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Orfanato

|Love really really
Make me silly silly
Making a fool
out of myself
— Girls, Nature

"Todas as moradoras do orfanato no casarão da última rua recebiam aulas em casa desde que algumas garotas daquele mesmo lugar foram dadas como desaparecidas enquanto voltavam do colégio, por medidas de segurança, contrataram professores particulares, quatro no total, e por sorte todas conseguiram se adaptar muito bem tendo contato com eles apenas duas vezes por semana, nas segundas e sextas-feiras. Haru por sua vez não era muito diferente das outras amigas, encantada pelo professor de física como se ele fosse a pessoa ideal para si, mas tentava esconder o interesse mesmo que de forma absolutamente falha.

Domingo a noite, já perto da hora de dormir, Haruno estava conversando com Seo-Yun, a mais velha dali tendo dezesseis anos de idade. Ambas eram próximas e todas as noites antes de irem deitar ficavam na cozinha, roubando um pouco de comida e jogando conversa fora. Naquele dia, Seo-Yun colocou Haru contra a parede, tentando entender o envolvimento dela com o professor.

— Ele olha demais para mim, Seo-Yun! Além disso, eu não sou tão mais nova do que ele assim.

— Claro, só tem quase vinte anos de diferença.

— Na verdade...

— Eu sei que são dezoito anos e sete meses, você falou isso cinco vezes só nessa conversa que tivemos agora. Haru, tome cuidado, ele não parece boa pessoa. Não fique achando que só por olhar significa que ele está interessado, nem se iluda com isso. — Disse enquanto rodava o canudo no copo de suco de laranja. — Eu gostaria que você se afastasse, não parece seguro se envolver com ele.

Mas Haru não deu ouvidos, afinal, quão sério eles poderiam chegar em uma relação? Ela sabia que as chances eram quase nulas e, de qualquer jeito, no fundo sabia que não era perdidamente apaixonada pelo professor, apenas queria se sentir desejada e pouco importava por quem, queria que seu ego fosse um pouco mais alimentado e suas emoções confusas faziam com que acreditasse na tola paixão que achava que sentia. Ignorando toda a conversa, acompanhou Seo-Yun até o quarto antes que alguma das responsáveis do lugar aparecesse e dessem uma bronca nas duas.

Haru acordou com Jaehwa cutucando seu braço, ela estava desesperada, ambas estavam atrasadas e alguns professores já haviam chegado, inclusive os que dariam as duas primeiras aulas do dia para passarem o gabarito das lições passadas nas apostilas e tirar dúvidas da matéria passada. As duas trocaram o pijama, nada mais que um short velho e uma camiseta, para uma roupa mais apresentável, Haru usava um vestido branco e Jaehwa calça jeans com uma blusa vermelha. Quando desceram as escadas até a sala de estar, viram que ainda faltava algumas das garotas, mas grande maioria estava ali.

As várias vozes ao mesmo tempo poderiam confundir qualquer pessoa de fora que não estivesse acostumada com a rotina agitada da segunda-feira, mas todas resolviam ignorar tudo que não fosse sobre o conteúdo passado, mesmo que muitas odiassem estudar francês. Pensou que tudo iria ser recompensado durante a tarde, quando o professor de física, sempre o último a chegar, seria uma recompensa e tanto para se comportar sem reclamar de cinco em cinco minutos sobre como era chato precisar conjugar milhões de vezes o mesmo verbo. Prestou atenção na lista de livros que precisariam ler até o fim do semestre para literatura, todos presentes na pequena biblioteca, que era apenas o canto com vários livros empilhados um em cima do outro na sala de estar, e também nas páginas de dever das outras matérias, mas sua atenção foi desviada para a porta assim que batidas foram ouvidas, restando apenas torcer para que Jaehwa tenha anotado tudo e não hesite em falar quais eram.

— Boa tarde. — Cumprimentou colocando a mochila no canto perto do sofá, onde se sentou logo depois olhando para as garotas que estavam em volta da mesinha de centro, apenas as mais velhas do orfanato já que as mais novas foram liberadas pouco tempo antes do meio-dia. — Vou corrigir as apostilas de física, depois vejo as de química e matemática. Vamos começar por ordem de idade hoje para ser mais fácil, já que vocês estão em níveis de escolaridade diferentes.

Jaehwa, com treze anos, se arrastou pelo tapete desviando das outras garotas até ficar em uma distância boa para conseguir esticar o braço e entregar o caderno de atividades apenas para ganhar um visto no canto superior da página. Não muito tempo depois dela, chegou a vez de Haru, de quatorze anos completos poucos meses antes, mas daquela vez, talvez por saber do interesse dela, Seo-Yun notou que ele realmente olhava demais para a Haruno se fosse comparado aos olhares direcionados para as outras garotas e isso gerou preocupação na mais velha. Se o interesse fosse mútuo seria terrivelmente arriscado, muitas vezes adolescentes têm paixonites por professores, sabia disso, mas chegar ao ponto de ser recíproco, ainda mais com a tamanha diferença de idade era absurdo.

No fim, tudo pareceu seguir a ordem normal das coisas. Foram liberadas das aulas, mas o professor ainda continuou por um tempo conversando com a dona do lugar, uma senhora de quase setenta anos e muito gentil, que tinha fundado o orfanato quando sua filha se suicidou, havia decidido que seria a mãe que não poderia mais ser e agora tinha tantas filhas quanto poderia dar atenção, claro que com ajuda de voluntários e poucos empregados. Ambos tomavam uma xícara de café na cozinha e a mulher contava sobre como foi ver tantas meninas crescerem enquanto Haru ainda fazia lições de francês sentada no chão da sala, próxima da porta, claramente tentando ouvir um pouco da conversa dos adultos.

— Seo-Yun logo fará dezessete anos e com certeza irá fazer algum teste para uma universidade com dormitórios, me orgulho dela por isso, mas sentirei saudade da garotinha pequena que corria pelo jardim tão sorridente. Logo mais Haru também irá seguir os caminho dela, vou ficar apenas com as minhas mais novas. — Bebeu mais do café com adoçante, mas muito pouco. — O tempo passou tão rápido, incrível. Fico feliz de estar firme e forte apesar da idade e de alguns problemas de saúde.

— Imagino. Vi Jaehwa, Haru e Seo-Yun crescerem, as três formam um trio inseparável. — Fez uma pausa para beber o líquido escuro da xícara branca. — Elas são as mais próximas, não são?

A senhora soltou uma risada, fraca e amável, como se estivesse envolvida pelas lembranças que pouco a pouco fugiam para um lugar distante da sua memória, mas algumas ficaram como tatuagens, incapazes de serem alteradas ou esquecidas. Uma delas envolvia o dia que Jaehwa chegou, tão pequena e com poucos meses de vida. Nesse dia, Seo-Yun e Haru estavam brigadas porque a mais velha pegou o último pedaço de bolo de laranja, mas quando foram chamadas na sala de estar, como mágica já não lembravam do desentendimento tão bobo.

Haru terminou o dever e já não tinha motivo para ficar ali, mas queria continuar ouvindo um pouco da conversa enquanto tinha a chance. Sua alegria murchou quando ouviu que o professor já precisaria ir para casa ao mesmo tempo que agora poderia ir para o quarto sem pensar que ele ainda estava ali. Recolheu os materiais e levantou com eles empilhados nos braços, passando pela porta da cozinha. Parou quando ouviu a voz um pouco falha da pessoa que mais considerava como mãe.

— Haru, acompanhe seu professor até a saída por mim. — A senhora disse enquanto ia até ela com os braços abertos, pronta para apertá-la em um abraço. — Depois chame Bora e Seo-Yun, por favor. — E a abraçou por alguns segundos antes de dar um beijo na testa dela, mesmo que a Haruno tenha precisado se abaixar um pouco.

Os dois foram em silêncio até a porta da sala de estar que foi aberta pela garota, ambos desceram os degraus de madeira para a rua. O vento quente indicava que ainda era verão, mesmo que já estivessem no início de setembro quando normalmente começava a esfriar, mas até aquele momento o calor era o mesmo do mês de julho e agosto. As folhas das árvores já começaram a trocar de cor e algumas até estavam no chão, mas ninguém se deu o trabalho de tirá-las dali.

— Bem, acho que é só isso. Nós nos vemos na sexta-feira, como sempre. — Haru disse balançando o corpo para frente e voltando para trás, ficando quase na ponta dos pés quando ia.

— Exato. — Falou sorrindo, deixando a adolescente mais nervosa do que já estava anteriormente. — Gostei do vestido, use mais vezes. — Olhou descaradamente para as pernas da garota, mas ela estava distraída demais pensando em uma resposta boa para notar. Mesmo de forma inconsistente, sabia que começaria a usar a peça bem mais do que antes.

— Obrigada. — Planejou ficar um pouco mais ali, esperando ele ir embora primeiro, tão focada em aproveitar um pouco mais ali que tomou um susto quando sentiu uma mão gelada no seu braço.

Era apenas Seo-Yun que havia aparecido antes mesmo de ser chamada, agora tentando levar a garota de volta para dentro com a desculpa de que iriam ter uma conversa importante. Era claro que apenas não queria Haruno perto dele, mas nunca assumiria isso em voz alta.

— Estudem muito nesse tempo, certo? Vejo vocês em breve. — Disse acenando para as duas e começando a andar.

A conversa importante era apenas a notícia que o processo da adoção de duas irmãs tinha sido concluída. Cada vez menos garotas chegavam ao passo que muitas iam, o que era bom, mas com isso menos casais iam fazer visitas e as esperanças eram quase completamente perdidas.

Haru voltou para o quarto e pegou a apostila de física para fazer as lições o quanto antes, assim teria o resto da semana livre para fazer o que quisesse, principalmente dormir a tarde inteira e ficar brincando com as crianças pequenas. Abriu nas páginas que tinha anotado no papel, vendo que a última, corrigida pelo professor, havia um recado escrito com lápis: Próxima sexta, porta dos fundos, meia-noite. Não entendeu, mas sabia que não conseguiria dormir se não fosse, então já sabia o que faria e por isso sorriu.

A semana correu tão maçante quanto previu, nada de interessante aconteceu tirando a mudança da rotina de jantar, quando tiveram pizza em plena quarta-feira porque a cozinheira esqueceu de comprar os ingredientes para a comida que faria. Na madrugada de sexta, Haru se virava de um lado para o outro na pequena cama, não conseguia dormir de jeito nenhum com a ansiedade para saber o que iria acontecer naquele dia, e quando conseguiu fechar os olhos e adormecer, já era a hora de levantar.

Mal prestou atenção nas aulas, assim sabendo que sofreria para fazer as lições caso as explicações escritas não fossem tão claras quanto as palavras ditas anteriormente pelos professores, mas não se importou, apenas contava os minutos para pouco tempo antes da meia-noite. Diferente do que ela esperava, o professor apenas deu uma aula normal, sem nenhuma olhada para a Haruno, entretanto, nos últimos segundos recebeu o que queria: um pouco de atenção. O sorriso irônico no rosto dele fez o coração da adolescentes acelerar, cada vez esperando mais que o relógio fosse mais colaborativo e que o tempo passasse mais depressa.

Quase pulou o jantar por causa de um cochilo longo demais durante a tarde. Acordou assustada nove horas da noite com um pesadelo, indo para fora do quarto depois que viu o horário. Claramente levou uma bronca da cozinheira, todas as meninas já tinham comido e faltava apenas ela, por sorte não demorou muito na mesa pois estava com fome.

Passou o resto das horas antes da meia-noite jogando xadrez com Jaehwa enquanto Seo-Yun tentava fazer as duas se distrairem. Quando a dona do orfanato passou avisando que elas precisavam dormir, o que sempre fazia pontualmente às onze e cinquenta, Haru acompanhou a colega de quarto até lá, mas não deitou, apenas pegou o vestido branco que tinha separado e foi para o banheiro, por sorte vazio, se trocar. De lá, seguiu pelo caminho escuro até a porta dos fundos que ficava no corredor depois da cozinha.

Antes mesmo de destrancar já podia ver um pouco de quem a esperava, isso fez seu coração acelerar e suas mãos começarem a tremer quando a direita mexia na chave. Puxou a maçaneta e foi para fora, cumprimentando o professor de forma quase inaudível.

— Você é realmente mais ingênua do que eu esperava. — Disse enquanto ria baixo. — Qual era sua expectativa, hum? Que eu iria cair aos seus pés e declarar todo amor? — Disse tocando o rosto dela, prendendo o corpo dela contra a parede ao lado da porta.

— Não, eu só... — Começou a falar, mas parou ao perceber o que ele estava segurando com a mão direita.

— Eu sei. Vamos começar a brimcadeira, então. Não grite."

Haru já tinha saltado da pilha de cadeiras e agora estava apenas com o braço apoiado nela enquanto brincava com os fios vermelhos. Contou a história toda sem sofrer tanro quanto imaginou, mas ainda doía.

— Depois disso o orfanato foi fechado. Era aqui, nesta casa. — Disse observando a porta para o corredor. — No fim dele foi onde eu fui morta, mas não aconselharia você a ir lá.

Yubin não quis dizer que não iria nem se fosse paga, mas achou que seria falta de respeito então apenas ficou quieta. Viu Saerok entrar no quarto acompanhada por todas as outras garotas, que agora estavam com os vestidos meio manchados de vermelho em várias partes, até mesmo o de Haru.

— Você pode ir embora ou ficar conosco, mas não conseguirá esquecer de nós se for.

— Por que eu ficaria? Tenho que voltar para casa.

Saerok, que já sabia da possibilidade de estar lidando com uma garota viva, decidiu que seria uma boa hora para explicar.

— Todas morremos por amar, confiar demais e ir além dos limites.

— Mas eu não estou morta.

Sohee entortou cabeça e arregalou os olhos, percebendo que além do brilho no olhos, embora tão fraco quase não era bem identificado, o vestidos dela estava completamente branco. Nunca tinha acontecido nada com ela, mas se o olhar estava tão apagado significava outra coisa talvez pior ainda. Agora, não poderiam voltar atrás, um pouco de cada uma estava dentro dela pelo simples fato de ter ouvido a voz delas contando histórias tão interligadas quanto pode imaginar. Não poderiam fazer mais nada, apenas lamentar e torcer para que ela escolhesse ficar.

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