001 - Voltei pessoal, feliz natal levemente atrasado!

002 - A meta é de 70 comentários.

Elena Shepherd

"Tiroteio no restaurante"

A EMERGÊNCIA ESTAVA LOTADA, chegou ao ponto dos pacientes estarem até mesmo nos corredores. Quando me ligaram no meio da minha folga, que eu tinha planejado passar o dia com meu namorado - a gente ia fazer um piquenique -  não imaginei que a situação estaria naquele estado.

Pelo o que eu tinha entendido, um empregado enlouqueceu e saiu dando tiros em um restaurante lotado, causando uma enorme quantidade de vítimas.

Ashton estava caminhando na minha frente, ansioso para me mostrar os próximos pacientes, beberiquei meu copo de café enquanto tentava me manter acordada, eu havia dormido muito pouco durante a noite, pois imaginei que conseguiria descansar durante a minha folga.

Eu tinha sido muito inocente de realmente acreditar que nada daria errado.

— Neal Hannigan e Deborah Fleiss, estavam pagando quando o atirador entrou — Ashton explicou, entrando na sala.

O enfermeiro que estava sentado entre as macas do casal suspirou.

— A bala atravessou o braço direito, bom pulso — ele explicou, indicando a mulher, então se virou para o homem — a bala passou de raspão no lado direito dele.

O clima entre o casal parecia um pouco estranho, mas decidi ignorar isso.

— Vamos irrigar a ferida, levá-los ao Raio X e dar a vacina de tétano — murmurei, olhando a prancheta com os dados deles.

Ashton foi na direção do homem primeiro, mas ele imediatamente negou.

— Cuida da Deborah primeiro.

Um olhar incrédulo surgiu no rosto da mulher.

— Agora você está preocupado — ela disse, com raiva.

— Eu já pedi desculpas!

— Você se esconde atrás de mim no tiroteio e agora pede desculpas?

Como o garoto fofo e cavalheiro que era, Ashton arregalou os olhos e lançou um olhar indignado para o homem.

— Você se escondeu atrás dela?

— Foi instintivo, não pude evitar... Deb, você sabe que eu te amo.

Olhei de um para o outro conforme a discussão aumentava, aquilo parecia as novelas mexicanas que o meu namorado gostava.

— Amar não é usar a namorada como escudo humano!

— Partilhamos a bala, ela atravessou nós dois! É sinal de que vamos ficar juntos para sempre — ele disse, desesperado.

Ashton parecia meio desconfortável enquanto limpava o ferimento da mulher.

— Não, isto é um sinal, a água está atravessando meu braço... Oh, posso ver você através do braço, é outro sinal!

Forcei um sorriso para o meu interno.

— Bom, eu preferia estar curtindo meu dia de folga, mas estou aqui... Boa sorte.

Saí da sala e dei de cara com o chefe, Richard imediatamente me encarou.

— Elena, graças a Deus você chegou — ele disse, parecendo aliviado — Tive que mandar o Dr. Burk pegar um coração para transplante, então você vai precisar nos ajudar com todo o caos. Ainda podemos receber mais pacientes, nossas salas de cirurgia estão lotadas no momento e...

Dei o meu melhor sorriso motivacional para tentar acalmar o chefe.

— Entendi, muito caos, vamos dar um jeito.

Ele suspirou.

— Gosto do jeito que você pensa.

Observei ele se afastar e peguei a próxima ficha, havia muitos pacientes que ainda precisavam ser atendidos.

MEREDITH GREY ME ENCAROU DESANIMADA enquanto balançava um monte de exames na minha frente, demorou alguns segundos para eu perceber que aquilo não eram exames de uma pessoa normal e sim de um cachorro.

— Nosso cachorro está com câncer nos ossos — ela resmungou, me entregando os exames — eu não quero o perder.

Olhei ao redor, estávamos na bancada principal, estava cheio de outros funcionários ali e a principal preocupação de Meredith no momento era o cachorro. Eu nem ao menos sabia que o cachorro que ela dividia com Derek estava com câncer até aquele momento.

Eu nunca fui a fã numero um de cachorros, mas fiquei triste por Meredith e Derek.

— Meredith, olha...

— Vai fugir? É isso?

— Calma.

Parei de falar e olhei para cima, Addison e Derek estavam gritando no corredor que dava para a escada. Será que eles tinham percebido que todo mundo conseguia escutar a briga?

— Você não vai gritar? Me xingar? Não vai me ignorar no elevador?

— O que você quer comigo, Addison?

— Quero que você se importe comigo! Transei com seu melhor amigo e você foi embora, ele veio para New York e esfregou isso na sua cara, mas você ainda consegue dormir de noite — Addison disse, alto o suficiente para todo mundo ouvir — O que preciso fazer? Já sei, talvez eu devesse sair com o veterinário, parece que isso deixa você furioso. MAS NÃO DARIA CERTO, PORQUE EU NÃO SOU MEREDITH GREY!

Derek deu uma olhadinha para baixo, fazendo Addison perceber que todos estavam escutando a discussão. Encarei Meredith, que parecia totalmente desconfortável com a situação, tentando disfarçar e fingir que não tinha ouvido o que tinha acabado de acontecer.

Eu a encarei curiosa.

— Você está transando com o veterinário? — perguntei, baixinho.

Ela corou.

— Elena!

— Não estou julgando você, afinal meu namorado é um bombeiro e tudo mais, eu estava pensando que deveríamos ir a um encontro de casal, isso parece legal — comentei, animada — Sexta-feira, o que acha? Abriu um novo restaurante mexicano que é muito legal...

Meredith me olhou com surpresa.

— Você realmente quer ir em um encontro de casal?

— Sim.

— Isso parece uma péssima ideia.

Acabei rindo e me afastei, pegando os arquivos do paciente que eu levaria para a cirurgia.

— Nos vemos sexta-feira!

Consegui uma sala de operações livre e entrei para a cirurgia, que durou longas quatro horas. Quando acabou, fui para a cafeteria e acabei encontrando Addison, sentada em uma das mesas com uma expressão acabada no rosto, considerei o que fazer por um momento e acabei sentando ao lado dela.

— Dia longo?

Ela fez uma careta.

— Você ouviu a discussão também, não é?

— Meio que não tinha como ouvir, eu... Quer conversar sobre tudo o que está acontecendo?

Addison passou as mãos pelo rosto, parecendo exausta.

— Derek não se importa comigo — ela simplesmente disse, derrotada — As únicas duas pessoas que não percebem que Derek ama Meredith, são os dois. Não é rídiculo?

Concordei devagar.

— Meu irmão sempre fui um pouco lento.