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*4*


Liv


  — É... até que ficou legal!— Falei para mim mesma quando enfim terminei de ajustar o último detalhe do quarto - que era da minha mãe e que agora de acordo com minha avó seria de hóspedes-, uma pintura que ela tinha feito e eu mandei emoldurar! Se tratava de uma garota numa floresta imensa sentada em um balanço feito de um pedaço de madeira bruta, suspenso por cipós. A data da pintura era de quando ela tinha uns 12 anos, e mesmo depois de tanto tempo estava intacta e realmente muito expressiva. 

Depois disso coloquei as últimas peças de roupa que tinha usado durante a semana dentro de uma das minhas malas. E saí do quarto para fazer a última refeição - café da manhã -  com toda a família Carsten reunida, era a minha deixa, minha despedida deles, porque depois Dan viria me buscar para almoçarmos com a outra família no Restaurante Amon!

  — Tem certeza que não quer ficar para o almoço, Olie? — Minha avó perguntou na frente de todos durante o café. Eu fiquei vermelha e interiormente zangada com ela. 

  — Vovó, eu realmente preciso ir, desculpe! — Disse com tom baixo para que ninguém percebesse minha voz trêmula. Eu sabia que minha avó tinha se segurado durante a semana que se passou, para não falar mal do meu irmão e principalmente do meu pai. E eu estava torcendo para que continuasse assim, pois não queria brigar antes de ir embora dali. Eu já tinha feito um esforço tremendo mantendo meu controle e bom senso com minha tia Úrsula no dia da minha chegada quando esta veio ter uma conversa de "mulher para mulher". Depois de perguntar coisas básicas, como o que eu faria em Boston, e quais meus planos além do estudo, veio com um papo estranho a respeito do Dan. Meu sangue ferveu. Podem falar de mim, da minha mãe e até do meu pai, mas do Dan? Não, por favor não!

— Querida, á respeito do seu irmão... você já deve ter percebido como ele é bonito, e apesar disso nunca teve uma namorada de verdade. Você sabe o por quê? — Esta pergunta até poderia responder de boa.

  — Dan, fez planos desde muito novo assim como eu, e assim como eu ele não queria se apegar em nada e ninguém. — Ela me fitou séria, analisando-me por uns segundos.

  — Isto é muito estranho sabia? Vocês dois são muito estranhos, não parecem irmãos... isso me preocupa Olie.  

— Primeiro tia, não somos estranhos, somos irmãos! Segundo nem minha mãe se preocupa tanto, e em terceiro tia Úrsula, por favor não me chame de Olie! — Falei calma, segurando minha raiva.

— Desculpe Olívia!— Ela deu ênfase no meu nome.— Mas irmãos não tem esse carinho todo, eu e Yuri até hoje mal nos abraçamos! Apesar de amá-lo muito! 

— Pois eu lamento muito por vocês, mas acredito que isso se deve ao fato de que vocês não foram arrancados um do outro quando pequenos.

— E você acha que agiriam de forma  diferente se tivessem sido criados juntos? — Ela ergue uma sobrancelha sugerindo que não! 

— Talvez sim, talvez não, isso já não posso responder... mas tia... por que tantas perguntas? Por que tanta implicância com meu pai e meu irmão? Eles me fazem muito bem. — Digo impaciente.

— É só cuidado querida, não fique chateada comigo, ao invés disso, se um dia precisar de algum conselho, pode me procurar, ligue, mande uma mensagem ou um e-mail. Ok? — Reviro os olhos e libero a tensão que já tinha se formado, sorrindo, e lhe dando um abraço. 

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Graças á Deus minha avó se controlou e eu saí em paz da casa dela. Assim que entrei no carro de Dan, suspirei recostando minha cabeça no banco carona, e ele sorriu acompanhando meu alívio. 

O Restaurante Amon continuava aconchegante como da última vez em que estive ali, mas não importava o lugar pois com aquela família eu ficaria confortável onde quer que fosse. Rever meus avós, James e Madalena, meu avô Alfred e sua esposa Bárbara, meus tios Jean e Elise, meu priminho Elijah, meu pai e madrasta com os quais me sentia muito bem, era muito bom, sem contar meu irmão.

— OLívia! Que prazer em revê-la minha querida neta! Não sabe o quanto sentimos sua falta e como estamos felizes por finalmente estar voltando para nós, mesmo que ainda ficará distante e levará o Daniel consigo! — Minha avó Madalena foi quem falou sorrindo e me abraçando em seguida.

— Também estou muito feliz vovó, não sabe o quanto! Quanto ao Dan, cuidarei bem dele, prometo!— Falo para ela e pisco para meu irmão que nos observava sorrindo.

— Temos certeza que um cuidará do outro! — Minha madrasta completou já nos encaminhando até a mesa onde pude conversar e matar as saudades de todos... 

Depois fomos para a casa e passei o resto do dia com Dan - enquanto os preparativos para a virada estavam sendo executados por minha avó, madrasta e Bárbara - planejando nosso futuro promissor, e também assuntos corriqueiros, como a Nataly por exemplo. Quando ele me contou sobre sua última visita não me aguentei e comecei a rir... — Incesto? De onde ela tirou isto? —Eu gargalhava com ele. Mas de repente eu fiquei séria e ele estranhou. 

— O que foi Liv? Ficou chateada com isso? — Perguntou.

— Isso não me deixou chateada, eu sei que nossa relação de irmãos é peculiar, eu entendo que as pessoas achem estranho e até como se comportam em relação a isso. Mas e você? O que achou disso?

— Eu? Eu só fiquei surpreso na hora, mas me dei conta que aquela garota é louca! Quero que fique claro que me importo mais com o que você pensa do que do que com qualquer outro. Prometa que isso não vai nos afastar! — Ele diz segurando minha mão forte.

  — Você está brincando? Depois de tudo o que passamos longe um do outro, você acha mesmo que algo pode nos afastar? — Olhei bem sério para ele, penetrante. — Só duas pessoas podem nos afastar um do outro! — Sua expressão de interrogação transformou-se em uma pergunta quase monossilábica!

  — Quais? 

Eu sorrio serena e digo: — Você e eu! 




Eu concordo com a Liv, mas acredito que não será fácil ... já podem imaginar o que vem pela frente?

Não posso dar spoiler, mas prevejo um futuro cheio de revelações e tretas... adorooo...

Ah, a partir do próximo capítulo as coisas vão acontecer mais rápido, estes capítulos iniciais se deram sem muitas emoções mas são necessários para entender a história no futuro. 

Espero que continuem acompanhando...

Agradeço pelos votos e comentários... e prometo responder...

Beijinhos da Gra.

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