Capítulo 48 - Suicídio não concluído.
" Vadia " , era o que falavam quando eu passava pelo corredor enquanto limpava minhas lágrimas que caíram em tristeza por tudo aquilo que estava acontecendo, agora entendia porque eu estava mal e qual era o pressentimento ruim, o maldito bullyng que eu estava sofrendo sem menos merecer.
Riam, debochavam e faziam gestos obscenos pra mim, e eu só deixava as lágrimas rolarem enquanto todo o colégio me taxava como puta, aquilo estava doendo muito em mim e não acabei suportando isso e sai do colégio ainda faltando mais três aulas pra assistir.
Peguei meu celular e me joguei na cama aonde comecei a chorar enquanto ouvia meu celular vibrar e com lágrimas embasado meus olhos eu olhei no visor e vi que era uma ligação do Elliot, mas eu não atendi. Triste eu resolvi ir pro meu facebook aonde tinha muitos notificação e em meu feeds eu via o suposto video aonde eu estava eu e o Bruno, mas eu não quis abrir pois sabia que aquilo não era real e não era eu. Abri os comentários e vi pessoas do colégio e os que nem eram comentado e falando que eu era vadia e escrota, me chamavam bastante de puta e até de prostituta e debocham, e era mais comentários ofensivos pra mim e me sentindo um lixo eu sai do meu face e me levantei. Eu fui em minha cozinha e abri a gaveta e acabei pegando um estilete, eu me sentei no chão ao lado da porta e tirei minha blusa do colégio a colocando no chão, olhei para meus braços e o virei avistando minhas cicatrizes e com o estilete eu o posicionei em meu pulso e levemente eu comecei a me mutilar outra vez. A cada corte que eu fazia surgia todas as palavras que proferiam a mim, eu sentia dor e sentia raiva por pessoas acreditarem em uma coisa que não era verdade, sentia tanta dor que eu deseja morrer nesse dia , deseja não acordar mais.
Dizem que Deus existe, mas aonde ele estava quando me julgaram sendo que eu era inocente ? Porque ele permitiu uma coisa dessas ? Me questionava a cada lagrima que caí sabendo que minha vida se tornaria um inferno nos dias seguintes.
É uma coisa boba que pode tirar a vida de alguém. Nesse momento o colégio todo já viu aquele video imundo e Alexa e Elliot já o viram também e assim como o Bucky eles iriam acreditar que era eu ? Como Bucky acreditou nisso sem menos ver ? Isso era o que mais doía.
Meus braços estavam rasgados e sentia o quanto ardia e nada se comparava com a dor enorme que eu estava sentindo. Eles estavam machucados e olhando pro meus braços e vendo o que eu fiz, notando o sangue imenso no chão eu entrei em prantos e gritava pra aliviar aquela dor, mas nem isso ajudava, eu me sentia morta por fora e por dentro, já não queria mais nada e me pus de pé com os braços com sangue que deixava rastros em todo caminho que percorria em direção a sacada que no qual eu acabaria com isso.
Os suicidas não vão pro céu ?
Sentindo minha visão ficando turva eu acabei caindo de cara no chão e não conseguia me levantar, sentia meu corpo fraco e comecei a sentir frio e naquele momento me venho tantas lembranças boas que me fez ver o quanto fui idiota em ter feito o que fiz e acabei apagando e não vendo mais nada.
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Não sei que horas era. Não sei que dia era e nem muito menos aonde eu estava. Eu tava viva ? Ou morta e esperando ser julgada em um tribunal pelos arcanjos e anjos que proferiram aonde eu iria ficar ? Eu não sei o que estava acontecendo, mas sentia algo dentro de mim que me deixava irritada, abri meus olhos lentamente e emfim descobri que estava viva.
Escutava o som de um aparelho que estava encostado em minha cama. Pude sentir que tinha um pequeno tubo de respiração em minha boca e fio finos em meu nariz, talvez seria sonda ?. Olhei para o teto da cor branca e que tinha um ventilador que ventilava o ambiante. Logo um rosto desconhecido olhou pra mim, ele usava jaleco e colocou a mão dele com luvas em minha testa e disse algo que não pude entender, mas depois acabei apagando de novo.
Me sentindo aliviada, abri outra vez meus olhos e senti uma levessa em meu rosto como se não tivesse mais nada nele e realmente não tinha, eu estava livre daqueles tubos e sonda pressas em meu nariz e a única coisa que escutava era o som do aparelho medico e uma mão segurando a minha, sorri ao ver o rosto do Elliot que me olhava com aqueles olhos azuis e lacrimejados.
- Oi anjo.... - disse ele que claramente dava pra ver ele segurando as lágrimas dele - Como se sente ?.
- Elliot - pronunciei o nome dele com um pouco de fraqueza - Meio fraca...mas tô bem.
- Acho melhor você ficar um pouco em repouso pois você está bem fraquinha, a enfermeira ela foi pegar algo pra você comer e ficar forte.
- O que aconteceu ? Como eu vim parar aqui ? - perguntei pois eu não poderia ter vindo ao hospital estando desmaiada.
- Eu que trouxe pra cá....e eu não quero lembrar disso e nem falar desse assunto agora pois o que importa é que você está bem e viva, é o mais importante Sky.
- Me perdoe....deve ter tomado um baita susto quando me encontrou no estado que eu estava, me desculpe.
- Depois e com mais calma a gente fala sobre isso - beijou minha testa.
- A quanto tempo estou aqui ?.
- A quatro dias, você ficou em coma por quatro dias Sky, mas graças a Deus você acordou. - ele tocou em meu rosto.
- É muitos dias - coloquei minha mão sobre a dele - Elliot, eu preciso falar uma coisa pra você... Aquele video e aquela menina não era eu...não era - ele colocou o dedo em meus lábios me fazendo não continuar a falar.
- Não precisa me explicar nada Sky, pois desde o momento que circulou o video e vi, eu já sabia que não era você, eu jamais acreditaria que fosse mesmo se eu não tivesse visto pois te conheço muito bem e sei quem é você e também sei que nunca faria algo desse tipo - as lágrimas caminharam em meu rosto - Eu sempre irei confiar em suas palavras e na pessoa que é, não é um video fake que vai me fazer duvidar de você.
- Pena que muitas pessoas acreditaram....o Bucky ele acreditou no vídeo sem nem ter visto.....
- Ele é um idiota, depois que a gorducha disse pra ele que você cometeu suicido, ele venho aqui duas vezes te ver e ficou choramingando que nem um idiota pedindo perdão pra você, ele foi muito babaca em acreditar naquela merda de video.
- Foi mesmo.... - funguei meu nariz - Além dele, mais alguém venho me ver ?.
- A Alexa e os pais dela, a coordenadora esteve aqui ontem e também a garota estranha a Pamela, ela venho te ver hoje de manhã.
- Nem morrendo ela me esquece - ele riu - Alguém mais venho me ver ?.
- Sim, os seus pais.
- Meus pais ? Sério isso ?.
- Sim, quando você deu entrada no hospital eu acabei ligando pro seu pai, mas pelo seu celular e expliquei tudo o que aconteceu e no mesmo dia eles vinheram lhe ver, sua mãe ela ficou três dias aqui e depois foi embora por conta do trabalho, mas seu pai está aqui desde que ele pôs os pés aqui.
- E aonde ele está ? - meus olhos percorreram ao quarto em busca dele.
- Ele está conversando com os médicos, mas logo estará aqui com você.
- Pelo menos ele ficou, já a minha mãe......
- Não faz essa cara de choro, ela ama você Sky e não parava de chorar quando esteve aqui, mas ela tinha que voltar pra cuidar dos assuntos da familia.
- Que são mais importantes que eu - virei meu rosto - Tudo bem.
- Ei, Sky - olhei pra ele que sorriu mostrando os dentes dele e sorri - Você vai ficar bem e logo estará no seu apartamento.
- No nosso... Pois é seu também - ele beijou a minha mão que segurava.
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