001 - Eu tive um surto de inspiração e voltei beeem rapidinho, aposto que nem deu tempo de vocês sentirem a minha falta. Não esqueçam de me seguir no tiktok, o user é sumoconnor.

002 - A meta é de 60 comentários, eim? 

Elena Shepherd

"Novas regras"

— ESCUTEM TODOS, ANO NOVO, NOVAS REGRAS — O Dr. Webber disse, parado na escada — Ou eu deveria dizer ano novo e estaremos reforçando as regras, mandatórias do Comitê de Revisão de Residência. Muitos erros foram cometidos no ano passado, cansaço foi um fator central, exceder oitenta horas de trabalho por semana não será tolerado. A Dra. Shepherd está com a lista dos nomes e horas trabalhadas.

Olhei para a minha planilha, fazendo uma careta com a quantidade de horas que aqueles internos estavam trabalhando.

— Sullivan, você ficou de plantão por vinte e oito horas, vá embora quando chegar em trinta — comecei, repassando os nomes da lista — Grey, você ficou aqui até as duas, te vejo de novo meio dia. Passem aqui para pegar suas novas grades de horários...

— Lembrando que agora nossas enfermeiras vão ter que trabalhar mais para compensar, trate-as bem. Enfermeiras irritadas não nos ajudam.

Os internos fizeram uma fila para pegar os horários, havia sido um pesadelo organizar as horas de todo mundo. Meus internos eram os únicos que não estavam excedendo o limite de trabalho, apenas porque eu era muito rígida com aquilo, mas valeu a pena quando ouvi o elogio do chefe.

Ashton sorriu ao pegar seu horário.

— Você já trabalhou vinte e nove horas, quando...

— Chegar a trinta eu vou para casa, eu sei, capitã — ele completou.

Aquilo me fez sorrir.

— Bom garoto.

Terminei de entregar os horários e fui visitar meus pacientes. Meu celular vibrou e eu o tirei do bolso, sorrindo ao ver uma mensagem de bom dia vinda de Mark, aquele idiota estava realmente se esforçando.

— Por quê está sorrindo que nem uma idiota?

Guardei o celular rapidamente e encarei meu irmão, que me encarava com os olhos estreitos.

— Bom dia, Derek.

— Você ainda não respondeu minha pergunta.

Revirei os olhos e passei por ele, consciente do fato de que Derek estava me seguindo pelo corredor, ele não ia me deixar ir embora tão facilmente agora que tinha ativado o modo irmão protetor e ciumento.

— Derek, você deveria se preocupar com a sua vida amorosa ao invés da minha — retruquei, dando um sorriso para ele — Você decidiu dar outra chance para a sua ex esposa quando ainda está totalmente apaixonado por Meredith, lançando olhares brilhantes sempre que ela passa por você.

Derek fez uma careta.

— Eu não faço isso.

— Você totalmente faz — resmunguei, sem o encarar.

Ele bufou.

— Eu estou chateado, você prefere o Alex do que eu — Derek murmurou, com um tom dramático — ele te ensinou a dirigir, foi com você comprar um carro, você faz tudo com ele agora... Outra coisa: com quem você fugiu no dia de ação de graças? Até agora não descobri.

Eu estava surpresa com o tempo que havia demorado para aquela conversa surgir.

— Eu fui beber.

— Sozinha?

— Eu consigo fazer coisas sozinha, sabia? Comecei a fazer terapia, meu psicólogo e eu concordamos que tenho que deixar você viver a sua vida enquanto eu começo a viver a minha.

Meu irmão piscou, em choque.

— O quê?

— É isso que você ouviu, agora sou uma adulta, muito obrigada. Se você puder evitar de me meter no drama do seu triângulo amoroso, eu agradeço.

Derek estava me encarando incrédulo, eu me inclinei em sua direção e dei um beijo na sua bochecha, para suavizar meu discurso.

— Mas eu ainda amo você, tá bom?

Não esperei uma resposta e fui ver os meus pacientes.

— EU ESTOU PENSANDO EM adotarmos um cachorro.

Alex me encarou surpreso com o assunto repentino, estávamos no refeitório do hospital e infelizmente eu tinha um grande prato de salada bem na minha frente.

— Meredith pegou um cachorro e pelo o que eu ouvi, é horrível.

Dei uma garfada generosa na minha salada.

— É que depende do cachorro.

— Nós não temos tempo para cuidar de um cachorro, Lena — Alex disse, sério — é cruel pegarmos um animal para o qual não vamos ter tempo.

O encarei desanimada, sabendo que ele tinha razão.

— Eu sempre quis um cachorro.

Ele suspirou.

— Quando a gente tiver tempo o suficiente para um, podemos adotar. Agora, que tal a gente falar sobre o fato de você ficar sorrindo que nem uma idiota toda a vez que olha o celular?

Senti meu rosto esquentar, Alex era a única pessoa que sabia que eu tinha passado o feriado com Mark, ele não me julgou por causa daquilo.

— Ok, eu admito meu crime... Mark e eu estamos trocando mensagens.

Alex arqueou a sobrancelha.

— Mark? Ele está te mandando mensagem todos os dias?

— É.

Ele ficou em silêncio por um momento, me encarando fixamente.

— Lena, você acha que vai dar certo voltar a ser amiga dele quando ainda é completamente apaixonada por ele? Quer dizer, não quero que você se iluda achando que ele sente algo e depois acabe quebrando a cara.

Fiz uma careta.

— Eu não estou me iludindo, acredite em mim, sei muito bem que Mark não tem sentimentos por mim e nunca vai ter.

Alex pegou minha mão em cima da mesa.

— Eu só não quero que você se machuque por causa de um babaca.

Eu entendia o motivo dele estar falando aquilo.

— Não vou me machucar, na verdade, meu turno acaba em uma hora e eu vou para o bar, transar com o cara mais gato que tiver lá, vou fingir que Mark Sloan não existe.

— Isso parece a receita para um desastre.

— É por isso que você vai comigo.

Ele me encarou por alguns segundos e depois deu de ombros.

— Você paga.

— Fechado.

Terminei de comer minha salada e me despedi de Alex, eu não ia me iludir com a amizade de Mark, ninguém sabia melhor do que eu como ele era incapaz de ter sentimentos românticos por mim.

Meu celular vibrou e eu o tirei do bolso, era outra mensagem de Mark, me contando sobre a cirurgia incrível que fez hoje. Decidi ignorar a mensagem e guardar o celular novamente no bolso, eu precisava urgentemente me apaixonar por qualquer pessoa que não fosse Mark Sloan.

Minha interna surgiu no corredor e me entregou um copo extra grande do meu café favorito, o que me fez sorrir.

— Se o Sr. Keys se tornar um caso cirúrgico, posso participar da cirurgia, por favor? — Anabelle perguntou, ansiosa.

Dei um pequeno sorriso após beber um gole do meu café.

— Talvez.

NO FINAL, NÃO CONSEGUI IR BEBER e festejar como planejei, porque o Hospital ficou um caos total. As enfermeiras decidiram anunciar greve, Derek adotou o cachorro de Meredith, Dra. Bailey teve que se afastar por causa da gravidez e agora eu tinha que tomar conta de parte dos seus internos também, como se os meus já não dessem trabalho o suficiente.

Alex entrou na sala de descanso e eu resmunguei um palavrão.

— Eu quero dormir, pelo amor de...

— Eu passei.

Pulei da cama como se tivesse levado um choque e o encarei, Alex balançava a carta de aprovação da prova.

— Sério? Você realmente passou?

— Sim!

Levantei da cama e corri na sua direção, pulando em cima dele para um abraço apertado. Meu peito parecia explodir de felicidade, eu sabia que Alex iria passar, sempre acreditei nele, mesmo quando ele não acreditava em si mesmo. Alex me girou no ar, o que me fez gargalhar alto.

— Parabéns! Eu sabia que você ia conseguir.

Ele me colocou no chão e deu um sorriso enorme, por um momento quase achei que Alex ia começar a chorar.

— Obrigado por ter me ajudado a estudar.

Revirei os olhos e dei um tapa leve no seu ombro, Alex sempre soube todo o conteúdo, ele apenas ficava nervoso demais.

— Não tem que me agradecer, foi você que conseguiu passar, eu estou tão orgulhosa! Quer saber, meu turno já acabou, vamos sair para beber, precisamos comemorar isso.

Alex arqueou a sobrancelha.

— Pensei que queria dormir.

— Comemorar com você é mais importante no momento, depois eu durmo.

Arrumei minhas coisas e arrastei Alex para o bar que tinha do outro lado da rua do hospital, Joe sorriu ao nos ver entrando.

— Elena, uma das minhas clientes favoritas!

— E aí? Sirva para Alex o que ele quiser, hoje é dia de comemorarmos, é por minha conta — falei, me apoiando no balcão — Vem, Alex.

Ele deu um pequeno sorriso antes de sentar ao meu lado no balcão e ser parabenizado por Joe.