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15 | (IN)CURÁVEL




15
(IN)CURÁVEL 
TATE

4 MESES ANTES
FESTA PARA PATROCINADORES
METADE DO OUTONO EM BOSTON

A cobertura de festa de um luxuoso hotel localizado no centro de Boston estava decorada com feixes de luzes, um telão central, cadeiras – que estavam sendo retiradas – garçons desfilando com bebidas e comida. O falatório tomava o luxuoso salão, com um fundo musical pouco perceptível. Telas na vertical repetiam trechos – exibidos e não exibidos – da grande aposta da Stay Home na nova programação.

A cara do Adam e do Elliot estava em todos os lados, com montagens do que iria ao ar e do que não iria. Não era uma estreia, apenas uma apresentação estratégica para os chefões e possíveis patrocinadores. Malori sorria animada e estrategicamente, arrastando meu irmão pelo braço.

Eu tinha ficado com o sr. Rabugento. Uma experiência familiar: arrastar o belo homem dentro de uma calça preta, camiseta preta, jaqueta bomber de suede marrom, coturno negros, sem sorriso, com poucas palavras e muitas bufadas. Ele surtaria a qualquer momento. Eu sabia disso. Ele sabia disso. E o papo de um representante de bebidas energéticas– e possível patrocinador – não estava ajudando. Nem eu, nem o homem ao meu lado queríamos saber sobre sua desastrosa experiência ao tentar reformar a própria casa como projeto de verão.

—  Não percebi e acabei acertando o cano — o gorducho, de cabelos grisalhos dentro de um terno que deveria custar quatro meses do meu salário, conta toda risonho — A casa alagou, minha esposa ficou uma fera.

De soslaio, não ignoro o apertar forçado de lábios do moreno alto calado ao meu lado, seus dedos inquietos já batucavam sem ritmo contra a sua coxa. Disparo minha ensaiada risada, atraindo os olhos azuis do homem que parecia esperar alguma aprovação ou comentário do especialista a sua frente. Ou estava mais para coisa de homem em busca de aprovação de outro.

— Acontece — Adam rosna entre os dentes como se tivesse sendo torturado.

Seu pescoço estava começando a assumir um tom avermelhado e não poderia ser da roupa.

— Eu ficaria maluca se acontecesse comigo — solto na tentativa de manter o clima suave.

— Mas isso nem é o pior — o homem continua.

— Sério? — profiro fingindo interesse.

— Sério? — a não estrela ao meu lado murmura entre os dentes, com uma pitada da lamentação e agonia.

Adam bufa. Posso jurar que ele está começando a suar frio, como se estivesse prestes a fazer um exame retal. Acho que nem um exame retal o abalaria tanto. Seria possível até de gostar.

— Sério — o possível patrocinador continua todo empolgado — O pior foi [...]

Inexplicavelmente meus olhos são atraídos para o fundo do salão. Não como se algo ou alguém tivesse me chamado a atenção, era mais uma sensação silenciosa, um sussurro na noite apenas para os meus ouvidos. Um pequeno comichão de curiosidade que prende meus olhos em um casal – até em tão desconhecido – a mulher era jovem, talvez tivesse a minha idade, com cabelos loiros presos, sorriso largo nos lábios, usando um belo vestido laranja solto. Ela gesticulava de uma forma atrativa, mas não era por ela que estava os encarando, era por ele.

Eu o conhecia. Eu sabia que o conhecia. Meu estômago se retrai ao estreitar os olhos e analisar a figura masculina de cabelos loiros grossos, de fios longos e penteados para trás. A barba rala estava fora de lugar. Porém eu o conhecia. Conhecia seu aroma. Meu corpo sabia como reagir ao toque daquele homem. Meu corpo estava prestes a recuar como um reflexo cerebral.

Meu estômago se revira. Tudo some ao meu redor e apenas vejo ele: Guster Burton. Seu nome queima em minha mente, não em minha boca seca. Todo meu corpo se retrai, como se apenas sua presença ali fosse uma ameaça que ruiria tudo, toda a fortaleza que tinha criado para me proteger.

O que ele faz aqui?

O pânico percorre minhas veias.

Ele não me vê. Eu não consigo para de vê-lo. Tudo gira. O ar some e uma sensação a muito esquecida no passado retorna em cada centelha do meu ser. Aperto os olhos na esperança de tudo ser uma ilusão da minha mente diabólica.

Abro os olhos.

Guster some.

Não o vejo mais. Encaro apenas o que parecia ser um corpo. Pisco. Encaro uma camiseta preta escondida dentro de uma jaqueta marrom. Pisco. Tudo para de girar. Pisco. Ergo o pescoço e encontro um olhar familiar, mas fora de contexto.

— Tate — o chamado me obriga a piscar mais uma vez — Tate — o tom de preocupação em seus olhos de ambares preocupados me alarmam.

— Hum — aquele som vibra em minha garganta.

Tento esticar meu pescoço para o lado. Sem sucesso. A muralha diante de mim era maior.

Um toque quente e vivo envolve minhas mãos gélidas, me resgatando do passando e trazendo ao presente. Considero recuar e tentar vasculhar o salão na certeza do que acabará de ver.

Mas os dedos ásperos e firmes de Adam me detêm.

— Caralho, você está tremendo e gelada — ainda como se não estivesse em meu corpo levo o olhar até as minhas mãos apoiadas nas do Adam, elas tremem — Que merda aconteceu? Você está bem?

Engulo algo espesso que deveria ser minha saliva. Pisco confusa e zonza. Que droga Gus estava fazendo ali? Aquilo tudo estava fora de contexto, o lugar dele não era em Boston, ele deveria estar do outro lado do país, não no mesmo salão que eu. Depois de tudo, ele não tinha o direito de estar ali.

Quero correr atrás do meu fantasma. Porém o medo de soltar aquelas mãos que pareciam me sustentar é maior do que qualquer coisa, aniquilando qualquer força de vontade.

— Eu vou te tirar daqui — meu corpo é arrastado.

Eu não questiono, apenas obedeço. Preferindo ignorar e fugir por um momento.

Aquelas palavras são a última coisa que ouço ou presto durante longos minutos ou horas, não tenho certeza, nem quero ter. Não tenho certeza de mais nada.

A única certeza que tenho é que minha sanidade estará melhor longe dali.

Encaro uma velha Jukebox. Meu corpo não treme mais. Um falatório ainda continua, mas é diferente, algo mais animado. Pisco. A velha jukebox em tons pasteis e cheia de botão continua a me fazer companhia. Fecho os olhos, tudo gira dentro da minha cabeça, não conseguia processar o que acabara de ver: Guster em Boston.

Lembrava da última vez que o tinha visto, foi quando ele me suplicou perdão e minha mãe o arrastou para longe de mim, da minha vida e assim pensava que ele ficaria. Porém estava enganada. E por minutos estive a poucos passos de distância de alguém que tinha me destruído da pior forma possível.

Solto um suspiro trêmulo, desejando para não desabar.

— Toma — abro os olhos, encontrando um copo de uísque, não muito cheio diante dos meus olhos — Bebe isso — o moreno parado ao meu lado insiste.

Encaro Adam. Não me lembrava como tínhamos ido parar ali, nem sabia onde estávamos, porém me sentia segura com a sua presença e longe de tudo.

— Mas — balbucio, não muito confortável com a oferta.

— Bebe — impaciente balança o copo.

Adam bufa, agarrando a minha mão e envolvendo meus dedos em torno do corpo, sem me dar escolhas. Seus dedos permanecem em torno dos meus, não sei se para ter certeza de que não derrubaria o copo, ou por outro motivo. Pela primeira vez percebo como o seu toque é quente e sua pele é áspera, com pequenos calos na palma da mão. Encaro nossas mãos. Sua mão enorme quase encobre a minha. Sua mão é grande e ameaçadora, e ainda assim não me causa medo, me sinto bem. Não quero que o toque termine.

— Bebe — repete autoritário.

Deixando um vazio – como um buraco – sobre a minha pele ao quebrar nosso contato.

Sem opção seguro o copo e jogo para dentro em um único gole o líquido que faz um trajeto quente, amargo e forte até meu estômago, despertando e revivendo cada centelha do meu corpo. Comprimo os olhos e a boca com o gosto horrível daquilo.

— Ohh — sopro o álcool puro para fora — Isso é forte — resmungo ao devolver o copo.

— É uísque irlandês — revela.

Solto mais uma baforada alcoólica. Odiando o gosto, mas agradecendo o efeito que me despertar e segura. Não aprovava os métodos do sr. Rabugento, não aprovava beber para esquecer, só que talvez deveria começar a rever os meus conceitos.

As grandes mãos de Adam envolvem meus ombros cobertos por sua jaqueta, posicionando meu corpo em frente ao seu, seu queixo inclina-se para frente. O meu queixo empina-se, deixando as pontas dos nossos narizes  a um movimento de distância. Meu estômago se revira quando me prendo em seu olhar: seus olhos insondáveis de ambares encaram-me de uma forma diferente, algo aconchegante, que aquece meu peito e restabelece minha segurança.

Quero abraça-lo. Não tenho certeza se preciso de um abraço qualquer ou de um abraço daquele homem que tinha me salvado, mesmo sem saber do que.

— Está melhor, Sunshine? — sua pergunta calma e cautelosa diminui à vontade.

Os cantos dos meus lábios querem se alargar, ao confirmar mais uma vez do porque não precisava ter medo diante daquele homem rabugento. Adam não mudava o jeito de me tratar, não temia que eu quebrasse, apenas era como sempre e eu continuava sendo a sua Sunshine.

Pelo primeira vez gosto de ser a Sunshine.

Maneio a cabeça positivamente.

— Estou — sussurro contra o seu rosto — Obrigado.

Ele não precisava ter feito nada daquilo, mas tinha feito. Tinha me segurado quando achei que ia cair e me ajudado. Seus olhos me observam de uma forma que não tinha visto antes, não é nada incomodo. É estranho. Provoca uma sensação nova dentro de mim e por uma fração de segundos quero ficar ali o máximo de tempo possível, com a sensação de segurança e sendo eu mesma.

Mesmo sobre a jaqueta, sinto o polegar de Adam acariciar meu ombro em um vai em vem aconchegante.

Um zumbido irritante rouba o momento. Ambos encaramos minha bolsa sobre a jukebox. A bolsa vibra, remexendo sobre o material liso.

— Droga — e a realidade volta, afastando os fantasmas.

Em um esticar de braço agarro minha bolsa preta e tiro o aparelho que vibra insistentemente. Mal abro a tela e as mensagens continuam.

MALORI: cadê você?

MALORI: cadê o Adam?

ALICE: amiga você sumiu

MALORI: você precisa voltar agora para cá

ALICE: a sua chefe vai surtar

ALICE: AMIGA!?!?

— Droga. Droga. Droga — rosno — Precisamos voltar — anuncio para o homem calmo diante de mim.

O cenho negro do sr. Rabugento arqueia-se, em uma pergunta silenciosa ou desafiadora, não tenho certeza. E para a minha surpresa sua mão arranca o celular da minha.

— O que você está fazendo? — disparo surpresa, enquanto seus dedos ágeis digitam algo.

O pavor toma conta de mim. Dou um passo para o seu lado, suas mãos erguem o aparelho na altura dos seus olhos, me impedindo de ver qualquer coisa. Dou alguns pulos, os dedos dele continuam.

— Adam, não faz besteira — imploro com a mão apoiada em seu ombro que serve de apoio para os meus saltos — Por favor — suplico — Vamos voltar, é melhor.

— Nem eu, nem você, queremos isso, Sunshine — murmura com os olhos fixos na tela.

— Adam — suplico — Não arruína minha carreira.

De soslaio suas ambares me encaram com censura.

— Toma — ele estica o aparelho em minha direção — Resolvido. Agora vou pedir algo para comermos — anuncia antes que possa chegar a mesma conclusão que ele — E você escolha uma música irritante — sua cabeça aponta para a máquina ao nosso lado — E uma mesa.

Encaro a tela. Encaro o moreno alto de calça, camiseta e coturnos pretos que se afasta em passadas largas. Encaro a tela. Tenho medo de ler o que está escrito. Minha garganta se fecha e começo a suar frio. Aperto as pálpebras antes de ler o que tinha sido escrito.

SUPOSTAMENTE EU: o Adam passou mal. Está vomitando, tive que tira-lo da festa. Mas se quiser posso deixa-lo sozinho.

MALORI: É sério?

SUPOSTAMENTE EU: não muito, já chamei um médico conhecido

MALORI: não se preocupe. Cuido de tudo por aqui. Mande notícias.

SUPOSTAMENTE EU: qualquer coisa eu aviso.

MALORI: amanhã conversamos.

Mordo o lábio inferior, tentando engolir o sorriso que ameaçava se alargar em meu rosto. Aquele homem rabugento era uma caixinha de surpresas. Aparentemente sabia usar um celular moderno sem botões e ainda inventar mentiras convincentes. Sabia que ele tinha feito aquilo para se manter longe da festa, porém uma pequena fagulha de mim queria acreditar que aquele ato tinha sido para me proteger. Me proteger de um mal que nem ele conhecia. Mas pensar aquilo era ilusão.

O moreno com a barriga encostada no velho balcão de madeira, do que parecia ser um pub – com uma decoração exagerada de madeira – não faria aquilo por mim.

Suspiro, jogando o aparelho dentro da bolsa. Giro. Olho a velha jukebox com variadas opções de música dos anos 70 e 80. Através do vidro passo os olhos nas possíveis combinações ao apertar um número e uma letra. Não presto realmente atenção. Meu corpo estava ali. Meus olhos encaravam um objeto inanimado. Parte da minha mente estava distante, a quilômetros de distância e perdida no passado.

Entre um piscar e outro esperava despertar e perceber que ainda estava na minha cama e tudo não tinha passado de um pesadelo. Mas eu não acordava. Guster não podia estar ali. Não devia estar lá. Não tinha o direito de roubar minha paz uma e outra vez mais. Não sabia se ele tinha me notado. Agora, sozinha, uma enxurrada de perguntadas se embaralhava em minha mente entre: Ele me viu? Ele sabia que eu estava lá? Por que ele estava lá? Ele foi me procurar? Ele sabia que morava em Boston? Por que?

Tantos POR QUES, mas nenhum PORQUE que justificasse tudo. Que justificasse ele lá, como uma lembrança de que talvez jamais devesse deixar o passado enterrado.

Bato minha testa exausta sobre o vidro da jukebox. Parecia que tinha passado anos fugindo sem motivo. Sem realmente ter certeza do que estava fazendo aperto os botões 4D. Uma melodia perdida no tempo e esquecida em minha mente ressoa pelo ambiente até então preenchido somente por vozes: Almost Paradise, Mike Reno e Ann Wilson, Footloose.

— Vejo que você conseguiu achar algo irritante, Sunshine — a voz rouca e firme observa.

Curvo os lábios. Sabia que o Adam detestaria. Acho que ele detestaria qualquer música daquela máquina. Descolo minha cabeça no vidro e observo o homem alto com duas garrafas de refrigerante na mão e uma bandeja de frangos fritos com molho em outra.

— Eu sou boa nisso — comento com uma pontada de humor — Adoro arruinar a sua vida, esqueceu?

O moreno não responde nada, apenas balançando a cabeça em direção a uma mesa quase no fundo. Agradeço pela escolha de privacidade. Agarro minha bolsa e o sigo. O baque suave das garrafas mistura-se com a melodia que ecoa próxima de nós. Jogo a bolsa no banco de couro e me sento em frente do homem que posiciona o frango no meio da mesa.

— Espero que goste de frango apimentando — comenta arrancando alguns guardanapos do velho suporte no canto da mesa — É a especialidade da casa.

Bato minhas costas no couro duro atrás de mim.

— Não estou com fome — murmuro a verdade.

Entrelaço meus dedos, sem conseguir ignorar o olhar cheio de censura na minha frente. Guardanapos são empurrados em minha direção. Eu não os toco. O olhar de censura continua, assim como a ausência de perguntas. O cheiro é delicioso da comida, mas parte de mim queria me afundar na cama e simplesmente ficar quieta e encolhida em silêncio.

— Pensei que afogaríamos tudo com álcool — comento ao olhar para os itens da mesa — Não com frango e refrigerante.

— Esse frago não fica bem com álcool.

— Justo hoje que eu precisava beber — murmura a verdade.

Adam larga os guardanapos diante de si e suspira dolorosamente.

— Foda-se — elevo o olhar para o homem desconfortável do outro lado da mesa — Eu sou péssimo no golfe — minha confusão aumenta — Odeio jornais matinais, prefiro desenho animado. E essas coxinhas de frango apimentada é minha comida preferida aqui em Boston.

Com os ombros tensos, Adam me encara a espera de uma reação.

Golfe? Desenho animado? Frango?

— O que você está fazendo? — dou voz a minha confusão.

Ele bufa incomodado.

— Não precisamos ser dois estranhos.

— Oh — solto surpresa — Então você quer ser meu amigo, Adam Baylor? — estreito os olhos e curvo meu corpo sobre a mesa.

Gosto daquilo.

O cenho arqueado do outro lado da mesa e os lábios crispados quase me fazem duvidar das suas intenções.

— Não precisamos ser dois estranhos — murmura amargamente e sem vontade.

E apesar do seu tom pouco amigável e confortável agradeço o gesto. Sr. Rabugento agarra uma coxa de frango com a mão e morde com os dentes, seus olhos fujões evitam os meus. Sabia que não éramos amigos, mas estava feliz por não sermos dois estranhos.

1 ponto para mim.

Finalmente parecia que tinha tirado algumas camadas da sua impenetrável armadura cheia de rachaduras. Ele ainda continuava sendo um enigma. Um enigma que começava a gostar. Estranhamente gostava de estar ali com ele. Se pudesse escolher, não teria escolhido outra pessoa para me arrastar para fora daquele salão.

Não era de cristal diante dos seus olhos, nem uma vítima. Era apenas eu. Ele e eu. Mesmo não sentindo tanta fome, agarro a ponta da coxa grudenta e quente, mordisco um pedaço temperado e apimentado.

— Isso é apimentado — solto soprando o ar para fora.

Nem a língua amortecida pelo álcool afasta a ardência.

Os dedos grandes do homem do outro lado da mesa arrastam um pequeno pote de molho com coloração verde.

— Isso vai suavizar o sabor — aconselha.

Bebo um gole generoso do refrigerante que apaga o fogo na minha boca. Sigo seu conselho e despejo molho sobra a pequena coxa.

— Você é péssimo no golfe mesmo? — encaro de soslaio enquanto ainda espalho o molho — Pensava que hóquei e golfe fossem a mesma coisa.

Suas bochechas ficam vermelhas sob a barba preta. Não sei se de arrependimento ou ódio por aquele fato.

— Não é porque tem taco que é tudo igual.

Dou de ombro. Mordendo um pedaço tolerável do frango apimentado com o molho refrescante de ervas. Aquilo era realmente bom.

— Adam Sandler era bom em Um Maluco no Golfe

O Adam diante de mim joga o osso limpo da galinha em um guardanapo ao lado. Seus lábios curvam-se sem humor qualquer como resposta.

— Não sou protagonista de uma comédia dos anos 90.

— Você assistiu um Maluco no Golfe? — disparo surpresa apontando a coxa em sua direção.

Seus olhos me evitam, escolhendo uma nova vítima para os seus dentes carnívoros.

— Assisti — a resposta vem em um pequeno sussurro.

Sorrio satisfeita com aquela revelação.

— Tire esse sorrisinho, Sunshine — ordena sem me encarar direito antes de abocanhar outra coxa — Não faça me arrepender.

Maneio a cabeça positivamente, ainda com o sorriso nos lábios. Aquele homem era bom, apenas ferido. Eu sabia o tempo todo. Um comichão para conhecer aquela parte boa desperta dentro de mim, como se o fato de saber não fosse suficiente.

— Desenho animado, é? — não consigo segurar.

— É — rosna com a boca cheia.

— Qual? — questiono enquanto mastigo.

De soslaio seus olhos me censuram. Meus ombros não se afundam, nem o sorriso some dos meus lábios. O sr. Rabugento não iria roubar aquilo de mim.

— Sunshine — a censura vem em palavras.

— Qual? — insisto — Não me deixa curiosa.

Ele bufa.

— Scooby Doo

— Eu amo Scooby — revelo animada.

— Sério que vamos falar disso?

Sorrio.

— Prefere falar como você é péssimo jogador de hóquei? Não podemos passar a noite apenas comendo em silêncio como dois esquisitões.

O moreno suspira entre um mastigar em outro. Seus olhos me analisam em busca de algo que desconheço. Mas finalmente se rende.

— Ok

O observo, comer com o maxilar rígido e sério. Entre uma mordida e outra, sinto que tudo vai ficar bem.

— Qual seu episódio favorito?

VOLTEI \o/
Estou melhorando a cada dia. Então logo as coisas serão restabelecidas

Gostaram do capítulo? Teorias?

SEGUNDA TEM MAIS

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