#26 - Cinco noites com a Hirry
[Hirry e July na capa]
Um estranho clima de felicidade estava tomando conta da casa dos nossos protagonistas, eles estavam animados, radiantes e conseguindo bastante dinheiro nos trabalhos, embora Madness ainda não pudesse sair de casa depois da chacina que Hirry fez, você deve se lembrar dela matando todos aqueles mercenários que tentaram por as mãos no demônio, isso fez seu cartaz de procurado subir muito de nível e fez Madness ganhar um também. Mas eles não davam a minima, aquilo só tinha aumentado a diversão de Hirry assustando os caçadores de recompensas que vinham atrás dela, mas esse não é o principal assunto, depois de devolver o livro para aquela garota, Max manteve o lenço por perto e aquilo lhe dava uma ótima sensação, ele começou a treinar mesmo sem as luvas e estava mais determinado. Acordava tão cedo que conseguia tomar café da manhã com Lion - que sempre saia cedo para seus trabalhos - e deixar comida pronta para os outros dois da casa que também estavam fortalecendo seus laços, todos almoçavam juntos e conversavam mais que o normal. Porque eu resolvi falar disso? Bem... Porque as coisas só vão piorar a partir de agora e essa história que eu vou te contar hoje é o início disso tudo, então se prepare.
Numa manhã ensolarada, nossa pequena assassina treinada acabou sendo contratada para um trabalho um tanto quanto diferente do que ele costuma fazer, um grupo de crianças vem desaparecendo no meio da floresta e ninguém nunca avista a causa ou encontra os corpos, pelo o que os pais das crianças que foram interrogados disseram, tinha um padrão, todo dia 12 dos meses, assim que dava 1:00 da manhã, as crianças acordavam e andavam até o meio da floresta ainda meio sonolentas e nunca mais voltavam, isso já faz cinco meses. Pelo o que um policial disse na televisão em uma entrevista, um caso parecido aconteceu a oitenta anos atrás, quando um grupo de crianças marcaram para brincar no dia 12 de novembro e nunca mais foram encontradas, naquela época eles acharam que tinha sido obra de mercenários, piratas ou até mesmo de lobos mas hoje essas coisa eram muito mais controladas e os acontecimentos e desaparecimento eram muito cronometrados. Detalhes a parte, embora a menina tivesse achado toda aquela história ridícula, eles pagavam bem e repetindo, a casa estava caindo aos pedaços, eles precisavam de dinheiro mais do que nunca e depois de explicar a situação para os rapazes (N/A: parando pra pensar... será que os vizinhos pensam que a Hirry mora com um trio de pedófilos? :v) e depois foi na direção dita com sua faca escondida na bota e Sean preparado ao seu lado, embora apenas ela pudesse ver.
Enquanto caminhava pela floresta, ela percebeu que nunca tinha ido além da floresta, tipo no fim dela, então o que ela ia encontrar ali era muito inesperado. Como a floresta não era muito grande, não demorou muito para ela achar o final da floresta e lá ficava um campo cercado por montanhas, no campo tinha um jardim com flores mortas e árvores secas era o lugar perfeito para ter uma mansão velha e caindo aos pedaços, com tábuas nas janelas e portas, mas a pior parte era o fato de que tinha uma caveira desenhada com tinta vermelha no chão em frente a porta, ao ver a caveira, Sean exitou segurando o braço de Hirry mas ela se sentiu desafiada e só ficou com mais vontade de entrar, ao caminhar pelo jardim morto, uma enorme sensação de estar sendo observada tomou conta de seu corpo mas ela continuou andando, ao chegar na frente da mansão, teve que pensar três vezes antes de desistir da ideia de bater na porte e optar pela violência, chutando a porta agressivamente até sua perna ficar coberta de uma nevoá cinza e ela chutar atirando a porta para longe. Uma pessoa normal pensaria que fazer o menor barulho possível seria essencial, mas acho que não é surpresa se eu disser que Hirry não é nada normal, ela tirou a faca da bota e entrou na casa velha, todos os móveis estavam cobertos por um pano branco e empoeirado, haviam vários buracos pelo chão e a escada era quase impossível de se usar, a única parte que estava acessível era uma porta com uma tinta amarelo-claro bastante desgastada, na porta tinha um pedaço de cartolina rosa com quatro letras, apenas "J" e "Y" estavam reconhecíveis.
De novo, sem pensar, ela abriu a porta, era um quarto de menina, cores azuis nas paredes, uma madeira clara no chão, a cama tinha lençóis feitos a mão, todos com flores decorando eles, assim como a grande e única almofada que tinha na cama que ao lado da mesma, se encontrava uma uma estante cheia de livros de histórias, uma mesinha no centro do quarto bem abaixo de um tapete com folhas de papel e lápis de cor, tudo muito velho e desgastado. A porta da sala se fechou quando Hirry se aproximou da cama fazendo ela correu para fora do quarto e tentar abrir a porta, era bem estranho devido ao fato dela ter chutado a porta pra longe faz pouco tempo. Quando a menina foi procurar outra saída, ela pode sentir um vulto passar perto dela e a o se virar, ela viu uma menina de cabelos brancos, com pele pálida, olhos vermelhos e sem vida, usando uma roupa que parece ter saído de um filme de terror, suas mãos estavam acorrentadas nas costas e ela estava sentada no chão com a cabeça abaixada, Hirry fingiu não nota-la.
- e-ei a-amiga... - gemeu a menina - p-pode me a-ajudar? a criatura mo-monstruosa que mora aqui me p-prendeu
- errr.... - Hirry virou a cabeça devagar para olhar a menina acorrentada - criatura monstruosa?
Ela tentou chamar por Sean para que ele quebrasse as correntes, mas ele não atendeu ao pedido de ajuda e depois de suspirar e decidir que estava mesmo em suas mãos, ela estava prestes a tocar na menina quando um raio fez o que estava escuro ficar impossível de se enxergar, quando Hirry conseguiu ver alguma coisa, a pele pálida da menina tinha ficado branca e os cabelos brancos maiores, suas roupas estavam rasgadas e seus olhos completamente negros. O fantasma encarou a menina por um tempo até sorrir, ela se aproximou da menina e a tocou lentamente.
- peguei~ - cantarolou o fantasma - agora é sua vez!
- que? - disse Hirry indignada - eu não vou brincar com você!
- não? - ela inclinou a cabeça e ficou encarando Hirry com um olhar inocente - acho que você ainda não entendeu o que está acontecendo... FAÇA O QUE EU MANDO, OU MORRE!
Embora não gostasse de receber ordens, ela sabia que aquele era um inimigo que não conseguiria vencer sem ajuda e começou a brincar com o fantasma; Elas brincaram de esconde-esconde, desenhar, leram livros entre outras coisas bobas de crianças mas sempre que o fantasma se distraia, Hirry tentava chamar pela ajuda de Sean e ele nunca vinha. Ao se passar dois dias, enquanto o fantasma tinha desaparecido como sempre, a menina teve a brilhante ideia de explorar a casa, embora muitas partes estivessem destruídas, depois de tanto correr e se esconder ela aprendeu alguns truques que acabaram a ajudando a chegar na entrada para o porão e embora parecesse uma ideia suicida, aquele porão poderia ter alguma pista, pois o fantasma nunca tinha falado nada sobre um porão. A menina abriu a porta e se deparou com uma escada que levava a uma especie de cela onde tinham corpos mortos de crianças, algumas tinham partes dos corpos faltando ou a boca costurada, ao ver aquilo ela colocou as mãos na boca e se afastou lentamente até acabar batendo em alguém e gritar.Era Sean, ele colocou a mão nos ombros da menina, a virou e a abraçou fazendo ela suspirar aliviada, quando foi libertada do abraço percebeu que eles não estavam sozinhos, os corpos com partes faltando, começaram a se mexer pareciam marionetes se mexendo de forma muito estranha como se fios puxassem eles. Hirry estava prestes a pegar sua faca quando as crianças simplesmente a encaram tristes, seus olhares perdidos, suas personalidades e aparências roubadas pela morte é o sofrimento que passaram mesmo sendo tão jovens.
Sean finalmente contou a história deles. No dia 12 uma criança escolhida pelo fantasma era hipnotizada e forçada a vir até essa mansão onde a alma dele estava presa, a partir do momento em que uma criança atravessa aquela porta, a casa se adapta para se tornar interessante para que ela entre e vá no quarto de July que era o nome do fantasma. Assim que July é libertada de suas correntes, ela forçou as crianças a brincarem com ela das mesmas coisas que Hirry brincou durante esses dois dias, mas as crianças resistiram, elas não quiseram brincar e cada uma teve uma morte que correspondia a brincadeira que ela se negou. Mas nenhuma delas sabia dizer porque o fantasma fazia aquilo ou se Hirry iria ter o mesmo final afinal ela não entrou na casa em um dia doze então a maldição se quebraria? Essa dúvida ecoava na mente da menina até que ela resolveu perguntar a Sean porque ele não conseguia falar com ela. E para isso, ele contou que as crianças mortas ficavam pressas dentro do porão e eram incapazes de sair, Sean não era diferente delas, ele era um fantasma acima de tudo e a maldição do porão funcionava nele não importa o quão forte fosse seu laço com Hirry, ela estaria sozinha nessa luta.
Depois de esclarecer suas dúvidas, a menina deu outro abraço no amigo e voltou a subir as escadas, quando abriu a porta quase caiu para trás ao ver o fantasma parado em sua frente e extremamente irritado atirou a menina para longe a fazendo bater a cabeça na parede e desmaiar, tudo ficou escuro. Quando acordou, estava no quarto de July com os braços e pernas amarrados, o fantasma estava segurando a faca dela e a atirava de uma mão para a outra. Desesperada, ela começou a se debater o que a fez cair ainda presa, algumas lágrimas começaram a escorrer de seus olhos enquanto ela tentava se livrar das cordas, July riu de seu desespero e começou a andar até ela.
- você estava sendo tão boazinha! - disse ela com uma voz assustadora - tinha mesmo que mexer onde não devia?
- eu não vou virar mais uma marionete sua! - gritou Hirry
- marionete? - o fantasma parou de andar e pensou um pouco - está falando das crianças? Não, não! Eu não tenho controle sobre elas! Elas só não podem sair daqui!
- porque? Sério! Porque você faz isso? - disse Hirry parando de se debater
- porque eles não viriam por conta própria! - disse July sorrindo levemente triste - opa! Acabei de lembrar que preciso de agulha e linha para sua boca e olhos! Volto já!
E ela saiu cantarolando enquanto Hirry ficou caída no chão do quarto velho e empoeirado, July estava demorando demais para voltar é isso estava começando a deixar a menina irritada, se ela ia morrer, pelo menos que matassem ela de uma vez! Quando revirou os olhos, ela viu algo debaixo da cama, uma carta de alguém, era antiga pois foi escrita por tinta, estava difícil de ler e meio amassada isso só foi mais decepcionante para a menina que estava prestes a morrer. Quando July voltou com a agulha e linha, ela tentou arriscar fazer um pedido, afinal, ela não tinha mais nada para perder mesmo.
- ei! Antes de morrer... Eu posso ler aquela carta? - perguntou Hirry usando a cabeça para apontar para debaixo da cama
Sem saber de que carta de tratava, July deu de ombros e pegou a carta e quando ia desamarrar Hirry, ela decidiu que não iria arriscar que a menina fugisse e leu a carta por conta própria.
"Para July.
Sinto muito não podermos vir ao seu aniversário de novo, mas não queremos arriscar pegar a sua doença e nem pense em sair para a cidade outra vez! Você se lembra o que aconteceu no ano passado? Não me entenda a mal mas você é um caso perdido e suas doença claramente não tem cura... Não é como se eu estivesse dizendo que vou te deixar presa em casa para morrer mas você não pode sair até que tenhamos certeza de que isso não é contagioso.
Atenciosamente, Mãe e Pai."
- e-eu não me lembrava dessa carta... - July segurou a folha com mais força enquanto ria baixinho - eu odiava tanto eles...
- espera... Você só queria que seus pais viessem para seu aniversário? - perguntou Hirry achando aquela história cada vez mais doida
- eu estava doente por isso ninguém vinha brincar comigo nem mesmo meus pais, mas um dia, eu simplesmente me senti completamente diferente, eu não sentia mais minha doença ou minhas dores, eu era uma casca vazia - ela tinha morrido, claro - eu tentei procurar pelos meus pais dentro da casa mais eles não estavam lá e do lado de fora tudo estava diferente, minha vila tinha sumido e agora a casa estava cheia de árvores ao redor
- eu estava tão confusa! Mas eu lembro... Que antes de me sentir vazia... Era meu aniversário! Eu tinha o direito de pedir o que eu quisesse! - July continuou contando a história enquanto Hirry ficava em silêncio - Então de 1:00 da manhã, várias crianças vieram até a casa para brincar comigo! Mas elas quiseram sair, eu só queria fazer elas se sentirem como eu me senti... E continuei buscando por alguém que brincasse comigo, mas todos queiram ir embora! Até você chegar e brincar comigo! Na minha mente, eu finalmente tinha um amigo! Até você me trair como todo mundo sempre faz! VOCÊ FEZ EXATAMENTE O QUE ELES FIZERAM!
- escute... Você está morta! É um fantasma! Seus pais morreram a muito tempo - Hirry resolveu tentar acalmar aquela alma - matar essas crianças não vai fazer diferença em nada! Você vai continuar repetindo isso pra sempre!
- NÃO ME INTERESSA! EU VOU FAZER ISSO ATÉ ACHAR ALGUÉM QUE FIQUE AQUI E ME OBEDEÇA! - gritou o fantasma levando a agulha e linha até Hirry
Agora sim o momento de morte chegou, Hirry se desesperou mais do que nunca gritando e se debatendo, quando July tentou colocar a agulha nos olhos dela acabou atravessando a menina e tentou várias e várias vezes mas não conseguia costurar os olhos nem a boca da menina, July gritou irritada e tudo ficou preto. Quando Hirry abriu os olhos, ela estava na saída da floresta, mas ao invés de uma mansão velha, tinha um cemitério ali com dez lápides visíveis mas provavelmente tinham mais, no meio do cemitério, tinha uma lápide com o nome "July Dilverty" e algumas palavras embaixo do nome "Hora de descansar, junto com meus "amigos". Era realmente uma cena estranha, aquilo não fazia o menor sentido para ela, já que não se lembrava da July ou das crianças marionetes, você deve estar se perguntando como eu sei dessa história se ela não lembra de ter vivido isso, a resposta é porque esse não é o final da história da July e da Hirry. (N/A: afinal o título diz cinco noites e só se passaram duas) Ao voltar para casa, os rapazes perguntaram onde a menina esteve o dia inteiro, ela não soube responder mas estava morrendo de sono e dor de cabeça e só foi acordar às 4:00 da tarde quando Sean a chamou, mas isso eu continuo depois, tem uma história que eu gostaria de te contar agora.
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Howdy pessoinhas desocupadas! Esse capítulo foi inspirado em um sonho estranho que eu tive e o final foi meio confuso, porque eu não me lembro do sonho todo e tive que ir inventando as partes que eu não sabia, isso inclui o final.
Mas a parte mais estranha é o fato de que no sonho eu não era a Hirry, eu era a July que por sinal não tem esse nome por acaso, além de ser uma dedicatória a minha querida e louca amiga circuscrybaby também significa julho em inglês o que faz a data de aniversário dela ser 12 de julho! Legal né? .___.
Espero que tenham gostado, desculpa qualquer erro ou uso de palavras que vocês não conheçam. Beijos de um queijo e tchau!
Imagem da capa:
Eu fui ler os capítulos antigos e me lembrei que o narrador dessa história é uma mulher contando uma história para uma menina, então eu decidi deixar mais como se ela conversasse com a menina enquanto conta a história, espero que gostem!
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