001 - Eu tive um surto de inspiração e voltei beeem rapidinho, aposto que nem deu tempo de vocês sentirem a minha falta. Não esqueçam de me seguir no tiktok, o user é sumoconnor.

002 - A meta é de 60 comentários, eim? 

Elena Shepherd

"Emily"

ANNABELLE ESTAVA ANOTANDO minhas instruções para os pacientes do dia quando fui interceptada no corredor, por Addison, segurando um copo grande de café que tinha o cheiro do meu café favorito, o que me fez ficar imediatamente desconfiada.

— Bom dia, Elena — ela disse, simpática — Trouxe café.

Não era exatamente um segredo que eu era facilmente influenciada por café, então aceitei o copo e dei um gole grande, estava exatamente do jeito que eu gostava. Normalmente eram meus patinhos que surgiam ao longo do dia me trazendo café, mesmo sem eu pedir, eles sempre pareciam saber quando eu estava precisando de um copo extra grande de café ou uma barra de chocolate.

— Obrigada pelo café, Addie.

Addison continuou sorrindo, o que começou a me fazer acreditar que ela queria alguma coisa.

— Primeiro preciso de alguns internos emprestados, estou com um caso de quíntuplos e vou precisar de toda a ajuda necessária. Segundo, acho que um dos bebês está com problema no coração — ela finalmente explicou depois de alguns minutos estranhos em silêncio — aqui estão os exames.

Dei o meu café para Annabelle segurar e peguei os exames, folheando tudo lentamente para absorver o máximo possível de informações. Addison e Annabelle ficaram paradas ali, em silêncio, enquanto eu analisava os exames, era um pouco inquietante, mas tudo bem.

— Você pode pegar Ashton Horan e Christian Dobrev — murmurei, apenas para quebrar o silêncio — mas não seja má com os meus patinhos ou tente os roubar permanentemente, eu sou ciumenta com meus internos.

Ela riu, parecendo relaxar um pouco.

— Anotado, Dra. Shepherd. Então, o que achou dos exames?

— Oh, definitivamente um problema no coração, vai precisar de cirurgia e sinceramente, vai ter que ser realizada assim que o bebê nascer — murmurei, surpresa — ok, eu ajudo, me leve até a paciente.

Addison suspirou aliviada.

— Obrigada, Elena.

— Annabelle, veja se todos os nossos pacientes estão bem, qualquer coisa errada me chame, ok?

A garota concordou e eu recuperei meu café, seguindo Addison pelos corredores.

— Então, o que aconteceu?

Olhei confusa para Addison por causa da pergunta repentina.

— Como assim?

— Você parece muito feliz nas últimas semanas — ela explicou, sorrindo — e eu queria saber o que aconteceu para te deixar assim, gosto de te ver feliz. Até mesmo o Derek notou o seu bom humor.

O motivo da minha felicidade infelizmente envolvia Mark Sloan. Desde que eu aceitei que a gente voltasse a ter uma amizade, ele me mandava mensagens todos os dias e ligava sempre que possível, aparentemente Mark estava realmente se esforçando para que nossa amizade continuasse.

Porém, eu me recusava a dizer aquilo para Addison.

— Eu tive uma noite muito boa — expliquei, dando de ombros — sabe como é.

Addison arregalou os olhos.

— Oh, um interesse amoroso? Depois você vai ter que me dar mais detalhes.

Nós chegamos no quarto da paciente e eu acenei para a Dra. Stevens, eu sabia que ela e Alex estavam transando e sinceramente, ficava feliz por ver o meu melhor amigo feliz.

— Dorie, essa é a Dra. Shepherd, ela é cirurgiã cardiovascular, em breve será a melhor que existe na área — Addison explicou, calmamente — Ela vai conversar com você sobre a cirurgia cardíaca de Emily.

Dorie sorriu para mim, arqueando as sobrancelhas.

— Outra Shepherd?

— Ela é a irmã do meu marido — Addison explicou.

— Sua família parece ser talentosa.

Eu dei um pequeno sorriso.

— Você nem imagina o quanto — murmurei, olhei novamente para os exames — Emily tem síndrome da hipoplasia do coração esquerdo, a cirurgia será longa e as chances são de que...

O casal me encarou com uma expressão que apertou meu coração.

— Não acreditamos em probabilidades — Dorie disse.

Eu dei um sorriso, dessa vez um sorriso verdadeiro.

— Então temos algo em comum, porque eu também não acredito. Mas ainda é importante que vocês dois entendam medicamente o que está acontecendo com sua filha.

Addison olhou para o casal.

— Depois que ela nascer, não haverá muito tempo para fazer perguntas, então...

— Está bem, vamos ouvir.

O marido de Dorie respirou fundo.

— O que tem o coração de Emily?

Respirei fundo, nunca é fácil informar para os pais que seu filho tinha um problema.

— As câmaras do lado esquerdo estão subdesenvolvidas. Além disso, a válvula mitral que conecta essas duas câmaras é anormalmente estreita...

— EU NÃO ACHO QUE ISSO SEJA algo para se gabar, Mark — comentei enquanto mordia meu hambúrguer — Quer dizer, as chances de você ter um câncer de fígado em dez anos...

Mark gargalhou do outro lado da linha, ele tinha acabado de sair de uma cirurgia e estava com um tempo livre, então decidiu me ligar. Ele estava me contando sobre a festa que as enfermeiras lhe convidaram ontem, parecia um verdadeiro desastre pelo o que entendi, mas tinha bebidas grátis, o que era a parte positiva.

— Eu não vou ter câncer de fígado daqui há dez anos, coraçãozinho — ele retrucou, rindo alto — Quando é a sua próxima folga? Poderíamos marcar de você vir passar o final de semana em New York...

— Dra. Shepherd! Dra. Shepherd!

Ashton Horan, o meu patinho favorito, me encarava em pânico. Eu tinha o emprestado para Addison, já que ela precisava da maior quantidade possível de ajuda com os quíntuplos.

— O que foi?

— Os quíntuplos vão nascer, todos estavam sendo convocados.

Resmunguei um palavrão e enfiei o último pedaço do meu hambúrguer na boca, eu só queria ter terminado o meu lanche em paz.

— Ok, vou ter que te ligar depois, a emergência chama — murmurei, rápido — até depois.

— Boa cirurgia, coraçãozinho — Mark disse, após um suspiro — depois me liga para contar como foi, sei que vai arrasar.

Revirei os olhos e desliguei a chamada, então olhei para Ashton, que me encarava com os olhos arregalados.

— Dra. Shephard, você conseguiu um namorado?

— Agora não é hora para querer saber sobre a minha vida amorosa — retruquei, começando a correr — mas não, eu não tenho namorado, é só um amigo idiota meu.

— Sei...

Corremos para a sala de cirurgia e me preparei, eu nunca tinha visto uma sala tão lotada, mas entendia que dessa vez iríamos precisar de toda a ajuda necessária. Entrei na sala e comecei a vestir a roupa, acabei parando ao lado de Derek, que me enviou um olhar estranho.

— E aí?

— Oi — murmurou, enquanto a enfermeira o ajudava a vestir as luvas — preparada?

— Sempre.

Addison começou a trabalhar, a sala estava uma loucura e quanto Emily finalmente nasceu, tão pequena que meu coração doeu, eu comecei a trabalhar. Eu precisava que aquela garotinha sobrevivesse, que tivesse uma vida longa, fosse para a escola, fizesse amigos...

— A sala do lado já está nos esperando — avisei, Damon e Ashton estavam me ajudando — Vamos, garotos, temos uma menininha para salvar.

A CIRURGIA DE EMILY FOI UM sucesso, mas eu sabia que era um sucesso passageiro, pois no momento em que abri seu peito, sabia que ela infelizmente não sobreviveria para conhecer seus irmãos em casa. Saber aquilo partiu meu coração, mas após uma longa conversa com Addison, concordamos em não falar aquilo para os internos.

Eu estava morrendo de cansaço e fiquei aliviada quando finalmente entrei no carro junto com Alex, para a gente ir para casa descansar.

— Foi um longo dia.

Quando Alex não disse nada, eu o encarei, percebendo sua expressão de enterro.

— O que aconteceu?

Ele se encolheu no banco e eu me preparei psicologicamente para a resposta.

— Quase matei um paciente, como se isso não fosse ruim o bastante, dormi com uma enfermeira e Izzie viu.

Concordei devagar.

— É, agora entendi a cara de enterro — murmurei, saindo do estacionamento do hospital — tudo vai ficar melhor quando chegarmos em casa e termos uma noite de sono decente, você vai ver que amanhã as coisas vão melhorar.

— Izzie me odeia.

Se eu fosse sincera, iria admitir que entendia completamente o fato de Izzie o odiar no momento e dizer que ela tinha total razão, mas Alex ainda era meu amigo, um completo idiota, porém meu amigo.

— Ok, nós vamos resolver isso amanhã.

Alex me encarou.

— Você não vai me dar um discurso sobre como fui um merda?

— Ah, você já parece estar muito consciente disso — respondi, então lhe lancei um sorriso — talvez a gente possa tomar uma cerveja antes de dormir.

Não demorou muito para chegarmos no nosso prédio. Alex e eu subimos em silêncio, ele foi tomar banho e eu decidi arrumar alguma coisa para a gente jantar antes de dormir, fiz uma massa rápida e coloquei as coisas na mesa, assim como duas garrafas de cerveja.

Ele saiu do banho e após colocar um pijama, se sentou para jantar comigo.

— Como foi a cirurgia de Emily?

A comida caiu pesada no meu estômago, aquele assunto ainda me faria chorar antes de dormir. Aquele tinha sido o menor coração que eu já vi, saber que ela não tinha chances de sobreviver era horrível.

— Bem.

Alex franziu a testa.

— Sua expressão diz outra coisa.

— A situação dela é delicada demais, as chances dela sobreviver são... Pequenas.

Inexistentes, era a verdade, mas eu me recusava a dizer isso em voz alta. Minha única esperança era de acontecer algum daqueles milagres que a gente nunca entendia como acontecia, mas que salvava vidas.

Ele fixou seu olhar no prato.

— Espero que ela fique bem.

— Eu também, Alex... Eu também.