Capítulo 30 - Quebra-cabeça
A parte em itálico entre aspas é uma lembrança.
Contém 3300 palavras.
Boa leitura 🩷
A alegria pelo treinamento se esvaiu assim que escutei sobre Yuto, não que estivesse realmente surpresa por ele estar livre, pois sei que ele não continuaria muito tempo preso, ainda mais com a falta de provas concretas, mas não posso negar o quanto isso me deixou aflita. Somente o pensamento dele fazendo algo, é totalmente aterrorizante, principalmente agora que estava começando a sentir que as coisas estariam se encaixando, com minha recente melhora no treinamento, afinal, consegui dominar uma técnica que após seu criador, apenas o Yondaime dominou.
Contudo, deveria adivinhar que não seria tão simples, pois quando foi?
Desde o início, meu treinamento ninja teve várias reviravoltas, isso tirando minha vida privada, então é óbvio que seria difícil.
A chegada da noite anunciou nossa partida, embora tivesse a mão de Gaara entrelaçada a minha, ainda sim ela não paravam de tremer, a medida que caminhávamos rumo ao clã Tadashi, com apenas o som distante do vento soprando através das árvores, deixando o ambiente mais aterrorizante.
Quer dizer, vamos violar um túmulo!
Não exatamente, já que vamos apenas examinar onde meu pai biológico está, mesmo assim não deixa de ser estranho.
— Sakura, pare de ranger tanto os dentes, do outro lado dá para escutar — Orochimaru sussurra contrariado.
Suspiro resignada e um tanto irritada.
— Desculpe se não estou tão a vontade em violar um túmulo como você! — resmungo contrariada.
Orochimaru parou abruptamente, me olhando sério.
— O que quer dizer com isso? — sua voz soou levemente irritada.
— Não se faça de inocente! Você violou vários túmulos para pegar DNA para seu jutsu do Edo Tensei — reviro os olhos.
— Meu jutsu! — Tobirama resmunga indignado.
Quase sorri ao vê-lo bravo por conta disso, mas o olhar irritado do sannin das serpentes me manteve alerta, Orochimaru está ao nosso lado, mas não posso esquecer quem ele é.
— Para seu governo, era Kabuto quem fazia isso para mim! — Orochimaru replica irritado.
Grande mudança! Ele era o mandante!
— Certo, acredito que não importa muito esse assunto, vamos nos concentrar nessa missão e manter o silêncio! — Gaara vocifera ao ver que eu retrucaria, pelo visto estávamos fazendo mais barulho que o indicado para uma missão de infiltração.
Senti a vergonha tomar conta, minhas bochechas ficaram quentes, certamente vermelhas.
— Desculpa!
— Hime, normal estar nervosa, não precisa se desculpar — Gaara sussurra para mim, sorrio leve, retomando o olhar para frente.
O clã fica nos limites da vila, e seu cemitério ao final, parecendo quase outro lugar, visto o clima mais ameno, mesmo em meio ao deserto árido de Suna. Estendendo-se horizontalmente, com fileiras bem organizadas já podendo serem vistas da entrada, extensos portões de ferro, protegidos com uma barreira de chakra.
— Que barreira é essa? — pergunto curiosa.
— São barreiras do clã, para evitar que terceiros entrem no cemitério — Gaara responde sério.
— Como vamos entrar? — olho confusa em sua direção.
— Você vai na frente, precisa autorizar nossa entrada, a barreira vai reconhecer seu chakra — ele responde simplista.
— É uma boa ideia fazer isso, um ninja esconde muitos mistérios em seu corpo, deveríamos ter adotado isso em Konoha — Tobirama admite, analisando criteriosamente ao redor.
— Isso é verdade, nunca consegui pegar uma amostra de um membro do clã Tadashi — Orochimaru responde com um sorriso.
Olho atenta para seu rosto iluminado, mesmo em meio a pouca luminosidade do local, dada pela fraca luz da lua.
— Não está pensando em fazer algo com meu pai, não é? — pergunto irritada.
— Não farei nada além do que viemos fazer aqui, não precisa se preocupar — Orochimaru responde com descaso.
— Por que está ajudando? — Tobirama o olha desconfiado.
Orochimaru revirou os olhos, sem se importar com a analise.
— Pelo prazer do desafio — ele respondeu divertido.
Como se isso fosse verdade!
Essa cobra quer alguma coisa, mas infelizmente precisamos dele, então, por enquanto precisamos lidar com ele, só espero que as consequências não sejam mais desastrosas.
Caminho em direção a entrada, passando pelo véu que cobre o lugar como uma cortina, passar por ele é como transpassar uma fraca linha d'água, estranhamente calma, mas ainda sim desconfortável.
— Podem entrar — autorizo eles.
Eles caminham rapidamente em minha direção, fazendo uma breve careta ao passar pela barreira.
— Sabe onde está localizado? — pergunto ansiosa para Gaara.
— Sim, ao centro do cemitério, ele está perto dos antigos líderes do clã.
Sentindo a mão firme dele entrelaçada a minha, começamos a caminhar rumo ao centro, nos movendo furtivamente, nossas sombras se misturando com as lápides antigas e musgosas. A área no interior é totalmente diferente do que o esperado, cercada por uma pedra antiga, coberta por musgo e líquen, cada túmulo marcado por uma lápide esculpida com o símbolo de Sunagakure e do clã, adornadas com ricos desenhos únicos para cada um ali, pequenos canais de água percorrendo o ambiente, deixando o ar mais úmido e o som tranquilo pelo encostar do vento contra as correntes d'água.
A luz fraca e pálida da lua pareceu pairar sobre nosso pequeno grupo, a medida que caminhávamos, cada instante sentia meu coração bater forte, a ansiedade misturada com o medo, ainda que existisse a determinação por querer acabar com isso logo, também existe o receio, esse que me fez segurar mais forte nas mãos de Gaara, afundando sem querer a unha em sua pele, em reposta ele apenas acariciou minha palma com o polegar.
O nome do meu pai finalmente surgiu, ver sua lápide deixou a situação mais real. Tobirama parou ao meu lado, com os olhos atentos ao redor, já Gaara moldou mais seu corpo perto do meu, numa atitude protetora, enquanto Orochimaru observava tudo com interesse estranhamente genuíno.
— O que faço? — sussurro angustiada.
Gaara me puxa para mais perto, ajoelhando-se rente lápide.
— Coloque sua mão aqui — ele aponta para o símbolo do dragão — E deixe o chakra fluir.
Coloco a palma da mão trêmula contra o símbolo, uma luz suave emanou dela, e a a lápide começou a se mover, lenta e tortuosamente, revelando o caixão dele.
— Deixe sua palma pairar sobre o caixão, que ele se abrirá.
Sigo a orientação de Gaara, com um esforço mental extremo, sentindo a tensão percorrer todo meu corpo, o silêncio percorreu o local quando o corpo bem conservado foi revelado. A situação em si já me deixou completamente exaurida das minhas forças, mas vê-lo dessa forma, foi um choque, sinto meu corpo ser puxado por Gaara, seus braços me apertando, enquanto seus lábios beijavam delicadamente meus cabelos, nem ao menos percebi que comecei a chorar, até a voz doce dele ecoar em meus ouvidos.
— Hime... me perdoa por trazê-la aqui...
Como me controlar?!
O homem deitado ali é meu pai, nem ao menos pude conhecê-lo e isso é cruel demais!
Senti a movimentação de Orochimaru, ele quase brilhando pela curiosidade científica, irritando não somente a mim, mas Tobirama, que se colocou ao seu lado, analisando criteriosamente cada examinação que o sannin fazia no corpo. Mantive minha cabeça no peito de Gaara, sem coragem para olhar o que acontecia, meus sentimentos não estão em ordem, mas sei que preciso ser forte, embora não consiga agora.
— Isso não está certo! — Orochimaru murmurou.
Me afasto de Gaara, olhando rapidamente para Orochimaru, a expressão dele mudou completamente, sua confusão ficou mais evidente conforme ele seguiu examinando o corpo mais de perto, com um aparelho pequeno de radiografia em mãos.
— O que aconteceu? — pergunto aflita.
— Esse corpo... não é Hiroki Tadashi — Orochimaru balbucia incrédulo.
O quê?
Senti um arrepio percorrer minha espinha.
— O que quer dizer? — Gaara me puxou para suas costas, olhando o corpo atentamente — Não tem como ser outro, o chakra de Sakura abriu o túmulo, não aconteceria se ela não fosse da família.
— Esse corpo pertence a outra pessoa, o pai dela morreu jovem e esse aqui é de um senhor de aproximadamente sessenta anos, é provável que seja um parente — Orochimaru responde sério.
Tobirama tomou o pequeno aparelho de Orochimaru, avaliando por si próprio por alguns instantes, antes de franzir o cenho, acenando para o sannin.
— Tem certeza disso? — Gaara pergunta incrédulo.
— Totalmente, não dá para se enganar fazendo um exame assim, principalmente pela nossa medicina mais avançada — Orochimaru responde, me olhando com o cenho franzido — Esse corpo pertence a outra pessoa, alguém substituiu o corpo do seu pai.
A revelação caiu feito uma bomba, me deixando completamente sem chão.
O que está acontecendo?
Por que meu pai não está aqui?
Quem teria motivos para esconder... não, isso não é possível!
Yuto teria violado o túmulo do próprio irmão, somente para evitar que descobríssemos a verdade?
— Isso não vai ficar assim! Esse desgraçado vai pagar por tudo que está fazendo!
A raiva brutal tomou conta do meu coração, como um fogo crescendo e devastando tudo, deixando apenas a sensação de pura ira.
Como puderam violar o corpo dele?
Ele não merece o descanso após ser assassinado?
A raiva se transformou numa dor profunda e esmagadora, toda a esperança de finalmente fechar o caso se esvaindo, pois mais uma vez estamos de volta para o jogo doentio daquele miserável.
— Sakura!
Meu corpo cambaleou, toda a força se esvaindo como se tivessem me tirado da tomada.
— Dói! Isso dói demais, por que ele quer me ver sofrer tanto assim? — pergunto num choro compulsivo.
Gaara me segurou firme, mantendo meu corpo perto do seu.
— Hime, isso não ficar assim!
— Esse maldito... fez ele sofrer... mesmo após a morte!
Sinto Gaara me embalar, enquanto tentava controlar suas próprias lágrimas por me ver dessa maneira.
— Orochimaru, colha todas as amostras para descobrirmos de quem é esse corpo— escuto Tobirama ordenar para o sannin, então sua voz ficou mais suave — Gaara, leve ela daqui, assumirei a investigação, apenas cuide dela.
Gaara não respondeu, apenas começou a caminhar, enquanto murmurava que tudo ia ficar bem.
A sala estava silenciosa, repleta de pergaminhos e documentos antigos, o ar carregado de poeira e cheiro de papel envelhecido impregnando todo local. Logo que consegui todos os documentos possíveis, parti para casa, encontrando Ino sozinha, aparentemente Shikamaru chamou novamente por Tsunade, embora a loira garantisse que estava tudo sob controle, senti vontade de largar tudo correndo para ficar junto da minha irmã, após ver Sakura chegar em casa carregada por Gaara, a pressão de Temari aumentou, deixando todos nos em pânico com as duas. Minha irmã por conta da doença misteriosa que hora os sintomas são controlados, hora eles surgem com força total, já Sakura é apenas exaustão física e mental, mas que não deixa de ser preocupante.
Que ajuda eu seria lá?
Sei que Shikamaru está apavorado, Temari provavelmente pilhada com toda a razão, os sintomas dela vão aumentar cada instante se não acharmos uma cura real para o que ela tem, isso tem nos deixado com mais medo, sei que ela está em boas mãos, mas ainda sim sinto medo, não quero que ela perca seu bebê.
Apesar disso sei que preciso resolver tudo aqui, não é apenas Temari que depende das informações que buscamos, mas Sakura também, fora que precisamos acabar com isso de uma vez por todas.
Continuo vasculhando meticulosamente a pilha de documentos, procurando por qualquer coisa que pudesse ajudar Ino a quebrar os selos mentais que protegiam a mente do idiota, alguns complicados do clã Uzumaki, outros do Yeon, clã de nascença da esposa do Tadashi.
Ino estava sentada em frente a maca do homem, os olhos fechados e as mãos em posição dos selos, concentrada na tarefa, foi impossível conter a admiração ao vê-la trabalhar tão paciente, cada proteção é complexa e exige um esforço considerável para ser desfeita, e ela faz isso precisão.
Desvio o olhar para o pergaminho do clã Yeon em minhas mãos, analiso cuidadosamente o selo e comparo com o desenho de Ino, uma série de símbolos intricado, difícil e com pouca informação, basicamente somente diz o sinal de mão para desfazer o selo. Existe pouco conhecimento sobre ele, nem mesmo os anciãos do clã souberam explicar, mas ao menos disponibilizaram todos pergaminhos para que pudéssemos estudar.
A respiração mais rápida dela chamou minha atenção, Ino estava focada no penúltimo selo, a fina camada de suor brilhando em sua testa, a tensão visível em seu rosto, enquanto ela mantinha a concentração, quebrando habilmente o selo.
Suspiro de alívio, assim como ela.
— Falta apenas esse — me aproximo segurando o pergaminho aberto no selo do clã Yeon— Não diz nada sobre, apenas que é um selo de proteção avançada.
Ino analisou o pergaminho, comparando com seu desenho.
— Preciso somente de um momento — ela murmura calma, mas determinada.
Sorrio virando para a mesa, pegando um copo de suco de romã bem gelado e entregando para ela, que o segurou surpresa.
— Reponha as energias, tem rosquinhas de gergelim também, não temos pressa aqui — sento pegando um biscoito — Confio em você, mas sua mente precisa de alguns segundos de pausa.
Ino riu, tomando alegremente o suco, fazendo uma leve careta e pegou a rosquinha, sorrindo ao revirar os olhos.
— Rosquinha doce e suco levemente acido, bem balanceado — ela murmura debochada.
— O suco é o preferido da Temari, com a gravidez o único feito aqui — reviro os olhos dramaticamente, fazendo-a rir — Mas junto das rosquinhas ficam perfeitos.
— Você ama sua irmã — Ino declara encantada.
Sorrio sem graça.
— Não busco um copo d'água para ela, mas morro pela Temari, pelo Gaara também — comento brincalhão fazendo-a gargalhar agora.
— Tenten é uma garota de sorte — Ino comenta divertida, tomando um gole generoso do suco.
— O quê? — senti minhas bochechas corarem para seu divertimento.
— Vi vocês dançando bem animados — ela da de ombros sorrindo.
— Oh... bem... é...
Ino não segurou a gargalhada, ficando vermelha.
— Você gostou dela! — Ino aponta alegre.
Obviamente!
A kunoichi é divertida, engraçada e forte, tudo que admiro numa mulher.
"O casamento não poderia ter sido mais deslumbrante, mesmo que romantismo não seja meu forte, foi impossível não ficar emocionado ao ver meu irmãozinho trilhando o caminho da felicidade, e sei o quanto ele está apaixonado por Sakura, ninguém mais merece um amor assim além dele.
A música tornou-se suave e romântica, a medida que Gaara e Sakura bailavam pelo salão, praticamente intimando os demais casais a dançar, todos alegres, movendo-se graciosamente ao ritmo, numa harmonia perfeita.
Viro para sair dali, quando a imagem dela preencheu meu campo de visão, parada contra a pilastra, olhando melancólica para a pista estava uma das amigas de Sakura. De longe dá para observar o quão linda ela está, o vestido de seda num azul profundo com bordados dourados a deixou divina, totalmente voltada para minha cultura, o que foi um pouco de surpresa.
Meus pés agiram no automático, indo de encontro a ela, que sorriu envergonhada com as bochechas coradas.
— É uma festa, não deveria estar dançando? — pergunto divertido.
— Ninguém me tirou para dançar — ela retruca brincalhona.
— Duvido muito, de longe é a mulher mais linda, aposto que apenas não abriu os olhos para as oportunidades — replico.
Ela arregalou os olhos chocada, sem tirar o sorriso confiante do rosto, estendo a mão em sua direção.
— Me da a honra?
Sorrindo leve, sua mão tocou a minha, enquanto uma melodia suave e envolvente começou a tocar.
— É uma música típica daqui, terá que me guiar — ela aponta.
Suas mãos foram para meus ombros, enquanto as minhas enlaçaram sua cintura, puxando-a mais para mim, começamos a nos mover juntos, nossos passos perfeitamente sincronizados, como se tivéssemos ensaiado aquela dança.
— Dança muito bem.
Ela sorriu enquanto girava graciosamente, seu vestido rodopiando ao redor dela, enquanto minhas mãos seguiam firme sua cintura.
— Você também, para um ninja — ela aponta divertida.
— Sou um marionetista, sei me mover com mais graça do que imagina.
Seus olhos marrons derretidos fixaram-se nos meus, acompanhados de sua risada suave, a leveza dela é tão reconfortante, que me senti relaxado, meus movimentos surgindo mais fluidos e naturais. Enquanto a música continuou a fluir, seu rosto foi se aproximando do meu, fazendo-a corar levemente, desviando o olhar para longe.
— Não farei nada, não se preocupe — sussurro.
Ela me olhou rapidamente.
— Eu quero... mas... tem muita gente.
Sorri a girando graciosamente, antes de puxá-la pela mão.
— Vamos dar uma volta sob as estrelas."
O riso suave da Ino me tirou de meus pensamentos, quase me sufocando pela vergonha ao ver seu semblante animado.
— Lembrou dela, foi? — Ino pergunta divertida.
— Cala a boca! — resmungo contrariado.
Ino riu alegremente.
— Não tem nenhum problema nisso, Tenten é maravilhosa, e vocês formam um belo casal.
— Ela realmente é, mas não sei se poderíamos nos chamar de casal — respondo amuado.
— Acredite, só dela dar uma chance já é um grande passo, então deixe tudo fluir — Ino pisca marota.
Ino tem uma certa razão, não existe necessidade de ficar pilhado com isso agora, melhor deixar tudo tomar seu rumo, se for para acontecer, vai, se não, foi uma linda noite divertida.
— O momento não é propício para romance, preciso focar nos meus irmãos.
— Entendo, não tenho irmãos, mas Sakura é como uma para mim, não posso permitir que ela sofra mais — Ino murmura melancólica.
— Sakura vai chutar a bunda do cretino do Yuto — levanto e ergo a mão para Ino — Vamos continuar, no momento é assim que podemos ajudar.
Ino voltou a se concentrar no ninja, permaneci ao seu lado, analisando o pergaminho, a verdade está ao alcance de nossas mãos, pensar nisso ocasiona ansiedade, mas me contenho, deixando a loira trabalhar silenciosamente.
Volto o olhar para o selo complexo, o clã Yeon nunca foi mortal, embora perigoso, sempre me ocasionou um calafrio na espinha, exatamente como agora. Os outros selos tinham informações para caso houvesse consequências, mas esse não, o clã não tem autorização para usar suas habilidades, mesmo assim não deixa de ser preocupante.
É por isso que não tem as consequências da quebra do selo? Por que não tem nenhuma?
Ou tem, e o clã não informou nada?
Estou sendo exagerado ao pensar nisso?
Ino manteve-se concentrada e determinada, quando ela fez o primeiro movimento para quebrar o selo, meu corpo agiu instintivamente.
— Para!
O corpo do ninja começou a brilhar numa cor intensa de verde, de forma que nunca vi, sem perder um segundo com uma mão invoquei minha nova marionete Kasaru com meu pergaminho, com a outra puxei Ino para perto de mim, num movimento ágil Kasaru os envolveu numa cúpula de proteção tripla, em simultâneo o corpo do ninja explodiu, liberando o veneno no ar.
Preferi nos envolver ao invés de envolver o corpo do ninja, pois não sabia a dimensão da explosão, infelizmente a marionete não contém um compartilhamento suficiente para duas pessoas, tivemos que ficar numa estranha posição, comigo sentado e Ino sobre meu colo, quase sem circulação de ar, mas ao menos protegidos.
A cúpula nos protegeu da nuvem tóxica, sorte estarmos numa sala lacrada, pois é impossível o veneno sair, o lado ruim que a sala fica fechada não podendo abrir por fora quando ocorre explosões assim.
— Ino, está bem? — pergunto olhando-a preocupado
Ino assentiu, atordoada.
— Calma, está tudo bem agora — seguro suas mãos trêmulas.
— Kankuro, obrigada! Se não fosse você... eu... teria morrido! — Ino murmura com a voz trêmula.
— Ambos teríamos morrido, o selo é projetado para liberar o veneno letal para quem tentasse violá-lo.
Esse tempo todo, não acredito nisso!
Tudo errado!
Droga!
— Kankuro, como vamos sair?
Suspiro cansado.
— O veneno vai pairar no ar por mais alguns minutos, após isso precisamos ser rápidos! Quando ordenar, vou nos liberar, mas precisamos prender a respiração e vamos sair dessa sala, precisamos evitar respirar aqui, uma inalação vai nos matar instantaneamente.
Ino assentiu nervosa.
— Depois? — ela me pergunta ansiosa.
— Você vai até o Gaara, informar sobre o ocorrido e eu vou procurar o culpado.
— Ficou maluco?! — Ino segura firme meu braço em sua cintura, cravando as unhas ali — Não pode enfrentar isso sozinho!
— Não vai acontecer nada, prometo!
Dessa vez não terá erro!
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