Princess
— Vamos, Tobio, você vai gostar. — Insistiu Tooru mais uma vez com os olhos brilhando em expectativa.
Em resposta, Tobio revirou os olhos e continuou a ler seu livro. — Só está falando isso porque seu namorado vai estar trabalhando lá e não quer que ir sozinha porque tem medo.
— Por favor, Tobiozinha, você sabe que não gosto de casas mal assombradas. — Tooru choramingou se jogando no colo da amiga de maneira dramática.
— Então não vai. — Respondeu Tobio com tédio.
— Mas eu quero ver o Kenma!
— Então vai.
— Tobio! — Tooru tirou o livro da mão dela e o fechou com força. — É só dessa vez!
Tobio suspirou profundamente, irritada com a insistência de Tooru. O olhar de tédio em seus olhos aumentou, mas a força com que a amiga segurava o livro indicava que ela não teria paz até ceder. Elas ficaram em silêncio, tendo apenas o som baixo da televisão que passava uma notícia sobre um assassino em série foragido.
— Tá bom, tá bom. — Respondeu finalmente, tentando pegar o livro de volta. — Eu vou, mas não vou ficar por muito tempo.
Tooru sorriu vitoriosa, já pulando do colo de Tobio com animação renovada.
— Sabia que você não me abandonaria! — Ela cantou, enquanto já mexia no celular. — Vou avisar o Kenma que a gente vai estar lá daqui a pouco.
Tobio apenas revirou os olhos novamente, afundando-se na cadeira e desejando que a noite passasse rápido.
— Maldito seja o dia que apresentei vocês dois. — Praguejou baixo observando a amiga ligando para o namorado com um sorriso que mal cabia no rosto.
Tobio não é de sair, prefere ficar em casa lendo ou jogando algum jogo on-line, e era exatamente isso que ela estava planejando fazer na noite de halloween: ficar em casa jogando sem a interferência de ninguém, ou então assistir algum filme sem ter alguém lhe enchendo o saco.
— Tá bom, gatinho, te vejo lá.
Mas seus planos foram destruídos quando sua colega de apartamento apareceu lhe chamando para ir em uma casa mal assombrada de um evento de dia das bruxas da cidade. Tooru não gosta desse tipo de festividade, na verdade, por ter crescido na igreja, Oikawa odeia os dias das bruxas, mas seu namorado está trabalhando na atração principal e isso já foi mais que o suficiente para convencê-la a marcar presença.
Horas mais tarde, já de noite, Tobio estava de frente para a casa mal assombrada, olhava para a estrutura com tédio, sabia que tudo que veria ali seria apenas atores e armações.
— Docinho! Você veio mesmo! — Tobio fez careta ao escutar a voz de Kenma, sabia que se virasse o rosto veria ele e Tooru de melação. — Agora é meu horário de descanso, volto pra lá só daqui 15 minutos.
— Ótimo, é tempo o suficiente. — A voz de Oikawa saiu melodiosa e manhosa, ela circulou os braços em redor do pescoço do namorado e beijou seus lábios com um sorriso malicioso. — Tobio, docinho, pode ir indo na frente, assim você vê o que tem e me conta pra eu não ficar com tanto medo.
Kageyama revirou os olhos se negando a olhar para os amigos, sabia que veria algo que não gostaria. — Qualquer coisa pra não ficar de vela pra vocês. — Ela deu um passo na direção da entrada da casa mal-assombrada, o que parecia uma combinação de madeira velha e teias de aranha falsas. — Isso vai ser um tédio... — Murmurou para si mesma, avançando pelo caminho escuro e sombrio.
Os sons ao redor estavam altos demais e a trilha que levava à casa parecia ter sido projetada para assustar pessoas facilmente impressionáveis. Tobio, no entanto, se sentia indiferente a cada passo que dava, mesmo com os gritos de dor e desespero ecoavam pela casa.
Assim que entrou pela porta rangente, foi imediatamente recebida pelo som de risadas assustadoras e a luz estroboscópica piscando nos cantos da sala. Ela olhou em volta com o mesmo olhar entediado de antes, ignorando os detalhes que, com certeza, fariam alguém mais medroso dar um pulo.
— Fantasmas de mentira...— Murmurou, desviando de um dos atores que tentava assustá-la com uma máscara grotesca. — Parece as fantasias que as crianças usam pra pegar doce.
Ela continuou andando pelos corredores apertados, ouvindo o som de vozes sussurrantes e o eco de passos atrás dela, em alguns momentos caiam bonecos na intensão de assustar quem estivesse passando, mas nada disso parecia impressionar a garota. Para Tobio, tudo parecia uma encenação exagerada.
Mas, no meio do caminho, algo inesperado aconteceu. Ela percebeu que, estranhamente, o ambiente ao seu redor estava mais frio do que antes. O vento que passava pelas frestas da casa agora era diferente, e um silêncio pesado tomou conta do lugar. Tobio parou, franzindo o cenho.
— Ok, isso foi bem feito... — Admitiu a contragosto, embora continuasse sem realmente acreditar que aquilo era algo fora do comum.
No entanto, um som baixo e profundo veio do final do corredor. Era diferente dos efeitos que ela ouvira antes, era mais real, quase como se algo estivesse se aproximando devagar. O chão rangeu debaixo de seus pés, e dessa vez, Tobio sentiu um leve arrepio subir por sua espinha. Ao longe ouviu o grito de alguém, provavelmente algo gravado, pensou ela.
— Certo, agora estão exagerando. — Ela olhou para trás, como se esperasse ver Tooru ou Kenma surgirem para pregar uma peça, mas nenhum dos dois estavam ali.
A luz do corredor se apagou e voltou poucos segundos depois, e no fim dele havia a figura de alguém inteiramente de preto uma máscara de Ghost Face. Tobio gritou de susto quando o viu e seu coração bateu mais aceleradamente.
— Porra! Você me assustou! — Bravejou irritada, nem prestando atenção na ironia de sua fala. — Não acredito que me assustei com uma fantasia tão padrão e preguiçosa. — Comentou consigo mesma.
A figura do Ghost Face não respondeu, apenas permaneceu parada no final do corredor, como se a estivesse observando. Tobio bufou, irritada com o que parecia ser mais uma tentativa barata de susto. Ela deu alguns passos em direção ao ator, esperando que ele se movesse ou dissesse algo, mas nada aconteceu.
— Oi? — Tobio ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços impacientemente. — Acabou o show ou você vai ficar aí plantado?
Ainda assim, a figura permaneceu imóvel, o silêncio da casa se tornando cada vez mais desconcertante. Tobio, pela primeira vez, começou a sentir um desconforto real.
"Esse cara tá levando o papel a sério demais", pensou, dando um passo para trás. Nesse momento, a luz piscou novamente, e, num piscar de olhos, a figura desapareceu.
O coração de Tobio deu um salto, e uma sensação estranha percorreu seu corpo.
— Ok, isso foi... diferente. — Ela se virou rapidamente, olhando para trás, meio que esperando encontrar Tooru ou Kenma rindo de longe. Mas estava sozinha.
Uma sensação de vulnerabilidade começou a tomar conta de Tobio. Algo estava diferente. Não era mais o tédio de antes, e não era a encenação exagerada que ela tanto zombava. Esse sentimento era mais real.
— Talvez eu devesse ter ficado em casa...
Ela voltou a explorar a casa, mais atores apareciam para deixá-la com medo, mas sem sucesso, nem mesmo o líquido vermelho caindo do teto a deixou abalada. Caminhou por um longo e estreito corredor, mas ali não parecia ter nada, até que mais uma vez a luz pisca, assim como havia acontecido no outro corredor. Um calafrio percorreu a coluna de Tobio. Ela engoliu em seco antes de olhar para trás e encontrar mais uma vez aquela figura de antes.
— Você de novo?
A figura do Ghost Face estava parada, mais próxima dessa vez. Tobio sentiu o arrepio correr por todo seu corpo, embora tentasse manter a compostura. Sua mente lutava entre a descrença e o incômodo real que começava a crescer dentro dela.
— Qual é, não tá ficando cansativo? — Disse, tentando parecer indiferente, mas sua voz soou um pouco mais nervosa do que o esperado.
A figura deu um passo à frente, o som de seus sapatos ecoando no chão de madeira envelhecida. Tobio recuou instintivamente, seu coração batendo mais rápido. Ela não conseguia ver os olhos por trás da máscara, mas a forma como a figura a encarava era inquietante.
— Tá, isso já não é engraçado. — Disse, tentando forçar um tom firme, mas dessa vez, o desconforto era palpável.
Ghost Face continuou a se aproximar lentamente. Tobio, em um raro momento de nervosismo genuíno, deu mais alguns passos para trás, até que suas costas encontraram a parede do corredor.
Ela olhou ao redor, procurando por uma saída ou por algum sinal de que aquilo era apenas mais uma parte da encenação. Não havia ninguém por perto, e o som da casa, que antes era recheado de efeitos sonoros exagerados, agora era tomado por um silêncio pesado. A figura levantou a mão revelando uma faca suja de um líquido vermelho que se assemelhava a sangue e mais uma vez a luz piscou, mas diferente de antes o Ghost Face continuava ali, cada vez mais próximo.
— E-ei...! Já deu! Está perto demais. — As pernas de Tobio começaram a tremer, estava nervosa e sem saber o que fazer. Em um momento de desespero, ela fez a primeira coisa que veio na cabeça.
O braço de Ghost Face estava levantado como se fosse atacá-la com a faca naquele momento, mas antes de que qualquer movimento fosse feito, Tobio levantou a máscara dele, apenas o suficiente para deixar a boca de fora e o beijou.
Ghost Face congelou por um momento. Tobio não acreditava no que acabara de fazer. A adrenalina tomou conta de seu corpo, e o som do silêncio pesado parecia amplificado em seus ouvidos. Ela esperava uma reação qualquer, mas tudo ficou imóvel. Quando recuou, ainda com o coração acelerado, percebeu que a figura estava completamente parada, como se tivesse sido pega de surpresa.
— O que... eu acabei de fazer? — Sussurrou para si mesma, sentindo o calor subir pelo rosto.
Ghost Face abaixou lentamente a faca, processando o que acabara de acontecer. O silêncio que se seguiu foi desconcertante, mas diferente. Não era mais o medo ou o nervosismo inicial, e o que quer que fosse aquele momento estranho, havia quebrado o clima assustador.
De repente, Tobio ouviu uma risada baixa e abafada.
— Eu... não esperava por isso. — Ele falou com humor e um sorriso divertido nos lábios. — Gosta de fantasmas, gatinha? As pessoas normalmente fogem de mim, e não me beijam. — Ele abaixou a faca e a agarrou pela cintura, a puxando para perto. Por ser uma mulher alta e estar de salto, Tooru estava mais alta que ele, que por si só parecia de fato ser um homem baixo.
Tobio congelou por um instante ao ouvir a voz e sentir o toque do Ghost Face. O choque a fez ficar sem reação imediata, mas o calor que subiu por seu corpo indicava que algo nela havia despertado, algo que não esperava sentir naquela situação.
— Eu...— Ela começou, mas sua voz falhou. O toque firme na cintura a deixou mais ciente da presença do ator à sua frente. — Eu só... não queria ser apunhalada, é isso. Agora me solta e vai assombrar outra pessoa!
O homem riu novamente, dessa vez um pouco mais alto. Ele segurou a máscara com a outra mão, puxando-a para revelar parcialmente o rosto. Os olhos dele brilhavam com uma mistura de diversão e algo a mais que Tobio não conseguiu definir de imediato. Estranhamente ele parecia familiar, sentia que já havia o visto antes.
— Bom, posso garantir que o susto acabou. — Ele falou baixo, sua voz soando mais próxima e envolvente do que antes. Tobio sentiu o corpo se retesar levemente. — Mas talvez tenha outras formas de... assombrar sua noite. — A mão dele, ainda firme em sua cintura, a apertou um pouco mais, trazendo-a para mais perto.
Tobio sentiu uma onda de calor atravessar seu corpo, misturada com o frio do medo e a excitação que vinha de algo tão inesperado. O que começou como uma tentativa de susto se transformava em algo completamente diferente.
— Eu vou assombrar sua cara com o meu punho se não me soltar!
O sorriso do homem se alargou ao ouvir a ameaça de Tobio. — Uau, uma garota brava... — Ele murmurou com um tom divertido, ignorando completamente a intenção da ameaça. — Você é ainda mais interessante do que eu pensei.
Tobio apertou os olhos em irritação. — Se não me soltar, vou garantir que tanto seu rosto quanto essa máscara idiota vão sentir o gostinho do meu punho!
— Pra quê tanta agressividade, princesa? Preferia quando estava me beijando... — Um sorriso canalha pintou seus lábios e aproximou seu rosto do dela. — Sabe... Eu amo estressadinhas. — Sussurrou próximo ao ouvido dela, a boca se movendo perigosamente em direção ao pescoço alvo e macio de Tobio.
Antes que ele pudesse tocar seus lábios na pele dela, Tobio reagiu, desferindo um soco firme contra o rosto dele e a máscara.
O silêncio se instalou entre os dois, denso e carregado. Ghost permaneceu com o rosto virado na direção em que o golpe o atingira, sua respiração pesada. A máscara que ele usava, antes imponente, agora exibia uma rachadura, marcando o ponto exato onde o soco havia acertado.
Para a surpresa de Kageyama, o Ghost começou a rir, a deixando surpresa e sem entender.
— Qual a graça?! Quer receber outro?!
— Você é realmente uma mulher interessante... Terminar as coisas por aqui seria um desperdício. — A voz rouca do Ghost fez Tobio estremecer, mas seu coração congelou mesmo foi quando ela sentiu a ponta gélida da faca passar por sua coxa nua.
Tobio sentiu um arrepio percorrer seu corpo com a ponta da faca deslizando devagar pela sua pele como uma ameaça silenciosa. Seu coração acelerou, mas a expressão em seu rosto se manteve desafiadora mesmo com o medo crescente que tentava disfarçar, tentou ignorar também o filete de sangue que estava escorrendo por sua coxa.
— Se você acha que isso vai me intimidar... — Ela começou, sua voz firme apesar da tensão. — Está muito enganado.
O Ghost a olhou por um momento, seus olhos brilhando por trás da máscara rachada. Ele estava claramente se divertindo com a situação, o que só aumentava a irritação de Tobio.
— Corajosa e teimosa... — Ele murmurou, abaixando lentamente a faca, como se apreciasse o desconforto que estava criando. — Isso só te torna mais interessante, sabia?
Tobio, com os punhos cerrados, se preparou para reagir, mas Ghost deu um passo para trás, ainda rindo suavemente. Ele girou a faca entre os dedos, mantendo o olhar fixo nela como se estivesse esperando por sua próxima ação.
— Você realmente não sabe quando desistir, não é? — Ela rosnou, a raiva misturada com a adrenalina, avançando um passo na direção dele.
— Talvez eu só goste de ver até onde você consegue ir. — Ele respondeu calmamente, sua voz baixa e provocante. — Mas não se preocupe, princesinha, eu não vou te machucar... ainda.
As palavras dele ecoaram pelo espaço vazio, e Tobio sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Algo naquela ameaça velada a fez perceber que estava lidando com algo mais sério do que pensava. Seu instinto dizia para recuar, mas seu orgulho a impediu de dar esse passo.
Ghost, ainda sorrindo por trás da máscara, deu mais um passo à frente, encurtando a distância entre eles. — Vamos ver até onde você vai aguentar, Tobio. — Ele sussurrou, a faca agora pousada no cinto, mas sua presença intimidante continuava a preenchê-la de um misto de medo e curiosidade.
Sem hesitar mais, Tobio se moveu rápido, seus punhos prontos para desferir outro golpe, mas Ghost foi mais ágil dessa vez. Ele segurou seus pulsos com força, a prendendo contra a parede com um movimento firme. O rosto dele estava perto demais, e Tobio pôde sentir a respiração quente contra sua pele.
— Relaxa, princesa... — Ghost sussurrou mais uma vez contra seu ouvido, a voz rouca reverberando em seu corpo. — Não precisa ficar tão irritada.
Apesar da irritação crescente e o nervosismo misturado ao medo que estava sentindo, Tobio também se sentia estranhamente atraída por ele, queria sentir seus lábios novamente, as mãos dele em sua cintura, o hálito contra seu rosto, céus, o desejava tanta que se questionava se estava sã.
Ghost a pressionou contra a parede com mais firmeza, os olhos brilhando com uma mistura de diversão e desejo. Tobio, por mais que lutasse contra a situação, sentia uma parte de si mesma cedendo àquela proximidade. Sua respiração estava ofegante, o corpo tenso entre o desejo de se soltar e a curiosidade inquietante que ele provocava nela.
— Tá se sentindo impotente agora, princesa? — Ghost murmurou, sua voz se tornando mais grave e próxima ao ouvido dela. Pressionou a faca pela coxa dela, fazendo um corte superficial e longo. — Aposto que nunca esteve em uma posição assim antes, não é?
Tobio bufou, tentando ignorar a onda de calor que atravessava seu corpo. — Não subestime o quanto eu posso quebrar sua cara, seu desgraçado!
Ele riu, baixinho, a risada profunda reverberando no peito dele e fazendo o coração de Tobio acelerar. — Me chame de Shoyo, melhor do que esses adjetivos que você está me dando. — Ele provocou, os lábios perigosamente próximos ao pescoço dela, roçando a pele sem tocá-la diretamente. — Lembre-se do meu nome quando estiver gemendo pra mim.
Ghost, que agora Tobio sabia se chamar Shoyo, tomou seus lábios em um beijo afoito e intenso, e diferente do que seu cérebro mandava, a boca dela respondeu ao beijo quase de imediato. Ela se entregou ao beijo quente e viciante de Shoyo, seus braços rodearam o pescoço dele e o puxou para mais perto, nem ligava para o sangue que escorria de sua perna.
Shoyo andou a passos cegos até uma porta no início do corredor que dava acesso a um pequeno cômodo com fantasias, maquiagens e diversos itens de decoração. Ele a deitou na mesinha preta de madeira e pressionou seu corpo contra o dela. Tobio sentiu as mãos de Shoyo percorrendo seu corpo, explorando cada centímetro com mistura de urgência e desejo. A mão delicada de Kageyama subiu até a trouxa que cobria a cabeça de Shoyo e a abaixou, assim revelando sua cabeleira ruiva.
Os lábios gélidos e cheios do Ghost desceram pela pele alva de Tobio, marcando seu pescoço com mordidas e chupões famintos que faziam a garota suspirar em deleite. Seu cropped foi rapidamente levantado, revelando os seios pequenos e atrativos de Tobio.
Shoyo passou a língua entre os lábios enquanto observava a beldade que estava na frente dele, e sem pensar duas vezes abocanhou um dos peitos de Kageyama, fazendo-a arquejar e se contorcer sob ele, completamente envolvida pela intensidade do momento. Cada mordida, cada toque dele parecia incendiar a pele de Tobio, que, apesar da confusão de sentimentos, não conseguia conter os arfares que escapavam de seus lábios.
Os longos e delicados dedos de Tobio se emaranharam nos fios ruivos de Shoyo, puxando-o contra seu corpo enquanto a língua astuta dele se aventurava em seu seio delicado. As mãos de Shoyo deslizaram pela cintura de Tobio, os dedos pressionando a pele como se quisessem marcar não apenas ela, como também o momento. Ele estava tomado pela visão da garota sob ele, o contraste entre sua fragilidade aparente e a força que ela demonstrava em seu olhar. Tobio, por sua vez, sentia o corpo ceder ao calor que ele emanava, uma mistura perigosa de raiva e desejo que a deixava à beira do descontrole.
— Você é um desafio, princesa. — Shoyo sussurrou contra sua pele, os dentes raspando levemente pelo pescoço dela. — E eu adoro um bom desafio.
Tobio arfou quando as mãos dele subiram por suas coxas, firmes e seguras, como se cada toque tivesse a intenção de provar que ele estava no controle. Ela odiava isso, odiava a ideia de ser dominada, mas o calor que crescia dentro de si tornava quase impossível lutar. Sua mente queria resistir, mas seu corpo já havia tomado sua decisão.
— Eu... — Tobio começou, mas sua voz se perdeu em um suspiro quando os lábios de Shoyo se moveram para sua clavícula, deixando um rastro de beijos e mordidas suaves.
A garota mordeu o lábio, tentando conter os sons que ameaçavam escapar. Shoyo ergueu o rosto, seus olhos queimando com intensidade enquanto encarava Tobio, que estava com os lábios entreabertos as bochechas ruborizadas.
— Está com medo agora? — Ele perguntou, o sorriso provocante voltando aos seus lábios.
— Só na sua cabeça. — Tobio retrucou, sua voz tremendo levemente, mas ainda carregada de desafio.
O ruivo riu, uma risada baixa e cheia de promessas. Ele inclinou o rosto, os lábios a milímetros dos dela, mas não a beijou de imediato. Ele esperou, como se quisesse provar que tinha todo o tempo do mundo para explorar cada reação dela.
— Mas deveria. — Ele sussurrou antes de finalmente tomar os lábios dela mais uma vez, dessa vez com uma intensidade ainda maior, como se quisesse consumi-la inteira.
Tobio não hesitou em corresponder, suas mãos deslizando pelas costas cobertas, sentindo a tensão dos músculos sob o tecido.
Ele ainda tinha a máscara escondendo parte de seu rosto, deixando apenas seu queixo e rosto amostra e isso deixava Kageyama em uma batalha interna entre querer ver o rosto do homem que fazia sua pele queimar sob seu toque ou se apenas deixava se entregar na fantasia de ter Ghost Face levando-lhe a locura. Ela deslizou as mãos até o peitoral de Shoyo e começou a empurrá-lo enquanto erguia o próprio corpo, mas sem deixar de saborear os lábios macios dele.
— Eu quero ver o seu rosto... — Sussurrou contra os lábios alheios, agora sentada na mesa com Ghost entre suas pernas.
Shoyo parou o beijo, a respiração pesada ecoava entre os dois enquanto ele a encarava com uma mistura de desejo e diversão. Seus olhos brilhavam intensamente por trás das fendas da máscara, como se avaliasse a sinceridade do pedido dela.
— Quer ver meu rosto, é? — Ele murmurou, a voz rouca e carregada de uma provocação contida. — Você acha que está pronta para isso, princesa? Pode ser uma decisão perigosa.
Kageyama estreitou os olhos, ignorando o arrepio que percorria sua espinha ao ouvir o tom dele. — Para de bancar o misterioso. Não é tão aterrorizante quanto você acha.
Ghost riu suavemente, uma risada que fez o estômago de Tobio revirar. Ele inclinou a cabeça, como se considerasse o pedido, antes de levar a mão à máscara. Por um momento, o tempo pareceu parar quando seus dedos cobertos tocaram a borda.
— Ver meu rosto não é a prioridade agora, princesa. — Disse bem humorado com um tom provocativo. Soltou a máscara e voltou a beijar Tobio com fome, agarrando a cintura dela com possessividade e a apertando com firmeza, a fazendo suspirar contra seus lábios.
Shoyo voltou a deitá-la na mesa enquanto suas mãos exploravam o corpo de Tobio com mais intensidade. Cada toque dele parecia incendiar sua pele, e, mesmo que sua mente gritasse que aquilo era errado, seu corpo se entregava completamente à sensação. O tecido de sua saia foi erguido sem cerimônia, e Tobio sentiu a mão firme de Shoyo deslizar por sua coxa, seus dedos ágeis tocando a pele com um misto de delicadeza e determinação.
Ela se agarrou à borda da mesa, os olhos semicerrados enquanto tentava controlar a respiração ofegante e Shoyo a observava atentamente.
— Você é tão linda quando está assim, tão vulnerável... — Ele sussurrou, seus lábios roçando contra os dela enquanto sua mão subia mais, até tocar o tecido fino de sua calcinha.
Tobio estremeceu, sua mente em um turbilhão de emoções conflitantes. Ela odiava a forma como ele a fazia se sentir tão exposta, mas ao mesmo tempo, não conseguia negar o quanto estava sendo atraída por ele. O calor que emanava de seu corpo parecia hipnotizá-la, e, mesmo que quisesse resistir, sabia que já havia cedido há muito tempo.
— Shoyo... — Ela sussurrou, sua voz trêmula, mas carregada de desejo.
O ruivo sorriu, um sorriso cheio de arrogância, e abaixou a cabeça, beijando-a novamente com intensidade. Seus dedos começaram a brincar com o tecido que cobria sua intimidade, provocando-a de uma maneira que fazia Tobio arquear o corpo involuntariamente.
Ela sabia que estava perdendo o controle, e isso a deixava furiosa consigo mesma. Mas, por mais que quisesse lutar, a forma como Shoyo a tocava e a olhava a deixava sem forças para resistir.
— Se continuar assim, princesa... — Ele murmurou, a voz baixa e carregada de provocação. — Vou acabar achando que você gosta de ser dominada.
Tobio abriu os olhos, encarando-o com uma mistura de raiva e desejo. — Você não sabe nada sobre mim!
— Talvez não... — Ele respondeu com um sorriso travesso. — Mas estou adorando descobrir.
Antes que ela pudesse responder, ele pressionou os lábios contra os dela mais uma vez, sua mão finalmente deslizando para debaixo do tecido que cobria sua pele quente. Tobio soltou um arfar baixo e seu corpo se arqueou ao toque dele. Os dedos grossos de Shoyo a penetraram de forma rude, a fazendo gemer em aprovação. O pescoço pálido da garota começava a ser tingido de roxo e vermelho, resultado dos chupões e mordidas que Ghost dava enquanto a dedilhava profundamente, fazendo um som molhado e erótico preencher o cômodo em que estavam.
O ritmo intenso dos dedos de Shoyo dentro dela a fez perder o fôlego, cada movimento habilidoso a levava mais para perto de um precipício que Tobio não sabia se queria evitar ou se entregar completamente. Seus gemidos escapavam sem controle, preenchendo o espaço entre eles enquanto o som obsceno dos movimentos ecoava pelo lugar.
Shoyo parecia fascinado com cada reação dela, seus olhos brilhando com uma mistura de satisfação e desejo. Ele pressionou mais seu corpo contra o dela, sua respiração quente atingiu o ouvido de Tobio enquanto sussurrava:
— Tão apertada, tão quente... — Ele murmurou, sua voz rouca e carregada de luxúria. — Parece que seu corpo gosta muito mais de mim do que você quer admitir, princesa.
Tobio tentou formular uma resposta, mas tudo o que conseguiu foi soltar um gemido rouco quando os dedos dele atingiram um ponto sensível dentro dela, enviando ondas de prazer por todo o seu corpo. Suas unhas se cravaram nos ombros dele, tentando se agarrar a algo enquanto sentia sua sanidade escapar rapidamente.
— Sh-Shoyo... — Ela gemeu, sua voz saiu trêmula e baixa, quase inaudível.
Ele sorriu contra o pescoço dela, seus lábios deixando outro chupão enquanto intensificava os movimentos. — Diga meu nome de novo, princesa... Quero ouvir você gemendo só pra mim.
A provocação de Shoyo, combinada com o ritmo implacável de seus dedos, levou Tobio a um estado de êxtase que ela nunca havia experimentado antes. Seu corpo tremia sob ele, seus gemidos se tornaram mais altos e frequentes, e ela sabia que estava à beira do clímax.
O nome do ruivo saía de seus lábios rodados em forma de gemidos necessitados, não se importando se alguém poderia ouvir.
— Você quer algo maior, princesa? — Shoyo perguntou com um sorriso malicioso nos lábios, e o sorriso aumentou ainda mais quando Tobio afirmou com a cabeça de maneira frenética.
Tobio sentiu um vazio quando Shoyo retirou os dedos de dentro de si, mas não reclamou. O observou arrancar sua calcinha de forma rápida e ríspida, esperou que ele começasse a tirar a própria roupa, mas ao invés disso ele puxou suas pernas e as abriu, a fazendo deitar um pouco na mesa. Ela apoio seu peso nos braços sobre a mesa, a posição a deixava ainda mais exposta e isso a deixava ainda mais excitada.
— Porra, princesa... Você é tão gostosa que me deixa louco. — A voz de Shoyo saiu carregada de desejo, seus olhos estavam fixos na intimidade molhada de Tobio e não resistiu ao impulso de passar a língua ao longo da buceta dela. — Deliciosa... — Murmurou, seus lábios agora deslizavam pelo interior das coxas finas de Tobio.
A mão enluvada de Shoyo pegou a faca novamente, deixou o cabo voltado para ela e a lâmina para ele próprio e não hesitou em penetrá-la mais uma vez, mas agora com o cabo da faca. Tobio xingou alto em meio a um suspiro deleitoso. Sua insanidade no momento não a permitia se importar que um desconhecido mascarado estava a fodendo com uma faca, não quando ela estava se deliciando tanto, não quando Shoyo virou o cabo da faca dentro de si, a fazendo gemer o nome dele mais uma vez, não quando ela sentia o orgasmo já tão próximo.
— Está gostando, princesa? — Perguntou provocativo e recebendo um acenar de cabeça como resposta. Determinado a fazer Tobio gritar de prazer, Shoyo abaixou a cabeça, ficando mais uma vez entre as compridas pernas, e sem demora, começou a chupar o clitóris dela.
Kageyama se contorceu em prazer, a boca habilidosa de Shoyo estava a deixando perdida em pensamentos nublados pela satisfação. Os dedos delgados se agarraram nos fios ruivos de Hinata e seus quadris se moviam contra a boca alheia, buscando mais daquela euforia que estava a fazendo entrar em êxtase. Quando finalmente atingiu seu ápice, Tobio arqueou o corpo com força, sua cabeça caiu para trás enquanto um grito escapava de seus lábios. O prazer a dominou por completo, deixando-a ofegante e sem forças nos braços dele.
— Você é um espetáculo, Tobio. — Ele sussurrou, os lábios curvados em um sorriso satisfeito enquanto a observava se recuperar. Sem mais demora, Shoyo livrou-se das roupas inferiores e observou o corpo atraente da mulher à sua frente enquanto bombeava seu membro rígido. — Vou fazer bom proveito enquanto ainda tenho tempo. — E sem esperar que Tobio recuperasse o fôlego, Hinata a penetrou com rudez, a fazendo soltar um gemido alto e um rouco de si próprio. Começou a estocar sem delicadeza, estava em busca de seu próprio prazer, já Tobio, mesmo ainda aérea pelo recente orgasmo avassalador, gemia com as estocadas brutas e revirava os olhos sentindo a pegada firme de Hinata em seus quadris. — Você é tão perfeita... Dá até dó de te tirar do mundo... — Sussurrou, voltando a passar a ponta da lâmina pela pele branca de Tobio. Porém, ele não prestou atenção às suas palavras, totalmente alheio e com a mente nublada pelo prazer. Shoyo debruçou-se sobre o corpo de Kageyama, aproximando-se para falar próximo ao seu ouvido. — Mas também seria um pecado deixar esse mundo corrompido ter o prazer de ter você. — Intensificou o toque da faca, fazendo mais um corte nela, agora próximo ao seio. Shoyo afastou um pouco o rosto, apenas o bastante para tirar a máscara de uma vez, revelando a ela seu rosto bonito e bem marcado. — Ah, princesa, o que eu faço com você...? — Perguntou, mas mais uma vez Tobio não conseguiu proferir uma única palavra. Seus lábios estavam trêmulos e seus olhos cheios de lágrimas de prazer.
Shoyo voltou a se concentrar nas estocadas e tomou os lábios de Tobio em um beijo agressivo. Uma risada maldosa saiu de seus lábios em meio ao ósculo, deixando a garota confusa.
— Vou deixar que o universo defina isso. — Ele sussurrou, a voz baixa e carregada de ameaça, antes de cravar a faca com precisão no abdômen de Tobio e explodir de prazer dentro da mesma. — Foi bom conhecer você, princesa. — Tobio, em um primeiro instante, ficou paralisada pela dor, uma agonia cortante que explodiu em seu abdômen, espalhando-se rapidamente por todo o seu corpo. Seus olhos se arregalaram em puro choque, a incredulidade misturando-se com o terror. O ar parecia ter sumido, e sua mente, antes em um transe, agora estava completamente alerta, completamente desperta. O grito que se formava em sua garganta ficou preso, esmagado pela sensação de desespero e vulnerabilidade. A dor, como uma lâmina congelante, dilacerava sua sanidade, e ela mal conseguia entender o que estava acontecendo. — Vou deixar isso de lembrança pra você... se conseguir sobreviver. — Ele disse com um sorriso maldoso nos lábios, seus olhos brilhando de uma satisfação fria enquanto ajeitava as próprias roupas e se recompunha, recolocando a máscara sobre o rosto.
Kageyama, porém, não conseguiu reagir de imediato. Seus olhos estavam fixos na faca cravada em seu abdômen, o metal sujo de sangue, sua visão turva pela dor e pela confusão. Ela sentia um calor crescente onde a faca o perfurava, mas, ao mesmo tempo, um calafrio percorria seu corpo inteiro. A respiração se tornava mais difícil, e seu estômago se contorcia a cada movimento que tentava fazer. Ela não sabia se deveria retirar a faca ou deixá-la lá, pois ambas as opções pareciam igualmente aterrorizantes. De longe, conseguiu escutar gritos e seu nome ser chamado em meio a eles, mas não conseguiu gritar de volta, a força estava deixando seu corpo, assim como os sentidos. A última coisa que ouviu antes de desmaiar foi o cortante grito horrorizado de sua colega de quarto ao entrar no cômodo.
[…]
— Eu já disse que não foi culpa sua, Tooru... — Tobio tentou consolar a amiga que chorava debruçada sobre seu corpo.
— Eu nunca deveria ter chamado você. — Lamentou Tooru mais uma vez levantando a cabeça e limpou as lágrimas.
— Você não tinha como saber, e de qualquer jeito, isso não importa mais. — Suspirou com dor, apesar das doses de morfina que havia recebido mais cedo.
— Ficamos feliz que você está bem, mas agora precisamos saber exatamente o que aconteceu. — Dessa vez foi Kenma quem falou, ele puxou um banquinho e sentou-se próximo a maca em que Kageyama estava.
— Não lembro direito... — Tobio começou a falar, sua voz estava rouca e fraca, ainda abalada pela experiência. — Tudo parece um grande borrão agora.
Ela respirou fundo, tentando controlar o nó na garganta, mas a lembrança da lâmina cravada nela ainda estava clara como um pesadelo que se recusava a desaparecer. As mãos tremiam ao se apertarem contra o lençol da maca.
Kenma a observava em silêncio, os olhos mais sérios do que Kageyama jamais o vira.
— Mas você ao menos consegue lembrar da aparência de quem fez isso?
— Ele... Ele era ruivo... E tinha sardas, eu acho... — Tobio apertou os olhos, tentando resgatar em sua memória mais detalhes. — Ele era um funcionário, estava lá com uma máscara de fantasma e uma faca.
Tooru e Kenma se olharam, preocupados.
— Tobio, não tem ninguém assim que trabalhe lá, eu conheço todos e não tem um único ruivo na equipe.
— Mas ele estava lá, Kenma... — Tobio insistiu, a frustração começando a surgir em sua voz rouca. — Eu juro que vi. Ele estava com uma máscara, mas o cabelo era... ruivo. Quando ele tirou consegui ver algumas sardas.
Tooru mordeu o lábio, as sobrancelhas se franzindo em preocupação. O silêncio pairou no ar por um momento, denso e carregado de tensão. Kenma trocou um olhar significativo com Tooru, e ambos decidiram, sem precisar de palavras, poupar Tobio de uma verdade ainda mais sombria: ela não havia sido a única vítima naquela noite. Proteger sua mente já fragilizada era a prioridade, mesmo que isso significasse carregar o peso do segredo sozinhos.
Na recepção do hospital, uma televisão ligada exibia as notícias recentes. As manchetes destacavam os assassinatos brutais cometidos na noite de Halloween, enquanto imagens de um suspeito preenchiam a tela. Um homem foragido, ainda sem identificação, com cabelo ruivo flamejante e sardas que se espalhavam pelo rosto de maneira inconfundível.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro