Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Notas do Autor

Olá! Tudo bem, meus caros Flash's, Quick Silver's e Speedy González's? E quem não vai participar no GoldenLP ou que, como eu, não deu corda aos sapatos e deixou quase para a última da hora, como estão?

Confesso que tive várias ideias para este desafio do LGBTQ-LP. Primeiro, ponderei em abordar um desporto adaptado, como o Goalball. Depois, pensei em fazer um conto de um jovem asmático que começava a praticar natação para melhorar a função respiratória e acabava por chegar às Olimpíadas, isto porque o "universo" da asma e das DPO (doenças pulmonares obstrutivas) é bem conhecido para mim. Desculpa, personagem ainda sem nome, mas vais ter de ficar para uma próxima, porque passou-me pela cabeça "inovar" e partir à descoberta dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga e, como entusiasta da História da Antiguidade que sou, aqui vou eu!

Sendo uma narrativa histórica, vou deixar aqui algumas informações que ajudam na ambientação e imersão no conto (momento História!).

1. Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga

Os Jogos Olímpicos tiveram início em 776 a.C. e realizavam-se em Olímpia, no Peloponeso, de quatro em quatro anos. Constituíam um evento que visava homenagear Zeus, Rei dos Deuses gregos. Eram um dos eventos mais importantes no mundo helénico e, por mais estranho que pareça, não se limitavam a provas desportivas, decorrendo também conferências sobre oratória, filosofia e política, recitais de poesia, peças de teatro e demonstrações do trabalho artístico por parte de escultores e artesãos.

A Grécia Antiga organizava-se em várias cidades-estado autónomas, as pólis, cada qual com as suas leis e os seus costumes. Ainda assim, os Gregos diziam-se pertencer a um único povo, os Helenos. Assim, as Olimpíadas eram um marco fundamental na cultura grega, uma vez que "relembravam" a população das várias pólis que eram um único povo e simbolizavam a união. Durante o período de realização das Olimpíadas e algum tempo antes e após (que foi variando entre um a três meses, dependendo dos conflitos bélicos que decorriam ou não), era instaurada a ekecheiria, ou seja, as Tréguas Sagradas.

Em cada pólis, decorriam provas regionais nas quais eram selecionados os atletas que representariam a cidade-estado nos Jogos Olímpicos, mais ou menos como acontece hoje em dia nas Olimpíadas modernas. Representar a sua pólis em Olímpia, por si só, já era uma grande honra!


2. Sociedade helénica e os Jogos Olímpicos

Na sociedade da Grécia Antiga, existiam papéis de género bem demarcados, principalmente na classe cidadã (a mais elevada), com uma distinção clara entre homens e mulheres. A maioria das modalidades dos Jogos Olímpicos Gregos eram apenas abertas a homens cidadãos (ou seja, que tinha concluído a educação formal, cumprido serviço militar e que eram filhos de pai e mãe naturais da pólis) e rapazes que estivessem na paideia (educação formal, destinada apenas a filhos de cidadãos). Os escravos e os metecos (estrangeiros, que geralmente se dedicavam à agricultura e ao artesanato) estavam proibidos de participar. As mulheres cidadãs podiam participar nas provas equestres, tanto enquanto cavaleiras, como proprietárias dos animais (porque nestas provas os louros eram dos equinos, e não dos cavaleiros).

No entanto, existia uma versão feminina dos Jogos Olímpicos, a Heraea ou Jogos Hereanos, que também se realizava de quatro em quatro anos em honra de Hera, esposa de Zeus e Deusa do Casamento. Nestes jogos, a participação de homens era proibida.

Ainda assim, era recorrente que mulheres participassem mascaradas de homens (facto bastante habitual na Grécia Antiga: são inúmeros os relatos de mulheres disfarçadas de homens "infiltradas" em atividades restritas aos homens cidadãos, nomeadamente na política). Para evitar estas situações, foi instaurada uma regra que obrigava todos os atletas a competirem e a treinarem completamente nus. Mais tarde, com a "infiltração" de mulheres que se disfarçavam de paidotribes (treinadores), os treinadores também passaram a ter de se apresentar nus. Nas provas equestres, os atletas podiam estar vestidos (dado que estas provas eram abertas tanto a homens cidadãos como a mulheres cidadãs).

Em relação à audiência, qualquer pessoa, independentemente da sua posição social, podia assistir aos Jogos, com uma exceção: mulheres casadas, que foram proibidas de assistir às provas quando foi instaurada a regra que obrigava os atletas a competirem nus, por uma questão mais moral do que social. No entanto, como podem imaginar, estas mulheres eram umas resistentes e esta regra era frequentemente quebrada, principalmente por mulheres que queriam assistir às provas dos maridos, dos filhos e dos irmãos (mas ninguém se importou muito com o assunto e os espetadores continuaram a assistir vestidos). Meninas, adolescentes, jovens e mulheres adultas não casadas podiam assistir livremente, assim como as sacerdotisas do Templo de Deméter.


3. As modalidades

A larga maioria dos desportos possuía duas categorias: uma destinada a homens adultos e outra a rapazes ainda a completar a educação (até cerca de 20 anos). Era habitual que, quando se introduzia uma nova prova, numa fase inicial existisse apenas a categoria para homens e, mais tarde, se abrisse uma categoria para rapazes.

As provas dividiam-se em três grandes grupos: corridas a pé, lutas e corridas com equinos. Nas primeiras edições dos Jogos, apenas existiam corridas a pé, e as Olimpíadas duravam apenas um dia. Entretanto, com o aumento do número de provas, os Jogos Olímpicos foram expandidos para um período de cinco dias (já vou falar mais à frente da organização destes cinco dias).

Em relação às corridas a pé, existiam as seguintes provas: Stadion, que correspondia a um comprimento de estádio (um comprimento de estádio eram 192 metros); Diaulos, que era uma corrida de ida e volta, correspondente a dois comprimentos de estádio (segundo a lenda, era a distância que Hércules percorria num só fôlego); Hoplitodromos, uma espécie de maratona que variava entre 7 a 24 comprimentos de estádio; e Dolichos, uma corrida de 2 a 4 comprimentos em que os atletas corriam com armadura, capacete, escudo e lança (para evitar trafulhices com armaduras mais leves e coisas do tipo, o equipamento era guardado num templo cuja entrada só era permitida às sacerdotisas).

No que diz respeito às lutas, contava-se com o Pale, em que o perdedor tinha de cair três vezes no chão; o Pyx, uma espécie de boxe em que os competidores envolviam as mãos em tiras de couro e só eram permitidos golpes com os punhos; e o Pankration, luta extremamente violenta do "vale tudo exceto morder e arrancar olhos" que terminava com a morte ou desistência de um dos oponentes. Esta última luta nunca teve uma categoria para rapazes, dada a violência.

Em relação às provas equestres, havia corridas de quadrigas, em que um coche era puxado por quatro cavalos (Tethrippon); corridas de bigas, com um coche puxado por dois cavalos (Synoris); corridas a cavalo em que o cavaleiro montava sem sela (Hippos); corridas com mulas (Apene) e corridas com éguas (Calpe).

Para além destas "modalidades", existia ainda o Pentatlo, que consistia num conjunto de cinco provas: lançamento do disco, lançamento do dardo, salto em comprimento, Stadion e luta livre. Era considerada a competição mais completa e também uma das mais duras. Caso algum concorrente ganhasse as três primeiras provas, as duas últimas não eram realizadas. Chegou a ser criado o Pentatlo para rapazes, mas foi rapidamente abolido devido ao reduzido número de interessados (os rapazes eram desencorajados a inscrever-se no Pentatlo pela sua dureza).

Os atletas podiam competir em mais do que uma modalidade: aliás, eram incentivados a fazê-lo para demonstrar a sua versatilidade física.


4. Os prémios

Ao contrário das Olimpíadas modernas, em que o pódio é composto por 1º, 2º e 3º lugares, nos Jogos Olímpicos Gregos apenas existia um vencedor por prova. Os vencedores recebiam uma coroa de folhas de oliveira (kotinos) e uma fita vermelha (taenia - que nada tem a ver com parasitas! Quer dizer, tem e não tem...). Quando recebiam os prémios, os atletas seguravam uma folha de palmeira, símbolo da vitória. Segundo a lenda, era Nike, a Deusa da Vitória, quem selecionava os vencedores das Olimpíadas.

Ainda que não recebessem qualquer prémio em valor, os vencedores eram encarados como heróis e podiam receber vários benefícios, desde pensões vitalícias, a alimentação gratuita para o resto da vida, estátuas com a sua figura, poemas dirigidos à sua pessoa ou a primeira fila do teatro reservada para si.


5. Organização das Olimpíadas ao longo dos cinco dias

(no 3º dia, eram sacrificados bovinos de manhã e a sua carne assada para o banquete com os atletas à noite)


6. A Oliveira Sagrada

Segundo a lenda, Hércules plantou uma oliveira em Olímpia como marco do seu sucesso num dos Doze Trabalhos. Era com os ramos dessa oliveira que eram feitas as coroas entregues aos vencedores dos Jogos Olímpicos.


7. A Chama Olímpica

Aquando do início das Olimpíadas, as sacerdotisas acendiam uma chama sagrada no Altar de Héstia, Deusa do Lar e do Fogo Doméstico. Esta chama era mantida acessa durante todo o período de realização dos Jogos.

Antes do início dos Jogos Olímpicos, os atletas desfilavam por um corredor ladeado com estátuas de Zeus cravadas com o nome dos competidores que haviam sido expulsos por fraudes nas edições anteriores. No final do desfile, os atletas juravam perante a chama do Altar de Héstia serem justos e cumprirem as regras.

O vencedor do Diaulos, a última corrida a ser realizada, tinha a honra de transportar uma tocha, a lampadedromia, e acender uma fogueira no Altar dos Sacrifícios no Templo de Hera.


8. O júri

Um ano antes do início dos Jogos, era constituído um júri que tinha a responsabilidade de organizar as Olimpíadas e garantir o cumprimento das regras. Este júri era formado pelos Hellanodikai, cidadãos idóneos de Élis que eram escolhidos através de uma votação. Para cada uma das provas, era constituída uma comissão.


9. "Mapa" do Santuário de Olímpia


10. Declínio dos Jogos Olímpicos Gregos

Os Jogos Olímpicos Gregos começaram a declinar com o aumento dos conflitos bélicos entre as várias pólis, seguindo-se a conquista de várias cidades-estado por Alexandro Magno da Macedónia.

Com a conquista da Grécia pelo Império Romano, as Olimpíadas foram completamente deturpadas e transformadas num evento de entretenimento para a elite romana, em que só eram aceites libertos altamente treinados para a luta e escravos que tinham de enfrentar animais selvagens. Entretanto, Teodósio I proibiu qualquer manifestação pagã e não-cristã, sendo assim os Jogos Olímpicos abolidos definitivamente.

No final do século XIX, o Barão Pierre de Coubertin propôs a retomada dos Jogos Olímpicos numa versão moderna, levando à criação dos Jogos Olímpicos modernos em 1896.


11. A homossexualidade na Grécia Antiga

Agora um tema que não está diretamente relacionado com as Olimpíadas Gregas mas que é pertinente para o conto.

Na Grécia Antiga, a homossexualidade, tanto masculina como feminina, era, regra geral, relativamente bem aceite. O grau de aceitação variava consoante a pólis, desde Esparta a promover a homossexualidade entre os soldados como forma de coesão do grupo a Atenas a considerar tabu as relações homoafetivas entre homens adultos cidadãos, embora entre adolescentes e jovens não fosse algo visto com maus olhos. Curiosidade: os termos "lésbica" e "sáfico" advêm de Saphos de Lesbos, uma poetisa conhecida por declarar o seu amor a outras mulheres nos seus poemas.


12. A intersexualidade na Grécia Antiga

Enquanto a homossexualidade era mais ou menos bem aceite, a mesma maré não corria para a intersexualidade. Não havia um consenso social quanto às pessoas intersexo, e a opinião divergia muito de indivíduo para indivíduo. Havia quem olhasse estas pessoas com preconceito, havia quem considerasse uma benção dos Deuses, havia quem visse como uma curiosidade médica a ser estudada.

O que é certo é que as pessoas intersexo na Grécia Antiga enfrentavam um grande desafio do ponto de vista social, dado que a sociedade fazia uma distinção clara entre homens e mulheres e atribuía papéis muito específicos a cada um destes dois géneros.


13. Os nomes das personagens

Herácles - relativo a Hércules

Sophonias - sábio

Alcibíades - força da força

Ánemos - vento

(Herácles, Sophonias e Alcibíades eram nomes masculinos comuns na Grécia Antiga)


Agora vou-me calar que já deve estar tudo farto destas notas que são quase maiores do que o conto. Já levaram spoiler da representatividade aqui ilustrada.

Os outros atletas destas Olimpíadas promovidas pelo LGBTQ-LP que se acusem para eu ir espreitar os vossos contos. Desejo boa sorte a todes e que vença o Citius, Altius, Fortius!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro