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3.3 | THE NIGTH WE MET

N.A: Foto do Marco, Rick e Aidam no final do capítulo

{ A noite em que nos conhecemos }



Maze Jules Maybank -MJ

A música ecoava ao longe, abafada pelas paredes de madeira da varanda da casa do Barry. O ar pesado carregava o cheiro de fumaça da fogueira acesa, misturando-se à luz prateada da lua que mal iluminava a estrada de terra ao redor. Ali estávamos eu e o JJ, sentados em um canto afastado, longe do barulho. Ele tinha aquele jeito descontraído de sempre, mas eu sentia no ar a tensão crescente. Os carros chegavam um a um, os faróis iluminando brevemente o chão de terra batida, enquanto eu observava em silêncio, antecipando o tipo de noite que estava prestes a começar.

— Quem são aqueles ali? — meu irmão perguntou, apontando com a cabeça na direção dos três homens que jogavam cartas em uma mesa improvisada.

Levantei os olhos e deixei meu olhar vagar até Marco, Rick e Aidam. O trio que, junto com Barry, formavam um quarteto dos principais traficantes de Outer Banks.

Marco, moreno, com cabelo raspado e aparência de soldado, exalava uma aura de disciplina que dispensava apresentações. Seus olhos castanhos, quase negros, tinham uma profundidade que intimidava e uma quietude que parecia conter um vulcão. Não era o tipo que precisava levantar a voz para ser ouvido. Ele era assim — o peso em sua expressão parecia o de quem já conhecia os piores lados da vida e, por isso, carregava uma seriedade impenetrável. Seus ombros largos e postura rígida gritavam autocontrole, mas havia algo nas mãos cerradas, nos movimentos calculados, que deixava claro: ele sempre estava pronto para agir.

Rick, por outro lado, era o oposto. Ruivo e com olhos castanhos claros que quase brilhavam, ele tinha uma energia contagiante que parecia colocá-lo no centro de qualquer situação. O sorriso fácil e o riso exagerado eram como uma máscara brilhante, mas, se você olhasse de perto, talvez percebesse que havia algo por trás — uma astúcia traiçoeira, um gosto por manipular situações ao seu favor. Rick era o tipo que fazia você rir enquanto roubava o chão sob seus pés.

Aidam, com seus cabelos loiros e olhos claros, parecia ter saído de um comercial de moda. Tudo nele era cuidadosamente equilibrado, desde os movimentos suaves até o tom de voz controlado, o que lhe conferia uma confiança quase magnética. A diferença entre ele e os outros, no entanto, era a forma como ele parecia gostar de observar antes de agir, algo no jeito como inclinava a cabeça quando alguém estava falando, como se estivesse avaliando e julgando. Havia algo intrigante em sua calma, como se ele fosse sempre o último a fazer algo... mas, quando fazia, era certeiro.

Por fim, havia Barry. Seu cabelo desgrenhado, caindo sobre o ombro, contrastava com sua postura aparentemente autoritária, mas por trás disso havia uma calma tensa, controlada. Ele era do tipo que não precisava de palavras para ser intimidador; sua presença era suficiente. Barry exalava uma ameaça silenciosa, como se estivesse sempre no controle, observando, esperando o momento certo para agir, sem pressa, mas com uma intenção clara. Era o tipo de pessoa que sabia o que queria, e, só às vezes, não se importava com as consequências.

Apesar das diferenças, os quatro eram inseparáveis, como peças complementares no jogo sujo que Barry comandava. Eles nunca fizeram nada contra mim, mas eu sabia bem o que eram capazes de fazer com quem cruzasse o caminho deles.

— Aqueles ali? — respondi, inclinando um pouco a cabeça. — São caras que você definitivamente não quer encontrar num beco escuro.

JJ riu, uma risada com um toque de sarcasmo.

— Parece uma galera legal. — falou de um jeito irônico, o que só aumentou minha preocupação.

Revirei os olhos, mas não disse nada. JJ adorava brincar com limites, mas aqui não era o lugar para isso. Enquanto ele continuava relaxado, encostado na cadeira, minha mente disparava. Rick, Marco e Aidam não eram o único problema da noite. O som crescente de vozes, risos e passos denunciava a chegada de mais gente. Mais e mais carros paravam na estrada, enquanto eu sentia a tensão inquietante da noite apenas crescer.

— Vai pro meu quarto, Jay. — cortei o silêncio com firmeza. — E não sai de lá até amanhã. Depois de hoje, você vai precisar de uma longa noite de sono.

Ele franziu a testa, surpreso com minha seriedade.

— Sério que você vai me fazer perder toda a diversão? — começou, mas parou quando encontrou meu olhar.

Não precisei dizer mais nada. JJ se levantou, resmungando algo inaudível, e entrou na casa. Só relaxei quando ele sumiu de vista. Apesar de ser apenas dois anos mais novo, às vezes parecia uma eternidade. Aqui não era lugar para ele, e eu faria o que fosse necessário para protegê-lo de ambientes como esse.

Dois segundos depois o Barry apareceu, carregando algumas caixas nas mãos, seu jeito descontraído de sempre fazendo-o parecer ainda mais à vontade em meio à confusão. Ele acenou com a cabeça quando me viu, a expressão amigável como se nada de errado estivesse acontecendo.

— Vai me ajudar com isso? — perguntou, aproximando-se de mim com um sorriso.

Peguei uma das caixas que ele me entregou, e enquanto caminhávamos até a mesa onde os três investidores estavam, Barry não perdeu a oportunidade de jogar uma piada no ar.

— Eu acabei de ver o desmiolado do seu irmão lá dentro. Tava irritado. Você mandou ele sair daqui, não foi? — ele questionou, o tom brincalhão não disfarçando a curiosidade.

— Aqui não é lugar pra ele ficar — respondi, com simplicidade. Não queria discutir mais sobre isso na frente do Marco, Rick e Aidam. Eles estavam ali para outra coisa.

Barry riu, meio surpreso, mas não comentou. Estava claro que ele entendia a seriedade por trás das palavras, mas também sabia que o clima aqui nunca era simples. Esse tipo de noite não era pra qualquer um, especialmente não para o meu irmão.

Enquanto Barry pegava mais caixas, eu me encostava na mesa ao lado do trio. Eles já estavam habituados com a minha presença, então a coisa toda estava mais leve e sem frescura. Quando Barry colocou a caixa em cima da mesa, Aidam não levantou os olhos das cartas, mas deu uma olhada rápida, o canto da boca se mexendo num meio sorriso.

— Mais uma noite dessas, hein? — comentou, claramente mais interessado no jogo do que no resto.

Rick, por outro lado, estava mais atento. Ele me olhou e fez um gesto com a cabeça, indicando a porta da casa.

— Era seu irmão? — ele perguntou, apontando casualmente com o dedo para onde JJ havia sumido.

Eu dei de ombros, como se fosse óbvio. Não tinha por que esconder.

— Sim, era ele. — respondi, enquanto olhava para Barry, que já estava conversando com outra pessoa.

O ruivo fez uma careta, quase divertida, e se recostou na cadeira.

— Ele parecia meio tenso. Alguma briga de família ou só mal humor? — perguntou, com a voz baixa e um sorriso no canto da boca, como se quisesse um pouco de drama para apimentar a noite.

Marco finalmente olhou para mim, levantando uma sobrancelha. Ele era mais contido, mas dava para ver que gostava de me zoar um pouco de vez em quando.

— Então você deu um fora no seu irmão? Mandou ele embora? — perguntou, com aquele tom de quem conhece a história toda, mas ainda gosta de provocar.

Eu dei um sorriso rápido, não me importando muito com a brincadeira deles. Estávamos todos em sintonia com a atmosfera da noite. Eles não eram meu problema, mas eram uma presença constante, e querendo ou não, eu me sentia à vontade com a forma como eles pareciam sempre descontrair as coisas.

— Nada demais, só não queria que ele ficasse aqui. — respondi, com naturalidade. Eu não ia me estender sobre isso.

Rick riu baixinho, ainda olhando para a casa por onde JJ tinha ido embora.

— Que mancada, Maze. Ficar pra trás enquanto você fica por aqui com a gente... — soltou, se inclinando um pouco para frente, como se quisesse ver se ia ter mais alguma reação minha.

— Acontece — falei, sem dar muita atenção ao comentário. — Ele vai se recuperar.

Marco balançou a cabeça, como se estivesse se divertindo com a situação, mas logo voltou ao seu jogo, aparentemente satisfeito com a explicação. Ele nunca gostava de se aprofundar muito em conversas emocionais. O máximo que ele fazia era uma piada ou outra, só para manter a leveza.

Barry, que já estava com a atenção voltada para o grupo, levantou as sobrancelhas para mim e deu um aceno como quem pergunta "tá tudo certo por aqui?". Eu só dei de ombros, já acostumada com a dinâmica.

— Então, o que mais a gente tem pra fazer aqui? — Aidam perguntou, recostando-se na cadeira e olhando para nós.

— A noite tá só começando, Aidam. — falei, como se aquilo fosse uma resposta para tudo.

— Escutem aqui, vocês três. — Barry disse, a voz mais grave, com um tom que só ele sabia usar quando a coisa ficava séria. Estava se dirigindo ao trio, não com ameaça, mas sem deixar dúvidas sobre sua autoridade. — As coisas não estão fáceis. Tem muita gente devendo. E quando falo muita gente, é muito mesmo. Do tipo que já começa a desaparecer quando você começa a cobrar. E, se não fizermos a nossa parte direito, vai ser um caos.

Rick, que tinha o sorriso fácil, agora estava com uma expressão mais séria, como se sentisse a gravidade nas palavras de Barry. Marco, sempre mais calado, se recostou na cadeira, observando sem dizer nada, mas os olhos dele mostravam que ele estava absorvendo cada palavra.

— Então, o que você tá sugerindo? — Aidam perguntou, com a voz mais baixa, a tensão começando a entrar na conversa. Ele olhou para mim confuso, como se quisesse confirmar o que Barry estava dizendo.

O cabeludo cruzou os braços, observando os três com mais atenção, como se estivesse calculando o melhor caminho para seguir.

— Precisamos fazer mais pressão. Não tem jeito. Se não cobrarmos, não vamos ver nem metade do que nos devem. E vocês sabem bem como as coisas podem desandar rápido se a grana não entrar. — ele olhou para os três — Não é brincadeira, pessoal. A situação tá mais apertada do que parece, e não podemos perder o controle.

Marco, finalmente, quebrou o silêncio.

— Acho que não tem mais como ignorar, né? — ele disse, jogando as cartas na mesa e se levantando lentamente, como se estivesse se preparando para algo grande. — Vai ser uma noite longa. Vamos lá, me passa o endereço de algumas dessas pessoas. Vou fazer uma visitinha pra eles com meus amigos aqui. — apontou para Rick e Aidam, mas somente o ruivo estava se levantando.

Barry manteve a expressão inalterada, mas seus olhos brilhavam com uma intensidade que indicava que ele estava analisando cada palavra, cada gesto deles. Ele sabia muito bem como a situação estava se desenrolando e não se deixaria levar por decisões impulsivas. Marco e Rick estavam prontos para agir, mas Barry e Aidam tinham um jeito de fazer as coisas, e não eram de se apressar.

Aidam olhou para os dois, respirou fundo e, finalmente, deu um leve sorriso, mas era o tipo de sorriso que não trazia conforto.

— Não é assim que a gente faz as coisas, gente. — a voz dele foi baixa, mas firme. — Não vamos resolver nada indo atrás de todo mundo sem pensar direito. Isso só vai chamar atenção e fazer as coisas saírem do controle.

Rick, que até então estava em silêncio, fez um movimento impaciente com a mão, como se estivesse mais interessado em agir do que em ouvir qualquer tipo de explicação.

— Mas, e as dívidas? — Rick perguntou, quase desafiador, sem esconder a frustração. — Se a gente não apertar logo, vamos perder tudo. A gente tem que pressionar!

Barry o encarou com calma, sem mostrar nenhuma animação, mas também sem perder a firmeza.

— Nós sabemos, Rick, sabemos muito bem o que está em jogo aqui. Mas a última coisa que precisamos é de mais confusão desnecessária. A coisa já tá ficando quente, e não queremos que a gente vire o alvo. Vamos agir de forma estratégica.

Marco olhou para Barry e Aidam, seus olhos fixos, como se estivesse pesando as palavras deles. Ele sabia que eles nunca deixavam de agir com precisão, mas o que estava em jogo naquela noite fazia até Marco ficar impaciente. A pressão era grande.

— Então, qual é o plano? —  perguntou, com a voz mais baixa, quase exigente. Ele estava disposto a seguir, mas queria saber o caminho certo para isso. Afinal, toda aquela conversa de "estratégia" não estava ajudando muito em relação ao que ele queria agora.

Barry e Aidam olharam para mim, me pedindo sem palavras para explicar. Eu sabia que nós não podíamos dar o braço a torcer e nos expor demais. A situação exigia um controle minucioso.

— O plano é simples. — comecei a falar — Vamos começar com aqueles que estão mais fáceis de cobrar. E, sim, tem alguns caras que são mais difíceis, mas vamos pegar mais pesado com eles depois. Vamos passar os nomes, os endereços e o que a gente tem de informação. Quando for a hora de apertar, vou querer os dois no comando. — me referi ao Marco e ao Rick — Mas, por enquanto, vamos manter a calma e seguir com cautela. O mais importante agora é não fazer barulho.

Rick e Marco trocaram olhares rápidos, mas não questionaram. Eles sabiam que Barry, Aidam e eu estávamos sempre cinco passos à frente. Então, Marco se inclinou para pegar uma folha de papel que estava sobre a mesa e começou a anotar rapidamente enquanto o ruivo se acomodava novamente na cadeira, visivelmente mais calmo, mas ainda com a impaciência nos olhos.

— Cautela. Certo. — Marco disse, virando a folha e entregando-a a Barry. — Então, quem começa a lista?

Barry olhou para os dois, e pela primeira vez desde que entrou na conversa, seu olhar se suavizou um pouco. Ele pegou a folha e entregou um nome de forma prática.

— O primeiro é um dos mais fáceis de pegar. Vamos começar por ele e ver como as coisas evoluem. Mas, lembrem-se, nada de fazer barulho. E, Rick... — ele olhou para o ruivo com uma seriedade renovada. — Não se distraia com piadas. Hoje é sério. Convidei essas pessoas pra cá com o intuito de colocá-las contra a parede.

Rick deu uma risada sem humor, mas assentiu.

— Pode deixar, Barry. — disse, agora com uma expressão mais fechada. — Vamos fazer do jeito certo.

Até que o som de um motor rugindo ao longe cortou a conversa. O barulho pesado e contínuo se aproximava, ficando mais forte a cada segundo. A moto apareceu na curva da estrada, o ronco do motor reverberando ao vento e fazendo as plantas ao redor tremerem. Ele estava vindo com a velocidade de quem já sabia como dominar qualquer lugar, e quando a moto parou, os olhos de todos se voltaram imediatamente para o novo visitante. O brilho da lua se refletia no metal da moto, destacando a figura imponente do rapaz que, com uma confiança absurda, tirava o capacete.

— Aquele não é o Cameron? — Rick perguntou, com os olhos estreitados e um sorriso malicioso começando a surgir nos lábios, como se estivesse se preparando para a piada.

— Quem? — Marco perguntou, franzindo a testa como se tentasse lembrar o nome.

— O herdeiro do Ward Cameron. — Aidam explicou, apontando discretamente para a figura que agora descia da moto, com as mechas bagunçadas caindo sobre a testa. Ele parecia não se importar com a atenção que estava recebendo, quase como se fosse esperado.

— Olha só, parece que temos um kookzinho na merda. — Rick falou, divertido.

Eu não conseguia parar de olhar para ele. A maneira como ele se movia, com uma confiança que beirava a arrogância, me fazia questionar por que ele estava ali. O que queria ali? E, mais importante, por que eu estava tão interessada? Não tinha nenhuma razão para isso. Ele era só mais um rico metido que achava que o mundo girava ao seu redor. Não é como se eu fosse dar atenção.

Kookzinho na merda. Sim, talvez ele fosse isso. Mas eu não conseguia parar de lembrar da noite em que realmente conheci o Rafe Cameron. Não, não esse aqui. Esse com o ar arrogante e postura excêntrica. Naquela noite, ele parecia diferente. Ele parecia... sincero.

De repente, me peguei completamente absorta, como se o presente tivesse desaparecido. Eu estava ali, mas minha mente estava de volta àquela noite. Eu o observava com aquela arrogância que me fazia querer olhar para o lado, mas que, de algum jeito, prendia meu olhar. Os outros ao meu redor continuavam falando sobre o plano, mas nada entrava na minha cabeça. Era como se houvesse uma parte de mim desconectada, enquanto a outra, sem querer, só focava nele. Ele não tinha culpa, eu sabia disso. O problema não era ele. 

Merda.

Por que eu não conseguia simplesmente desviar os olhos?

(Flashback on - 3 anos antes)
N.A: Recomendo darem play na música 


Eu estava tão cansada. Não só fisicamente, mas de uma maneira que parecia me consumir de dentro para fora. As lágrimas queimavam meu rosto, misturadas com a dor de um corte que eu nem me lembrava de ter recebido. Minhas mãos tremiam enquanto eu puxava a camiseta velha sobre os ombros, como se o tecido pudesse me proteger do vento frio que cortava a zona Pogue naquela madrugada.

Meus pés descalços doíam a cada passo no asfalto irregular, mas eu não conseguia parar. O barulho dos meus gritos parecia ecoar na minha cabeça, preenchendo o vazio deixado pelo silêncio. Eu não sabia para onde estava indo. Não sabia se importava. Longe era suficiente.

Longe de casa. Longe deles.

O céu estava escuro, mas a lua derramava uma luz prateada sobre a rua deserta. Não era bonito. Era frio. Indiferente. Como se o mundo não soubesse o que acontecia na minha maldita vida.

E então eu o vi.

Rafe Cameron estava do outro lado da rua. Cambaleava um pouco, como se tivesse bebido mais do que deveria. A jaqueta pendia de um ombro, o cabelo bagunçado. Ele parecia deslocado, e algo nele me irritou instantaneamente. Ele não pertencia a esse lugar. Ele não era um de nós. 

Mas ele estava ali. E, de alguma forma, me viu.

— Maze? — a voz dele quebrou o silêncio, arranhada e hesitante.

Eu não respondi. Só continuei andando, porque se eu parasse, talvez desmoronasse ali mesmo.

— Maze, espera! — ele chamou de novo, mais alto dessa vez.

Antes que eu percebesse, ele já estava na minha frente, os olhos azuis fixos em mim, brilhando à luz da lua.

— O que aconteceu? — ele perguntou, e havia algo na voz dele que me fez parar. Uma genuinidade que eu não esperava.

Meu corpo inteiro travou. Eu não queria responder. Não queria pensar.

— Nada — murmurei, tentando desviar.

Ele franziu a testa, e seu olhar desceu pelo meu rosto, para a camiseta, para as marcas que eu sabia que estavam lá.

— Não parece nada — retrucou, olhando para o meu rosto. Ele parecia hesitar, mas não recuou. — Quem fez isso com você?

A pergunta me atingiu como um soco. Senti o ar preso nos pulmões.

— Não é da sua conta, kook. — minhas palavras saíram afiadas, mas minha garganta ardia.

Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo.

— Você não devia estar andando por aqui, sozinha, a essa hora.

— E você pode? Por acaso se perdeu no caminho para casa, country club? — retruquei, tentando forçar sarcasmo na voz.

Ele não respondeu. Em vez disso, tirou a jaqueta e a colocou nos meus ombros, sem pedir permissão. Eu queria protestar, mas o calor do tecido foi um alívio tão imediato que fiquei em silêncio.

— Onde você tá indo? — perguntou, a voz mais suave.

Eu hesitei. Para onde eu estava indo? Nem eu sabia.

— Longe.

Por algum motivo, ele assentiu, como se entendesse.

— Você não precisa fugir. — ele disse.

Minhas pernas cederam antes que eu pudesse responder, e eu desabei na calçada, abraçando meus joelhos contra o peito.

— Você não entende. — as palavras saíram como um sussurro.

Ele se sentou ao meu lado, sem pressa, sem insistir.

— Acha que não entendo o que é odiar o lugar de onde você veio? — ele perguntou, finalmente, com uma amargura inesperada na voz. — Acha que não entendo o que é querer sumir?

Olhei para ele, surpresa. Os olhos dele estavam fixos na rua à nossa frente, mas havia algo ali, algo quebrado, algo familiar.

— O que aconteceu com você não é culpa sua, Maze. — a voz dele era firme, mas calma, como se estivesse dizendo algo que precisava ouvir também. — Mas fugir não vai apagar isso.

As lágrimas voltaram, quentes e silenciosas, e dessa vez eu não tentei segurá-las.

— Eu não sei como parar de fugir — admiti, a voz tremendo. 

Rafe me olhou então, direto nos olhos, a expressão menos arrogante e mais cansada do que eu já tinha visto.

— Me responde uma coisa, loirinha. Por que você continua voltando pra lá?

Eu hesitei. Minhas mãos apertaram a jaqueta sobre os ombros, como se ela pudesse me proteger da pergunta.

— Porque... no fundo, ainda tenho esperança.

Ele ficou em silêncio. E então, soltou um suspiro cansado, como se a conversa tivesse exaurido suas forças.

— Esperança, hein? — murmurou, olhando para o chão, com a voz distante. — Talvez seja só mais uma desculpa pra gente aguentar o que não consegue mudar.

Eu fiquei ali, parada, olhando para ele. Não tinha certeza se ele estava falando comigo ou consigo mesmo.

Mas, pela primeira vez na vida, concordei com o Rafe Cameron.

( Flashback off )

— MJ! — A voz de Barry cortou meus pensamentos como uma lâmina afiada.

Pisquei algumas vezes, tentando me desconectar do passado e voltar ao presente. Quando finalmente ergui os olhos, Barry me encarava com um sorriso de canto. Não o típico sorriso casual dele, mas algo carregado de curiosidade.

— Tá com a cabeça onde? — ele perguntou, inclinando levemente o corpo em minha direção, como se quisesse me puxar de volta à realidade.

Só então percebi que todos estavam olhando para mim. Marco tinha as sobrancelhas franzidas, Aidam fazia aquele movimento irritante de inclinar a cabeça, me avaliando, e Rick, claro, parecia se divertir com a situação.

— Hã... — comecei, ainda confusa — Eu tava só... pensando.

— Pensando no quê? — Rick provocou, o tom carregado de malícia.

— Em como você é irritante, talvez? — devolvi rapidamente, o encarando.

Barry ajeitou a postura, cruzando os braços com a calma de alguém que parecia ter planejado cada detalhe da conversa.

— Maze, espero que esteja prestando atenção. — Sua voz era firme, mas havia um tom calculado, quase persuasivo.

Encarei-o por um momento, ainda tentando sacudir o torpor dos meus pensamentos.

— Estou ouvindo. O que foi que eu perdi?

Ele inclinou levemente a cabeça, um sorriso sutil se formando nos lábios, mas seus olhos castanhos não traziam nenhuma leveza.

— É simples. Algumas pessoas que nos devem estão aqui esta noite. — ele fez uma pausa, como se escolhesse cuidadosamente as palavras. — Convidá-las foi estratégico. Nada como um ambiente descontraído pra tirar as máscaras, não acha?

— Você planejou isso? — perguntei, tentando manter minha voz neutra.

Barry deu de ombros, um gesto quase displicente, mas sua expressão permanecia afiada.

— Digamos que o timing era conveniente. — ele lançou um olhar casual para os outros antes de voltar a me encarar. — Preciso que você esteja lá, Maze. Você tem uma habilidade... peculiar de lidar com pessoas. Elas confiam em você, abaixam a guarda.

A intenção por trás de suas palavras era clara, mas ele não precisava explicitar. Barry sabia jogar o suficiente para deixar a proposta pairando no ar, esperando que eu a pegasse.

— E o que acontece se isso sair do controle? — questionei, cruzando os braços para esconder a inquietação que começava a crescer.

— Não vai sair. — o mesmo sorriu, mas o sorriso não alcançou os olhos. Inclinou-se levemente, como se quisesse enfatizar cada palavra. — Eu cuido disso. Você só precisa fazer o que sabe fazer de melhor: persuadir.

Barry fez uma pausa, estudando meu rosto antes de continuar, com a voz ligeiramente mais baixa:

— E falando nisso... Se eu te pedir pra falar com o Rafe, você consegue?

O nome dele pareceu pairar no ar, pesado e proposital. Antes que eu tivesse a chance de responder, Rick já estava entrando na conversa com seu jeito provocador.

— Ah, qual é, Barry. Todo mundo sabe que a MJ tem o toque de Midas pra esses kooks. — Ele balançou a cabeça, um sorriso presunçoso no rosto. — Se bem que, nesse caso, acho que ela vai precisar mais de um toque mágico pra lidar com o Cameron.

— Cala a boca, Rick. — a voz de Aidam soou firme, mas havia um brilho de diversão em seus olhos. Ele estava observando a cena como se fosse um espetáculo. — Só porque você sempre estraga tudo quando abre a boca, não significa que a MJ vai fazer o mesmo.

Marco, que até então estava quieto, rolou os olhos dramaticamente.

— Vocês são insuportáveis. — ele me lançou um olhar compreensivo antes de virar para Barry. — E você, pra variar, jogando a bomba no colo dela?

— Ela dá conta. — ele deu de ombros, voltando o olhar para mim. — Então, Maze?

Suspirei, passando a mão pelo rosto enquanto sentia todos os olhares voltados para mim. Barry, claro, mantinha aquela expressão indecifrável, como se soubesse que eu não ia recusar.

— Se eu fizer isso, e ele for um idiota, vou culpar você até o fim da minha vida. — A ponta de sarcasmo na minha voz arrancou risadas baixas.

— Relaxa. — Aidam falou, sorrindo fraco — Como o Barry disse: só faz o que você já faz de melhor.

— A rainha dos traficantes vai entrar em cena. — Rick comentou, erguendo as mãos como se estivesse anunciando algo grandioso.

— Rick, você quer mesmo levar um soco hoje? — resmunguei, mas não pude evitar um sorriso discreto.

— Não, obrigado. Ainda tô me recuperando do último. — ele soltou, divertido.

Marco rolou os olhos, visivelmente entediado com a troca de farpas, mas sem deixar de olhar para nós com um leve sorriso. Aquele jogo de provocações entre Rick e eu já era uma rotina.

— Vou deixar vocês com essa diversão. — Aidam comentou, levantando-se calmamente e olhando para Barry. — Então, a gente vai mesmo atrás dos que estão devendo ou não?

Logo após, Barry, Marco e Aidam caminharam até os outros de maneira silenciosa, mas a tensão no ar era palpável. Os três não precisavam de palavras para mostrar que estavam ali para cobrar o que era devido. Era claro para qualquer um que eles não estavam ali para negociações amigáveis.

Com os três saindo em direção ao resto da festa, o ambiente ao redor parecia voltar ao seu ritmo normal, mas o peso do que eu teria que fazer a seguir pairava no ar. Agora, só restavam Rick e eu, sentados em frente à mesa, que ainda tinha algumas cartas espalhadas, assistindo à cena sem pressa de agir.

Rick olhou para mim, se afastando da cadeira de maneira relaxada.

— Então... já começou a se preparar mentalmente para o que vem por aí? — ele perguntou, a brincadeira ainda evidente em seu tom, mas com uma certa compreensão nas palavras.

— Já estou acostumada com esse tipo de situação. — respondi, dando de ombros. — Não é o meu primeiro rodeio.

O ruivo se levantou lentamente da cadeira e, sem pressa, pegou uma cerveja na mesa. Ele abriu com um movimento casual e deu um gole, sem tirar os olhos de mim. Depois, com um sorriso provocador, disse:

— Ah, eu ainda quero conhecer o seu irmão. Ele parece ser bem mais legal que você.

Revirei os olhos, não conseguindo esconder o sorriso sarcástico.

— Vai sonhando, ruivinho. — falei, com a voz carregada de falso desdém, antes de tomar outro gole da minha bebida.

Rick deu uma risada abafada e acenou com a mão, como se já soubesse que minha resposta seria essa. Ele deu mais um gole na cerveja e começou a caminhar na direção de onde os outros estavam.

— Vou deixar você com seus pensamentos, MJ. Cuida da sua parte. — ele falou enquanto andava de costas.

Eu apenas acenei de volta, sem muito entusiasmo, já sentindo a pressão do que estava por vir. Quando ele se afastou, um suspiro escapou dos meus lábios, e olhei para a festa ao redor. Estava na hora de enfrentar Rafe Cameron.

Me levantei da cadeira e me aproximei da fogueira com passos calculados. Lá estava o Rafe, sozinho, a luz das chamas brincando no rosto dele, com o cigarro pendendo entre os dedos, como se o mundo ao redor simplesmente não existisse. Eu não sei o que aconteceu com o Rafe que eu me encontrei naquela noite, mas esse cara aqui... definitivamente não é ele.

— Você sempre gosta de fazer uma entrada dramática, não é? — perguntei, quebrando o silêncio, o tom carregado de sarcasmo.

Ele ergueu os olhos lentamente, como se só agora percebesse minha presença. Depois, soltou um sorriso de canto, claramente divertido.

— Ah, loirinha, não espere menos de mim. — ele tragou o cigarro e indicou com o queixo na direção dos outros. — Seus amiguinhos? Resolveram te deixar no comando, é isso?

Olhei de relance para onde Marco, Rick e Aidam estavam, mas voltei os olhos para ele, firme.

— Não se preocupe com eles. Eu vim falar com você.

— Tá dizendo que veio aqui só pra falar comigo? Que privilégio. — ele riu baixinho, jogando a fumaça de lado. — Vai me dar uma lição de moral agora?

— Não se dá pra quem não merece. — cruzei os braços, ignorando o calor crescente da fogueira e o olhar dele que parecia me despir camada por camada. — Eu vim cobrar sua dívida, Rafe. Não tenho tempo para jogos.

— Dívida? — ele arqueou uma sobrancelha, fingindo surpresa. — E o que exatamente você acha que eu devo?

— Você sabe do que eu tô falando. — murmurei, entredentes. — Não começa com essas piadinhas.

Ele deu de ombros, como se minha raiva fosse a coisa mais irrelevante do mundo.

— Vamos lá, loirinha. Não tem ninguém aqui além de nós dois. Se você queria conversar, podia ter só pedido.

— Conversar? — dei um passo à frente, olhando diretamente nos olhos dele. — Isso aqui não é um pedido, kook. Ou você paga o que deve, ou a situação vai ficar muito pior pra você.

Ele riu de novo, dessa vez com mais vontade, como se eu fosse a pessoa mais ingênua que ele já conheceu.

— Adoro quando você tenta ser ameaçadora. É fofo, de verdade.

Meu sangue ferveu, e eu tive que me conter para não voar no pescoço dele ali mesmo.

— Fofo vai ser quando eu tiver que explicar pro Barry por que o filhinho do Ward não conseguiu cumprir a palavra. Aí quero ver o quanto você vai rir.

Rafe finalmente perdeu um pouco da pose, o sorriso se tornando uma linha fina. Ele se levantou, ficando na minha frente, tão perto que eu podia sentir o cheiro do cigarro misturado com o do fogo.

— Você tá blefando.

Levantei o queixo, recusando-me a recuar.

— Experimenta. Você não sabe do que os meus amiguinhos ali são capazes. — apontei com um movimento discreto de cabeça para onde Marco, Rick e Aidam estavam, as sombras das figuras mal iluminadas pela luz da fogueira. — E sinceramente? Acho que você não quer descobrir.

O sorriso no rosto dele voltou, mas agora era mais tenso, como se eu tivesse finalmente atingido algo.

— Olha só, Maze. — Ele deu um passo pra trás, levantando as mãos em um gesto de rendição. — Eu não tô com o dinheiro agora, tá bom?

Ah, que novidade.

Cruzei os braços, inclinando a cabeça de lado enquanto o avaliava.

— Claro que não está. O herdeiro Cameron sem grana? Nossa, quem poderia imaginar?

Ele bufou, passando a mão pelos cabelos e olhando para o céu, como se estivesse tentando se controlar.

— Você acha que é fácil, né? Vir aqui, bancar a durona... — ele voltou o olhar para mim, mais sério agora. — Mas você não faz ideia de como as coisas funcionam.

— Sei que promessas quebradas não pagam dívidas. — rebati, o tom afiado.

Ele me encarou por um momento, o rosto uma máscara de irritação misturada com aquele charme irritante que parecia grudado nele.

— Tá, e o que você quer que eu faça? Venda meus órgãos?

Dei um passo à frente, agora tão perto que podia ver os reflexos das chamas dançando nos olhos dele.

— Não sei, Rafe. Mas talvez começar a agir como um homem e pagar o que deve fosse um bom começo.

Aquelas palavras pareciam ter caído como um peso nas costas dele. Vi a mudança em seu rosto, quase imperceptível, mas não consegui deixar de notar. Ele parou de se mexer, ficou parado por um momento, como se tivesse sido atingido por algo muito mais profundo do que minhas palavras poderiam sugerir.

A expressão impassível que ele assumiu me disse mais do que qualquer resposta vazia poderia. Havia uma sombra nos olhos dele, algo que se apagou tão rápido quanto surgiu, mas era o suficiente para eu perceber que tinha tocado em algo que ele preferia esquecer.

Por um segundo, pensei que ele ia retrucar, lançar mais uma piada ou simplesmente me ignorar. Mas em vez disso, ele suspirou, passando a língua pelos lábios como se estivesse tentando decidir o que dizer.

— Me dá uma semana. — ele finalmente disse, o tom mais baixo, quase resignado.

— Você tem três dias. — respondi imediatamente, sem dar espaço para discussão.

Eu dei as costas, deixando a última palavra pendurada no ar, sem pressa de olhar para trás. Não precisava. Ele sabia o que eu queria, e sabia que não era só uma cobrança, mas um ultimato. A decisão estava agora com ele. Eu não ia mais me esforçar para fazer as coisas acontecerem. Ele teria que correr atrás, se realmente quisesse. E, por mais que ele tentasse disfarçar, eu sabia que ele não tinha mais muito tempo. Eu só não ia esperar.

Eu não me considerava uma viciada. Bem, talvez eu fosse, mas não sou uma dependente, nem nada do tipo. Sei a hora de parar e sei a hora de continuar. E, honestamente, às vezes, tudo o que eu queria era deixar a vida rolar sem me preocupar com mais nada.

A festa já tinha acabado há uma hora e, dentro da casa do Barry, só restavam nós, os cinco de sempre: eu, Marco, Rick, Aidam e Fumacinha. A música já tinha parado, o barulho das conversas estava em silêncio, mas o resto, bem, o resto ainda estava por ali. Cocaína, maconha, uns copos espalhados, mas ninguém realmente se importava com isso. Estávamos apenas ali, largados no sofá, nas cadeiras, jogados, como se o tempo tivesse ficado preso naquelas paredes.

Marco olhou para Rick, que estava com aquele sorriso de quem sabia que ia provocar alguma coisa.

— Não acredito que você ia atirar no cara ali mesmo. — Rick riu, ainda com aquele tom debochado. Ele estava claramente se divertindo com a tensão de Marco.

A risada do ruivo não parou. Ele se deitou mais, esticando os braços no sofá, claramente sem nenhuma preocupação.

— Ele mereceu, Rick. Você não viu a cara dele quando me xingou? O cara tava querendo me testar. Eu só dei um susto, só isso. — Marco falou, a voz mais calma agora, mas ainda com aquele brilho no olhar que fazia qualquer um sentir que ele não estava de brincadeira.

Eu ri baixinho, mas sem querer fazer graça com ele. Sabia que Marco sempre estava à flor da pele, sempre tão intenso, mas não era de se preocupar.

Aidam, que estava deitado ao meu lado, deu uma leve batida no meu ombro, chamando minha atenção.

— Maze, você ainda vai ficar nessa de não se envolver? — perguntou, mas de um jeito mais brincalhão, como se já soubesse a resposta, mas ainda assim querendo provocar.

Eu o olhei de canto, com um sorriso leve.

— Olha, não tô me envolvendo em nada, só observando. — respondi, tentando manter o clima leve, como se estivesse tentando encontrar uma desculpa para me manter fora da confusão.

Barry, que estava tranquilo no banco, de repente levantou a cabeça, olhando para todos nós.

— Pessoal, só relaxa aí. — falou, com um sorriso despreocupado, como sempre. — O que importa é que estamos aqui, não estamos? Não tem pressa. A "festa" acabou, mas a noite é nossa.

Eu dei uma risada curta, balançando a cabeça. Naquele momento, parecia mesmo que nada mais importava. A confusão da festa tinha ficado para trás, e estávamos ali, entre amigos, sem mais nada para fazer a não ser dar risada e curtir o silêncio abafado da noite.

— Ah, claro, a "festa" acabou. — Rick disse, imitando a voz de Barry e fazendo uma careta. — Agora, é hora de começar a verdadeira diversão, né? Só não me deixem fazer as bebidas, ou eu vou começar a misturar tudo de novo, e aí sim vai ser uma festa.

A minha risada foi a primeira a soar, e, antes que qualquer um pudesse dizer alguma coisa, eu falei:

— Não faz isso, Rick. Não quero mais perder a conta das drogas que você conseguiu misturar daquela vez.

— Ah, vai, Maze, você adora uma confusão! — Ele se esticou no sofá, encostando os pés na mesa de centro. — Se eu for misturar de novo, pelo menos me deixa inventar algo novo. Tipo... Não sei, talvez um "coquetel explosivo". Vai ser épico!

— Se eu fosse você, começaria a me preocupar com a quantidade de "epicidade" que você tem nas suas ideias.  — Marco disse, mais relaxado do que antes, mas com o tom de quem estava rindo de nervoso.

Observei a cena com um sorriso contido, enquanto minha cabeça estava recostada no ombro do Aidam. Meus dedos brincavam com um fio solto no tecido do sofá, distraídos, até que senti o movimento dele — um leve virar de rosto, como se estivesse prestes a dizer algo.

— Você nunca muda, Maze. Sempre a primeira a dar uma resposta afiada. — Aidam sorriu de leve, como se fosse uma piada interna só entre nós.

Eu sorri de volta, sem responder de imediato. A verdade é que, no fundo, eu estava em paz com o que estava acontecendo ali. Talvez fosse o efeito da droga ainda rolando em minhas veias ou apenas a leveza do momento, mas eu sentia que, por agora, tudo estava certo.

A noite continuou, sem pressa, sem mais nada para fazer a não ser rir das piadas que surgiam e se perder na tranquilidade que só a nossa companhia podia trazer.


Oi oi Pogues!

Como vocês viram, resolvi adicionar três personagens novos à história. E, sobre a escolha da Maze para esse “trabalho”, eu não iria deixar de me aprofundar nesse lado da vida dela. Não faria sentido não explorar um pouco mais sobre o que realmente acontece no mundo dela, né? A MJ tem muito a mostrar, e esse é apenas o começo do que a gente vai descobrir.

Mas, antes de mais nada, comentem o que acharam do Marco, do Rick e, é claro, do Aidam! Tô ansiosa pra ver a opinião de vocês!

E é isso, por enquanto! Espero que estejam curtindo a história até aqui. Obrigada por lerem e continuem acompanhando!

ps. não sejam leitores fantasmas :)

Com carinho,
Autora.

Logo abaixo, coloco as fotos deles pra vocês já começarem a visualizar melhor:

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