*23*
Liv
Viro a esquina da rua onde Rick mora, ofegante, pingando do suor e com a garganta seca já que a garrafinha de água não deu nem para o cheiro. Espero que ele fale comigo ao menos para eu poder pedir um humilde copo de água. Fiquei fazendo suposições na mente o caminho todo, o que poderia falar para ele? Se a sra. Taglioni estivesse lá? Se ele batesse a porta na minha cara ou não estivesse em casa? Nada do que pensei aconteceu, quando me aproximei de sua casa, uma bela mansão aliás, ele estava lá do lado de fora lavando seu carro. Eu sorri nervoso e entrei sem nem ao menos chamá-lo.
— Acho que estou com inveja do seu carro. — Comento tímida, colocando as mãos em meus joelhos demostrando o meu cansaço. Rick me olha assustado a princípio, mas depois volta a lavar o carro. Fico em silêncio, mais para voltar o fôlego do que para outra coisa, mas ele acaba falando.
— O que faz aqui? — Ele foi direto ao ponto. Não sei se gosto ou não disso.
— Bom... sai pra correr... — paro de falar pra retomar o ar que ainda não estava 100% no meu pulmão — e vim parar aqui... minha água acabou e quando te vi aqui parece que vi um oásis!!! — Ele parece ensaiar um sorriso, mas não cede.
— Tem um empório a 200m nesta mesma rua. — Ele tenta parecer frio. Mas o pouco que o conheço sei que está se fazendo de difícil.
— Bom, eu não trouxe dinheiro, e sei que foi uma idéia estúpida, sair de casa sem água suficiente, sem celular também... mas acredite... foi por uma boa causa. —Falo já recobrada de ar, embora minha boca estivesse clamando por algo líquido. Cruzo os braços e ergo as sobrancelhas até que ele sem olhar para mim desliga a mangueira que lavava o carro e faz um sinal para que o seguisse até dentro de casa. UFA!
A casa é tão bela e grande quanto a do meu avô... ele me guiou até a cozinha que era toda em aço inox. Abriu a geladeira e pegou uma jarra com suco de laranja, alcançou dois copos da cristaleira e serviu. Sentou-se em um dos bancos da bancada e eu entendi que era para eu fazer o mesmo. Tomei uma boa quantidade de suco... provavelmente teria que pedir para ir ao banheiro em breve!
— A Sra Taglioni está em casa? — Pergunto para quebrar o silêncio.
— Não! Ela saiu com Summer e a mãe dela. — Ele respondeu rodando o copo em cima da bancada com uma mão e com a outra segurando o queixo.
— Humn... E você não quis acompanhá-las? — Ele me olha com cara de "sério que vai me fazer perguntas deste porte?" — Acho que isso está óbvio! — Digo sem graça. — Bom... Rick eu vim pra falar com você sobre a sua participação no Show your Talent... Summer me falou que você não iria mais participar... eu gostaria que reconsiderasse.
— Reconsiderar? Para que? Pra você não se sentir tão culpada por seu namoradinho a ter convidado para ser jurada, sabendo que eu já estava inscrito? — Ele diz furioso. E eu prefiro pensar que é por causa da inscrição ... ignoro a parte do "namoradinho".
— Você está sendo infantil! — Ele me encara impassível. — Vamos lá Rick, o problema aqui é você... você não quer enfrentar sua mãe. Você já se considera derrotado antes mesmo de tentar. Qual é ... vamos lá... essa é a melhor chance da sua vida sim... justamente por isso. Ela vai poder te ouvir de fato, ela vai te ver tocar, dançar, cantar, já pensou que ela usou isso como desculpa? Já pensou que ela talvez queira quebrar a sua postura de arrogância, que ela quer ter uma chance de te admirar sem precisar sair do salto?
— Se ela pensa assim ela é uma hipócrita. — Ele diz depois de bufar.
— Eu sei que você pode vencer esta batalha. — Digo transparecendo toda a minha certeza.
— Como você sabe? Você nunca me ouviu tocar, nem cantar. — Ele pergunta calmo meio que impressionado com a minha certeza.
— Não preciso, apesar de querer te ouvir... eu sei que você pode vencer porque os seus olhos brilham quando você fala de música, porque mesmo não tocando, consigo sentir a essência saindo dos seus poros como se fossem feromônios da música... —gargalho e ele me acompanha depois de fazer uma careta... —Eu sei que você pode vencer, porque você foi criado para isso. A sua mãe tem a mesma essência... só que você não precisa usá-la da mesma forma que ela. —Pego em sua mão. O vejo engolir seco. —Rick, se você não enfrentá-la agora, e quando digo enfrentá-la é no bom sentido... talvez você não consiga mais. Essa é a oportunidade de unir o útil ao agradável. E se você disser sim... eu estarei lá pra te apoiar. Literalmente... — sorrio — porque eu vou trabalhar nos bastidores! — Os olhos dele estão marejados e então como que para espantar as lágrimas ele olha pra baixo e sorri singelo.
— Obrigado! — Ele sussurra.
— Eu que te agradeço por esse suco de laranja... sério... ele salvou a minha vida! — Ele sorri agora abertamente e me abraça. Seria bem melhor se eu não estivesse tão suada, mas ele não pareceu se importar...
— O que vai fazer agora? — Ele me pergunta.
— Humnn, neste momento estou criando coragem de voltar para casa, mas agora vou andando! — Faço uma cara de cansada.
— Depois eu te levo... mas agora quero que venha comigo. —Ele me puxa pela mão e me leva até seu quarto. Um quarto típico de garoto, se não fosse por uma coleção imensa de guitarras e violões... tinha também uns dois teclados, uma bateria eletrônica e havia isolamento acústico em todas as paredes... este devia ser o melhor lugar do mundo para Richard.
Ele me fez sentar em um dos puffs super confortáveis do quarto, escolheu um dos violões e sentou na cama de um jeito largado de frente para mim... e ali ele tocou e cantou ... -Just The Way You Are de Bruno Mars - ... tocou... cantou... e acho que se declarou.
Dan
Fui dormir feliz com a notícia que teria mais uma irmãzinha, acordei decidido a falar com Liv e acabar com esse clima instalado a tanto tempo, a poeira baixou e eu não aguento mais ficar longe dela. Resolvo bater a porta de seu quarto antes de descer para o café da manhã, mas ela não responde, então acredito que já deve ter descido.
Na sala de jantar já estão todos a postos, mas Liv, não!
— Bom dia Daniel! — Bárbara cumprimenta com um largo sorriso.
— Bom dia... para todos! — Me sento.— Alguém viu Liv? — Pergunto.
— Não! Deve estar dormindo ainda! — Meu avô quem responde.
— Liv dormindo? Duvido muito... ela é sempre a primeira a levantar. — Johana quem argumenta.
— Deve estar no banho então, ela sempre malha aos sábados. — Justina diz.
Ruan troca olhares comigo... sei não...
— Coma Daniel, e depois se quiser me acompanhar até o aeroporto junto a Ruan, vamos recepcionar os funcionários de Jacksonville.
— Claro vovô... — Digo pensativo.
Não consegui comer muito. Assim que meu avô se retirou eu fiz o mesmo, e corri andar a cima... bati na porta com mais força. — Liv? Liv?— Quando não obtive resposta, não aguentei e entrei... ela não estava lá... corri para o banheiro, e nada. Olhei em volta o celular dela estava no criado mudo, e foi inútil tentar alguma pista nele quando este estava bloqueado. O joguei com raiva na cama. Ruan e Johana entram no quarto.
— Onde está Liv? —Ruan pergunta aparentemente preocupado.
— Não sei... — Você vai ter que ir com meu avô no aeroporto, eu não vou... — Meu celular toca e eu atendo torcendo para que fosse minha irmã... atendo sem ver quem era...
— Alô... Liv?— Fui atendendo.
— Liv? Ainda não pintei meu cabelo de ruivo... — Era Summer.
— Ah! Sam é você?! — Perguntou em tom preocupado e descontente.
— Nossa... quanta entusiasmo Daniel... se quer tanto falar com Liv, ligue pra ela ou eu passo o meu celular para ela.
— Não é que... o que? Você está com ela?
— Não exatamente, ela está com Rick... e eu estou na casa dele com minha mãe... — Respirei aliviado, mesmo que ela estando com Rick, foi esse o primeiro sentimento que eu senti... Alívio.
— Não tudo bem! Eu só não sabia que ela tinha saído. Ela deixou o celular em casa e...
— Tá, vamos ficar falando da sua maninha ou podemos conversar assuntos aleatórios também... — Sorri diante de seus ciúmes, duplo ciúmes.
— Na verdade Sam, tenho que receber os funcionários da matriz no aeroporto em 30 minutos, mas prometo que te ligo mais tarde e marcamos algo. —Johana revira os olhos e Ruan está impaciente para saber de Liv.
— Tudo bem então... e ah... não espere sua irmãzinha tão cedo hoje... ela está totalmente entretida no quarto do Rick... — Engulo seco com sua última colocação. Summer poderia ser menos inconveniente ás vezes. — Tchau Dan! — Ela diz e desliga ao ver que conseguiu me deixar sem palavras.
— Pelo amor de Deus, onde está Olívia, Daniel ... fala logo. — Ruan pergunta assim que guardo o celular no bolso.
— Nossa gente, pra que todo esse desespero, a minha amiga sabe se cuidar... — Johana fala mas ambos a ignoramos...
— Acredite, você não vai querer saber... mas ela está bem! — Ruan fricciona as mandíbulas e eu sei que ele já sabe... — Agora vamos... Alfred está nos esperando para irmos. Vamos trabalhar que ganhamos mais...
— Vocês dois precisam relaxar... nossa, muita tensos. — Johana comenta e deixa o quarto, em em seguida saímos em silêncio.
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A plaquinha estendida na mão de Ruan... G&G Jacksonville, nos deixou à mostra para aqueles que nos procurariam assim que saíssem no portão de desembarque... e logo 3 rapazes tão jovens quanto Ruan e eu vieram sorrindo em nossa direção, e logo atrás deles uma a garota também jovem e... mas... o quê?
—Nataly? —Sussurro... Não é possível, o que essa garota fazia ali? Só pode ser um engano.
— Prazer Senhor Saint, sou James Brunet, este é Max Balduing, Kyle Moor... e
— Nataly Preston! — Ela mesmo fala cortando o tal James.
— Sim, Nataly... já ouvi falar de você! — Meu avô fala e eu franzo o cenho.
Eles cumprimentam a Ruan e a mim, Nataly por último me dá um abraço. Agradeço mentalmente por ninguém perceber por estarem numa conversa ente eles.
— Danizinho... que bom te ver! — Danizinho agora é seu chefe... então me respeite... Penso!
— Nataly... o que faz aqui? — Pergunto me fazendo de desentendido.
— Poxa... que recepção hein! —Ela faz uma cara de falsa decepção e eu me seguro para não bufar e revirar os olhos... preciso manter minha postura de empresário.
Mas que porcaria, por que eu não averiguei quem seriam os funcionários enviados por meu pai, mas como eu poderia saber?
— Desde quando você trabalha para o meu pai? — Pergunto retirando suas mãos do meu peito.
— Desde que você veio para cá meu amor... e quando surgiu a oportunidade de vir para cá, fiz de tudo para ser uma das escolhidas. — Dou um sorriso forçado.
— Bem, vamos levar os cavalheiros e a dama até o hotel. — Meu avô comanda, viemos em dois carros para que todos pudessem ser bem acomodados. Nataly não desgrudou de mim e por isso fomos Ruan , ela e eu no meu carro.
Ruan no banco de trás... é... ela sentou na frente... me olha com expressão curiosa... e eu estou aqui pensando que minha vida pessoal está tão ruim que não sobrou espaço... e invadiu minha vida profissional.
Ai coitadinho do Dan... a Nataly consegue ser pior que a Summer... na verdade gente a Summer é muito legal perto da Nataly... será que o Dan vai aguentar a patricinha durante o verão todo? Melhor... será que alguém vai aguentar? Good question...
Por outro lado... amei a parte da Liv... ela falou coisas tão bonitas para o Rick... coitado agora que se apaixona de vez... muitas emoções no próximo capítulo... chega sexta....
E abaixo Dan com cara de bravo... foi a cara mais brava que consegui achar no google... fica lindo de qualquer jeito ... não adianta. kkkkk
P.S: Vai ter bônus de 2K antes de sexta.
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Divulgação desse capítulo.
Nome do Livro: Gancho
Autora: @SDNaath
Categoria: Fantasia.
Sinopse: Todos conhecem a história do Capitão Gancho o maior inimigo de Peter pan, aquele que tenta conquistar a terra do nunca,mas como ele foi parar lá?Como ele conseguiu sua tripulação? Será que se apaixonou? ... e essa paixão esconde um segredo por trás dessa história. Vou contar uma história totalmente diferente das que vocês já conhecem...
Nota da Leitora: Adoro este gênero, adoro Peter Pan, e o livro está me fazendo amar GANCHO...sim tenho uma quedinha por vilões também, kkk, mas só tem 4 capítulos, quem sabe a autora não se anime se tiver novas leitoras? Eu estou ansiosa.
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