*42*
Dan
"Quarta -feira mais dez candidatos estarão fora da competição, restando apenas cinco e sábado conheceremos o grande vitorioso. Então teremos uma outra grande etapa pela frente. O público esperará do vencedor um álbum lançamento, shows e turnês. Vamos ter bastante trabalho pela frente, muito mais do que um dos nossos artistas atuantes pois este nascerá aqui e levará o nome da G&G Music aonde estiver." — é o que respondo para uma das repórteres que estão acampadas na saída do Theatre District.
"E o que o senhor tem a dizer a respeito da eliminação de Dominic Pardoat? Ela era uma das favoritas junto à Richard Taglioni." — Tento me manter neutro ao responder.
"Embora eu seja o idealizador do Show Your Talent, as decisões de quem é favorito ou não, bem como as eliminações não são de minha jurisdição. Os jurados inclusive muito bem qualificados para isto, são os responsáveis legais." — Não feliz com minha resposta ela rebate.
" E sobre o candidato Richard Taglioni, o atual favorito, ter grau de parentesco com um dos jurados?" — Era só o que me faltava... estava demorando na verdade, sabia que isto poderia acontecer dado o momento crucial do evento e Richard ser o grande favorito do público e dos jurados logicamente. Faço uma cara de ironia, afinal a repórter estava sendo irônica para não dizer sarcástica, também.
"Quem acompanha o evento desde o começo sabe que o candidato Richard e seus concorrentes são realmente bons. Independente de terem ou não parentesco com o júri. Marie Taglioni é sim a mãe de Richard... e tenho certeza que depois de 90 dias de evento mudou de opinião a respeito do próprio filho." — Acho que acabei falando demais... Só de analisar a feição satisfeita da repórter.
" Isso é tudo Senhor Saint, muito obrigada pela entrevista." — Aceno com a cabeça e entro no meu carro onde Summer esperava.
Estava cansado, porém muito feliz... E queria comemorar... James e Summer insistiram em sair para brindar o momento e junto á Hillary, Max e Kyle fomos ao pub mais próximo.
— Obrigada por defender Rick... — Summer comentou assim que dei partida no carro e eu franzi a testa em resposta. Como ela escutou? Ela balançou o celular no ar em resposta. — Estava passando ao vivo Dan... você é mais famoso do que imagina. — Sorri largo. Dou de ombros... não estou preocupado com fama agora, não mesmo.
— Aquela repórter quase me tirou do sério isso sim, e não sei não, mas acho que isso ainda vai dar pano para manga.— Comento ao estacionar o carro em frente ao pub. Entramos no local e os outros já estavam lá a nossa espera.
— Onde está Ruan? Está meio sumido ultimamente! — Hillary quem questiona e eu me pergunto se foi aleatoriamente ou ela já está sabendo do romance do momento, estreito meus olhos e percebo que não sabe, Summer tenta disfarçar tomando um gole da cerveja recém exposta à sua frente.
— Ele ficou de motorista para Liv e a irmã dela — digo a verdade— Johana também foi com eles... — somente a verdade.
— Dan!— Kyle me chama—Hoje pela manhã vi Peter e Liv no Boston Common, fui dar uma volta e os vi de longe... por acaso ele e Johana terminaram? — Eu apostaria alto ser mais uma forma de Kyle provocar, mas... pelo que sei ele é um dos únicos que não soube da história - de Peter e Liv serem irmãos!
Todos o olharam espantados, mas não demorou muito para os olhares pairarem sobre mim... soltei um riso com o nariz e baixei o olhar sem saber o que responder, Summer pegou minha mão por debaixo da mesa, garantindo que estava comigo. O silêncio continuou e Kyle estava com uma cara de quem entendia absolutamente nada, não o culpo, nem eu entendia.
Então quer dizer que ela estava no parque com Peter... ela precisa de um tempo, para lidar com o outro irmão, ela não dá conta dos dois? Fecho os olhos com força, tentando desfazer o nó na garganta e impedir a vontade de chorar, quer dizer... de gritar. Eu estava indo tão bem... eu realmente achei que nada me afetaria, eu nem vi os dois juntos, mas Kyle descrevendo foi pior que se os tivesse visto.
James com sua sabedoria, mudou de assunto, mas a noite para mim tinha acabado, eu estava presente em carne, mas minha mente estava cativa em pensamentos múltiplos de Liv se afastando de mim. O pesadelo estava apenas começando, inocente fui ao pensar que já tinha acabado. Tudo o que fazia era beber, bebi discreta e nada moderadamente. Summer me repreendia com o olhar, mas eu não estava nem aí, só sabia que dirigir hoje seria impossível.
Max e James me carregaram um de cada lado até o carro no fim da noite, me colocaram no carona. Assumindo o volante o pouco que escutei Summer falar foi:
— Vou te levar para minha casa, chegar assim na casa do seu avô, só vai piorar tudo... ai Dan, você estava indo tão bem... —Lamentou. Olhei para fora, e mesmo tonto o suficiente para ver tudo girando, respondi que não.
— Preciso enfrentar isso, estou cansado de fugir e aceitar a situação como está. — Falo com peso na língua.
— Não mesmo... enfrentar a situação neste estado, além de perigoso é ridículo, não vou deixar você fazer isso. Amanhã é outro dia... — diz.
— Amanhã não vou ter a mesma coragem... — digo olhando para ela.
— Eu vou com você... mas hoje não Dan, não vou permitir você fazer um papel desse, e acredite... amanhã você irá me agradecer.— Bufo. Ela está certa. Volto a olhar para fora.
De volta a estaca zero. Eu não sei quanto tempo vou aguentar isto tudo sem explodir.
Como pode alguém mexer tanto comigo? Ela vai voltar pra França agora? Ou o irmão verdadeiro a fez mudar de idéia?
Perdido nos pensamentos mesmo alterado pelo álcool consegui ter uma grande idéia, talvez a melhor idéia de todos os tempos... talvez teria minha irmã de volta.
Liv
Que dia!
Talvez o melhor desde que retornei para o meu país. Fecho os olhos ao lembrar com carinho a felicidade de abraçar meu pai e meu irmão. Em seis meses tanta coisa aconteceu!
Mas forcei minha mente a focar no dia presente... eu estava feliz... um sorriso genuíno não contido esboça minha face e eu me permito deitar na minha cama, abraçar meu travesseiro e relembrar cada momento dele...
Abraçar Peter pela primeira vez como irmão me fez flutuar, não mais do que as palavras que ele falou em seguida:
— Eu imaginei esse momento tantas vezes, criei centenas de cenas sonhando como seria.. mas nunca me passou pela cabeça algo melhor do que a realidade de agora... — Ele sorri com lágrimas nos olhos.
Eu estava muito maravilhada para falar alguma coisa, mas ouvi cada palavra que sua boca proferia, e enquanto ele falava admirava cada parte dele, como querendo decorá-lo com o olhar. Eu esperava que todos os anos perdidos pudessem ser recuperados dali para frente.
— Você ainda quer ir em outro lugar? — Ele perguntou depois de um tempo, e eu sinceramente não estava nem ligando mais para onde estávamos, tudo era tão insignificante perto dele. Neguei com a cabeça e então nos sentamos á sombra da árvore frondosa.
Falamos e ouvimos um ao outro durante quase três horas, um tempo que nunca seria suficiente. Pedi desculpas por minha mãe, e mostrei o diário que procurei logo após ter ouvido a verdade no dia em que tudo veio á tona, ele me contou sobre meu pai e me entregou um pequeno embrulho dele.
— Olívia, em nenhum momento, meu pai, nosso pai, me fez odiar sua mãe, muito pelo contrário ele a amava tanto que me fez amá-la também... tudo o que ele conhecia de Selena ele me contou, embora não fosse toda a verdade, ele acreditava que ela tinha motivos e razões suficientes para obedecer os pais, afinal ela ainda era uma criança aos olhos da sociedade. — meus olhos embaçados pediam para que ele não parasse de falar. — Aí neste pequeno pacote, encontra-se cartas, fotos e alguns objetos que ele fez questão de guardar para te entregar, abra quando estiver preparada, ele confiou á mim logo antes de falecer, e além disso me fez um pedido muito especial e irrecusável. — respirou fundo antes de continuar. — Pediu que eu nunca desistisse de te encontrar, contar a verdade e cuidar de você. — Não consegui mais conter as lágrimas que eram compostas de uma saudade desconhecida, alegria por estar vivendo uma parte da minha vida que não tive a chance de viver antes, e uma esperança que tudo seria diferente para melhor afinal e eu estaria recebendo um novo ser na minha vida, tão importante quanto Dan.
Ele me abraça forte, mesmo assim um abraço carinhoso e fraterno. Depois disso o atualizei sobre a vinda de minha tia para cá, inclusive sua chegada em poucas horas, e sobre meu possível retorno á França.
— Eu vou com você! — Ele diz com uma expectativa real. Minha boca e minhas sobrancelhas se expandiram. — Não quero passar mais nenhum segundo longe de você Liv.
Não tinha argumentos contra o que Peter queria, ele me queria por perto, e eu não podia negar que também o queria. Já que o passado não colaborou conosco, agora o presente estaria sob nosso comando.
Eram quase 13:00hs da tarde quando saímos do parque e nos encontramos com Johana no shopping onde ela esteve durante o tempo que estivemos conversando. Almoçamos com ela e a deixamos no teatro, depois fomos buscar minha tia no aeroporto.
Peter nos deixou em casa e foi embora nitidamente contrariado, mesmo com todos os meus pedidos para que ficasse. Ele sabia tanto quanto eu que a conversa com minha tia era extremamente necessária.
A casa estava vazia, todos estavam no teatro se preparando para a grande noite com exceção é claro de Justina, que tratou logo de arrumar uma bela mesa de café da tarde para a visita.
Por mais que eu quisesse ou a pessoa merecesse, jamais conseguiria tratar alguém com indiferença ou de forma grosseira, sobretudo minha tia. Ela parecia estar se sentindo culpada o suficiente por esconder a verdade por tanto tempo. Estava com um semblante cansado e me olhava com pesar.
— Tia por favor não sinta pena de mim... Eu estou bem apesar dos pesares. — Indaguei assim que tive a oportunidade de ficar sozinha com ela.
— Ah querida... Eu sinto tanto... Eu nem sei como agir. Sua mãe me fez prometer que nunca te contaria nada e eu nunca me perdoarei por ter prometido. — Ela falou sem chorar mas conseguia perceber o quanto estava arrependida.
— Tudo bem tia... Eu só peço que nunca mais me esconda nada e me conte tudo absolutamente tudo sobre o que sabe sobre o relacionamento dos meus pais... Essas informações são tudo o que tenho. — Falo sem cerimônias, estou ansiosa por saber cada detalhe... Peter me confidenciou muita coisa... Mas eu queria ouvir todas as versões possíveis antes de falar com minha mãe e abrir o embrulho de meu pai que seria como conversar com o próprio.
Ela abriu o jogo, mostrou as cartas e a medida que ia me revelando o que guardava, era notável a sua tensão diminuir, praticamente via um peso ser arrancado de seus ombros e uma paz brotar em seu interior, seus olhos revelavam essa paz como janelas da alma. Eu degustava toda e qualquer informação, tudo era precioso.
No final da tarde choramos abraçadas numa torcida interior para que minha mãe reagisse de uma forma similar. Tia Úrsula não sabia do falecimento do meu pai e ficou comovida, tinha certeza que minha mãe também desconhecia e estremeceu imaginando a forma como receberia a notícia.
Mesmo cansada ela fez questão de me acompanhar na noite de Show... Curtimos e torcemos juntas por Richard que estava perfeito em sua apresentação e no final da noite voltamos com Ruan para casa recusando uma saída de comemoração com Dan, devido ao cansaço.
E agora aqui estou... cansada sim, porém extasiada, ainda abraçada ao meu travesseiro adormeço sorrindo.
Lindas e lindos do meu ❤... Demorei mas consegui postar...
Espero que tenham gostado...
Desejo uma ótima noite e uma excelente semana.
Papai do céu abençoe vocês aonde estiverem!
Beijinhos da Gra
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No divulgation!
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