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Cherry lips por Archie Bronson Outfit

A casa branca de dois andares havia sido construída pelo próprio pai de Tobby, Paul Ridge um arquiteto e tanto.

Paul era um cara muito bacana e tranquilão, apoiava a banda de Tobby e até havia construído uma casinha no fundo do quintal para eles poderem ensaiar.

Tobby era o baterista e passava a maior parte do seu tempo livre tocando, seu foco era se tornar um baterista de Jazz e muita das vezes tocava até se machucar.

- Ei! – Paul saiu da cozinha, de onde o barulho de liquidificador estava vindo. Com uma toalha nos ombros, se alegrou em ver todos juntos entrando pela porta da sala. – Como vão?

Cada um respondeu algo e então todos aos poucos foram em direção ao final do corredor, onde havia a porta dos fundos para irem até o quartinho de ensaios.

Ao fazer menção de se despedir do pai de Tobby, Paul surpreendeu Tyler ao pousar sua mão em seu ombro. Havia uma tristeza honesta em seu olhar e então o ruivo pensou que iria quebrar, bem ali, no meio da casa do cara.

- Sinto muito. – Ele disse e então puxou Tyler para um abraço.

Paul fazia a mesma coisa desde a morte de Mona e mesmo assim conseguia fazer com que Tyler se sentisse o garoto de 16 anos frágil e impotente.

- Obrigado. – Retribuiu o abraço e sentiu que estava protegido pelo pai, mesmo não sendo ele seu pai.

Desde pequeno Tobby era seu amigo mais próximo. Foram à mesma escola e acabaram seguindo a vida universitária juntos. Estavam no último ano do curso e finalmente iriam para lados opostos e isso era um pouco assustador já que aquele ambiente era seu porto seguro.

- Vai lá, daqui a pouco levo um suco de cenoura pra vocês. – Tyler riu e Paul bagunçou seu cabelo como se ele não tivesse 25 anos agora.

Sendo o último a chegar, pegou a discussão já no fim.

Tobby estava sentado em sua bateria, Mathew tinha o baixo em seu colo e Logan estava perdido no caderno em que escrevia de tudo.

- Não podemos chegar cantando uma música nossa.

- Por quê? – O loiro parecia inocente e não conseguia entender o que estava sendo discutido.

- Porque ninguém vai saber que música é? – Mathew parecia perplexo com ideia. – Não é assim que se vence uma batalha de banda.

- Qual é o problema? – Se apoiando à porta que havia deixado aberta, estava decidido a pôr o ponto final nessa discussão.

- Eu acho que seria interessante cantarmos algo nosso, sabe? Nunca nos arriscamos e ficamos sempre no mesmo repertório.

- Hm. – Soltou o ar e então tirou os fios de cabelo que estavam em seus olhos, passando a amarrá-lo com o elástico que ficava sempre em seu pulso. – E por que acha que ganharíamos assim?

Houve silêncio. Tyler gostava de provocar e de brigas, mas não quando envolvia a banda. Era algo sério para ele e discussões não podiam ficar acontecendo a toda hora.

- Porque somos bons.

- Nisso eu concordo com você, mas Mathew está certo. Não estamos numa apresentação e sim numa batalha. Eles querem ouvir mais do mesmo e não conhecer uma banda nova, se vamos nos inscrever...

- Já estamos inscritos. – Logan o corrigiu e então ele sorriu para segurar o palavrão que queria soltar.

- Então, mais um motivo. Estamos indo para ganhar dinheiro e o caminho é o mesmo repertório de sempre. Que lugar é?

- Perto do Bob Dylan.

- Você está falando do Feng Shui? – Girando as baquetas nas mãos, Tobby parecia muito confortável na discussão.

- A batalha é no Feng Shui? – Ao contrário de Tyler que sabia que a casa noturna era um ponto de olheiros.

- É. – Logan não parecia saber o que estava acontecendo e até era plausível, já que ele queria ser professor de literatura.

- Logan, Feng Shui é lugar de olheiros! Muitos cantores foram encontrados lá.

- Sério? Legal! Então vamos cantar algo nosso?

- Não! – Em uníssono, todos pareciam estar de acordo que tinham que achar uma música certa dentro do repertório de sempre, a que eles sabiam tocar perfeitamente.

Cada um sentou em silêncio para rever alguns dos shows e competições que já participaram em busca da música, o dinheiro já não era mais o foco e sim os olheiros.

- Meninos? – Paul apareceu com uma jarra de suco de cenoura e copos descartáveis que ele sempre reutilizava.

Os Ridge eram ecologicamente corretos, sua empresa de arquitetura era conhecida por seguir normas ecológicas em suas construções, mas eles levavam isso para o pessoal também.

Eram veganos, reutilizavam tudo que podiam e a energia era solar. Tyler admirava isso neles, mas não era capaz de ser vegetariano, muito menos vegano. Queijo era sua comida favorita.

- O que está acontecendo aqui? – Ao sentir o clima tenso, Paul logo puxou uma cadeira para se servir um pouco da bebida e saber o que havia deixado tudo assim.

- Vamos competir de novo. – Seu filho respondeu ao levantar e se aproximar da mesa de centro para se servir também, mas acabou servindo a todos.

Ao contrário de Logan e Mathew, Tyler gostava das bebidas de Paul, então acabava bebendo o dos outros dois para que Paul não descobrisse.

- Legal! Aonde vai ser dessa vez?

- Feng Shui.

- Espera, aquela casa noturna que todo mundo fala tanto?

- Sim. – Tyler bebeu um gole e então olhou para seu celular, estava no canal do Youtube que a banda tinha. Deslizava seus dedos sem muito interesse nas músicas, parecia que nada realmente estava o agradando.

- Estamos tentando achar uma música pai, mas está difícil.

- Sei... – Se recostando, cruzou os braços e olhou o chão, como se estivesse participando da escolha.

- Podíamos cantar Crazy. – Logan disse apontando para algo que havia escrito.

- É muito parada para a casa noturna. – Mathew tomou um gole se forçando a não fazer uma careta. – Tem que ser algo agitado.

- Concordo. – O senhor disse e então estalou os dedos. – Aquela sobre lábios de morango, algo assim.

- Cherry Lips? – Tobby disse já olhando para Tyler que ergueu uma das sobrancelhas.

- Acho que rola. – Disse esperando algum comentário dos outros dois.

- Eu gosto. – Logan disse deixando o caderno de lado. – Acho que o jeito é a gente tocar pra ver mesmo se é essa.

Num pulo todos estavam de pé e prontos para fazer o test drive.

O ensaio foi rápido e todos pareciam concordar que seria a música certa e combinaram de ensaiar mais vezes. A competição aconteceria daqui duas semanas, tinham 15 dias para ficarem completamente confortáveis com a escolha e Paul pareceu estar confiante.

Ficou acordado que se a faculdade não tomasse muito do tempo deles no dia seguinte, eles seguiriam direto para o ensaio na casa do Tobby.

Com a carona de Logan, chegou cedo em casa e teria tempo para ensaiar mais um pouco na guitarra.

Assim que chegou ao corredor do seu apartamento, sentiu o aroma de comida e suas pernas pararam de funcionar. O cheiro era familiar e o lembrava do molho branco de sua mãe.

Seu olhar perdido na porta do apartamento, sentia medo de se aproximar e confirmar que o cheiro vinha de dentro, que seus pais estavam em casa.

Não soube quando teve a força de voltar a andar, mas sua mão estava sobre a maçaneta e a girou devagar, vendo a casa toda acesa. Eles haviam retornado e então Tyler sentiu a raiva subir como água em ebulição.

Ia fechar a porta e correr para a casa de Logan quando sua mãe chamou pelo seu nome.

- Tyler? Aonde pensa que vai. Entra de uma vez. – Ainda pensando em como podia simplesmente fechar a porta, sua mãe a abriu e então estavam frente a frente. – Entra. – Ela disse e então o ruivo passou por ela.

- Quando vocês chegaram?

- Por volta das 16.

- E por que não avisaram? – Ele não conseguia olhar para sua mãe, sentia que poderia explodir e não queria isso.

- Porque conheço muito bem o filho que tenho, se eu avisasse seria bem capaz dele fugir.

E estava certa, se Tyler soubesse que eles voltariam hoje não estaria em casa. Queria sumir, queria não ter que lidar com eles.

Seu pai era da marinha e chegava a passar meses fora, sua mãe era aeromoça e só tinha 8 folgas por mês, mas parecia que estavam ambos juntos em casa dessa vez.

- Vá se lavar, o jantar está pronto. – Olhando para a mesa, viu a molheira e sentiu seu sangue ferver.

Andou em círculos no quarto pensando no que fazer. Eles estavam ali agora, mas não estiveram dois dias atrás para o aniversário de morte da Mona.

Eles foram visitar o cemitério quando chegaram? Duvidava disso. Seu pai nunca ia e se seu pai não fosse sua mãe não ia.

Seus cabelos molhados pingavam na camiseta preta, estalava os dedos mais do que conseguia de verdade. Olhava para o prato à sua frente. O macarrão com o molho branco, o prato favorito de Mona e nenhum comentário sobre a irmã.

- Como está a escola?

- Universidade William. – Sua mãe o corrigiu e então ele revirou os olhos.

- Ele entendeu Jane.

Tyler se manteve em silêncio, não queria falar com eles, não queria que eles estivessem ali, não queria nada com eles.

- Tyler, estou falando com você.

- William...

- Não Jane, é sempre a mesma coisa há anos, ele tem que parar com isso!

- Vocês foram ao cemitério? – Sussurrou. Seu pai bufou e sua mãe se ajeitou na cadeira, mas nenhum dos dois respondeu. – Vocês foram ao cemitério? – Agora ele falava alto, os olhando com uma coragem que ele desconhecia ter.

- O que você quer? Vai fazer a mesma cena de sempre?

- Cena? Ela é a filha de vocês! Dois dias atrás completou 9 anos que ela se foi!

- Por sua causa! Ela se foi por sua causa! Quer que eu faça o que? Não há nada a se fazer! Quer que eu fique chorando na frente do túmulo dela? – O homem gritava. Seu sarcasmo cortava Tyler como se fosse faca, o rasgava por dentro, principalmente aquele maldito sorriso de canto que ele sempre dava. – Isso não muda nada. Ir ou não, chorar ou não. Não muda o fato que você matou ela.

- William! – Sua mãe tentou o calar, mas o estrago já estava feito.

- Se você não estivesse tão drogado naquela noite nada teria acontecido!

- Você quer jogar a culpa em mim por um erro de vocês dois? Se vocês estivessem em casa nada teria acontecido! Se vocês fossem pais de verdade, Mona não teria morrido!

- Quem está querendo jogar a culpa em quem? – Seu pai bateu o punho na mesa de madeira e então apontou o dedo na cara de Tyler. – Você é um vagabundo drogado que estava alto demais na overdose e fez com que Mona morresse naquela noite, a culpa é sua e sempre será sua!

Jane chorava na cozinha, os dois homens estavam de pé agora, um gritando com o outro e então Tyler simplesmente saiu. Dando as costas para os dois e correndo em direção à escada de emergência.

Suas lágrimas escorriam pelas bochechas como trilhas de fogo ardente, sentia o ódio em seu corpo o consumir. Queria realmente ter morrido naquela noite. Queria ter morrido no lugar de Mona por todos aqueles anos.

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