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CAPÍTULO 01


O painel digital do rádio relógio sobre a mesinha de cabeceira mostrava seis horas da manhã quando abri meus olhos. A noite quente que tive com Kamil foi tão agradável que quase me esqueci de que dia era hoje. Finalmente, o dia mais esperado do ano pelos associados Luxor Club - e para mim, claro. O sorriso manhoso se instalou nos meus lábios, ainda marcado pelo gosto adocicado do sangue fresco. Abri as janelas do meu quarto e a bela jovem estirada na minha cama deu um berro alto demais para o horário.

— NÃO, PETRUS! - Com uma velocidade acima do normal para uma humana, a garota fechou o tecido pesado sobre as grandes folhas vítreas e eu gargalhei ainda mais alto quando vi os olhos arregalados da moça.

— Venha aqui, minha jovem. - passei os dedos pelos seus cabelos emaranhados, deixando à mostra a veia pulsante de seu pescoço. - Eu tenho mais de trezentos anos... acha mesmo que não sei o que estou fazendo? - pincei a pele macia da garganta com delicadeza, para fazer sorver o líquido quente e me deliciar na sua doçura vital.

— Posso ser jovem, mas sei muito bem o que o Sol faz com você. - Kamil ajeitou a alça fina da camisola e limpou o local onde estavam os buraquinhos das minhas presas.

— Não hoje, Kamil... Não hoje... - respondi reticente e joguei o robe de seda pura sobre meu corpo rígido para sair do quarto.

— Como assim, Petrus? - Kamil me encarou, sentada na beirada da cama enquanto balançava suas pernas no ar.

— Hoje o Sol não pode ferir a mim ou aos meus criados e isso é tudo o que você precisa saber, bruxa. - respondi com um pouco mais de rispidez do que deveria, mas não queria abrir essa caixa dentro da minha lembrança. Não tão cedo. Não hoje. Não com Kamil...

Chacoalhei a cabeça em frustração e passei pelas grandes portas de madeira escura para começar a verificar tudo o que precisava ser feito antes da abertura para nossos irmãos de sangue.

Como fundador do Luxor, eu era mais do que o dono; era uma espécie de pai. Os meus "filhos" partilhavam a maldição do vampirismo e a bênção da vida eterna assim como eu.

— Hey, Terry, tudo certo para hoje? - indaguei meu mais velho amigo, que me abriu um sorriso com presas afiadas.

— Sim. Estava conferindo o estoque de vinho de Syion para que a festa aconteça sem nenhuma surpresa e todos os humanos saiam daqui do mesmo jeito que entraram; vivos e sem nem imaginar que somos reais.

— Muito bem, muito bem. Kamil irá realizar o feitiço de proteção e então irei à cidade. - Terry coçou a nuca preocupado.

— Você sabe que da última vez não deu certo e ela quase conseguiu chegar ao senhor, não é mesmo?

— Joffrey e Micaela irão comigo, Terry, não se preocupe. Tenho assuntos que só posso fazer hoje e nada me prenderá nesse mausoléu. - respondi firme, não deixando espaço para ser questionado.

— Você quem manda. Vou acordar a todos pois temos muito trabalho a fazer e eu quero aproveitar a tarde na piscina. - Terry piscou para mim e eu revirei meus olhos. Tantas coisas melhores para fazer no nosso dia de folga e ele vai gastar na beira da piscina.

Achava ridículo a ideia de desperdiçar os benefícios da humanidade assim. Depois de três séculos preso na escuridão, passa-se a dar valor às pequenas luminosidades que nos é permitido.

Tomei um banho com a ajuda de Kamil, que coletou uma boa quantidade do meu sangue para a realização do ritual necessário para que eu pudesse sair pelas ruas de Hexen em segurança. Durante todos os trezentos e sessenta e quatro dias do ano, eu me esgueirava pelas trevas como a sombra que eu era, me misturando à escuridão em busca de prazer ou alimento. Coisa que não era mais de meu feitio, já que, com o passar dos anos, criei uma família dentro do Luxor e tanto o prazer quanto a refeição vinham até nós de maneira magnética.

Transformei Terry, Joffrey e Micaela quando ainda era um novato e a solidão estava pesando demais nas noites nubladas da ilha e, além de meus sócios, os trigêmeos se tornaram meus fiéis escudeiros na luta por justiça e liberdade para nossa espécie. Com meu sangue correndo em suas veias, eu dividi com eles a vida eterna e a juventude plena, mesmo que, com isso, os mantivesse aprisionados às trevas comigo. Exceto por um único dia, o Halloween!

No dia dos mortos, devido a uma falha no feitiço que me forneceu a imortalidade, eu e os meus filhos temos o direito de andar sob o Sol e não sentir a fúria da sede por sangue humano, que nos rasga o peito nos outros dias do ano. O único dia que o prazer é real e não uma fuga da obrigação de ser o monstro que somos.

Não demorou muito, Kamil voltou para o banheiro com um outro recipiente de vidro e cortou meu pulso com sua adaga, recolhendo mais do meu sangue espesso. Feiticeiras e sua fixação por sangue... Não poderia ignorar que isso não era uma exclusividade das bruxas, já que eu próprio aproveitei para saborear um pouco mais do sangue de Kamil antes de deixá-la livre para seus preparativos mágicos. Curei os cortes com minha saliva e me apressei para me vestir. Calça jeans e camisa branca justa ao meu corpo esguio para contrastar à minha pele que um dia foi corada pelo sol, mas que hoje parecia levemente acinzentada. Completei o visual bad boy com a jaqueta de couro preta e uma bota que abraçava bem minhas panturrilhas. Um aviso claro de não se aproxime de mim pois eu sou um problema que você não quer para a sua vida.

Eu era um ímã para a perdição e não podia culpar minha condição por isso.

Mesmo nos séculos anteriores, quando ainda usava camisas bufantes e sapatos engraçados, minha aparência se destacava dos demais aldeões de Hexen. Poderia tentar atribuir à minha beleza juvenil a razão da minha tormenta, mas estaria sendo injusto se me permitisse esquecer o real motivo que me fez abraçar a escuridão em troca de nunca envelhecer, nunca morrer.

— Petrus... está pronto? - A voz firme de Kamil me atingiu e a imagem da jovem antes frágil, de olhos azuis arregalados, agora dava lugar a altiva e sombria bruxa que me encarava pela fenda do capuz do manto vermelho.

— Sim, Kamil. Estou sempre pronto. Chame os irmãos e vamos começar, por favor.

— Não será necessário nada além de nós aqui. - As mãos de dedos longos da bruxa tocaram meu peito e senti um ardor tomar conta da minha pele.

— Está ficando louca? - segurei o pulso fino de Kamil para afastar a adaga que furou minha camiseta, manchando-a com meu sangue que escorria pelo corte provocado no meio do meu peitoral.

Maldita fixação...

Olhei para baixo tentando compreender o que havia acontecido e Kamil me encarou com a sobrancelha fina e clara arqueada.

— Relaxa, Petrus... eu sei muito bem o que estou fazendo e dessa vez nada poderá colocá-lo em perigo assim que sair do Luxor.

Relaxar? Como eu poderia relaxar após ser literalmente apunhalado por uma feiticeira franzina que não atingia a altura do meu queixo?

— Pensando em voz alta, vampiro? - percebi que meus pensamentos haviam escapado pelos meus lábios e Kamil parecia se divertir com minha vulnerabilidade. - Eu posso ser franzina, mas não falho.

— Sabe que sinto muito pelo que houve com a Hanila, não sabe? - toquei os fios de cabelos dourados que escapavam pelo manto. - Não sou o monstro que posso parecer.

— Eu sei que não, Petrus. Minha irmã subestimou as forças que regem sua condição, mas como eu já disse, eu não irei falhar. - Kamil deu um passo à frente novamente e esfregou uma porção de ervas sobre a camisa, onde havia feito o corte.

— Kamil, se fosse para fazer tanta lambança, eu poderia ter ficado nu. - resmunguei quando percebi o estado que estava minha roupa.

— Cale a boca e deixe eu me concentrar, Petrus!

Seus olhos azuis estavam dilatados e negros como a noite e Kamil os fechou antes de começar a proferir as palavras que indicavam o feitiço que iria me proteger da brecha que me permitia aproveitar o dia ensolarado lá fora, mas que também poderia ser a minha ruína.

Permaneci imóvel e em silêncio, apenas observando as feições sérias no rosto delicado da loira até que ela voltou a abrir os olhos, me encarando profundamente enquanto cortava o próprio pulso e derramava algumas gotas direto na minha boca.

Os lábios da bela mulher ainda balbuciava palavras em um idioma indecifrável, mas eu pude reconhecer a última palavra dita. Aquela que nunca esqueceria nem que vivesse mil vidas.

— Vilialkirie halianiare Sinara! - Kamil focalizou em mim, saindo do transe e voltando à mesma dimensão que eu. - Está feito!

— Tem certeza? - Se eu tivesse que respirar, certamente estaria ofegante pela potência na voz da jovem bruxa. - Não sinto nada diferente.

— Você está assistindo filmes demais, Sr Gerlain... - Kamil gargalhou e beijou meus lábios ainda sujos com seu sangue. - Quer que eu sacoda um pouco de celofane ao seu redor para que acredite?

— Ainda sinto a mesma vontade de te jogar na cama e ficar a tarde inteira mergulhado em você. - apertei as nádegas da bruxa insolente e a comprimi contra meu corpo ensanguentado. - Gostaria de saborear mais do seu gosto, exatamente como sempre desejo, doce bruxa.

— Achei que deveria proteger sua integridade e não mudar a sua essência... - A jovem de lábios rosados depositou um beijo casto nos meus lábios, que vibravam ansiando por seu toque. - Vá, vampiro, aproveite seu dia sob a luz do Sol que eu continuarei aqui quando você voltar. - Kamil começou a despir-se do manto que envolvia seu corpo magro e saiu caminhando em direção ao nosso banheiro.

Desde que a morte se tornou a minha vida, nenhuma mulher humana ou vampira fez com que meu tesão fosse tão intenso quanto o que sentia por essa pequena feiticeira de cabelos brilhantes como o Sol que eu era impedido de ver.

Era difícil me lembrar que meu coração não batia há tempo suficiente para não ansiar por relacionamentos, muito menos com criaturas que eu jamais poderia ter como parceira. Kamil cumpria o papel de protetora e sabia que hora ou outra seria tirada de mim, assim como as outras que vieram antes dela.

Humanas, bruxas ou vampiras, não importava!

Tinha plena convicção de que independente de onde Sinara estiver, ela simplesmente cumpriria a promessa de que eu nunca mais seria amado.

Nunca mais seria feliz...

***

— Acho que o Terry tem razão, Kamil. Quer aproveitar a tarde na piscina comigo? - perguntei assim que entrei na banheira junto com a garota que enfeitiça não só minha existência, como partes de mim que eu nem reconhecia mais.

— Será um prazer, Petrus... - entre um sussurro, Kamil se apoiou na beirada fria do mármore para pegar a esponja e começar a esfregar o pescoço. - Mas não quero atrapalhar seus compromissos.

— Nada é mais importante do que lhe agradar, jovem. - tomei o pedaço de tecido macio e ajudei a alcançar as costas lisas.

— Hanila era apaixonada por você... - a voz saiu tão baixa que quase não ouvi. - e nem posso culpá-la.

Kamil se virou e me empurrou contra a pedra fria da banheira, subindo no meu colo e envolvendo meu corpo com suas pernas. O corpo quente dela contra o meu frio dava o contraste deliciosamente perigoso. Eu era o predador e ela a refeição, mas porque meu peito parecia se descontrolar da calmaria de sempre?

Estava difícil manter o foco de que a mulher rebolando sobre minhas coxas rígidas, sedenta por mais tanto quanto eu, deveria ser apenas a minha feiticeira e refeição, porém, não adiantava tentar negar.

Eu queria mais, muito mais do que eu poderia me permitir ter.

Empurrei delicadamente seu rosto para longe do meu, expondo seu pescoço e lambi vagarosamente a pele sensível, até alcançar o ponto exato onde sua pulsação denunciava sua excitação e a mordi. Kamil soltou um gemido de dor misturado ao prazer que minha saliva causava em contato com sua corrente sanguínea e o aperto sobre o meu membro dentro da água se intensificou. Suguei com força até sentir seu corpo amolecer.

Diferentemente das outras vezes, não consegui controlar o monstro que realmente habita em minhas profundezas. Estava frente a frente com a voracidade do impulso da minha sede e precisei encontrar em algum lugar ainda mais profundo da minha consciência a razão para me controlar e não sucumbir ao prazer do sangue.

— Me perdoe, Kamil. - mordi meu pulso com raiva e ofereci à jovem pálida que segurou com as duas mãos ao sugar com vontade. - Esquece o que eu falei sobre a piscina. - deixei que ela tomasse o suficiente para recobrar a coloração do rosto bonito e me levantei da banheira. - Vou pedir a Mica que traga uma refeição reforçada para você.

— Petrus... - a loira murmurou meu nome, mas já era tarde para tentar consertar o que tinha acontecido. O monstro sempre conseguia arrancar de mim qualquer pequena alegria que eu me permitisse sentir.

Bati a porta do quarto com força e me desvencilhei dos vampiros que encontrei pelo caminho. A raiva que sentia era tão grande que corria o risco de arrancar a cabeça do primeiro que me cruzasse o caminho de maneira torta.

Saí pelo portão dos fundos e contornei o jardim da mansão em direção à minha motocicleta. Acionei o motor e passei como um cometa em direção ao antigo cemitério, onde, pela trecentésima décima vez, eu iria maldizer o dia em que pus meus olhos na camponesa que arruinaria a minha existência para todo o sempre.

HERANÇA DE SANGUE É UMA NOVELETA DE TERROR INTEGRANTE DO PROJETO YAZARLAR DE HALLOWEEN.

O texto será postado até dia 20/10 e chegará na amazon em 21/10 ;)

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