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Querido Shakespeare

      
     Eu confio em Shakespeare quando ele diz que o amor não prospera em corações que se amedrontam com as sombras, mas também acredito em Belzebu, na peça de Gil Vicente, quando ele diz:

- Que Ninguém busca consciência.
e Todo Mundo dinheiro.

Nesse caso digo eu, pois nessa peça eu sou Beuzebu.

A luz forte do palco demora bastante, me cega demais.

- E agora que buscas lá? - pergunta Ninguém. Que pobre maltrapilho.

- Busco honra muito grande - responde e Todo Mundo, outro personagem e, apesar de Gustavo ser um péssimo ator, Todo Mundo é um homem bem vestido e com dinheiro. Então ele está mais bonito do que qualquer um aqui.

- E eu virtude, que Deus mande
que tope com ela já - responde Ninguém.

Dou três passos para frente do palco, olhos de um para o outro, que fingem não me ver, e digo:

- Outra adição nos acude: escreve logo aí, a fundo, - olho para trás - que busca honra Todo Mundo e Ninguém busca virtude.

Amo essa peça. Romeu e Julieta ainda é minha favorita, mas Todo Mundo e Ninguém combina mais com minha alma que ama trocadilhos baratos e ambiguidades.

O ensaio acaba quando os alunos do primeiro ano começam a entrar para ensaiar e fazem seu barulho exagerado. Desço do palco pela frente, quase me atrapalhando quando pulo porque estou atrasado para o laboratório de química.

É difícil equilibrar minha vida escolar. Amo o teatro e, por mim, passaria o dia lá dentro, mas não adianta muito ter um grande sonho se não der o passos pequenos para chegar lá. Afinal, para conseguir entrar em uma universidade de artes cênicas eu preciso saber química e geografia antes de ter a chance de mostrar talento. Isso também converge com o fato de que atuar é apenas um braço do que gosto. Amo as preparações, os roteiros e as direções.

Eu quero tudo, não só colocar minha cara a tapa com uma luz forte que quase me bronzeia artificialmente. Eu quero meu nome associado a grandes espetáculos, na frente ou por trás deles.

Bom, antes disso eu preciso chegar no laboratório.

- Cadê o seu jaleco? - Giulia sussurra assim que me vê entrando correndo. Fecho os meus olhospor dois segundos.

NUNCA LEMBRO DESSA MERDA. Porra.

Jonathan já está atrás de mim quando me viro. Atrasado e sem jaleco. Difícil fazer o novo professor de química gostar de mim desse jeito. Respiro fundo.

- Seu bulldog inglês é igualzinho o da minha tia! - digo ao professor de barba branca e braços cruzados. Ele parece confuso. - Vi no perfil do Instagram que você criou pra ele. Farofa o nome, não é? - O professor descruzou os braços. - A fêmea da minha tia chama Lola! Já tem 3 anos! - Estou sorrindo, o rosto dele relaxa.

Um dia me falaram sobre as pessoas que têm convicção. Não era sobre estar certo o tempo inteiro, mas sobre falar com tanta certeza que a outra pessoa nem pensa em duvidar. Eu não tenho nenhuma tia, por exemplo, e obviamente nenhum bulldog inglês chamado Lola existe, mas gerei conexão. Não que goste de mentir, mas a convicção falando é algo tão meu quanto a unha encravada do meu mindinho do pé. É arte.

- Vai buscar o jaleco - instrui o professor e eu saio sem pensar duas vezes.

Quando voltei, Giulia e Sérgio já estavam na metade da atividade, mas tudo bem porque estudei essa matéria em casa e meu 10 ainda é garantido. Aceno para o professor, que sorri, nada está perdido.

- Tá fedendo a cigarro - Sérgio diz, saindo do meu lado e indo para o lado da Giulia. - Você encontrou a Lis?

- Por quê?

- Foi só uma pergunta, garanhão, a gente sabe que vocês estavam flertando no dia que a gente se conheceu pessoalmente. - Giulia nem me olha enquanto fala, ela está escrevendo a última ficha.

- Ah, no dia que você beijou a Marcela. Como vão as coisas? - Apoio meus antebraços no balcão e jogo meu corpo para frente. - Já estão namorando? Aposto que vão quebrar a história de relacionamentos à distância que deram errado.

Ela me lança um olha irritado e me afasto para manter a segurança. Meu dom de convicção não funciona com meus amigos.

- E eu sei que estão trocando mensagens - Giulia continua.
Marcela bem que poderia ficar em silêncio às vezes.

- Encontrou ou não encontrou? - Sérgio está me olhando feito o dono de um cachorro tentando controlar o pet.

- Não. Ela ganhou o prêmio do banco e era só pra isso que ela precisava de mim. - Forço o meu melhor sorriso.

- Peraí, Quando você ajudou ela com isso? - Giulia termina a atividade e arrasta o papel para mim, eu começo a escrever meu nome.

- Li o projeto dela no uber, indo pra festa.

- Você o que? - Sérgio saiu do outro lado da bancada para ficar mais perto de mim.

- Eu só dei algumas sugestões. Era bem fácil, na verdade. - Começo a andar até o professor com a atividade na mão e meus dois amigos estão me seguindo. Giulia se coloca na minha frente.

- Me diz que ela vai colocar seu nome como co-autor. - Ela cruza os braços e me impede de passar. Preciso olhar para baixo para responder.

- Eu não pedi.

- Isso seria muito bom pro seu currículo! - Sérgio argumenta. - Foi um prêmio, Lucas. Um prêmio importante!

- Eu não vou usar isso pra nada. Eles não se importam com um projeto de ciências pra artes cênicas - argumento. Giulia finalmente me deixa passar.

- Você não é tão burro, Lucas. O que ela te deu em troca? - pergunta Giulia, voltando a ficar atrás de mim.

Estou sorrindo quando estendo o papel para o professor, mas isso não tem nada a ver com a nota que vamos receber por isso.

O que ela me deu em troca?
Bem, digamos que ela me deu exatamente o que eu queria e estava bem longe de ser um nome em um projeto de botânica.

Lisbete me deu qualquer coisa que eu queira até o final do ano. Já se foi um mês e ainda não falei o que quero dela, mas a verdade é que quero muito esse sentimento interessante. Não sei se vou querer trocar ele por alguma coisa até o final do ano.

Vou encontrar Lisbete. Não porque estamos flertando, mas porque um dos crânios da Gillar São Paulo está passando mal com a minha demora para escolher o que quero e não consegue manter a distância. Ela perdeu o controle e ter ele para mim me deixa extremamente animado.

De brinde, Daiana viu meu stories com ela na festa e eu sei que está morrendo de ciúmes porque a Paulinha me contou.

Me pergunto o que Shakespeare escreveria com uma situação como essa.

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