- Nós nos casamos - Percy diz para a mulher risonha que entrava em casa junto a ele. A casa deles. Fazia exatas duas semanas que tinham oficializado o amor deles, que o amor de sua vida tinha caminhado descalça na areia, em um vestido branco que tirou seu fôlego e dito sim a ele; duas semanas desde o momento mais mágico de sua vida, o mesmo dia em que, três anos antes, eles tinham se encontrado naquele bar.

O dia dez de outubro significava tudo para eles. Eles conversaram de verdade pela primeira vez em um dez de outubro; um ano depois, ela o chamou para morarem juntos, no próximo ele a pediu em casamento e começaram a juntar dinheiro para realizar a cerimônia e então, no dez de outubro seguinte, se casaram.

Devido ao trabalho e ao preço das passagens, tinham decidido que viajariam na lua de mel em janeiro, quando tirariam férias ao mesmo tempo e graças a toda a organização de Annabeth, eles tinham até os mínimos detalhes planejados, não que Percy reclamasse, a organização dela contrastava muito bem com ele, que sempre foi impulsivo e arrastaria ela para alguma atividade de última hora que a loira reclamaria, mas que no final acabaria se divertindo.

- Sim, meu bem. - Annabeth confirmou, colocando o casaco no cabide e enfiando a mão dentro da blusa que usava, tirando o sutiã, seus ombros caindo em prazer com o fim do aperto. - Somos casados.

Tirando seu próprio casaco e seus sapatos, ele ficou parado na porta observando-a.

Percy não acreditou na sua sorte. No quão abençoado era, seja lá qualquer divindade que exista, ele é extremamente grato, nem todo mundo tinha a sorte de se casar com o amor de sua vida e, aos vinte e quatro anos, estar loucamente feliz. Nunca achou que a vida de casal fosse ser tão prazerosa.

Cresceu em uma casa disfuncional, seu pai abandonou sua mãe ainda grávida e o próximo marido dela se revelou ser um homem agressivo e nojento quando Percy tinha dez anos. Sally não hesitou em largá-lo quando Gabe levantou a mão para ele e por anos foram só os dois, e Percy honestamente não precisava mais de ninguém além de Sally Jackson e seu cafuné.

Eles eram sua própria família de dois, que logo se tornou três, quando sua mãe entrou na faculdade e conheceu Paul, professor de um outro curso e, não muito tempo depois veio Estelle, sua estrelinha que era a pessoa que Percy mais amava em todo o mundo. Então eram uma família de quatro pessoas.

Que logo se tornou cinco, quando Percy e Grover se conheceram e, se existem alma gêmeas de amigos, eles eram o exemplo claro disso. Quando Underwood se apaixonou por Juniper, a família aumentou novamente.

E então veio Annabeth e seu mundo se transformou. Quando começou a trabalhar e a fazer faculdade ao mesmo tempo, começou a visualizar suas metas, objetivos e não tinha vergonha em dizer que a partir do momento em que viu que o que sentia por ela era algo profundo, todos seus planos se adaptaram para incluí-la automaticamente; ficou com medo por algum tempo mas, ao reunir coragem para falar com ela, teve a certeza que todos seus sentimentos eram recíprocos. Annabeth também o amava.

- Eu ainda não acredito. - Percy diz, seguindo Annabeth até a cozinha, vendo-a beber água e se aproximou, rodeando os braços na cintura e afundando o rosto no pescoço, sentindo o cheiro gostoso do perfume dela, o nariz gelado dele deixou sua pele arrepiada.

- No que?

- Que você casou comigo, meu bem, - beijou a bochecha dela. - Que você me ama, - virou e puxou-a, unindo seus corpos, dando um beijo de esquimó. - Que você é minha.

Beijou-a.