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24 | (IN)FELICIDADE

24
     (IN)FELICIDADE
TATE

3 MESES ANTES
O FINAL DO OUTONO EM BAYFIELD

Abro a porta traseira do Toyota cinza alugado. A pequena de cabelos loiros soltos, dentro de um moletom e calça jeans, balança os pequenos pés dentro do tênis vermelho, com o corpo preso no acento elevado.

— Espero que esse sorvete de pistache seja a melhor coisa que já comi na vida — murmuro ao solta-la do cinto de segurança — Porque para atravessar a cidade e quase bater em uma velha tem que ser divino.

A pequena gargalha arrastando-se para fora do carro, puxando a sacola de plástico com o pequeno pote de sorvete dentro. Quando Elliot me pediu que fizesse um favor no final daquele dia, jamais tinha imaginado que teria que passar quase uma hora dirigindo, enfrentar uma fila enorme, quase sair no braço com uma senhora que tinha idade para ser a minha avó, somente por um pote de sorvete. Um pote de sorvete que segundo o meu – adorável irmão – era o predileto da Riley, e a sobremesa escolhida para aquela noite.

— É uma delícia, tia — garante a garotinha ao pular na calçada.

Reviro os olhos.

— Espero que me faça goz[...] — as últimas letras daquela palavra morrem na minha garganta ao recordar que estava na presença de uma criança.

— Goz o que tia? — os pequenos olhos claros redondos brilham curiosos.

Sorrio, percebendo como era difícil viver na presença de uma criança.

— Gostar — enfatizo a palavra menos obscena.

Riley sorri, agarrando minha mão.

— Você vai amar.

A penumbra da noite já afasta qualquer claridade. E a casa a nossa frente está com todas as luzes apagadas. Suspiro, percebendo que meu prato principal de janta seria aquele pote de sorvete de pistache.

— Acho que somos só nós duas hoje pequena — murmuro desanimada ao me aproximar da porta branca fechada.

— Aham — cantarola em resposta.

Enfio a chave na porta.

— Espero que o seu avô tenha esquecido algo pronto na geladeira — dou voz ao meu estômago resmungão.

Abro a porta, sendo recebida por uma escuridão que some assim que acendo a luz.

— SURPRESA! — um coro cantarola a palavra.

E de todos os cantos da casa da minha família saem pessoas. Meus lábios se entreabrem ensaiando todas as palavras, palavrões e reações possíveis, mas nada saí. Apenas consigo encarar os rostos familiares do meu pai, irmão, mãe – caramba a minha mãe -, Alice, Ian e toda a produção do programa.

Olho a pequena sorridente que solta minha mão.

Sorrio quase em uma risada incrédula com aquilo e comigo mesma. Era meu aniversário. Não que fosse algo que passasse pensando o dia todo, um dia que nem tive tempo, um dia que ganhei felicitações simples e desculpas das pessoas por estarem ocupadas.

— Vocês — finalmente consigo esboçar incrédula.

— Consegui enganar a tia — Riley comemora orgulhosa de si.

Meus pais me acolhem em um abraço caloroso que não acontecia a anos. Não que não me abraçassem, porém não os dois juntos, desde o divórcio ou não os via em certas datas, ou via apenas um dos dois.

Aquilo era incrível.

— Parabéns pimpolha — Anne sussurra no meu ouvido junto com um beijo.

— Parabéns princesa — Mark solta junto.

Sobre os seus ombros encaro a bela decoração com balões rosas e prateados, além de uma faixa escrita: Feliz Aniversário Tate. Estava tudo lindo e perfeito. Abraço por abraço. Felicitação por felicitação. A bebida começa a correr solta. Meu pai cuida no jardim dos hambúrgueres e hot-dog. E uma mesa no canto sustenta uma pilha surpreendente de presentes.

Todos bebem e comem. Todos conversam e riem. Tudo é perfeito.

— Animada — Elliot questiona ao encher meu copo com refrigerante.

—Vocês me enganaram direitinho — dou um cutucão no homem ao meu lado, que apoia a garrafa sobre a bancada a nossa frente.

— Uma mentirinha aqui, outra ali — dá de ombros com um sorriso largo nos lábios — Com a ajuda da Riley.

Beberico a bebida adocicada.

— O Ian planejou tudo direitinho.

Quase me engasgo com aquela revelação.

— O Ian?

O olhar do meu irmão não é mais surpreso que o meu.

— O Ian — decreta — Passou os últimos dias planejando tudinho, até chamou a nossa mãe — seu olhar corre até a mulher loira, dentro de uma camisa florida e jeans que conversa animada com alguém da equipe de produção — Isso que é paixão.

Meu estômago se revira com aquela afirmação. Paixão. As coisas não estavam claras na minha vida na última semana. O Ian tinha voltado por alguns dias da África, após ir sozinho e entender que não poderia acompanha-lo depois do que aconteceu com o Adam. E tinha ele. Adam. Que estava me evitando nos últimos dias, evitando que ficássemos sozinhos, sendo curto e grosseiro.

E mesmo querendo quebrar suas novas barreiras, chutar a sua porta o tempo não estava ao meu favor e a quantidade de trabalho não tinha me permitido. E agora aquilo. Meus olhos correm até o moreno sorridente que conversa com a Alice. Seus olhos escuros encontram os meus por uma fração de segundo e tudo o que eu sinto é culpa.

Suspiro.

— Por que você não parece feliz, irmãzinha? — o comentário me recorda que não estou sozinha.

Bebo um gole demorado do meu refrigerante de limão.

— O Ian as vezes me surpreende e assusta — balbucio a confidencia.

— Todo que é bom assusta — observa compreensivo.

Curvo os lábios pensando naquela frase. O Ian poderia ser a melhor coisa que tinha acontecido na minha vida e talvez fosse a melhor coisa a acontecer depois de tudo. O amor estava ali, mas não a paixão e o encanto que tinha dado espaço para culpa. O cara estava preso a mim, fazendo surpresas incríveis, pensando no meu aniversário, enquanto eu estava dormindo com outro.

Não ignoro o par de olhos castanhos atentos a mim, ao meu lado.

— Nossos pais juntos me assustam — tento dissimular — Isso quer dizer que é bom? — brinco com Elliot em um tom descontraído.

Desde o divórcio podia contar nos dedos de uma mão as vezes que os dois estiveram juntos no mesmo ambiente.

— Isso também me assusta — suspira.

— Eles parecem bem, certo?

— Parecem — concorda engolindo sua bebida — Acho que as coisas vão ficar bem — Elliot afaga meu ombro.

Sorrio em resposta ao conforto, antes que ele se afaste.

— Elliot — o detenho.

— Diga — meu irmão retrocede um passo

— E o Adam? — dou voz a curiosidade esmagadora.

Seus olhos encaram-me surpresos, levando longos segundos para a resposta.

— Ele tinha um compromisso — decreta com pouca naturalidade, como se escondesse algo — Pode ser que apareça — dá de ombros — Sabe como ele é, odeia gente.

Maneio a cabeça positivamente.

— Odeia.

Uma pontada de decepção aperta o meu peito. Não esperava presentes, nem o tinha visto naquele dia em que estava encarregado de ir pegar algumas coisas com um fornecedor em uma cidade vizinha. Não éramos inimigos, mas esperava que o que quer que fossemos significasse algo suficiente para ele estar ali naquela noite.

Droga.

Eu queria que ele estivesse ali. Percebo amargamente. Queria mesmo suas âmbares passeando pela casa, apenas para encontra-las vez ou outra.

Suspiro, mais decepcionada do que gostaria.

Eu queria significar algo para aquele idiota rabugento. Parte de mim não queria se prender na ideia do seu compromisso mais importante.

Discretamente desvio de algumas pessoas, trocando algumas palavras e finalmente alcanço o jardim com poucas pessoas em torno do meu pai em frente a churrasqueira.

Esgueiro-me pelo jardim e sento sobre a mesa de madeira no canto de fora, deixando o frio levar a perturbadora ideia de que o Adam poderia estar no Paris Hall. E se ele tivesse no Paris Hall, certamente estaria com ela, com a Teresa.

Suspiro irritada comigo mesmo.

Agarro o telefone no bolso detrás da minha calça. Encaro a tela que não me diz nada, mas que busco tudo. Como se o fato de ter dado para ele um telefone moderno fosse motivo suficiente para receber uma simples mensagem. Meu dedo desliza sobre a tela de vidro, pendendo entre a vontade de mandar uma mensagem ou simplesmente ignora-lo.

— Que coisa feia — uma voz familiar se aproxima — Se escondendo.

Ergo os olhos, encontrando Ian dentro de um casaco de lã e o habitual sorriso nos lábios.

— E você me seguindo?

Suas mãos erguem-se sobre a cabeça.

— Culpado — declara ao sentar-se ao meu lado.

Encaro uma última vez a tela bloqueada e abandono o aparelho ao meu lado.

— Não precisava ter organizado tudo — declaro evitando seu olhar.

Não sei se queria aquela culpa, aquela pressão em mim daquele homem perfeito.

— Não podia deixar passar em branco seus 25 anos. Não é todo dia que alguém faz um quarto de centenário  — observa risonho.

Sua risada me contagia e me recorda de um dos motivos para ainda o amar.

— Você é incrível — declaro quando o humor some.

A culpa volta. E apesar de ama-lo, ainda não conseguia simplesmente me jogar naquela relação, não ter medo e parar de pensar.

— E tem mais uma surpresa.

Sua mão enfia-se dentro do bolso interno do casaco e retira um envelope vermelho, que é estendido em minha direção. Empertigo o corpo, tremulando o ar frio entre os meus lábios e poupando as narinas. Engulo a amarga e quase inexistente saliva. Meus dedos gelados demoram em agarrar a oferta dentro de um papel vermelho.

— O que é isso? — balbucio ao tocar o papel.

— O seu presente — as palavras vêm acompanhadas de um sorriso e um brilho incomum no olhar.

Suspiro. Observo o envelope fechado. Meu dedo brinca por uma fração de milésimos de segundo com a aba, que abre-se facilmente, revelando algo parecido a um cartão dentro, mas era retangular demais para ser um. Finalmente arranco o presente em forma de uma passagem de avião.

Não preciso fazer perguntas para entender o que aquilo significa. E mesmo assim abro a frente do bilhete com um destino programado: África. Mas sem data de partida ou retorno.

— Ian — suspiro, ansiando para que ele não tivesse feito aquilo.

— A data está em branco — seu dedo aponta para aquilo que já tinha notado — É para você me encontrar na África assim que tiver tempo, ou quiser simplesmente fugir.

Curvo os lábios com melancolia, sentindo a amarga angustia por não ficar animada com aquele gesto que deveria ser o mais romântico da minha vida. Fecho a passagem e a devolvo para o envelope, que seguro entre os dedos ao curvar o corpo para frente e encarar o moreno calado ao meu lado.

— E se eu não for mais a mesma, Ian? E se você não for mais o mesmo?

Seu olhar voa para longe, como se pensasse, mas o curvar de lábios sinaliza que ele está ali.

— E se formos os mesmos?

— E senão?

Ian cuspe o ar espesso e visível. O sorriso some.

— Você amaria uma Tate diferente?

— Para isso você precisa me dar a chance de descobrir —  a ponta do dedo do moreno bate no envelope suspenso na minha mão — Talvez aqui esteja a chance de descobrirmos.

Encaro o envelope. Não consigo afastar o medo, pensamentos e questões que invadem a minha mente. Queria me jogar, queria que tudo fosse simples com Ian, como era com ele. Como era com o Adam.

Com aquele idiota rabugento eu simplesmente não pensava e agir, me jogava sem medo de nada, porém com o cara perfeito ao meu lado, parecia que seria tragada por areia movediça. A escolha deveria ser simples, apostar no cara que me queria acima de tudo, ou no cara que apenas tínhamos o que tínhamos.

A velha Tate saberia a resposta.

A nova Tate não. Ela. Eu. Eu não sabia ao certo o que queria.

Meu corpo é acolhido pelos braços calorosos da minha mãe, assim que deslizo para debaixo das cobertas da cama de casal no quarto de hospedes do Elliot. Seu abraço é familiar e relaxante, assim como o beijo carinhoso depositado no topo da minha cabeça.

— Você está bem minha, pimpolha? — suas palavras são sussurradas contra o meu cabelo preso em um rabo.

Descanso minha cabeça no seu peito.

— Estou.

— Não te achei tão animada e encantada como ficaria com uma festa surpresa — observa a mulher que me conhecia melhor do que a palma da minha mão.

Anne Evans – ela ainda usava o nome de casada – não era uma mãe de catálogo, estava mais para mãe de filme moderno, uma coruja protetora que conhecia o mundo.

Dou de ombros, não querendo esconder nada, mas sem vontade de revelar minhas pequenas preocupações.

— Realmente me surpreendeu — meus dedos brincam com o botão da blusa do seu pijama.

—Uma surpresa que o Ian preparou para você.

— É

Realmente não queria entrar naquele assunto, mas o movimento brusco da minha mãe, que denunciava que seus olhos estavam focados em mim de forma peculiar e analítica, deixou claro que não era uma opção.

— Elizabeth Francis Evans, o que foi?

Suspiro, jogando meu corpo para o lado. Encaro o teto de gesso que não diz nada, mas evita os olhos castanhos vidrados em mim.

— Você sabe mãe — murmuro — Depois de tudo — a olho de soslaio.

Posso ver o carinho e acolhimento voltar, assim como a revolta que quero ignorar. Minha mãe odiava o Gus, se pudesse teria mandado mata-lo. Ou arrancado suas bolas. Ou qualquer outra tortura que tivesse assistido em algum filme.

— Tate — seu suspiro não é de pena.

Sabia que se ela pudesse apagaria aquela parte da minha vida. Continuo a encarar o teto, o que tornava mais fácil falar e ouvir sem que as emoções transbordassem. Sinto seu corpo remexer o colchão, sua mão chega as minhas madeixas em um cafune lento e aconchegante.

— O Ian é um rapaz incrível. Você o conhece, não tem perigo.

— Mas em algum momento vou ter que revelar coisas para ele — dou voz ao meu medo — E se eu deixar de ser incrível para ele? E se ele perceber que não sou mais a Tate que um dia amou?

O cafune continua, mesmo com a breve pausa. Evito seus olhos. Sabia que encontraria amor e raiva. Era o que sempre encontrava em nossos meses de conversas depois de tudo. Minha mãe foi a minha boia que não deixou afundar.

— Tate, não precisamos contar tudo aos homens — decreta firmemente — Você pode manter os seus segredos e ainda ser digna do amor dele, se quiser. É o que você quer?

Suspiro quando chegamos no ponto principal.

— Não sei — fecho os olhos com aquela angustia.

Agora é a vez de dona Anne suspirar. Abro os olhos, dessa vez encontro seu olhar conselheiro e com humor.

— Eu amo o Ian — digo a pura verdade.

— Filha, amar não significa ter que ficar junto — suas palavras são calmas e sinceras — Você pode ama-lo por toda uma vida e não precisa ficar com ele, se não é o que quer. Às vezes o momento passa. Eu amo o seu pai, mas não voltaria com ele, não é o que eu preciso e quero. O Ian é o que você precisa e quer?

Não. Talvez. Não sei.

Não queria perde-lo, mas não sentia que meu lugar era ao seu lado.

— Eu não quero machuca-lo — muxoxo a verdade agonizante.

O dedo da minha mão desliza pelos meus cabelos presos com suavidade, seguindo os fios sem pressa, apenas com carinho.

— Acredite, a verdade dói menos do que a mentira — um sorriso gentil brota em seus lábios — Não minta para o seu coração, pimpolha — a ponta do seu dedo abandona meus cabelos e batuca sobre o meu peito.

— E se for melhor ficar com o certo do que me arriscar de novo?

Os cenhos loiro da mulher ao meu lado enrugam-se enfurecidos com as minhas palavras, seu corpo ajeita-se, despejando todo o peso do seu corpo para o seu cotovelo que afunda-se no colchão.

— Elizabeth Francis Evans — reviro os olhos — Não me diga uma coisa dessas, estamos entendidas? O que aconteceu foi uma fatalidade? Foi, mas foi culpa de um covarde manipulador, nem todos os homens são como ele. Aconteceu? Aconteceu. Nem eu, nem você podemos apagar isso, mas você não pode ter medo de viver, se arriscar, conhecer, o que quer que seja, não deixe ele roubar mais nada de você, ou influenciar em suas escolhas, estamos entendidas?

Seu discurso faz meu corpo se afundar no colchão e me sentir que ao invés de 25 anos acabará de fazer 5. Apenas consigo manear a cabeça positivamente.

— Entendi — solto sem muita força

— Ainda bem — decreta o ponto final.

Comprimo os lábios em um sorriso que inquieta os meus lábios. Eu amava aquela mulher, amava por me dizer o que precisava ouvir, mesmo quando não queria. Minha mãe ajeita-se ao meu lado. Alguém bate na porta, que se abre ao mesmo tempo.

— Nana — Riley corre na direção da cama de pijama e meia.

O pequeno corpo pula no colchão que nem se movimenta. E os braços da menina loira envolve a mulher no nosso meio.

— Vejo que hoje vou dormir com as minhas duas princesas — minha mãe decreta.

SEGUNDO DIA 😮‍💨

ATENÇÃO
Hoje é uma noite especial, HEART ganhou o primeiro prêmio, muitaaaa emoção minha gente. Essa obra é diferente para mim, me arrisquei em vários aspectos e retornei as minhas raizes, escrever algo longo e complicado 😂. Não é ruim, só um desafio que amo. E esse casal é diferente de tudo, eles são uma terapia para mim, uma pequena cura. Fico feliz de ser considerada uma obra digna de prêmio 🥳

VOLTAMOS AO NORMAL
Gostaram do capítulo ? Comentem aí 🥺. Odiaram? Também comentem 😁

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