Capítulo 15: Depressão
🚨 Capítulo com aviso de gatilho 🚨
TW: Abuso sexual
Obs: para pessoas mais sensíveis, recomendo que não leiam o capítulo na íntegra e pulem para o resumo que se encontrará no final do texto. ❤️
- Você não fala nada. ISSO É IRRITANTE PRA CARALHO. E SE VOCÊ FALASSE SERIA PIOR AINDA, sua voz é extremamente desgastante. - Desfere Paul enquanto lança um tapa com uma força média direcionado às bochechas rosadas de Helena.
A menina já estava com os olhos marejados. Temia seu padrasto, ela vivia há tanto tempo na mesma situação que já sabia identificar quando o pior estava por vim; Estupro.
- Você sabe que eu não sinto nada por você, não sabe? Eu não sei se cheguei a te dizer isso algum dia. - Disse Paul pegando suavemente em sua barba, olhando profundamente para um poster na parede. - Mas, eu sempre tomo uma pílula antes disso, para ajudar o "amigão". Eu nem sei se consigo imaginar alguém sentido algo por você. É tão feia, sem corpo, não se parece uma mulher de verdade. - Terminou ele dando umas risadas maníacas.
- Por favor, termine logo com isso. - Disse a submissa Helena que se encontrava em um estado deplorável em seu cômodo. Não se parecia nada com a Helena de personalidade forte e geniosa agora.
- Ah, querida, parece que você implora para que as coisas sejam piores. Eu sinto, vejo você implorando na frente dos meus olhos. "Vamos sr. Paul, me bata e me enforque até eu não aguentar. Me faça sangrar!" - Falou ele imitando uma voz feminina. - Será que você não entendeu que eu nunca vou aderir as suas vontades? Por que não deixa essa parte pra sua querida mamãe?
Paul olhou para o relógio. Helena não sabia que horas eram, mas deveria ser tarde ou perto da hora de Greta voltar porque o semblante de Paul mudou na hora para um homem mais apressado que o normal.
Ele não tinha algum escrúpulo. Segurou a jovem, a virou, enquanto a empurrava na cama. Sua cintura era fina e pálida como o resto do corpo, parecia que poderia ruir a qualquer momento com a pegada bruta e agressiva daquele estuprador. Helena sempre pensava que se isso fosse acontecer com ela, seria como nas séries de drama e terror, um desconhecido no meio de um beco dos quais ela frequentava a perseguiria por metros a fio até encontra-la. Ele a levaria para um terreno de construção abandonado, ou uma rua deserta e a faria todo o mal. Mas, por mais irônico que seja, na maioria das vezes nunca é feito por um desconhecido ou alguém distante.
Helena não sabia se aguentaria mais isso. Tinha chegado e estava ultrapassando seu limite, seu corpo pequeno e frágil não aguentava mais as dores e sangramentos causados por todas aquelas ações. Seu psicológico abusado idem. Ela não aguentava mais chorar todas as semanas pelo mesmo homem, nunca desejara tanto poder chorar por um amor não correspondido como todas as outras meninas comuns. Não se sentir suja todos os dias deveriam ser bom, ela desejou e desejava todos os dias que sua vida pudesse ser como um filme de drama americano colegial, com problemas simples como com quem ela iria no baile de formatura.
Paul disse que não sentia nada com aquela garota, mas repetiu as ações duas vezes. Porém, ela acreditava nas palavras daquele homem. Ele parecia gostar apenas do poder que sentia quando fazia isso, não tentava encará-la durante o ato do estupro, aquilo com certeza não era sobre o prazer de um homem, mas sim sobre o poder de um ser humano antiético, nojento, desgostoso sobre outro.
Ele pegava nos seios da menina de forma que machucava, como em beslicos. Nada sobre aquilo era para seu agrado. Ele queria que ela se sentisse mal pelo resto de sua vida. Se ela sentisse seu poder dominador fluindo para sempre naquelas tristes lembranças, ele estaria feliz.
Estava sangrando. O tecido vaginal não estava umidecido e a cada movimento, mesmo não sendo a primeira vez, parecia dilacerar mais um pedaço daquela pele fina, fazendo com que Helena se sentisse ferida por dentro, sem poder curar, sem falar a ninguém, sem médicos. Saberia que os próximos dias depois desse seriam ruins, ela andaria incomodada, talvez tivesse que trocar a calcinha várias vezes por dia ou usar absorvente para não manchar a roupa. Ela sentia vontade de desaparecer daquele mundo sem deixar nenhum vestígio.
O ato durou entre 30 à 40 minutos, ambos não sabiam e não se importavam. Ao sair, Paul retornou ao quarto para deixar uma pílula anticoncepcional na cabeceira como da última vez. Helena bebeu com a água da torneira do banheiro novamente. Se lavou e continuou no quarto durante o dia inteiro. Ela sabia dos perigos que continham naquela pequena bolinha branca, se tomasse mais do que seu corpo poderia aguentar, as fortes doses hormonais poderiam dar-lhe câncer. Câncer era uma coisa horrível, todo mundo sabia disso e ninguém gostaria de ter, mas não Helena, se aquilo fosse um modo mais suave de "ir", talvez ela estivesse disposta a tentar.
Ela se forçou a assitir um episódio de "Brooklyn nine-nine", uma série de comédia recomendada por Melanie, a qual era fissurada, e que a poderia distrair do momento horrível com um bom tom de comédia. O dia passou de forma assustadora e entediante, ela sabia também que não poderia faltar aula no dia seguinte.
Acordou. Parecia que nem havia dormido, olheiras enormes se encontravam embaixo daqueles olhos de pele alva. Como havia suspeitado, ela precisou usar algo para conter o sangue escorrido de seu canal vaginal.
Pegou uma das roupas do armário que era o dobro de seu tamanho e foi. Queria se esconder de tudo e todos, usando uma roupa enorme poderia ajudar. Caminhou até a escola sem nenhuma animação.
- Greg faltou de novo. Ele nem responde as mensagens, parece que esse garoto nem existe na internet. - Falou Melanie a Helena que tinha acabado de chegar.
Helena concordou com um sorriso falso e evitou mais algum tipo de contato. Melanie poderia estar errada sobre isso, afinal não seria a primeira vez que Greg se atrasava para a aula, mas ela estava certa. Fora comprovado que o menino não iria, quando não compareceu até a hora do intervalo na escola.
Já estava na hora de lanchar e Helena não sentia fome, então optou pra não se forçar a comer, poderia vomitar tudo e causar um escândalo na escola, odiaria chamar atenção.
- Ei, eu preciso ir ver Bruce o mais rápido possível, queria saber se você poder ir comigo. - Perguntou Helena a Melanie.
Melanie sabia quem era Bruce e o que Helena fazia indo vê-lo. Ela não aprovava muito o tipo de condições em que a amiga vivia, se preocupava com seu bem estar, mas nunca quis se meter nessa área da vida. Também, por outro lado nunca tinha visto Bruce pessoalmente, apenas sua irmãzinha Lily.
- Tudo bem, depois da escola? - Perguntou Melanie.
- Sim
- Você está monossilábica hoje. - Falou Melanie.
- É, deve ser TPM
- Ah, super entendo. - Falou Melanie acariciando as costas da amiga como uma forma de apoio. - Enfim, eu irei com você, mas não posso demorar muito. Hoje é meu dia de passear com o Gaston.
Gaston era o cachorro da loira.
- Claro.
Não houve muita conversa entre as duas naquele dia. Melanie entendeu que a amiga gostaria de ficar sozinha, então ficou batendo papo com seus dois novos amigos, Emma e Joshua, um Joshua que ainda evitava Helena por timidez.
O dia terminou com aulas completamente tediosas e a mente de Helena não conseguiu acompanhar de forma alguma. Ao fim do turno, ela se encontrou com a amiga na frente da escola, após passar alguns minutos no banheiro vendo se estava tudo bem consigo.
- Vamos, só me seguir.
A casa de Bruce ficava do lado oposto da casa de Melanie. Apesar de ser mais perto da casa de Helena, ainda precisariam andar um pouco. Helena não se sentia confortável para fazer uma longa caminhada, mas precisava saber o que Bruce queria, afinal se ele estava chamando, ela não poderia deixar o amigo na mão. O tipo de mercadoria que ele vendia sempre o podia deixar em apuros, então não era o tipo de conversa que poderiam deixar para outro dia. Ela não sabia o que era e preferia não descobrir de supetão.
Caminhando muitas quadradas, as duas chegam a casa centrada do jovem adulto Bruce. Helena faz o seu ritual de sempre para chamar sua atenção, seu código para saber que é Helena. O homem musculoso aparece na porta.
- E aí, Helena. Tudo bem, irmãzinha? - Falou com doce tom.
- Oi, Bruce. - Disse Helena evitando a falha tentativa do menino em abraça-la.
- Quem é a loirinha, não apresentou pra mim. - Falou Bruce risonho.
- Meu nome é Melanie, mas pode me chamar de garota dos seus sonhos. - Falou ela com uma cara séria, e depois perdendo a pose para uma risada tímida.
- Uh, eu adoraria chamar, meu amor. - Completou o jovem.
A troca do olhar a primeira vista dos dois jamais poderia negar a tensão sexual rapidamente formada. Helena queria vomitar, ainda estava mal do dia seguinte e qualquer tipo de afeição a deixaria pior, mas não deixou isso transparecer, apenas tentou evitar ouvir ou olhar para os dois.
- Enfim, eu queria saber o que você precisa. - Falou Helena tentando apressar as coisas.
- Ah, claro. Vou ser direto, meus pais vão voltar a morar com a gente.
- Uau, nossa... Isso é bom? - Perguntou Helena sem saber como reagir.
- Cara, pra mim não. Você sabe um pouco da nossa história, não nos damos bem, mas a gente entrou num consenso pelo bem da Lily, ela ainda é nova, tem uma vida inteira pela frente. Quer estudar medicina, sabia? Ela nem está aqui, tá em aula extra agora, ela batalha duro.
- Ah, uau. Que bom, espero que ela consiga. - Falou Helena tentando manter o bom humor.
- Pois é, eu tô muito feliz mesmo. E meus pais vem dar mais esse apoio pra ela, ela tá bem feliz com isso. Eu não, mas se ela tá feliz eu tô feliz de qualquer forma. O problema é que meus pais não curtem muito a minha parada. - Continuou ele.
- Ah, e aí?
- Então, eu tava querendo vender a mercadoria. Eu chamei você aqui e aquele seu amigo estranho, ele ainda não apareceu, mas não deve demorar. - Disse o homem. - Chamei mais gente em outros horários, mas não queria que muita gente perigosa entrasse em contato direto com vocês, então sem problemas. Eu tô fazendo um bom preço, preço de desapego.
Helena havia se esquecido da existência de Greg Foster o dia todo, lembrar que ele existia a fazia corar. Ela não quis pensar no fato de que deveria estar vermelha no momento.
- Eu quero sim... Você me passa o valor e eu venho aqui amanhã. Mando mensagem pra você e combino o que eu vou querer. - Falou Helena meio tímida. - Aliás, como você vai fazer pra sobreviver depois disso?
- Ah, você sabe, eu me viro. - Falou Bruce piscando pra Helena e para Melanie. Principalmente, para Melanie.
- Entendo, espero que fique tudo bem. Agora eu tô de saída. Amanhã eu volto.
- Até mais, Irmãzinha. E ei... Você, não quer ficar mais um pouco. - O cara falou para Melanie, não tinha sobrado mais nenhum escrúpulos na sua cara de pau. Ele não tinha nenhuma vergonha.
- Ah, talvez eu queira. - Respondeu uma Melanie provocativa, naquele momento já tinha esquecido completamente de Gaston. Os dois ali não tinha vergonha de nada.
Helena revirou os olhos e se despediu da amiga.
Quando ia saindo viu duas sombras vindo em direção a casa. Não demorou para notar que era Greg Foster, mas a figura do seu lado era irreconhecível, nunca havia o visto.
Greg levantou a cabeça e sorriu para Helena com dentes expostos. Seu olho esquerdo estava roxo, como se tivesse levado um soco. A menina não conseguiu disfarçar sua surpresa quanto a isso, mas respondeu o sorriso com um outro com a boca fechada. Greg não tentou para-la dessa vez, e nem mesmo apresentou o cara que estava ao seu lado, bem maior que ele, mas semelhantes de certa forma. O cara parecia mais velho, um jovem adulto como Bruce, de pele branca, cabelo preto curto e cara extremamente amarrada.
💜 [Resumo do capítulo] : Helena é abusada sexual novamente por Paul. Greg faltou mais um dia de aula seguido e Helena foi ver o que Bruce queria falar com ela, juntamente com Melanie. Melanie e Bruce se aproximam intimamente depois de se encontrarem pela primeira vez e Helena vai embora depois de resolver o que Bruce queria, ele iria vender todo seu carregamento de drogas pois seus pais voltariam a morar com ele e Lily. Ao sair da casa, Helena se depara com Greg acompanhado de um jovem adulto parecido com ele. O olho do amigo estava estranhamente roxo.
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