivido, é como o céu sem estrelas, pois são eles que nos iluminam nos dias mais escuros.
Lindos e lindas bom final de semana...
Não estou conseguindo ler e escrever como antes e isto está acabando comigo... por isso sem divulgações por enquanto...
AMO VOCÊS
Gra
obs: na midea a mùsica Footloose na versão de Blake Shelton pra quem não conhece ele é um dos jurados do The Voice... e se um dia eu fosse cantar lá escolheria ele.
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